17/06/2007

Morte!

O dia está tão triste, cinzento, chuvoso...O vento sopra forte levantando remoinhos de folhas ainda mal formadas que arrancou ás árvores do jardim. Olho para as nuvens carregadas e penso naquela mulher - sombra da mulher atlética, forte, dinâmica, cheia de vida, esfusiante de actividade -, sim aquela "sombra" que jaz no seu leito de morte e penso...na tristeza deste dia de Junho!
E...nada posso fazer, nada me compete fazer. Não tenho lenitivo para a dor, não encontro palavras adequadas a aliviar, não tenho atitude que solidarize. Ah! Não tenho nada...
Penso num milagre e nas extraordinárias "explosões" de Fé, de conversões que daí resultariam e...ponho-me a "argumentar" com Deus:
_ Tu já viste, Senhor, já pensasTe bem? Seria uma autêntica revolução nos corações, nas almas, de tantos e tantos; talvez, sobretudo, daqueles que, mais cépticos, não querem confessar o seu autêntico terror ante a morte, dos que, esquecidos que são Teus filhos, não voltam à Tua casa que abandonaram por meia dúzia de coisas, dos pobres de espírito que não vêm a dimensão divina do ser humano e se limitam a vê-lo, baixo, atarracado, achatado ao rés da terra quando Tu nos fizesTe para ser-mos grandes, livres... divinos à Tua Imagem e Semelhança, dos outros todos que não encontram senão nas lágrimas e no inconformismo o refúgio para os seus corações amargurados, esquecendo- se da Tua Santíssima Mãe, Refúgio e Consolação dos aflitos.
Vou-te dizendo estas coisas enquanto o vento sopra e as nuvens cavalgam o Céu escuro como breu. No meio do fragor da tempestade que entretanto desabou, oiço-Te no meu coração:
É que, Eu, meu filho...preciso mais dela no Céu do que tu dela necessitas na terra!