13/11/2018

Apoiar-vos-eis uns aos outros


Se souberes querer aos outros e difundir, entre todos, esse carinho – caridade de Cristo, fina, delicada –, apoiar-vos-eis uns aos outros, e o que for a cair sentir-se-á amparado – e urgido – com essa fortaleza fraterna, para ser fiel a Deus. (Forja, 148)


Chega a plenitude dos tempos e, para cumprir essa missão, não aparece um génio filosófico, como Sócrates ou Platão; não se instala na terra um conquistador poderoso, como Alexandre Magno. Nasce um Menino em Belém. É o Redentor do mundo; mas, antes de começar a falar, demonstra o seu amor com obras. Não é portador de nenhuma fórmula mágica, porque sabe que a salvação que nos traz há-de passar pelo coração do homem. As suas primeiras acções são risos e choros de criança, o sono inerme de um Deus humanado; para que fiquemos tomados de amor, para que saibamos acolhê-Lo nos nossos braços.


Uma vez mais consciencializamos que isto é que é o Cristianismo. Se o cristão não ama com obras, fracassa como cristão, o que significa fracassar também como pessoa. Não podes pensar nos outros homens como se fossem números, ou degraus para tu subires; como se fossem massa, para ser exaltada ou humilhada, adulada ou desprezada, conforme os casos. Tens de pensar nos outros – antes de mais, nos que estão ao teu lado – vendo neles o que na verdade são: filhos de Deus, com toda a dignidade que esse título maravilhoso lhes confere.


Com os filhos de Deus, temos de comportar-nos como filhos de Deus: o nosso amor há-de ser abnegado, diário, tecido de mil e um pormenores de compreensão, de sacrifício calado, de entrega silenciosa. Este é o bonus odor Christi que arrancava uma exclamação aos que conviviam com os primeiros cristãos: Vede como se amam! (Cristo que passa, 36)

Leitura espiritual

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Vida de São Francisco de Assis)

ALGUNS MILAGRES REALIZADOS APÔS A MORTE DE SÃO FRANCISCO
O PODER DOS ESTIGMAS

CAPÍTULO I

6. Em Potenza, na Apúlia, havia um clérigo de nome Rogério, homem respeitável e cónego da igreja maior.
Encontrando-se aflito por causa de uma enfermidade, e tendo certo dia entrado na igreja na qual existia um quadro do seráfico Pai, representado com as sagradas chagas, começou a duvidar daquele estupendo milagre, como de coisa praticamente impossível pelo seu carácter extraordinário, quando, de repente, ao discorrer em seu espírito sobre essas dúvidas, sentiu como se alguém o ferisse gravemente na palma da mão esquerda que tinha coberta com uma luva, ouvindo ao mesmo tempo o ruído do golpe, semelhante ao que produz a seta ao sair da balista.
Estava atónito ao ouvir o som e sentiu a mão doer. Tirou a luva para ver com seus próprios olhos o que ele havia percebido pelo ouvido e pelo tato. Não havia nem sequer sinal de ferimento na sua mão anteriormente, mas no meio da palma da mão viu uma ferida como se tivesse sido feita por uma seta.
A dor era tão intensa, que ele pensou que ia desfalecer. E o estranho é que não se via sinal algum de ferida na luva.
A dor de uma ferida que lhe tinha sido infligida sem deixar sinal era o castigo pela ferida oculta da dúvida que ele nutria no seu coração. Aguilhoado pela terrível dor, passou dois dias gritando e dizendo às pessoas o quanto tinha sido descrente.
Firmou a sua fé nos sagrados estigmas de Francisco e jurou não haver mais nem sombra de dúvida na alma. E humildemente rogou ao santo que o ajudasse por suas santas chagas, acompanhando sua oração com abundantes lá grimas. E tendo ele renunciado à sua incredulidade, seguiu-se a saúde interior do espírito a cura definitiva da mão.
Desapareceu a dor, não mais lhe ardeu a palma da mão e já não havia mais sinal sequer do ferimento.
Por providência divina o mal oculto na sua alma estava curado, havendo-se-lhe cauterizado visivelmente a carne, e uma vez curada a alma, também curado estava o corpo.
Dessa forma aquele cónego tornou-se mais humilde, consagrou-se mais intensamente ao Senhor e cresceu nele o amor a Francisco juntamente com a intima familiaridade e benevolência para com os Irmãos.
Esse milagre tão estupendo foi testemunhado por muitas pessoas sob juramento e o seu bispo fala em carta selada com o seu sinete episcopal.
Não tem lugar, portanto, a menor dúvida acerca das sagradas chagas; ninguém as considere tampouco com prevenção culposa, pois Deus é infinitamente bom, nem se julgue que a realização de semelhante prodígio não esteja em conformidade com sua bondade.
Muitos membros do corpo de Cristo unem-se à sua cabeça com o mesmo amor seráfico que Francisco e por isso são dignos de usar a mesma armadura na batalha e serão elevados à mesma glória no céu.
Nenhum desses membros deixaria de reconhecer que tais milagres se deram para honra e glória de Cristo.

CAPÍTULO II

Alguns mortos que ressuscitaram

1. Em monte Marano, perto de Benevento, morrera uma senhora muito devota de São Francisco.
À noite veio o clero celebrar-lhe as exéquias e cantar o ofício dos mortos, quando, de repente, à vista de todos os presentes, levantou-se a senhora do leito e chamou um dos sacerdotes, que era seu padrinho, e disse-lhe: “Padre, desejo confessar-me: ouve os meus pecados.
Depois da minha morte devia ser encerrada num cárcere tenebroso, porque nunca havia confessado o pecado que te vou contar; mas tendo o bem-aventurado Francisco orado por mim, pois eu era muito devota dele em vida, me foi concedido que a alma voltasse a unir-se ao corpo, a fim de que, manifestado em confissão o pecado, mereça eu alcançar a vida eterna; e por isso, depois de confessar minha falta à vista de todos vós, irei ao descanso prometido”.
O sacerdote amedrontado recebeu a confissão contrita daquela senhora, que, depois de absolvida, se estendeu novamente no seu leito e adormeceu na paz do Senhor.

2. Na aldeia de Pomarico, nas montanhas da Apúlia, um pai e uma Mãe tinham uma filha bastante nova a quem amavam extremamente. Caiu ela de cama muito doente e faleceu. Seus pais, que não tinham nenhuma esperança de terem outro filho, julgavam que iriam morrer com ela. Reuniram-se seus amigos e parentes para realizar os funerais tão dignos de pranto. Mas a Mãe infeliz, cheia de indizível dor e mergulhada numa tristeza infinita, parecia estar fora de si.
No entanto, São Francisco, em companhia de um só Irmão, dignou-se visitar com uma visão a desolada senhora, que bem conhecia como sua devota. E falou-lhe amavelmente: “Não chores, pois a luz de tua vida, que lamentas como perdida, ser restituída por minha intercessão”.
Levantou-se então a senhora imediatamente e contando a todos o que o santo lhe dissera, proibiu que se realizasse o sepultamento da falecida; em seguida, invocando com grande fé o nome de São Francisco, tomou a mão da filha morta e a fez levantar viva, sã e salva, para grande espanto de todos.

3. Certa vez os Irmãos de Nocera (émbria) precisavam de uma carroça e pediram-na emprestada por algum tempo a um certo Pedro. Mas este insultou-os e blasfemou contra o santo, em vez de atender ao pedido de uma esmola feita em nome de Francisco.
Logo se arrependeu o homem do que fizera, porque Deus lhe fez sentir em seu coração o medo de sua vingança, que, aliàs, não tardou a vir.
De facto, o seu filho mais velho adoeceu de repente e em pouco tempo morreu.
Revolvia-se no chão o infeliz pai e não cessava de invocar a São Francisco, o santo de Deus, gritando e chorando: “Eu é que pequei, eu é que falei tão impiamente: deverias punir-me directamente, na minha própria pessoa.
O santo, agora que estou arrependido, restitui-me o que me levaste, quando eu blasfemava como ímpio! Consagro-me a ti, submeto-me para sempre a teu serviço e sempre oferecerei a Cristo um devoto sacrifício de louvor para honra do teu nome!”
A essas palavras, levantou-se o menino e havendo acalmado o pranto do pai, contou que ao separar-se sua alma do corpo, foi acolhida pelo bem-aventurado Francisco e devolvida ao corpo.

4. O filho de sete anos de um notário em Roma desejava seguir a Mãe, que estava indo à igreja de São Marcos; mas, obrigado pela Mãe a ficar em casa, atirou-se pela janela na rua. Quebrou a cabeça e morreu no local.
Ainda não se encontrava a muita distância a Mãe, quando, ao ouvir o baque do corpo do filho que caíra, voltou às pressas, encontrando-o morto. Começou então a recriminar-se e com seu comovido pranto movia à compaixão a todos os vizinhos.
Ao mesmo tempo chegou à cidade para pregar um Irmão chamado Raho, da Ordem dos Frades Menores.
Este aproximou-se do menino e perguntou confidencialmente ao pai: “Acreditas que São Francisco possa ressuscitar teu filho pelo amor que ele tinha a Cristo que restituiu a vida aos homens por sua cruz?”
O pai respondeu que ele acreditava e estava disposto a confessar esta fé e consagrar-se para sempre ao serviço do santo, se por sua intercessão chegasse a alcançar um favor tão extraordinário. O Irmão e o seu companheiro puseram-se em oração exortando aos circunstantes que fizessem o mesmo.
Terminada a oração, notou-se algum movimento no cadáver; o menino abriu os olhos, levantou os braços, sentou-se no leito e, saindo daí, começou a andar em presença de todos com perfeita saúde em virtude do poder milagroso do santo.

(cont

São Boaventura
Revisão da versão portuguesa por AMA

Em que devemos esperar?


Ante um panorama de homens sem fé e sem esperança; ante cérebros que se agitam, à beira da angústia, buscando uma razão de ser para a vida, tu encontraste uma meta: Ele! E esta descoberta injectará permanentemente na tua existência uma alegria nova, transformar-te-á e apresentar-te-á uma imensidão diária de coisas formosas que te eram desconhecidas, e que mostram a jubilosa amplidão desse caminho amplo que te conduz a Deus. (Sulco, 83)

Dado que o mundo oferece muitos bens, apetecíveis para este nosso coração, que reclama felicidade e busca ansiosamente o amor, talvez alguns perguntem: nós, os cristãos, em que devemos esperar? Além disso, queremos semear a paz e a alegria às mãos cheias, não ficamos satisfeitos com a consecução da prosperidade pessoal e procuramos que estejam contentes todos os que nos rodeiam.
Por desgraça, alguns, com uma visão digna mas rasteira, com ideais exclusivamente caducos e fugazes, esquecem que os anelos do cristão se hão-de orientar para cumes mais elevados: infinitos. O que nos interessa é o próprio Amor de Deus, é gozá-lo plenamente, com um júbilo sem fim. Temos comprovado, de muitas maneiras, que as coisas da terra hão-de passar para todos, quando este mundo acabar; e já antes, para cada um, com a morte, porque nem as riquezas nem as honras acompanham ninguém ao sepulcro. Por isso, com as asas da esperança, que anima os nossos corações a levantarem-se para Deus, aprendemos a rezar: in te Domine speravi, non confundar in æternum, espero em Ti, Senhor, para que me dirijas com as tuas mãos agora e em todos os momentos pelos séculos dos séculos. (Amigos de Deus, 209)

Evangelho e comentário


Tempo comum



Evangelho: Lc 17, 7-10

7 «Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá, quando ele regressar do campo: ‘Vem cá depressa e senta-te à mesa’? 8 Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, enquanto eu como e bebo; depois, comerás e beberás tu’? 9 Deve estar grato ao servo por ter feito o que lhe mandou? 10 Assim, também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’»

Comentário:

Quem faz o que deve fazer – seja qual for a razão – é por isso digno de louvor?

Mas… o que se espera de alguém não exactamente que cumpra o que lhe compete?

Visto de outra forma se não fazemos o que devemos fazer alguém terá de o fazer por nós e, se assim é, eximimo-nos a um dever o que reprovável.

Mas o Senhor com entranhas de misericórdia “resolveu” premiar os que fazem o que devem, isto é, a sua Vontade soberana, nas coisas importantes como nas de escasso relevo.

Mais: nunca nos incumbirá de fazer o que for que esteja além das nossas capacidades.

E, já agora, que poderemos nós fazer que vá além da Vontade de Deus?

(AMA, comentário sobre Lc 17, 7-10, 01.10.2018)




Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã – 107



Solidão

Parece e talvez seja, de facto, um estulto atrevimento ou pretensão, o título escolhido para esta reflexão.

A solidão o que é?
Resposta à primeira questão:

A solidão é a ausência de solidariedade!

Primeira objecção:
Quem é o responsável por essa ausência de solidariedade? O próprio ou outros?
Como definiu essa responsabilidade?
Tem a certeza que a Sua conclusão é justa?

Resposta à primeira objecção:
Se fez um exame sério e desapaixonado então poderá ter a certeza que a sua resposta é justa.

Segunda objecção:
Está absolutamente seguro do que realmente quer dizer e implica SOLIDARIEDADE?

Resposta
Parece que as duas palavras têm a mesma raiz e, sendo assim, significam o mesmo, ou seja viver em solidão é ser solidário, o que é um contrassenso.
Se é assim então solidariedade e solidão não podem coexistir.

AMA, reflexões.

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?