25/10/2010

LITURGIA DAS HORAS

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INSTRUÇÃO GERAL SOBRE A LITURGIA DAS HORAS

CAPITULO I

IMPORTÂNCIA DA LITURGIA DAS HORAS OU OFÍCIO DIVINO NA VIDA DA IGREJA

1. A oração pública e comunitária do povo de Deus é com razão considerada uma das principais funções da Igreja. Daí que, logo no princípio, os baptizados «eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações» (Act 2, 42). Da oração unânime da comunidade cristã nos dão repetidos testemunhos os Actos dos Apóstolos.1
Que também os fiéis se costumavam entregar à oração individual em determinadas horas do dia, provam-no igualmente os documentos da primitiva Igreja. Depois foi-se introduzindo muito cedo, aqui e além, o costume de consagrar à oração comunitária alguns tempos especiais, por exemplo, a última hora do dia, ao entardecer, no momento em que se acendiam as luzes, e a primeira hora da manhã, quando, ao despontar o astro do dia, a noite chega ao seu termo.
Com o decorrer dos tempos, foram-se ainda santificando pela oração comunitária outras horas, que os Padres viam insinuadas na leitura dos Actos dos Apóstolos. Assim, os Actos falam-nos dos discípulos reunidos [para a oração] à terceira hora;2 o Príncipe dos Apóstolos «sobe ao terraço da casa para orar, por volta da sexta hora» (10, 9); «Pedro ... e João sobem ao templo, para a oração da hora nona» (3, 1); «a meio da noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus» (16, 25).

2. Estas orações, feitas em comunidade, foram-se progressivamente organizando, até que vieram a constituir um ciclo horário bem definido. Esta Liturgia das Horas, ou Ofício Divino, embora enriquecida de leituras, é antes de mais oração de louvor e de súplica: oração da Igreja, com Cristo e a Cristo.

I. ORAÇÃO DE CRISTO

Cristo, Orante do Pai

3. Vindo ao mundo para comunicar aos homens a vida divina, o Verbo que procede do Pai como esplendor da sua glória, «Sumo Sacerdote da Nova e Eterna Aliança, Cristo Jesus, ao assumir a natureza humana, introduz nesta terra de exílio o hino que eternamente se canta no Céu».3
Desde aquele momento, ressoa no coração de Cristo o louvor divino expresso em termos humanos de adoração, propiciação e intercessão. E tudo isto Ele apresenta ao Pai, como Cabeça da nova humanidade, Mediador entre Deus e os homens, em nome de todos, para benefício de todos.

4. O próprio Filho de Deus, que é «um com o Pai» (cf. Jo 10, 30) e que, ao entrar no mundo, disse: «Eu venho, ó Deus, para cumprir a tua vontade» (Hebr 10, 9; cf. Jo 6, 38), quis-nos deixar também exemplos da sua oração. E assim é que os Evangelhos no-l’O apresentam com muita frequência a orar: quando pelo Pai é revelada a sua missão,4 antes de chamar os Apóstolos,5 quando bendiz a Deus na multiplicação dos pães,6 no monte, aquando da sua transfiguração,7 quando opera a cura do surdo-mudo 8 e ressuscita a Lázaro,9 antes da confissão de Pedro,10 quando ensina os discípulos a orar 11 ao regressarem os discípulos da sua missão,12 ao abençoar as criancinhas,13 quando roga por Pedro.14
A sua actividade quotidiana vemo-la estreitamente ligada à oração, como que nasce da oração;15 levanta-Se alta madrugada 16 ou fica pela noite além, até à quarta vigília,17 entregue à oração a Deus.18
Temos, além disso, justos motivos para crer que tomava parte nas orações que publicamente se faziam nas sinagogas, onde «tinha por costume» 19 ir aos sábados, ou no templo, ao qual chamava casa de coração,20 e bem assim nas orações que os piedosos israelitas costumavam fazer diariamente em particular. Recitava também às refeições as tradicionais «bênçãos» a Deus, como expressamente vem narrado na multiplicação dos pães,21 na última Ceia,22 na ceia de Emaús;23 e (na última Ceia) cantou os salmos com os discípulos.24
Até aos derradeiros momentos da sua vida — próximo já da Paixão,25 na última Ceia,26 na agonia,27 na Cruz 28 — o Divino Mestre apresenta-nos a oração como sendo a alma do seu ministério messiânico e do termo pascal da sua vida.
Assim, «nos dias da sua vida mortal, apresentou orações e súplicas, entre clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte, e foi atendido pela sua piedade» (Hebr 5, 7); e, mediante a oblação perfeita consumada na ara da cruz, «realizou a perfeição definitiva daqueles que são santificados» (Hebr 10, 14); finalmente, ressuscitado de entre os mortos, continua sempre vivo a interceder por nós.29


1 Cf. Act 1,14; 4,24; 12,5. 12; cf. Ef 5, 19-21.
2 Cf. Act 2,1-15.
3 Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, n.° 83.
4 Lc 3, 21-22.
5 Lc 6, 12.
6 Mt 14, 19; 15, 36; Mc 6, 41; 8, 7; Lc 9, 16; Jo 6, 11.
7 Lc 9, 28-29.
8 Mc 7, 34.
9 Jo 11, 41 ss.
10 Lc 9, 18.
11 Lc 11, 1.
12 Mt 11 25 ss.; Lc 10, 21 ss.
13 Mt 19, 13.
14 Lc 22, 32.
15 Mc 1, 35; 6, 46; Lc 5, 16; cf. Mt 4, 1 par.; Mt 14, 23.
16 Mc 1, 35.
17 Mt 14, 23. 25; Mc 6, 46. 48.
18 Lc 6, 12.
19 Lc 4, 16.
20 Mt 21, 13 par.
21 Mt 14, 19 par.; 15, 36 par.
22 Mt 26, 26 par.
23 Lc 24, 30.
24 Mt 26, 30 par.
25 Jo 12, 27 s.
26 Jo 17, 1-26.
27 Mt 26, 36-44 par.
28 Lc 23, 34. 46; Mt 27, 46; Mc 15, 34.
29 Cf. Hebr 7, 25.


Retirado do site do Secretariado Nacional de Liturgia
(continua)
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Bom Dia! Outubro 25, 2010


A César o que é de César, a Deus o que é de Deus. ([i])

Mas o que é que, no homem é devido a César, aqui representado pelo poder que rege os povos, e o que pertence a Deus?

A fronteira não é muito nítida porque, em princípio, tudo pertence a Deus se encararmos que a realidade é que tudo, absolutamente, nos vem dele.
Na verdade, ao cumprir as suas obrigações e deveres para com a sociedade, o Estado, a pessoa está a seguir os mandamentos de Deus que, como se sabe, são a Lei Natural.

Por isso mesmo, tal - dar a César o que por direito lhe pertence - constitui um dever do homem que não pode deixar de o satisfazer sem ofender a Deus.

Visto assim, parece que a tal fronteira, na realidade não existe.

É comum, infelizmente, um certo adormecimento da consciência de muitos cristãos que encaram o não cumprimento dessas obrigações, como o pagamento de impostos, por exemplo, com ligeireza e sem preocupação.
As "justificações" são várias, as mais comuns, talvez, 'que todos o fazem' ou que 'os impostos são injustos' ou que 'as verbas deles resultantes são mal aplicadas'.
Evidentemente, tudo isto pode ser verdade mas nem por isso se exime a pessoa de cumprir a lei.

As leis emanadas pelo poder constituído são de cumprimento obrigatório, salvo no caso de atentarem contra a dignidade, a liberdade individual de decisão, a escolha pessoal de educação dos filhos, da religião e tudo aquilo que, em suma, pertença exclusivamente ao livre arbítrio da pessoa.

28


[i] Mt. 22, 15-22

Textos de Reflexão para 25 de Outubro

Evangelho: Lc 13, 10-17

10 Jesus estava a ensinar numa sinagoga em dia de sábado. 11 Estava lá uma mulher possessa de um espírito que a tinha doente havia dezoito anos; andava encurvada, e não podia levantar a cabeça. 12 Jesus, vendo-a, chamou-a, e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua doença». 13 Impôs-lhe as mãos e imediatamente ficou direita e glorificava a Deus. 14 Mas, tomando a palavra o chefe da sinagoga, indignado porque Jesus tivesse curado em dia de sábado, disse ao povo: «Há seis dias para trabalhar; vinde, pois, nestes e sede curados, mas não em dia de sábado». 15 O Senhor disse-lhe: «Hipócritas, qualquer um de vós não solta aos sábados o seu boi ou o seu jumento da manjedoura para os levar a beber? 16 E esta filha de Abraão, que Satanás tinha presa há dezoito anos, não devia ser livre desta prisão ao sábado?». 17 Dizendo estas coisas, todos os Seus adversários envergonhavam-se e alegrava-se todo o povo com todas as maravilhas que Ele realizava.

Comentário:

Desta vez não há, da parte da mulher, nenhuma acção prévia. Não se dirige a Jesus, não Lhe pede coisa alguma e, no entanto, Jesus depois de a chamar, cura-a do seu mal.
Claro que Deus quer que lhe peçamos o que julgamos precisar, não que Ele não o saiba e não conheça em detalhe as nossas necessidades, mas espera de nós o pedido porque é natural que, quem precisa peça àquele que pode dar. E, o homem, é um ser necessitado que precisa da constante providência divina o amparo e alívio, a cura e a assistência para as suas debilidades e carências. (ama, comentário sobre Lc 13, 10-17, 2010.08.31)

Tema: Amigos de Jesus 2
Sede sempre amigos de Jesus e levai à família, á escola, ao bairro, o exemplo da vossa vida cristã, limpa e alegre. Sede sempre jovens cristãos, verdadeiras testemunhas da doutrina de Cristo. Mais ainda, sede portadores de Cristo nesta sociedade conturbada, hoje mais que nunca necessitada d’Ele. Anunciai a todos com a vossa vida que só Cristo é a verdadeira salvação da humanidade. 

(joão Paulo II, Homília, 03.122.1978)
Doutrina: CCIC – 439:  Porque é que o Decálogo constitui uma unidade orgânica?
                  CIC 2069, 2079

O Decálogo constitui um conjunto orgânico e indissociável, porque cada mandamento remete para os outros e para o todo do Decálogo. Por isso, transgredir um mandamento é infringir toda a Lei.

Tema para breve reflexão - 2010.10.25

Jesus Cristo – Encarnação

A Encarnação de Cristo tinha sido preparada e decretada por Deus desde a eternidade para salvação da humanidade inteira.
Tal é o amor que Deus tem aos homens.

(Bíblia Sagrada, anotada pela Fac. de Teologia da Univ. de Navarra,, Comentário Lc 1, 55)

Bom Dia! Outubro 25, 2010


Com uma Vida Interior sólida a pessoa è naturalmente alegre, com aquela alegria sã e serena que advém da certeza de que os actos que se praticam são convenientes e agradam a Deus, ao mesmo tempo que as preocupações ou adversidades que a vida corrente sempre traz consigo nunca tomam dimensões desproporcionadas nem condicionam a vida pessoal. Antes são encaradas com naturalidade e a predisposição para as resolver e ultrapassar é muito maior porque não se encaram esses incidentes como fardos insuportáveis ou insolúveis mas, antes, vem ao de cima a confiança, a esperança e a certeza que nada é superior às próprias forças porque se sabe, com segurança, que Deus, se permite a carga também proporciona os meios para a suportar.

Porque é que São Josemaria, como já se disse, é de facto um santo dos nossos dias com algo de “revolucionário”? Porque, realmente, veio ensinar uma nova forma de focar a vida comum e corrente:
 «Os cristãos são para o mundo o que a alma é para o corpo. Vivem no mundo, mas não são mundanos, como a alma está no corpo, mas não é corpórea. Habitam em todos os povos, assim como a alma está em todas as partes do corpo. Actuam pela sua vida interior sem se fazerem notar, como a alma pela sua essência.  Vivem como peregrinos entre coisas perecíveis, na esperança da incorruptibilidade dos céus, assim como a alma imortal vive agora numa tenda mortal. Multiplicam-se de dia para dia no meio das perseguições, assim como a alma se embeleza mortificando-se... E não é lícito aos cristãos abandonarem a sua missão no mundo, como não é permitido à alma separar-se voluntariamente do corpo ([i]);
«A filiação divina é uma verdade feliz, um mistério consolador. A filiação divina empapa toda a nossa vida espiritual, porque nos ensina a procurar, conhecer e amar o nosso Pai do Céu, e assim cumula de esperança a nossa luta interior e nos dá a simplicidade confiante dos filhos pequenos. Mais ainda: precisamente porque somos filhos de Deus, esta realidade leva-nos também a contemplar com amor e com admiração todas as coisas que saíram das mãos de Deus Pai Criador. E deste modo somos contemplativos no meio do mundo, amando o mundo.» ([ii])
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[i] S. josemaria, Amigos de Deus, 63
[ii] S. josemaria, Cristo que Passa, 65