Evangelho, comentário L. Esp.
(A beleza de ser cristão) - A beleza de ser cristão
(Ernesto Juliá), AMA - Comentários ao Evangelho
Jo 6 41-45, Ernesto Juliá Diaz
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
23/04/2015
Os frutos saborosos da alma mortificada
Estes são os saborosos frutos da alma mortificada: compreensão e
transigência para as misérias alheias; intransigência para as próprias. (Caminho 198)
Penitência é tratar sempre os outros com a maior caridade, começando
pelos teus. É atender com a maior delicadeza os que sofrem, os doentes e os que
padecem. É responder com paciência aos maçadores e inoportunos. É interromper
ou modificar os nossos programas, quando as circunstâncias – sobretudo os
interesses bons e justos dos outros – assim o requerem.
A penitência consiste em suportar com bom humor as mil pequenas
contrariedades do dia; em não abandonar o trabalho, mesmo que no momento te
tenha passado o entusiasmo com que o começaste; em comer com agradecimento o
que nos servem, sem caprichos importunos. (Amigos de Deus, 138)
Pequena agenda do cristão
Quinta-Feira
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Participar na Santa Missa.
Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.
Lembrar-me:
Comunhões espirituais.
Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Temas para meditar - 426
Reflectindo - 74
Uma das virtudes associadas à humildade, a modéstia é ao contrário do que possa pensar-se, muito difícil de conseguir.
Alguns consideram a modéstia como algo
parecido com apoucamento ou medo de dar mas vistas talvez até de vergonha.
Na realidade não tem nada a ver com isto
já que o modesto não tem qualquer receio de se expor em caso de necessidade
mas, sim, não procura a notoriedade por si mesma, quer dizer, para sua
autossatisfação ou engreijamento.
A modéstia é uma atitude, uma forma de
estar na vida sabendo o que se é e o papel que lhe cabe desempenhar na
sociedade fazendo-o o melhor que pode e sabe sem pretender ir além dos seus
próprios limites.
(ama,
reflexões, 2013.01.2014)
Evangelho, comentário L. Esp. (A beleza de ser cristão)
Semana III da Páscoa
Evangelho:
Jo 6 41-51
41 Murmuravam então d'Ele os judeus, porque dissera:
«Eu sou o pão que desceu do céu».42 Diziam: «Porventura não é este aquele
Jesus, filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz Ele: Desci
do céu?». 43 Jesus, replicando, disse-lhes: «Não murmureis entre vós. 44 Ninguém pode vir a Mim se o Pai que
Me enviou não o atrair; e Eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos
profetas: “E serão todos ensinados por Deus”. Portanto, todo aquele que ouve e
aprende do Pai, vem a Mim. 46 Não porque alguém tenha visto o Pai, excepto
Aquele que vem de Deus; Esse viu o Pai. 47 Em verdade, em verdade vos digo: O
que crê em Mim tem a vida eterna. 48 Eu sou o pão da vida. 49 Vossos pais
comeram o maná no deserto e morreram. 50 Este é o pão que desceu do céu para
que aquele que dele comer não morra. 51 Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem
comer deste pão viverá eternamente; e o pão que Eu darei é a Minha carne para a
salvação do mundo».
Comentário:
Compreende-se a insistência da
liturgia na Eucaristia, na sua instituição por Jesus Cristo e as repetidas
vezes que fala do “Pão do Céu”.
O Sacramento Eucarístico é o maior e
mais valioso legado de Cristo: ficar presente de forma real na nossa vida,
sempre à nossa disposição para servir-nos de alimento, conforto e coragem no
caminho para a vida eterna
(ama,
comentário sobre Jo 6, 44-51, 2014.05.08)
Leitura espiritual
a beleza de
ser cristão
PRIMEIRA PARTE
O QUE É SER CRISTÃO?
I.
Relações que Deus estabelece com o homem.
…/9
VI . a redenção
Depois
de ter visto os planos de Deus na criação e na oposição d homem ao querer de
Deus manifestada no pecado, é agora a altura de considerar a reacção de Deus
ante o pecado do homem. Esta resposta de Deus ao pecado do homem constitui o
que denominámos segunda relação de Deus com os homens: a Redenção.
Deus
não permite que a obra da criação que Ele iniciou no Amor fique destroçada pelo
pecado do homem.
Depois da queda no paraíso, Deus não
rejeita o homem nem o abandona à sua sorte, como aconteceu com os anjos
rebeldes.
A natureza do homem é mais frágil que a do
anjo, e a visão da grandeza e da majestade de Deus de que o ser humano goza, é
mais débil e imprecisa.
A
liberdade do anjo, pela clareza da sua visão de Deus, levava consigo uma
responsabilidade maior na sua decisão.
De facto, o mal realizado pelos anjos é
irreparável.
Não
é assim no caso do homem.
Deus, depois de o por ante o seu pecado,
não o amaldiçoa.
Amaldiçoa, ao invés, Satanás e prepara a
recuperação do homem. Podemos dizer que o plano original da criação do ser
humano e a sua finalidade na criação - «que o homem conhecesse, amasse e
servisse a Deus nesta terra e o gozasse para sempre no céu” - não sofrem
nenhuma mutação pelo pecado. Muda, todavia, o modo de ser levada a cabo, e
mudam e enriquecem-se os caminhos de que o homem vai dispor para a sua
realização.[i]
Uma
vez mais, Deus toma a iniciativa e recria o homem - «nova criatura” -
introduzindo nele uma perspectiva que não se esgota no gozo do paraíso e o seu
cuidado.
Parece como se o Criador quisesse
«corrigir” o que poderíamos chamar um erro de cálculo na primeira criação.
Houve realmente um erro de cálculo que
tenha propiciado o pecado do homem?
Deus sonhou demasiado com o homem?
A criatura humana era demasiado frágil
para a grandeza que Deus depositou nela?
O coração do homem podia realmente
suportar e gozar na imensidade do amor de Deus?
Sou
consciente de que estas perguntas são uma ousadia diante de Deus e que as
repostas elaboradas somente com a inteligência humana seriam Sim, excepto a
última, que exigiria um Não, se as outras são, efectivamente, Sim.
Mas
talvez seja necessário fazê-las se queremos alguma vez descobrir, ou pelo menos
vislumbrar, o amor com o qual Deus criou o mundo, o homem; amor que fica tão
escondido e tão difícil de apreciar, ante as misérias, as dores, as penas que
afloram à superfície de qualquer vida humana, também, as dos santos.
Deus
introduziu uma determinada correcção na segunda criação.
Viu que não era suficiente dotar Adão de
uma série de dons e com eles conceder-lhe uma certa plenitude natural.
Já desde o princípio decidiu levar a cabo
o plano inicial de adoptar o homem como seu filho.
Agora melhora a adopção, fazendo-o filho
no seu próprio Filho Unigénito.
Desta
forma, o homem não só se aproxima mais intimamente de Deus, como recebe, de
certo modo, uma participação na própria natureza divina.
E isto comportou a Encarnação do Filho de
Deus.
Esta
participação é o que nós cristãos chamamos Graça, e
que estudaremos mais adiante.
O
ser humano, na sua condição de criatura, goza, sim, de uma pré-disposição
natural para receber a luz de Deus, fruto do seu ser «imagem e semelhança” de
Deus e seu filho.
Essa recepção da luz, todavia, nem sempre
tem consigo o fazer germinar imediatamente, nem por si, nenhum fruto no seu
espírito.
O homem há-de aprender, e ser ajudado na
sua aprendizagem, a exercitar a sua liberdade, a ser livre, para livremente
procurar Deus e amá-lo livremente.
A
experiência criatural de Adão foi muito significativa e permite-nos melhor a
nossa situação, consequência não só da fragilidade própria da natureza humana,
mas também da acção do pecado na nossa alma.
Adão,
antes do pecado e na plenitude e na integridade da sua condição de criatura,
desconfia da palavra de Deus, não obstante ter passeado com Ele, ao entardecer,
no paraíso.
Usou mal a sua liberdade e amou pouco,
porque ninguém desconfia da pessoa amada nem desobedece às suas indicações.
Depois do pecado, pretende ocultar-se do
olhar de Deus, como se procurasse na sombra, no anonimato, na obscuridade, o
estar seguro face a Deus e a salvo de um possível castigo.
Porque
temeu Adão que Deus o castigasse?
O ter comido
do fruto proibido da árvore da ciência do bem e do mal era motivo suficiente
para o homem enfrentar Deus?
Acaso não se
tinha enfrentado já antes de o comer, com o simples desejo de o desejar?
O pecado de
Adão é anterior a comer o fruto; e isso quer dizer que já tinha nele a ciência
do bem e do mal.
Talvez
não seja demasiada ousadia pensar que o primeiro pecado do homem, com a
desconfiança para com Deus seguida da desobediência, tenha consistido na
rebelião de não aceitar os limites da sua condução de criatura.
O pensar «ser como deuses” é uma tentação
que parece estar fora do alcance da compreensão de Adão.
Não está, todavia, o anseio de se libertar
dos seus limites e o sonho de poder consegui-lo, com as suas forças e com a
ajuda da «serpente”.
«Yavé
Deus fez para o homem e a sua mulher túnicas de pele e vestiu-os. E disse: Heis
aqui que o homem veio a ser como um de nós, no que respeita a conhecer o bem e
o mal! Agora, pois, não estenda a sua mão e tome também da árvore da vida e
comendo dela viva para sempre”.[ii]
Estas
palavras de Deus ao preparar a expulsão de Adão e Eva do paraíso aparecem na
Escritura depois do anúncio do Redentor e, mais que cheias de um sentido
irónico que alguns querem ver, podemos considerá-las como a descoberta do mal
que o homem fez a si próprio que Deus nos descobre; mal que Deus vai pretender
sanar e curar, restaurando no homem na sua verdadeira condição com o novo
vínculo oculto nas palavra da promessa já anunciada: a Redenção.
Se
o homem «veio a ser como um de nós», e o Senhor consciente que o homem não está
em condições d suportar essa «nova condição», porque nunca se poderá converter
em juiz último do bem e do mal, Deus decide
fazer-se «uma das suas criaturas», para na verdade abrir ao homem o sentido da
árvore da vida.
Jesus Cristo manifestou-no-lo sem peias ao
afirmara de sei próprio: «Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”[iii].
E
com essas palavras descobre-nos o pleno sentido do desígnio original de Deus ao
criara o homem.
Desígnio que, insistimos, Deus não
suprimiu nem rebaixou por causa do pecado original, mas que, mantendo-o intacto,
o elevou ao modo, ao caminho, para o levar a cabo; o homem contará com a
própria vida de Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem.
“Fomos
constituídos filhos de Deus. Com esta livre decisão divina, a dignidade natural
do homem elevou-se incomparavelmente e, se o pecado destrui-o este prodígio, a
Redenção reconstrui-o de modo ainda mais admirável; levando-nos todavia a
participar mais estreitamente da filiação divina”.[iv]
Deus
tinha criado o ser humano “à sua imagem e semelhança” para o adoptar como
filho. Depois do pecado quer redimi-lo, convertendo-o em «seu filho” em seu
Filho, Jesus Cristo.
E
no mesmo instante da sua queda, anuncia a chegada de um redentor. «Ponho
inimizade perpétua entre ti e a mulher e entre a tua linhagem e a sua; esta te
esmagará a cabeça e tu mordê-la-ás no calcanhar.[v]
O
Redentor é Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim podemos dizer, sem deixar de sempre
considerar que Deus é Uno e Trino e que o homem se relaciona sempre coma
Santíssima Trindade, que, se a criação é o vínculo do homem com Deus Pai, a
Redenção é o vínculo do homem com Deus Filho. O ser «imagem e semelhança e
filho adoptivo” converte-se em “ser filho de Deus na Graça de Cristo”, na
riqueza definitiva da criatura: a «filiação divina”, pela Graça, sem por isso
deixar de ser ”filho adoptivo”.
Para
melhor entender o verdadeiro alcance desta relação da Redenção e chegar a
vislumbrar os planos de Deus com os homens, parece oportuno pararmos a
reflectir sobre os motivos que acompanharam o amor da Segunda Pessoa da
Santíssima Trindade que, na sua vinda à terra, se «diminui-o a si mesmo tomando
condição de servo, tornando-se semelhante aos homens».[vi]
Assim poderemos compreender um pouco melhor o alcance do amor que Deus Pai,
Filho e Espírito Santo tem ao ser humano.
(cont)
ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)
Pequena agenda do cristão
Quinta-Feira
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Participar na Santa Missa.
Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.
Lembrar-me:
Comunhões espirituais.
Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.
Pequeno exame:
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