29/01/2021

São José

 


EXORTAÇÃO APOSTÓLICA

REDEMPTORIS CUSTOS

DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II

SOBRE A FIGURA E A MISSÃO

DE SÃO JOSÉ

NA VIDA DE CRISTO E DA IGREJA

 

O CONTEXTO EVANGÉLICO

A apresentação de Jesus no templo

 

13. Esta cerimónia, referida por São Lucas (2, 22 ss.), incluía o resgate do primogénito e projecta luz sobre o episódio posterior da permanência de Jesus no templo aos doze anos.

O resgate do primogénito é um outro dever do pai, que é cumprido por José. No primogénito estava representado o povo da Aliança, resgatado da escravidão para passar a pertencer a Deus. Também a propósito disto, Jesus, que é o verdadeiro «preço» do resgate (cf. 1 Cor 6, 20; 7, 23; 1 Pdr 1, 19), não somente «cumpre» o rito do Antigo Testamento, mas ao mesmo tempo supera-o, não sendo ele um simples homem sujeito a ser resgatado, mas o próprio autor do resgate.

 

O Evangelista põe em relevo que «o pai e a mãe de Jesus estavam admirados com as coisas que se diziam dele» (Lc 2, 33); e, em particular, com aquilo que Simeão disse, no seu cântico dirigido ao Senhor, indicando Jesus como «a salvação preparada por Deus em favor de todos os povos» e «luz para iluminar as nações e glória de Israel, seu povo»; e, mais adiante, também como «sinal de contradição» (Lc 2, 30-34).

 

A fuga para o Egipto

 

14. A seguir à apresentação no templo, o evangelista São Lucas anotou: «Depois de terem cumprido tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele» (Lc 2, 39-40).

Mas, segundo o texto de São Mateus, ainda antes deste retorno à Galileia, tem de ser colocado um acontecimento muito importante, para o qual a Providência divina de novo recorre a José. Aí lemos: «Depois de eles (os Magos) partirem, eis que um anjo do Senhor apareceu, em sonho, a José e disse-lhe: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egipto e fica lá até eu te avisar, porque Herodes está a procurar o menino para o matar"» (Mt 2, 13). Na ocasião da vinda dos Magos do Oriente, Herodes tinha sabido do nascimento do «rei dos Judeus» (Mt 2, 2). E quando os Magos partiram, ele mandou «matar todos os meninos que havia em Belém e em todo o seu território, da idade de dois anos para baixo» (Mt 2, 16). Deste modo, matando todas as crianças, queria matar aquele recém-nascido «rei dos Judeus», de quem chegara ao conhecimento durante a visita dos Magos à sua corte. Então José, tendo recebido o aviso em sonho, «de noite, tomou o menino e sua mãe e retirou-se para o Egipto, onde ficou até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor tinha anunciado por meio do profeta: "Do Egipto chamei o meu Filho"» (Mt 2, 14-15; cf. Os 11, 1).

Deste modo, o caminho do regresso de Jesus de Belém a Nazaré passou pelo Egipto. Assim como Israel tinha tomado o caminho do êxodo «da condição de escravidão» para iniciar a Antiga Aliança, assim José, depositário e cooperador do mistério providencial de Deus, também no exílio vela por Aquele que vai tornar realidade a Nova Aliança.

 

A permanência de Jesus no templo

 

15. Desde o momento da Anunciação, José, juntamente com Maria, encontrou-se, em certo sentido, no íntimo do mistério escondido desde todos os séculos em Deus e que se tinha revestido de carne: «O Verbo fez-se carne e habitou entre nós» (Jo 1, 14). Sim, Ele habitou entre os homens e o âmbito da sua morada foi a Sagrada Família de Nazaré, uma das tantas famílias desta pequena cidade de Galileia, uma das tantas famílias da terra de Israel. Aí, Jesus crescia e «robustecia-se , cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele» (Lc 2, 40). Os Evangelhos resumem em poucas palavras o longo período da vida «oculta», durante o qual Jesus se preparou para a sua missão messiânica. Há um só momento que é subtraído a este «escondimento» e é descrito pelo Evangelho de São Lucas: a Páscoa de Jerusalém, quando Jesus tinha doze anos de idade.

Jesus participou nesta festa, como um jovem peregrino, juntamente com Maria e José. E eis o que aconteceu: «Passados aqueles dias (da festa), ao regressarem, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais se apercebessem disso» (Lc 2, 43). Depois de um dia de viagem deram pela sua falta; e começaram a procurá-lo «entre os parentes e conhecidos ... Depois de três dias, encontraram-no no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos os que o ouviam ficavam admirados da sua inteligência e das suas respostas» (Lc 2, 46-47). Maria pergunta: «Filho, por que procedeste assim connosco? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura» (Lc 2, 48). A resposta de Jesus foi de tal sorte que os dois «não entenderam as palavras que lhes disse». Tinha-lhes respondido: «Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo encontrar-me na casa de meu Pai?» (Lc 2, 49-50).

Ouviu estas palavras José, em relação ao qual Maria tinha acabado de dizer «teu pai». Com efeito, era assim que as pessoas diziam e pensavam: Jesus, «como se supunha, era filho de José» (Lc 3, 23). Apesar disso, a resposta do próprio Jesus no templo devia reavivar na consciência do «suposto o pai» aquilo que numa noite, doze anos antes, ele tinha ouvido: «José ... não temas receber contigo Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo». Já desde então ele sabia que era depositário do mistério de Deus; e Jesus, com doze anos de idade, evocou exactamente este mistério: «Devo encontrar-me na casa de meu Pai».

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Não andarás encolhido, porque o teu amor é pequeno?

A graça de Deus não te falta. Portanto, se correspondes, deves sentir-te seguro. O triunfo depende de ti: a tua fortaleza e a tua garra – unidas a essa graça – são razão mais que suficiente de te dar o optimismo de quem tem a certeza da vitória. (Sulco, 80)

Não sejais almas de via reduzida, homens ou mulheres menores de idade, de vistas curtas, incapazes de abrangerem o nosso horizonte sobrenatural cristão de filhos de Deus. Deus e Audácia! (Sulco, 96)

Audácia não é imprudência, nem ousadia irreflectida, nem simples atrevimento. Audácia é fortaleza, virtude cardeal, necessária para a vida da alma. (Sulco, 97)

Li uma vez um provérbio muito popular nalguns países: "O mundo é de Deus, mas Deus aluga-o aos valentes"; e fez-me reflectir. Por que esperas? (Sulco, 99)

"Não sou o apóstolo que deveria ser. Sou... um tímido!". Não andarás encolhido, porque o teu amor é pequeno? Reage! (Sulco, 100)

 

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 29

Evangelho

 

Mc IV 21 – 41

 

Parábola da lâmpada

21 Disse-lhes ainda: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? 22 Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. 23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» 24 E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado. 25 Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado.»

 

Parábola da semente

26 Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. 27 Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. 28 A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. 29 E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.»

 

Parábola do grão de mostarda

30 Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? 31 É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; 32 mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra.» 33 Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. 34 Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular.

 

Jesus acalma uma tempestade

35 Naquele dia, ao entardecer, disse: «Passemos para a outra margem.» 36 Afastando-se da multidão, levaram-no consigo, no barco onde estava; e havia outras embarcações com Ele. 37 Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento, e as ondas arrojavam-se contra o barco, de forma que este já estava quase cheio de água. 38 Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada. 39 Acordaram-no e disseram-lhe: «Mestre, não te importas que pereçamos?» Ele, despertando, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te, acalma-te!» O vento serenou e fez-se grande calma. 40 Depois disse-lhes: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» 41 E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»

 


 

O Amor! (cont)

  Lembremo-nos da história do Dr. Frankenstein.

Tudo parecia lógico e bem alicerçado cientificamente e, parece, até funcionou. Mas conhece-se a saga: os resultados foram, pelo menos, inesperados.

  Tudo isto, posto desta forma, parece simplista e falho de base científica, e… ainda bem se assim for porque, o que se defende, é que não há nenhuma razão, motivo, ou sequer, autoridade, para que o homem interfira no que lhe está vedado por natureza: a Criação!

  O homem não é capaz de criar coisa nenhuma.

  Um pintor não cria um quadro, limita-se a aplicar um talento que Deus lhe deu, umas técnicas que adquiriu com o estudo e a experiência e uns materiais que estão à sua disposição: telas, tintas, pincéis, etc.

  O escritor reproduz em papel aquilo que no seu íntimo imagina e constrói, dando-lhe uma forma mais ou menos consistente.

O escultor arranca a golpes de cinzel do bloco de mármore, uma imagem magnífica que a sua arte e senso artístico vão descobrindo.

Nenhum destes pintou um quadro, escreveu um livro ou produziu uma escultura com um simples acto de vontade como que dando um estalido com os dedos.

Tiveram de socorrer-se da sua imaginação, saber, técnica e, muito importante, de instrumentos e materiais que já existiam antes.

  Criar, propriamente, é fazer algo de nada, onde nada existe passa a haver uma coisa, um ser e isto, só por um simples acto de vontade.

  Esta vontade, esta capacidade é única e exclusiva do Criador, de Deus.

  Mas temos também de considerar que «dar a Deus o que é de Deus» é também dar aos outros porque, de facto, é um mandato explícito de Deus.

Ao mandar-nos amar os outros como a nós mesmos, tal como o fez no Decálogo, não faz uma recomendação, ou estabelece um principio.

Não!

Exerce o Seu Poder e Autoridade de Criador para ordenar de forma clara o que quer que façamos. E, se amar a Deus e ao próximo como a si mesmo (Lei Natural) é fazer a Vontade de Deus parece que poderíamos assumir que o que temos que dar a Deus é, resumidamente, fazer a Sua Vontade.

  Mas como saber o que é a Vontade de Deus na vida corrente de cada um?

  Cumprir os Mandamentos?

  Claro… mas digamos que esta é uma forma global de apreciar as coisas e nós homens, precisamos de detalhes, pormenores que se ajustem às pequenas ou grandes incidências da nossa vida.

  Os contemporâneos de Jesus, numa tentativa de iludir a questão, pediam-lhe sinais, como se as obras, as palavras, a actuação, enfim, de Jesus Cristo, não fosse, ela própria um sinal mais que evidente da Sua Autoridade Messiânica.

  Também nós, muitas vezes, esperamos por esses sinais que não sabemos muito bem o que sejam, para nos decidirmos a fazer o que devemos.

 

Reflexão

 

Na narrativa de Job, Deus alterou o seu destino, precisamente quando ele «rezava pelos seus inimigos» (Jb 42,10). Quando alguém, no seu sofrimento, renuncia à própria miséria e utiliza a sua debilidade para rezar pelos outros, é o destino dele que se altera. Confere um significado ao sofrimento. E, desse modo, a sua vida torna-se, de repente, diferente. Torna-se útil para os outros.

 

(Anselm Grun, A incompreensível existência de Deus, Paulinas, p. 82)

Perguntas e respostas

 HOMOSSEXUALIDADE

C. PREGUNTAS FREQUENTES

 

5. Esse orgulho gay não será um modo de melhorar a auto-estima?

 

Provavelmente isto acontece pois a homossexualidade costuma andar acompanhada por uma auto-estima baixa. Mas a auto-estima não melhora com o auto-engano, mas sim com a aceitação da verdade e com o esforço em corrigir-se. A firmeza e a constância no auto-domínio geram autêntica satisfação.

 

Pequena agenda do cristão Sexta Feira

Sexta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?