Novo Testamento [i]
Evangelho
Mc IX, 9-29
Sobre a vinda de Elias
9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes que
a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter
ressuscitado dos mortos. 10 Eles guardaram a recomendação, discutindo uns com
os outros o que seria ressuscitar de entre os mortos. 11 E fizeram-lhe esta
pergunta: «Porque afirmam os doutores da Lei que primeiro há-de vir Elias?» 12
Jesus respondeu-lhes: «Sim; Elias, vindo primeiro, restabelecerá todas as
coisas; porém, não dizem as Escrituras que o Filho do Homem tem de padecer
muito e ser desprezado? 13 Pois bem, digo-vos que Elias já veio e fizeram dele
tudo o que quiseram, conforme está escrito.»
O menino possesso
14 Ia ter com os seus discípulos, quando
viu em torno deles uma grande multidão e uns doutores da Lei a discutirem com
eles. 15 Assim que viu Jesus, toda a multidão ficou surpreendida e acorreu a
saudá-lo. 16 Ele perguntou: «Que estais a discutir uns com os outros?» 17
Alguém de entre a multidão disse-lhe: «Mestre, trouxe-te o meu filho que tem um
espírito mudo. 18 Quando se apodera dele, atira-o ao chão, e ele põe-se a
espumar, a ranger os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o
expulsassem, mas eles não conseguiram.» 19 Disse Jesus: «Ó geração incrédula,
até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar? Trazei-mo cá.» 20
E levaram-lho. Ao ver Jesus, logo o espírito sacudiu violentamente o jovem, e
este, caindo por terra, começou a estrebuchar, deitando espuma pela boca. 21
Jesus perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?» Respondeu: «Desde a
infância; 22 e muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água, para o matar. Mas,
se podes alguma coisa, socorre-nos, tem compaixão de nós.» 23 «Se podes...!
Tudo é possível a quem crê», disse-lhe Jesus. 24 Imediatamente o pai do jovem
disse em altos brados: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!» 25 Vendo, Jesus, que
acorria muita gente, ameaçou o espírito maligno, dizendo: «Espírito mudo e
surdo, ordeno-te: sai do jovem e não voltes a entrar nele.» 26 Dando um grande
grito e sacudindo-o violentamente, saiu. O jovem ficou como morto, a ponto de a
maioria dizer que tinha morrido. 27 Mas, tomando-o pela mão, Jesus levantou-o,
e ele pôs-se de pé. 28 Quando Jesus entrou em casa, os discípulos
perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não pudemos expulsá-lo?» 29 Respondeu:
«Esta casta de espíritos só pode ser expulsa à força de oração.»
Texto:
Castidade
Desde sempre, o tema da sexualidade provocou
controvérsia e discussões.
Dependendo da
formação moral de cada um e dos ambientes que se verificam, muitas vezes se
exacerbam posições e conceitos, princípios e normas que tendem, quase sempre,
para confundir bastante e esclarecer muito pouco.
Na verdade as coisas
são simples porque se trata de uma característica marcante do ser humano e, em
princípio, tanto faz que seja apreciado por um cristão ou por alguém sem
qualquer fé ou religião porque o essencial é o mesmo.
A diferença reside no enfoque que se lhe dá,
no caso das duas pessoas citadas, por exemplo, a primeira tentará enquadrá-la
sob uma óptica moral, em que a razão domina a paixão, o apetite ou o impulso,
ao passo que a segunda não terá essas preocupações mas apenas retirar dela o
maior beneficio ou gozo sem ter muito em conta os possíveis excessos e as
consequências daí resultantes.
Durante décadas, enquadrou-se a formação
espiritual da juventude, principalmente masculina, no âmbito pouco claro e
esclarecedor da sexualidade.
Não discutindo o assunto ou fazendo-o sob
intensas reservas e tabus, criou-se uma imagem de algo proibido, inaceitável e
pouco digno.
Por norma, não existiam conversas sobre o
assunto entre pais e filhos e os mestres ou formadores atinham-se a
generalidades tratadas muito pela rama.
Naturalmente que a
dificuldade do jovem em ter uma orientação séria e segura levou a que alguns
pensem, ainda hoje em dia, que a educação sobre a sexualidade humana é algo de
primeiríssima importância a que tem de se dar urgente atenção.
Já se viu este assunto e não regressaremos a
ele a não ser para, uma vez mais, referir que o bom senso tem de imperar antes
de qualquer outra coisa.
Nem os antigos eram incompetentes na educação
da juventude, nem a competência que se outorgam os actuais pretensos
educadores, são motivos de alarme.
Os primeiros porque
as gerações foram conseguindo sobreviver, os segundos porque a precariedade
destas políticas tende a demorar o tempo que medeia entre a sua implementação e
a revolta da própria juventude.
Que não se enganem as luminárias de agora, a
juventude acaba sempre por exigir e conseguir o que quer e que é, quase sempre,
o contrário daquilo que se lhe pretende impor.
Algo que tem muito a ver com o assunto
anteriormente abordado: é a falta de ideal de vida.
[i] Sequencial todos os dias do ano