02/12/2019

Um só coração e uma só alma


Hás-de ser, como filho de Deus e com a sua graça, varão ou mulher forte, de desejos e de realidades. Não somos plantas de estufa. Vivemos no meio do mundo e temos de estar a todos os ventos, ao calor e ao frio, à chuva e aos ciclones..., mas fiéis a Deus e à sua Igreja. (Forja, 792)

O trabalho da Igreja, cada dia, é como um grande tecido que oferecemos a Nosso Senhor, porque todos os baptizados somos Igreja.
Se cumprirmos – fiéis e entregues –, este grande tecido será formoso e sem defeito. Mas, se se solta um fio aqui, outro ali e outro pelo outro lado..., em vez de um bonito tecido, teremos um farrapo feito em tiras. (Forja, 640)

Pede a Deus que na Santa Igreja, nossa Mãe, os corações de todos, como na primitiva cristandade, sejam um só coração, para que até ao fim dos séculos se cumpram de verdade as palavras da Escritura: "multitudinis autem credentium erat cor unum et anima una", a multidão dos fiéis tinha um só coração e uma só alma.
– Falo-te muito seriamente: que por tua causa não se lese esta unidade santa. Leva isto à tua oração! (Forja, 632)

Oferece a oração, a expiação e a acção por esta finalidade: "ut sint unum!", para que todos os cristãos tenham uma mesma vontade, um mesmo coração, um mesmo espírito: para que "omnes cum Petro ad Iesum per Mariam!", todos, bem unidos ao Papa, vamos a Jesus, por Maria. (Forja, 647)


THALITA KUM 26


THALITA KUM 26

(Cfr. Lc 8, 49-56)

Não tenhamos receio que o que pedimos seja algo grande, muito importante, absolutamente desajustado aos nossos méritos (na verdade, não temos qualquer mérito). Aprendamos a ser simples nas nossas conversas com o Senhor, com uma simplicidade infantil, como aconselhava São Josemaria:

«Sê ainda mais audaz e, quando precisares de alguma coisa, sempre disposto a dizer «fiat» - «faça-se a Tua Vontade» - não peças; diz "Jesus, quero isto ou aquilo", porque é assim que pedem as crianças».1

Porque a oração de Jairo foi assim, simples, concreta, confiada, Jesus foi com ele sem mais delongas ou perguntas.

Não temos junto de nós, fisicamente, como Jairo tinha naquele momento, a Pessoa de Jesus, não podemos fixar o Seu olhar amabilíssimo, apreender os Seus gestos de acolhimento e amor, mas, nos Sacrários de toda a terra, talvez algum bem próximo onde nos encontramos, Ele está realmente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, aguardando a nossa visita diária para uma pequena e íntima conversa a dois.

Jairo teve de informar-se por onde andava Jesus naquela hora, qual o Seu caminho, por onde passaria e tem de apressar-se pois Jesus, caminhava continuamente pelos caminhos da Palestina. Detinha-Se junto dos doentes, dos aflitos, demorava-Se por vezes em pregações mais demoradas que as multidões ansiavam por ouvir. Embora sem pressas, nunca Se detém num local por tempo além do necessário.

Tem muito que fazer!

Nós não temos de fazer grande esforço para encontrar Jesus.
Temo-Lo ali, à nossa espera, sempre disponível para nos atender o tempo que quisermos dedicar à nossa conversa.
Somos, na verdade, muito mais afortunados que aqueles contemporâneos de Jesus – que Jairo – que tinham de percorrer distâncias consideráveis, ficando muitas vezes sem comer, beber ou descansar, só para terem a dita de O ver ou de O escutar. O Evangelho fala-nos concretamente das multidões que O seguiam há três dias sem sequer comer. [2]
Visitar Jesus no Sacrário é, portanto, um dever de amor porque, Ele está ali única e exclusivamente por amor de nós e, amor, com amor se deve pagar.

«Senhor, graças por teres ficado. Que teria sido de nós sem Ti? Onde iríamos restaurar as forças, pedir alívio? Que fácil nos tornas o caminho a partir do Sacrário» [3]

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] S. Josemaria Escrivá, Caminho, 403.
[2] Cfr. Mc 8, 1-10.
[3] Cfr. Francisco Fernández Carvajal, Falar com Deus, Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.

Evangelho e comentário

          Tempo do Advento


Evangelho: Mt 8, 5-11

Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se d’Ele um centurião, que Lhe suplicou, dizendo: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente». Disse-lhe­ Jesus: «Eu irei curá-lo». Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado. Porque eu, que não passo dum subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens: digo a um ‘Vai’ e ele vai; a outro ‘Vem’ e ele vem; e ao meu servo ‘Faz isto’ e ele faz». Ao ouvi-lo, Jesus ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé. Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa, com Abraão, Isaac e Jacob, no reino dos Céus».

Comentário:

Não podemos deixar de reagir a este trecho de São Mateus!
Reagir, naturalmente, com admiração enorme e, ao mesmo tempo, surpresa.

Admiração por constatar – como de resto o próprio Jesus o afirma – uma fé tão profunda que traduz uma confiança total e absoluta no poder de Jesus Cristo por parte de um homem que nem sequer é considerado como “um crente”.

Surpresa porque este homem – de posição destacada – se preocupa e sofre com a saúde de um subalterno seu, contrariando todos os sentimentos – comuns, sobretudo naquela época – em o que os “patrões”, ou “senhores” tratavam os subalternos com profundo desprezo.

Mais uma vez, vem ao de cima a absoluta necessidade de sermos – os cristãos – pessoas se são critério e isentos de preconceitos ou reservas em relação aos outros.

(AMA, comentário sobre Mt 8, 5-11, 07.09.2017)

Leitura espiritual


CARTAS DE SÃO PAULO

2 Cor 13

Últimas advertências

1 Pela terceira vez, vou ter convosco. Pela palavra de duas ou três testemunhas será decidido qualquer assunto. 2 Já o disse, como por ocasião da minha segunda visita, e repito-o agora que estou ausente, àqueles que pecaram anteriormente e a todos os demais: se voltar, não usarei de clemência, 3 já que pretendeis ter uma prova de que Cristo fala em mim. Ele não é fraco em relação a vós, mas manifesta em vós o seu poder! 4 Sim, se foi crucificado na sua fraqueza, agora está vivo pelo poder de Deus. Nós também somos fracos nele, mas viveremos com Ele pelo poder de Deus que actua em vós. 5 Examinai-vos a vós mesmos para ver se estais na fé; ponde-vos à prova. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? A não ser que sejais reprovados no exame. 6 Espero, porém, que reconheçais que nós não fomos reprovados. 7 Pedimos a Deus que não façais nada de mal, não para parecermos aprovados, mas para que pratiqueis o bem, mesmo se tivermos de passar por reprovados. 8 Não temos qualquer poder contra a verdade, mas só a favor da verdade. 9 Alegramo-nos quando somos fracos e vós sois fortes. E isto pedimos nas nossas orações: o vosso aperfeiçoamento. 10 Por isso, estando ausente, vos escrevo estas coisas, para que, uma vez presente, não tenha de usar de rigor, conforme o poder que o Senhor me deu para edificar e não para destruir.

Conclusão

11 De resto, irmãos, sede alegres, tendei para a perfeição, confortai-vos uns aos outros, tende um mesmo sentir, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco. 12 Saudai-vos mutuamente com o ósculo santo. Saúdam-vos todos os santos. 13 A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?