Dentro
do Evangelho – (cfr:
São Josemaria, Sulco 253)
(Re
Mt XVIII)
Sentados
sobre a erva tenra escutavamos Jesus nas Suas respostas ás perguntas que os
circunstantes Lhe faziam, destas, uma pergunta feita por Pedro chamou
particularmente a minha atenção:
-
"Senhor, até quantas vezes o meu irmão poderá pecar contra mim, que eu
lhe perdoe? Até sete vezes? E Jesus respondeu-lhe: Não te digo que até sete
vezes, mas até setenta vezes sete" (cfr Mt XVIII, 23- 22).
Estranhei
a pergunta de Pedro, porquê sete vezes? Desde logo, Pedro é mais generoso que
os Rabinos que perdoavam até três vezes e assim ensinavam; mas porquê sete
vezes?
Verifico
que Jesus entendeu perfeitamente a pergunta e, por isso a Sua resposta encerra
definitivamente a questão. Sete vezes é uma expressão vaga, sem grande
significado quando se pretende expressar um conceito. Considerar Uma, Duas,
Três vezes parecem-me suficientes para decidir eleger uma opção sobre o que
fazer, o mais, julgo que será como que um (truque) para evitar escolher.
Quando
responde :«não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete»,
Jesus quer dizer que o perdão não tem limites, deve ser constante. Que seria de
mim se o Senhor limitasse o Seu Perdão a sete vezes! Na minha já longa vida,
este número estaria há muito esgotado, e... agora... esgotou-se o Perdão de
Deus?
A
"contabilidade divina" é infinitamente diferente da minha e, por
isso, sei, acredito firmemente que Ele nunca Se detém a considerar as vezes que
me concedeu o Seu Perdão, se Lho peço do fundo do meu ser... Senhor, perdoa-me
, Ele... perdoa e, não só... esquece...!
Volto
ao princípio para considerar que à pergunta de Pedro, talvez falte acrescentar:
"Quantas vezes posso pecar contra o meu irmão para que ele me perdoe".
Esta
hipotética pergunta talvez mereça consideração porque me preocupo mais em ser
perdoado que perdoar. De facto, tenho de considerar o que terei eu que perdoar?
O que disseram a meu respeito... algo grave, mentira, falssidades, alguém me
acusou do que fosse sem nenhuma razão, denegriu intencionalmente o meu
carácter, apreciou malévolamente as minhas acções ou atitudes?
Ah...
se sim... porque o terá feito? Não terá sido para me "pagar na mesma
moeda"? E... que fazer? Eternizar o assunto ou pôr-lhe um ponto final?
Ressentimentos
arrastados tempos sem fim só trazem desconforto e mais ressentimentos e
tornam-se autênticas obsseções.
A
resposta de Jesus parece-me "válida" para as duas perguntas, a de
Pedro e a minha "hipotética"; o Perdão Divino não tem nem limites nem
tempo, está disponível em qualquer momento quando Lho solicito, além do mais,
tem uma qualidade "superior": o perdoado é esquecido.
Ai
Senhor! Se todos me perdoassem assim!!!
Reflexão
Posso amar-Te mais
Na
Tua presença no sacrário elevo o meu pensamento e formulo uma pergunta: Como
posso amar-Te mais?
Bem
sei a resposta: Amar-Te nas grandes coisas como nas de escasso valor.
Deixa
essa miragem das grandes coisas, dos momentos marcantes, das ocasiões
soberanas.
Vive
a vida simples de todos os dias, agradece e segue em frente para lá onde Ele te
espera de braços abertos.
Reclina
a cabeça no Seu peito e diz-Lhe simplesmente: Senhor ajuda-me a amar-Te mais.
Links
sugeridos:
Evangelho/Biblia
Santa Sé