Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
20/12/2019
Acabar bem as tarefas
A
santidade compõe-se de heroísmos. Por isso, no trabalho pede-se-nos o heroísmo
de rematar bem as tarefas que nos cabem, dia após dia, embora se repitam as
mesmas ocupações. Se não, não queremos ser santos! (Sulco, 529)
Perguntaste-me
o que podes oferecer ao Senhor. Não necessito de pensar na resposta: as mesmas
coisas de sempre, mas mais bem acabadas, com um remate de amor, que te leve a
pensar mais n'Ele e menos em ti. (Sulco,
495)
Ao
retomar as tuas ocupações normais, escapou-te uma espécie de grito de protesto:
sempre a mesma coisa!
E
eu disse-te: – Sim, sempre a mesma coisa. Mas essa actividade vulgar, igual à
dos teus companheiros de profissão, há-de ser para ti uma oração contínua, com
as mesmas palavras íntimas, mas cada dia com música diferente.
É
missão muito nossa transformar a prosa desta vida em decassílabos, em poesia
heróica. (Sulco, 500)
Coloca
na tua mesa de trabalho, no teu quarto, na tua carteira... uma imagem de Nossa
Senhora, e dirige-Lhe o olhar ao começar as tuas tarefas, enquanto as realizas,
e ao terminá-las. Ela te alcançará – eu to garanto – a força necessária para
fazeres da tua ocupação um diálogo amoroso com Deus. (Sulco, 531)
THALITA KUM 44
(Cfr. Lc 8, 49-56)
Às vezes – quantas
vezes! – parece que estamos sozinhos no mundo.
Rodeados de
pessoas, no afã da vida diária, no corre-corre de todos os dias, mesmo assim,
estamos sozinhos.
Sentimo-nos
“individuais” como se, no mundo, não existisse mais ninguém senão nós. Rezamos
e, a oração sai insípida, árida. Sentimo-nos desconfortáveis, achamos que “não
vale a pena” e… deixamo-nos ir. Logo entra o desânimo, o descoroçoamento e, a
tempo, a tristeza.
«Clamei bem alto e
não me ouvias! No denso nevoeiro da doença, mergulhado num mar povoado de
estranhos seres, sem saber se estava acordado ou adormecido, sem ter a noção
onde começava e acabava o meu corpo: a cabeça... os pés... as mãos...;
“aparafusado” numa cama que fazia parte de mim... os calcanhares...? (como é
possível doerem tanto, os calcanhares?!...), clamei por Ti e não me ouvias! E,
eu, mergulhava outra vez naquele oceano de perdição e voltava à superfície e de
novo me perdia. Havia uma espécie de estratificação dos pensamentos, tinha tudo
ordenado, muito bem organizado na minha cabeça: azuis, encarnados, verdes...
dois azuis, três verdes... não... agora é um verde e depois... três ou quatro
doutra cor qualquer. (decidi que as cores não eram importantes)[i]. Nada fazia
sentido, estava vivo...?; morto...?; moribundo...? calado...?; aos gritos...? e
o ar? Sim o ar: era solene, composto, digno ou, pelo contrário tinha a boca
retorcida num esgar, os olhos vítreos esbugalhados, o gesto descontrolado?
‘Ne timeas!’ Ouvi-te, finalmente!
Percebi,
então, só então, que estava tão preocupado com a minha doença, o meu
sofrimento, que ficara incapacitado para Te ouvir...
Tranquilo, fui
repetindo até adormecer: Ofereço..., ofereço..., ofereço!
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
Temas para reflectir e meditar
Santíssima Virgem
Não
se pode dissociar a Santíssima Virgem das reflexões sobre o Advento.
Com o seu "Fiat! - Faça-se! - torna-se a Mãe do Salvador cujo Nascimento ansiosamente esperamos.
Com o seu "Fiat! - Faça-se! - torna-se a Mãe do Salvador cujo Nascimento ansiosamente esperamos.
Ela é, portanto, figura fulcral e incontornável na história da salvação humana.
É a Mãe de Jesus Cristo nosso Irmão e, portanto, a nossa Mãe.
Junto do teu coração amantíssimo esperamos cheios de alegre expectativa o momento sublime do teu parto na gruta de Belém.
Temas para reflectir e meditar
Acolhimento
Está a chegar o Salvador do Mundo!
O que vamos fazer para O acolher como merece?
Quando nos visita alguém de estatura especial - humana, social ou outra – não poupamos esforços para que a recepção do personagem seja o mais condigna possível.
Mas, neste caso, é bem de ver, que Cristo não espera - nem deseja - que façamos coisas extraordinárias e espectaculares.
Ele deseja e quer a nossa simplicidade mais sincera, o
nosso desejo mais puro de O recebermos na nossa vida, que o acolhamos - como de
facto É - Alguém da nossa família mais íntima e concreta.
Evangelho e comentário
Tempo do Advento
Evangelho: Lc 1, 26-38
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi
enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem
desposada com um homem chamado José, da descendência de David. O nome da Virgem
era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o
Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que
saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste
graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de
Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará
o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu
reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço
homem?» O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do
Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será
chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua
velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus
nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim
segundo a tua palavra».
Comentário:
O maior acontecimento da história humana
parece - narrado pelo génio literário de S. Lucas -, uma história simples
desprovida de qualquer grandiosidade.
E, de facto, assim é.
Deus Nosso Senhor é, Ele próprio, a
simplicidade e a Santíssima Virgem não é mais que uma jovem e simples rapariga
da Galileia.
Nós, homens, apreciamos os discursos
elaborados, a oratória grandiloquente sem as quais os acontecimentos não têm
relevância.
Perdemo-nos nas palavras e esquecemos a
substância.
Não nos esqueçamos nunca de agradecer ao
Senhor todas as maravilhas que Ele operou.
(AMA, comentário sobre Lc 1, 26-38,
20.12.2017)
Leitura espiritual
Fl 3
1
De resto, meus irmãos, alegrai-vos no Senhor. Escrever-vos as mesmas coisas, a
mim não me custa, e a vós torna-vos firmes.
IV.
O APÓSTOLO MODELO DA COMUNIDADE (3,2-4,1)
Os
falsos mestres e o Apóstolo –
2
Cuidado com esses cães, cuidado com esses maus trabalhadores, cuidado com os
falsos circuncisos! 3 Porque nós é que somos pela circuncisão: nós, os que
prestamos culto pelo Espírito de Deus, nos gloriamos em Cristo Jesus e não confiamos
na carne – 4 ainda que eu tenha razões para, também eu, pôr a confiança
precisamente nos méritos humanos. Se qualquer outro julga poder confiar nesses
méritos, eu posso muito mais: 5 circuncidado ao oitavo dia, sou da raça de Israel,
da tribo de Benjamim, um hebreu descendente de hebreus; no que toca à Lei, fui
fariseu; 6 no que toca ao zelo, perseguidor da Igreja; no que toca à justiça -
a que se procura na lei - irrepreensível. 7 Mas, tudo quanto para mim era
ganho, isso mesmo considerei perda por causa de Cristo. 8 Sim, considero que
tudo isso foi mesmo uma perda, por causa da maravilha que é o conhecimento de
Cristo Jesus, meu Senhor: por causa dele, tudo perdi e considero esterco, a fim
de ganhar a Cristo 9 e nele ser achado, não com a minha própria justiça, a que
vem da Lei, mas com a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e
que se apoia na fé. 10 Assim posso conhecê-lo a Ele, na força da sua
ressurreição e na comunhão com os seus sofrimentos, conformando-me com Ele na
morte, 11 para ver se atinjo a ressurreição de entre os mortos. 12 Não que já o
tenha alcançado ou já seja perfeito; mas corro, para ver se o alcanço, já que
fui alcançado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, não me julgo como se já o tivesse
alcançado. Mas uma coisa faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e
lançando-me para o que vem à frente, 14 corro em direcção à meta, para o prémio
a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus. 15 Todos nós, os perfeitos,
tenhamos, pois, estes sentimentos! E, se porventura tiverdes sentimentos
diferentes, Deus vos há-de esclarecer sobre este assunto. 16 De qualquer modo,
aquilo a que chegámos, é por isso que nos devemos orientar. 17 Sede todos meus
imitadores, irmãos, e olhai atentamente para aqueles que procedem conforme o
modelo que tendes em nós. 18 É que muitos - de quem várias vezes vos falei e
agora até falo a chorar - são, no seu procedimento, inimigos da cruz de Cristo:
19 o seu fim é a perdição, o seu Deus é o ventre, e gloriam-se da sua vergonha
-esses que estão presos às coisas da terra. 20 É que, para nós, a cidade a que
pertencemos está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo. 21 Ele transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao seu
corpo glorioso, com aquela energia que o torna capaz de a si mesmo sujeitar
todas as coisas.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
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