15/04/2019

Leitura espiritual


CONFISSÃO

1. Que efeitos produz o pecado?

Resumindo o que se diz no tema sobre o pecado, os efeitos do pecado são dois:
Inclinação da vontade para o mal cometido.
Afastamento de Deus. Esta separação do Senhor pode ser menor -pecados veniais ou leves- o chegar a perder a vida sobrenatural e a graça -pecados graves o mortais-.

2. Exemplos de pecados veniais ou leves?

Além do mais que os actos graves realizados inadvertidamente, há muitos exemplos de pecados veniais: uma mentira, algo de preguiça, uma falta de respeito ou de caridade, murmurações ou troças, desleixo nas orações, excessos na comida e na comodidade, gastos supérfluos, etc.

3. Exemplos de pecados mortais ou graves?

Comete-se pecado mortal quando conscientemente se realizam actos gravemente malvados.
Alguns exemplos: insultar a Deus, faltar à santa missa ao Domingo, cometer actos sexuais impuros, embriagar-se ou drogar-se, etc.

4. Que fazer para obter o perdão divino?

Para que o Senhor perdoe estas ofensas há que realizar o que o próprio Deus previu. Precisamente para isto Jesus Cristo instituiu o sacramento da confissão.

5. Basta confessar-se a sós com Deus?

É bom pedir perdão a Deus com frequência e o Senhor pode perdoar os pecados como deseje. Mas Ele disse que perdoará os pecados se o sacerdote os perdoar e não o fará em caso contrario: "A quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos"[i].

6. Que efeitos produz o sacramento da confissão?

Os efeitos da confissão são variados e relacionam-se directamente com os efeitos do pecado:
Corrige a inclinação desviada da vontade.
Repara o distanciamento com respeito a Deus obtendo o seu perdão.
Recupera a dignidade da alma diminuída pelo pecado.
Dá forças para vencer nas próximas tentações.
No caso de pecados mortais, a confissão devolve a graça e a vida sobrenatural que se tinham perdido, e abre de novo as portas do céu.
Ao aproximar-se de Deus, a alma goza. Por isso, depois da confissão costuma notar-se alegria.

7. Como confessar-se bem?

Para confessar-se procura-se um sacerdote e pede-se a sua ajuda para o fazer bem. Começa-se dizendo o tempo aproximado que passou desde a anterior confissão. Depois manifestam-se os pecados tendo em conta que devem dizer-se todos os pecados mortais distinguindo uns dos outros e expondo o número de vezes aproximado que se cometeram; por exemplo: se faltei cinco domingos à missa, se me embebedei duas vezes, etc. Dos pecados veniais não é necessário precisar o número; basta dizer por exemplo: fui preguiçoso, aborreci-me (com alguém).

8. Alguma outra condição mais?

Trata-se de pedir perdão a Deus e o requisito principal é estar arrependido; em consequência, haverá intenção firme de não voltar a cometer esses pecados.

9. Se se pensa que se voltará a cair?

Para confessar-se não se requer adivinhar o futuro, mas sim ter no presente a intenção firme de não pecar.

10. É possível confessar-se só de uns pecados, sem de arrepender de outros?

É preciso arrepender-se e manifestar todos os pecados mortais, pois um único impede a recepção da graça e a cura da alma. Se se trata de pecados veniais, não é necessário abarcar todos.

11. Que fazer depois de confessar-se?

Convém dar muitas graças a Deus por perdoar-nos uma vez mais. Sem o sacramento da confissão a vida seria triste e desesperada.



[i] (Jn 20, 23)

Temas para reflectir e meditar

Humor


Peço-te que me concedas uma alma que não conheça o aborrecimento, nem as murmurações, nem os suspiros, nem os lamentos e não permitas que gire, demasiado em torno desse algo que sempre quer impe­rar, que se chama «eu». 
Senhor, concede-me o dom do sentido de humor. 
Dá-me a graça de me conhecer por entre risos, para que saboreie nesta vida um pouco de felicidade e possa partilhá-la com os outros. Ámen

(Tadeus Dajczer, Meditações sobre a Fé, Paulus, 4ª Ed., pg. 114)

Considerações para a Semana Santa


Tenho ainda a propor-vos uma outra consideração: devemos lutar sem descanso por fazer o bem, precisamente por sabermos que nos é difícil, a nós, homens, decidirmo-nos a sério a exercer a justiça, e é muito o que falta para que a convivência terrena esteja inspirada pelo amor e não pelo ódio ou pela indiferença. Não esqueçamos também que, mesmo que consigamos atingir um estado razoável de distribuição dos bens e uma harmoniosa organização da sociedade, não há-de desaparecer a dor da doença, da incompreensão ou da solidão, a dor da experiência das nossas próprias limitações.

Em face dessas penas, o cristão só tem uma resposta autêntica, uma resposta definitiva: Cristo na Cruz, Deus que sofre e que morre, Deus que nos entrega o seu Coração, aberto por uma lança, por amor a todos. Nosso Senhor abomina as injustiças e condena quem as comete. Mas, como respeita a liberdade das pessoas, permite que existam. Deus Nosso Senhor não causa a dor das criaturas, mas tolera-a como parte que é - depois do pecado original - da condição humana. E, no entanto, o seu Coração, cheio de amor pelos homens, levou-O a tomar sobre os seus ombros, juntamente com a Cruz, todas essas torturas: o nosso sofrimento, a nossa tristeza, a nossa angústia, a nossa fome e sede de justiça.

A doutrina cristã sobre a dor não é um programa de fáceis consolações. Começa logo por ser uma doutrina de aceitação do sofrimento, inseparável de toda a vida humana. Não vos posso esconder - e com alegria pois sempre preguei e procurei viver a verdade de que, onde está a Cruz está Cristo, o Amor - que a dor apareceu muitas vezes na minha vida; e mais de uma vez tive vontade de chorar. Noutras ocasiões, senti crescer em mim o desgosto pela injustiça e pelo mal. E soube o que era a mágoa de ver que nada podia fazer, que, apesar dos meus desejos e dos meus esforços, não conseguia melhorar aquelas situações iníquas.

Quando vos falo de dor, não vos falo apenas de teorias. Nem me limito a recolher uma experiência de outros, quando vos confirmo que, se sentis, diante da realidade do sofrimento, que a vossa alma vacila algumas vezes, o remédio que tendes é olhar para Cristo. A cena do Calvário proclama a todos que as aflições hão-de ser santificadas, se vivermos unidos à Cruz.

Porque as nossas tribulações, cristãmente vividas, se convertem em reparação, em desagravo, em participação no destino e na vida de Jesus, que voluntariamente experimentou, por amor aos homens, toda a espécie de dores, todo o género de tormentos. Nasceu, viveu e morreu pobre; foi atacado, insultado, difamado, caluniado e condenado injustamente; conheceu a traição e o abandono dos discípulos; experimentou a solidão e as amarguras do suplício e da morte. Ainda agora, Cristo continua a sofrer nos seus membros, na Humanidade inteira que povoa a Terra e da qual Ele é Cabeça e Primogénito e Redentor.

A dor entra nos planos de Deus. Ainda que nos é difícil entendê-la, é esta a realidade. Também Jesus, como homem, teve dificuldade em admiti-la: Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice! Não se faça, porém, a minha vontade, mas a tua! Nesta tensão entre o sofrimento e a aceitação da vontade do Pai, Jesus vai serenamente para a morte, perdoando aos que O crucificaram.

Ora, esta aceitação sobrenatural da dor pressupõe, por outro lado, a maior conquista. Jesus, morrendo na Cruz, venceu a morte. Deus tira da morte a vida. A atitude de um filho de Deus não é a de quem se resigna à sua trágica desventura; é, sim, a satisfação de quem já antegoza a vitória. Em nome desse amor vitorioso de Cristo, nós, os cristãos, devemos lançar-nos por todos os caminhos da Terra, para sermos semeadores de paz e de alegria, com a nossa palavra e nossas obras. Temos de lutar - é uma luta de paz - contra o mal, contra a injustiça, contra o pecado, para proclamarmos assim que a actual condição humana não é a definitiva; o amor de Deus, manifestado no Coração de Cristo, conseguirá o glorioso triunfo espiritual dos homens.

São JOSEMARIA, (Cristo que passa, 168)

Progresso



Temas para reflectir e meditar

Vontade de Deus


Deus não manda impossíveis, mas ao mandar avisa para que faças o que podes e ajuda para que possas.




(Stº. agostinhoSobre a natureza e a graça, 43)

Evangelho e comentário



TEMPO DA QUARESMA
Semana Santa


Evangelho: Jo 12, 1-11

1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. 2 Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa. 3 Então, Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume. 4Nessa altura disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar: 5«Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?» 6 Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava. 7 Então, Jesus disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura! 8 De facto, os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim não me tendes sempre.» 9 Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. 10 Os sumos-sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro, 11 porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em Jesus.

Comentário:

A ressurreição de Lázaro é um marco importante na história das relações de Jesus com os fariseus e os chefes do povo.
A posição que Lázaro ocuparia na sociedade de então torna ainda mais notável o acontecimento.
Porque, tal como o Evangelista refere, muitos acreditaram em Jesus por causa deste milagre.

A “cegueira” dos chefes do povo é tal que nem percebem que não será por liquidar a “prova”, o “testemunho” dos poderes de Jesus que esta deixa de ser pública, notória, comentada.

Talvez pudessem ter aproveitado a ocasião para reflectir um pouco e considerar que se o Senhor ressuscita igualmente os simples - como o filho da viúva de Naim - e os notáveis como Lázaro, então estariam na presença de Alguém que realmente É quem diz Ser: O Filho de Deus.

Mas, repete-se, a cegueira e desonestidade intelectual impede o raciocínio e a visão clara do que se constata por mais evidente que seja.

(ama, comentário sobre Jo 12, 1-11, 10.04.2017)

Penitência é atender os que sofrem


Esta é a receita para o teu caminho de cristão: oração, penitência, trabalho sem descanso, com um cumprimento amoroso do dever. (Forja, 65)


E se agora não te ocorre como responder concretamente aos apelos divinos que se fazem ouvir no teu coração, ouve-me bem.
Penitência é o cumprimento exacto do horário que te fixaste, mesmo que o corpo resista ou a mente pretenda evadir-se com sonhos quiméricos. Penitência é levantares-te pontualmente. E também, não deixar para mais tarde, sem motivo justificado, essa tarefa que te é mais difícil ou custosa.
A penitência está em saber compaginar as tuas obrigações relativas a Deus, aos outros e a ti próprio, exigindo-te, de modo que consigas encontrar o tempo necessário para cada coisa. És penitente quando te submetes amorosamente ao teu plano de oração, apesar de estares cansado, sem vontade ou frio. (Amigos de Deus, 138)

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?