PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
Quarta-Feira
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Simplicidade e modéstia.
Senhor,
ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no
meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de
grandeza e proeminência.
Lembrar-me: Do meu Anjo da Guarda.
Senhor,
ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão
excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas
alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo
da minha Guarda, perdoa-me a falta de corres-pondência ao teu interesse e
protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na
retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno
exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Mt II, 16-23
Matança
dos inocentes
16 Então Herodes,
ao ver que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou matar
todos os meninos de Belém e de todo o seu território, da idade de dois anos
para baixo, conforme o tempo que, diligentemente, tinha inquirido dos magos. 17
Cumpriu-se, então, o que o profeta Jeremias dissera: 18 Ouviu-se uma voz em
Ramá, uma lamentação e um grande pranto: É Raquel que chora os seus filhos e
não quer ser consolada, porque já não existem. 19 Morto Herodes, o anjo do
Senhor apareceu em sonhos a José, no Egipto, 20 e disse-lhe: «Levanta-te, toma
o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel, porque morreram os que
atentavam contra a vida do menino.» 21 Levantando-se, ele tomou o menino e sua
mãe e voltou para a terra de Israel. 22 Porém, tendo ouvido dizer que Arquelau
reinava na Judeia, em lugar de Herodes, seu pai, teve medo de ir para lá.
Advertido em sonhos, retirou-se para a região da Galileia 23 e foi morar numa
cidade chamada Nazaré; assim se cumpriu o que foi anunciado pelos profetas: Ele
será chamado Nazareno.
Comentário:
Tendo ocorrido - um facto histórico -
há dois mil anos, a matança dos inocentes continua infelizmente bem presente
nos dias de hoje.
Não queremos que nasça, não desejamos
que de alguma forma venha complicar-nos a vida, estas, são as razões (sem
razão) mais comuns hoje em dia, feitas por gente egoísta insensível que não
hesita em matar um inocente antes que veja a luz do mundo.
Tudo isto vem de uma teoria errada que
um filho é um direito, uma posse, uma pessoa que nos pertence e da qual podemos
dispor à vontade.
Se matar inocentes nos serve, como a
Herodes, para ‘proteger’ um direito, um capricho, resolver um problema,
disfarçar um medo, então qual é a diferença entre as monstruosidades e quem as
pratica?
(ama, 28.12.2012)
ANJO DA GUARDA
Sancti Angeli Custodes
nostri defendite nos in proelio ut non pereamus in tremendo iudicio
SÃO JOSEMARIA – textos
O perigo é a rotina
"Nonne cor nostrum
ardens erat in nobis, dum loqueretur in via?". – Não é verdade que
sentíamos abrasar-se-nos o coração, quando nos falava caminho? Se és apóstolo,
estas palavras dos discípulos de Emaús deviam sair espontaneamente dos lábios
dos teus companheiros de profissão, depois de te encontrarem a ti no caminho da
vida. (Caminho, 917)
Agrada-me falar de caminho, porque somos caminhantes, dirigimo-nos
para a casa do Céu, para a nossa Pátria. Mas reparemos que um caminho, mesmo
que um ou outro trecho apresente dificuldades especiais, mesmo que alguma vez
nos obrigue a passar a vau um rio ou a atravessar um pequeno bosque quase
impenetrável, habitualmente é simples, sem surpresas. O perigo é a rotina:
supor que nisto, no que temos de fazer em cada instante, não está Deus, porque
é tão simples, tão vulgar!
Iam os dois discípulos para Emaús. O seu caminhar era normal, como
o de tantas outras pessoas que transitavam por aquelas paragens. E aí, com
naturalidade, aparece-lhes Jesus e vai com eles, com uma conversa que diminui a
fadiga. Imagino a cena: já bem adiantada a tarde. Sopra uma brisa suave. De um
lado e de outro, campos semeados de trigo já crescido e as velhas oliveiras com
os ramos prateados pela luz indecisa... Jesus, no caminho! Senhor, que grande
és Tu sempre! Mas comoves-me quando te rebaixas para nos acompanhares, para nos
procurares na nossa lida diária. Senhor, concede-nos a ingenuidade de espírito,
o olhar limpo, a mente clara, que permitem entender-Te, quando vens sem nenhum
sinal externo da Tua glória.
Termina o trajecto ao chegar à aldeia e aqueles dois que – sem o
saberem – tinham sido feridos no fundo do coração pela palavra e pelo amor do
Deus feito homem, têm pena de que Ele se vá embora. Porque Jesus despede-se
como quem vai para mais longe. Nosso Senhor nunca se impõe. Quer que O chamemos
livremente, desde que entrevimos a pureza do Amor que nos meteu na alma. (Amigos de Deus, 313–314)