T. Comum – XXVI Semana
Evangelho: Lc 10, 17-24
17 Os setenta e dois voltaram alegres, dizendo: «Senhor,
até os demónios se nos submetem em virtude do Teu nome». 18 Ele disse-lhes:
«Eu via Satanás cair do céu como um raio. 19 Eis que vos dei poder
de caminhar sobre serpentes e escorpiões, e de vencer toda a força do inimigo,
e nada vos fará dano. 20 Contudo não vos alegreis porque os
espíritos maus vos estão sujeitos, mas alegrai-vos porque os vossos nomes estão
escritos nos céus». 21 Naquela mesma hora Jesus exultou de alegria
no Espírito Santo, e disse: «Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondeste estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelaste aos
simples. Assim é, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado. 22 Todas as
coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém sabe quem é o Filho, senão o
Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar». 23
Depois, tendo-Se voltado para os discípulos, disse: «Felizes os olhos que vêem
o que vós vedes. 24 Porque Eu vos afirmo que muitos profetas e reis
desejaram ver o que vós vedes e não o viram, ouvir o que vós ouvis e não o ouviram».
Comentário:
Os sábios e letrados estão excluídos
das revelações de Jesus Cristo e do verdadeiro significado das Suas palavras e
obras?
Evidentemente que não, porque o
Senhor não faz acepção de pessoas em nenhum caso.
O que acontece é que as pessoas de
vasta cultura e saber, talvez por deformação, necessitam de explicações,
evidências, coisas concretas. É o que estão habituadas a fazer, estudando e
aprofundando para chegar a uma conclusão. Não lhes é fácil aceitar algo que
saia dos padrões “normais” do comportamento e da sabedoria humanas, mesmo que,
como se costuma dizer, “lhes entre pelos olhos dentro” algo que não entendem.
Mas têm maior responsabilidade porque
ao constatar algo que a sua ciência ou capacidade de inteligência não consegue
apreender de imediato, têm obrigação de admitir que estão em presença de algo
que ultrapassa as barreiras da cultura e do saber e que a Fé será indispensável
para o poderem aceitar.
Muitos, ao longo dos tempos, em vez
de se porem nas mãos de Deus pedindo-lhe a fé para aceitar, esforçam-se em
tentar decifrar para entender o que, se com visão humana é correcto, se revela
profundamente errado quando se trata de coisas de Deus.
Por isso é muito conveniente a
atitude:
Senhor, eu quero crer mas aumenta a
minha fé!
(ama, comentário sobre Lc 10, 17-24, V.
Moura, 2011.09.24)