PLANO DE VIDA: (Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Honrar
a Santíssima Virgem.
A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que
me propus ontem?
Leitura espiritual
Evangelho
Lc
XXI, 20-38
O tributo a César
20 Então, puseram-se à
espreita e mandaram-lhe espiões, que se fingiam justos com o fim de o
surpreender em alguma palavra, para o entregarem ao poder e à jurisdição do
governador. 21 Fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, sabemos que falas e
ensinas com rectidão e não fazes acepção de pessoas, mas ensinas o caminho de
Deus segundo a verdade. 22 Devemos pagar tributo a César, ou não?» 23
Conhecendo a sua astúcia, Ele respondeu-lhes: 24 «Mostrai-me um denário. De
quem é a efígie e a inscrição?» Eles disseram: «De César.» 25 Disse-lhes,
então: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.» 26 Não
conseguiram apanhar-lhe uma palavra em falso diante do povo; ao contrário,
admirados com a sua resposta, ficaram calados.
A ressurreição
27 Aproximaram-se alguns saduceus, que
negam a ressurreição, e interrogaram-no: 28 «Mestre, Moisés prescreveu-nos que,
se morrer um homem deixando a mulher, mas não tendo filhos, seu irmão casará
com a viúva, para dar descendência ao irmão. 29 Ora, havia sete irmãos: o
primeiro casou-se e morreu sem filhos; 30 o segundo, 31 depois o terceiro,
casaram com a viúva; e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram sem deixar
filhos. 32 Finalmente, morreu também a mulher. 33 Ora bem, na ressurreição, a
qual deles pertencerá a mulher, uma vez que os sete a tiveram por esposa?» 34 Jesus
respondeu-lhes: «Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se; 35 mas aqueles
que forem julgados dignos da vida futura e da ressurreição dos mortos não se
casam, sejam homens ou mulheres, 36 porque já não podem morrer: são semelhantes
aos anjos e, sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus. 37 E que os
mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça, quando
chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob. 38 Ora,
Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos.»
Considerações
O
Evangelho escrito por São Lucas continua a transcrever com grande riqueza de
pormenores o “fim os tempos”. Jesus Cristo não terá feito este discurso para
“impressionar” ou atemorizar quem O escutava mas, apenas, com o objectivo claro
da necessidade de estar preparado para esses dias derradeiros. E, pelas Suas
palavras percebemos que não temos qualquer motivo para apreensão ou temor
porque, Ele mesmo, nos dá um sinal claríssimo de quando e como acontecerá e o
que devemos fazer: «Então, hão-de ver o
Filho do Homem vir numa nuvem com grande poder e glória. Quando estas coisas
começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai a cabeça, porque a vossa
redenção está próxima.».
O
tema do “fim dos tempos” é, desde sempre, motivo de especulações e, nalguns
casos, apreensão. O desconhecimento do que e como será deixa apreensivos os que
pensam na vida corrente como se esta fosse definitiva. Mas todos sabemos que
não é assim e que tarde ou cedo, a morte reclamará os seus foros. E, este, sim,
é que é o “fim do mundo” que nos deve preocupar. Nós cristãos, temos a certeza
absoluta que a morte não será mais que uma passagem desta vida terrena para a
vida eterna e, é esta e só esta, a certeza que de facto temos. As palavras que
Jesus vai pronunciando sobre este tema, o Reino de Deus, a Vida Eterna,
destinam-se a pôr-nos alerta, de sobreaviso de modo a tudo fazer para estar -
sempre – preparados, sem medos nem receios, mas com a confiança na Justiça e
Misericórdia divinas que a nossa vida de bons filhos nos garante.
Não
devemos preocupar-nos como e quando será o “fim do mundo”, mas, sim, que esse "fim do mundo"
acontece realmente com a nossa morte. Sim... no momento em que morremos o mundo
deixa de existir para nós. Esta é a realidade que deve preocupar-nos e, por
isso mesmo, preparar enquanto é tempo -
hoje, agora - esse momento. Sem medos nem pessimismo porque, sabemos muito bem
o que fazer: Pedir com perseverança ajuda para cumprir - em tudo - a Vontade de
Deus.
As
palavras de Cristo são palavras de vida eterna, não são nem vaticínios nem
prenúncios, mas a constatação da simples e completa verdade. Mas, também, são
um aviso muito sério para ser levado em conta. Ninguém poderá, com verdade, invocar
desconhecimento ou surpresa. Que fazer, pois, senão estar preparados para o
futuro que não sabemos se próximo ou longínquo? E como havemos de preparar- nos?
Não há outro caminho: seguir, em tudo, o Senhor que é o nosso Pastor e Guia,
pedindo também ao Espírito Santo que nos conceda os Seus Dons para melhor
conseguir esse objectivo.
Na
continuação dos versículos anteriores, o Evangelista insiste nas recomendações
do Senhor. De facto, Ele quer que todos se salvem, pois para isso, veio ao
mundo e morreu na Cruz. É o sempre repetido tema da vigilância, do estar
atento, do viver a nossa vida como cristãos autênticos que procuram, em tudo,
fazer a Vontade de Deus. E, Jesus, dá a “receita”: Orar continuamente, sem
desfalecimento, com fé e esperança que Ele não nos deixará entregues a nós
mesmos sem nos prestar a Sua assistência.
Como
Jesus Cristo nos disse tantas vezes, também nós, cristãos, temos de estar
convencidos desta verdade: Só a oração, confiante, contínua, nos salva. Não há
outro caminho, não existe outro meio.
Formação Humana -
Filosofia
A doutrina sagrada é uma
ciência?
QUANTO AO SEGUNDO ARTIGO,
ASSIM SE PROCEDE: Parece não ser ciência a doutrina sagrada.
1. – Pois toda ciência
provém de princípios por si evidentes, ao passo que procede a doutrina sagrada
dos artigos da fé, inevidentes em si, por serem não universalmente aceitos;
porque a fé não é de todos, diz a Escritura (II Ts. 3, 2). Logo, não é ciência
a doutrina sagrada.
2. – Ademais, do indivíduo
não há ciência. Mas a doutrina sagrada trata de factos individuais, como sejam
os feitos de Abraão, Isaac, Jacob e semelhantes. Logo, a doutrina sagrada não é
ciência.
EM SENTIDO CONTRÁRIO, diz
Agostinho: “A esta ciência pertence apenas aquilo pelo qual a fé, bem salutar,
é gerada, alimentada, defendida, corroborada”. Ora, tais funções não pertencem
a ciência alguma, a não ser à doutrina sagrada. Logo, a doutrina sagrada é uma
ciência.
RESPONDO. A doutrina sagrada
é ciência. Porém, cumpre saber que há dois géneros de ciências. Umas partem de
princípios conhecidos à luz natural do intelecto, como a aritmética, a
geometria e semelhantes. Outras provém de princípios conhecidos por ciência
superior; como a perspectiva, de princípios explicados na geometria, e a
música, de princípios aritméticos. E deste modo é ciência a doutrina sagrada,
pois deriva de princípios conhecidos à luz duma ciência superior, a saber: a de
Deus e dos santos. Portanto, como aceita a música os princípios que lhe fornece
o aritmético, assim a doutrina sagrada tem fé nos princípios que lhe são por
Deus revelados.
QUANTO AO 1º, portanto, deve
dizer-se que os princípios de qualquer ciência, ou são por si mesmos evidentes,
ou se reduzem à evidência de alguma ciência superior. E tais são os princípios
da doutrina sagrada, como dissemos.
QUANTO AO 2º, deve dizer-se
que na doutrina sagrada, os factos individuais não são tratados principalmente,
senão apenas introduzidos a título de exemplo prático, como nas ciências
morais; ou também no intuito de apurar a autoridade dos homens que nos
transmitiram a revelação divina, na qual se funda a Sagrada Escritura ou
doutrina.
São
Tomás de Aquino, Suma Teológica