PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
DOMINGO
PLANO DE VIDA; (Coisas muito simples,
curtas, objectivas)
Propósito: Viver a família.
Senhor, que a minha família seja um
espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para
a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e
escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
ASSUNÇÃO DA
VIRGEM SANTA MARIA
LEITURA ESPIRITUAL
Lc
XVI, 1-31
O feitor infiel
1
Disse ainda Jesus aos discípulos: «Havia um homem rico, que tinha um
administrador; e este foi acusado perante ele de lhe dissipar os bens. 2
Mandou-o chamar e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas
da tua administração, porque já não podes continuar a administrar.’ 3 O
administrador disse, então, para consigo: ‘Que farei, pois, o meu senhor, vai
tirar-me a administração? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. 4 Já sei
o que hei-de fazer, para que haja quem me receba em sua casa, quando for
despedido da minha administração.’ 5 E, chamando cada um dos devedores do seu
senhor, perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’ Ele respondeu: 6
‘Cem talhas de azeite.’ Retorquiu-lhe: ‘Toma o teu recibo, senta-te depressa e
escreve cinquenta.’ 7 Perguntou, depois, ao outro: ‘E tu quanto deves?’ Este
respondeu: ‘Cem medidas de trigo.’ Retorquiu-lhe também: ‘Toma o teu recibo e
escreve oitenta.’ 8 O senhor elogiou o administrador desonesto, por ter
procedido com esperteza. É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os
filhos da luz, no trato com os seus semelhantes.» 9 «E Eu digo-vos: Arranjai
amigos com o dinheiro desonesto, para que, quando este faltar, eles vos recebam
nas moradas eternas. 10 Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é
infiel no pouco também é infiel no muito. 11 Se, pois, não fostes fiéis no que
toca ao dinheiro desonesto, quem vos há-de confiar o verdadeiro bem? 12 E, se
não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? 13 Nenhum servo pode servir
a dois senhores; ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou dedicar-se a um e
desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.»
Murmuração dos fariseus; indissolubilidade do matrimónio
14
Os fariseus, como eram avarentos, ouviam as suas palavras e troçavam dele. 15
Jesus disse-lhes: «Vós pretendeis passar por justos aos olhos dos homens, mas
Deus conhece os vossos corações. Porque o que os homens têm por muito elevado é
abominável aos olhos de Deus. 16 A Lei e os Profetas subsistiram até João; a
partir de então, é anunciada a Boa-Nova do Reino de Deus, e cada qual
esforça-se por entrar nele. 17 Ora, é mais fácil que o céu e a terra passem do
que cair um só acento da Lei. 18 Todo aquele que se divorcia da sua mulher e
casa com outra comete adultério; e quem casa com uma mulher divorciada comete
adultério.»
O rico avarento e o pobre Lázaro
19
«Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e fazia todos os
dias esplêndidos banquetes. 20 Um pobre, chamado Lázaro, jazia ao seu portão,
coberto de chagas. 21 Bem desejava ele saciar-se com o que caía da mesa do
rico; mas eram os cães que vinham lamber-lhe as chagas. 22 Ora, o pobre morreu
e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi
sepultado. 23 Na morada dos mortos, achando-se em tormentos, ergueu os olhos e
viu, de longe, Abraão e também Lázaro no seu seio. 24 Então, ergueu a voz e
disse: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia Lázaro para molhar em água
a ponta de um dedo e refrescar-me a língua, porque estou atormentado nestas
chamas.’ 25 Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te de que recebeste os teus
bens em vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado,
enquanto tu és atormentado. 26 Além disso, entre nós e vós há um grande abismo,
de modo que, se alguém pretendesse passar daqui para junto de vós, não poderia
fazê-lo, nem tão-pouco vir daí para junto de nós.’ 27 O rico insistiu:
‘Peço-te, pai Abraão, que envies Lázaro à casa do meu pai, pois tenho cinco
irmãos; 28 que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de
tormento.’ 29 Disse-lhe Abraão: ‘Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam!’ 30
Replicou-lhe ele: ‘Não, pai Abraão; se algum dos mortos for ter com eles,
hão-de arrepender-se.’ 31 Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e
aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os
mortos.’»
Comentário:
Jesus Cristo louva a desonestidade? De modo
algum, enfatiza a prudência no preparar o futuro. Sim, prudência, porque o
futuro depende muito do presente. Deixar para o fim a solução de problemas não
é uma medida prudente porque nada garante que possamos dispor dessa
oportunidade. O tempo certo é agora, hoje, imediatamente. Nunc Coepi, sem demora ou adiamento. Precisamos sempre de um exame
sério e criterioso sobre a nossa conduta e reagir de acordo. Podemos construir
o nosso futuro?
Por próprios não, mas com a ajuda de Deus, sim.
Pode parecer que Jesus tece um louvor ao administrador
infiel e à sua “esperteza” em acautelar o futuro, prejudicando, uma vez mais, o
seu senhor. Evidentemente que não! O que se passa – sempre se passou – hoje em
dia é quase recorrente, pessoas que se aproveitam do que não é seu para
arranjar fortuna própria. O que é entregue em confiança a alguém – a uma
instituição – tem de ser tratado não como propriedade própria, mas como algo
que foi entregue para guardar ou fazer render segundo o acordado entre as
partes. O que assistimos – infelizmente – é uma autêntica fraude absolutamente
desonesta que merece o maior repúdio e condenação. Não somos – nem queremos ser
– juízes ou críticos destas situações mas aflige-nos pensar na tremenda
injustiça social que, um pouco por todo o lado e, às vezes em grande escala, se
continua praticando. Mas, por outro lado, há muitos que nunca se manifestam
quando beneficiam desses “esquemas fraudulentos” para apenas se queixarem
quando as coisas correm mal e os prejuízos aparecem. Parece que, tudo, se
resume a uma questão muito simples: HONESTIDADE!
Será que a fidelidade tal como a honestidade são
situações controversas? Quer dizer: haverá mais que uma interpretação possível?
Não! Decididamente… não! Tal como ser fiel não tem que ver com a importância do
assunto – tenha o valor que tiver – assim a fidelidade não conhece graus nem
limites. Ou se é honesto ou não! Ou se é fiel em tudo ou não! Não há nem
medidas nem “graus”, consoante as circunstâncias, os valores ou as situações.
Quem não entende isto não é nem honesto nem fiel. É alguém em quem não se pode
confiar o que seja.
Já o dissemos várias vezes e repetimos: Não se é muito
ou pouco fiel. Ou se é ou não! Fidelidade é uma virtude do carácter estável e
do bom critério não sofre oscilações consoante as consideradas
"conveniências". A fidelidade gera a confiança e, esta é fundamental
para a convivência em sociedade. Confiamos em Deus exactamente porque Ele é
fiel e cumpre sempre o que promete independentemente do nosso merecimento que
sempre ficará muito aquém. Atrevo-me a afirmar que sem fidelidade as outras
virtudes não são possíveis pelo menos não se desenvolvem em plenitude.
A verdade é que as palavras de Jesus se cumprem
sempre. Não dando ouvidos nem à Igreja, nem às evidências diárias da existência
de Deus, como acreditar no Ressuscitado? Inúmeras questões se levantam, pedidos
de sinais repetidamente reclamados, nenhum sinal é suficiente, nenhum é
satisfatório. Dá pena - muita pena - verificar que tantos homens continuam num
agnosticismo feroz negando o que é evidente, combatendo o que é verdadeiro.
Temos, os cristãos, de rezar - e rezar muito - por estes muitos que não sabem o
que perdem com as suas posições irredutíveis, os respeitos humanos, a falta de
humildade e honestidade intelectual tudo em nome de teorias, axiomas
construídos sobre falsas premissas, sem qualquer base ou critério minimamente
honesto.
Pela
leitura deste trecho de São Lucas pode parecer que a resposta de Abraão ao
homem rico é concludente: Um recebeu em vida, é condenado a nada mais recebe; O
outro viveu privações e receberá incontáveis bens. Mas, não é assim tão linear.
Não são nem as riquezas nem a ausência delas que determinam a vida eterna mas
sim o comportamento, o uso que se fez num caso e noutro. A ausência de riqueza
ou as privações não dão ”direito” a qualquer compensação mas sim a forma como
foram vividas e suportadas. Oferecer as privações e dificuldades económicas
como reparação e louvor a Deus tem um valor incomensurável ao passo que, viver
gozando os bens – muitos ou poucos – sem a menor preocupação em distribuir,
socorrer, partilhar com os que precisam e não têm, num egoísmo e indiferença
feroz e avaro, merecem a reprovação de Deus Nosso Senhor que, sendo
absolutamente Justo, não suporta a injustiça da indiferença e da avareza.
(AMA,1999)
FAMÍLIA
3.
Deveres dos filhos para com os pais
Os
filhos hão-de respeitar e honrar os pais, procurar dar-lhes alegrias, rezar por
eles e corresponder lealmente ao seu sacrifício: para um bom cristão, estes
deveres são um dulcíssimo preceito.
A
paternidade divina é a fonte da paternidade humana cf. Ef 3,14); é o fundamento
da honra devida aos pais (cf. Catecismo, 2214). O respeito pelos pais (piedade
filial) é feito de reconhecimento àqueles que, pelo dom da vida, pelo seu amor
e seu trabalho, puseram os filhos no mundo e lhes permitiram crescer em
estatura, sabedoria e graça. “Honra o teu pai de todo o teu coração e não
esqueças as dores da tua mãe. Lembra-te de que foram eles que te geraram. Como
lhes retribuirás o que por ti fizeram?” (Sir 7, 27-28)» ( Catecismo, 2215).
O
respeito filial manifesta-se na docilidade e obediência. “Filhos, obedecei em
tudo aos vossos pais, pois isto é agradável ao Senhor” (Cl 3, 20). Enquanto
estão sujeitos aos seus pais, os filhos devem obedecer-lhes no que disponham
para o seu bem e o da família. Esta obrigação cessa com a emancipação dos
filhos, mas não cessa nunca o respeito que devem aos seus pais (cf. Catecismo ,
2216-2217).
O
quarto mandamento lembra aos filhos adultos as suas responsabilidades para com
os pais. Tanto quanto lhes for possível, devem prestar-lhes ajuda material e
moral, nos anos da velhice e no tempo da doença, da solidão ou do desânimo
(Catecismo, 2218).
Se
os pais mandarem alguma coisa oposta à Lei de Deus, os filhos estão obrigados a
antepor a vontade de Deus aos desejos dos pais, tendo presente que “é
necessário obedecer antes a Deus que aos homens” (Act 5, 29). Deus é mais Pai
do que os nossos pais: d’Ele procede toda a paternidade (cf. Ef 3,15).
REFLEXÃO
Se
a virtude tivesse de ser imediatamente recompensada com um favor temporal, a
virtude seria um bom negócio, a abstenção do pecado, um hábil empréstimo. Seria
o fim de toda a moralidade: procuraríamos o bem-estar, nunca amaríamos o bem.
(Georges
Chevrot, Jesus e a Samaritana, Éfeso, 1956, pg. 77)
SÃO JOSEMARIA – textos
Dilata o teu coração
Não
tenhas espírito provinciano. – Dilata o teu coração, até que seja universal,
"católico". Não voes como ave de capoeira, quando podes subir como as
águias. (Caminho,
7)
Em
certa ocasião, vi uma águia encerrada numa jaula de ferro. Estava suja e meia
depenada. Tinha entre as garras um pedaço de carne podre. Pensei então no que
seria de mim se abandonasse a vocação recebida de Deus. Tive pena daquele
animal solitário, enjaulado, que tinha nascido para subir muito alto e olhar de
frente o Sol. Podemos ascender até às humildes alturas do amor de Deus, do
serviço a todos os homens. Para isso, porém, é preciso que não haja na alma
recantos escondidos, onde não possa entrar o sol de Jesus Cristo. Temos de
deitar fora todas as preocupações que nos afastem d'Ele; e assim terás Cristo
na tua inteligência, Cristo nos teus lábios, Cristo no teu coração, Cristo nas
tuas obras. Toda a vida – o coração e as obras, a inteligência e as palavras –
cheia de Deus. (...) Invoca comigo Nossa Senhora, e imagina como passaria Ela
aqueles meses à espera do Filho que havia de nascer. E Nossa Senhora, Santa
Maria, fará com que sejas alter Christus,
ipse Christus, outro Cristo, o próprio Cristo. (Cristo
que passa, 11)