(Cfr. Lc 8, 49-56)
Não tenhamos receio
que o que pedimos seja algo grande, muito importante, absolutamente desajustado
aos nossos méritos (na verdade, não temos qualquer mérito). Aprendamos a ser
simples nas nossas conversas com o Senhor, com uma simplicidade infantil, como
aconselhava São Josemaria:
«Sê ainda mais
audaz e, quando precisares de alguma coisa, sempre disposto a dizer «fiat» -
«faça-se a Tua Vontade» - não peças; diz "Jesus, quero isto ou
aquilo", porque é assim que pedem as crianças».1
Porque a oração de Jairo foi assim, simples, concreta,
confiada, Jesus foi com ele sem mais delongas ou perguntas.
Não temos junto de nós, fisicamente, como Jairo tinha
naquele momento, a Pessoa de Jesus, não podemos fixar o Seu olhar amabilíssimo,
apreender os Seus gestos de acolhimento e amor, mas, nos Sacrários de toda a
terra, talvez algum bem próximo onde nos encontramos, Ele está realmente
presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, aguardando a nossa visita diária
para uma pequena e íntima conversa a dois.
Jairo teve de informar-se por onde andava Jesus naquela
hora, qual o Seu caminho, por onde passaria e tem de apressar-se pois Jesus, caminhava continuamente pelos caminhos da
Palestina. Detinha-Se junto dos doentes, dos aflitos, demorava-Se por vezes em
pregações mais demoradas que as multidões ansiavam por ouvir. Embora sem
pressas, nunca Se detém num local por tempo além do necessário.
Tem muito que fazer!
Nós não temos de fazer grande esforço para encontrar Jesus.
Temo-Lo ali, à nossa espera, sempre disponível para nos
atender o tempo que quisermos dedicar à nossa conversa.
Somos, na verdade, muito mais afortunados que aqueles
contemporâneos de Jesus – que Jairo – que tinham de percorrer distâncias
consideráveis, ficando muitas vezes sem comer, beber ou descansar, só para
terem a dita de O ver ou de O escutar. O Evangelho fala-nos concretamente das
multidões que O seguiam há três dias sem sequer comer. [2]
Visitar Jesus no Sacrário é, portanto, um dever de amor porque,
Ele está ali única e exclusivamente por amor de nós e, amor, com amor se deve
pagar.
«Senhor, graças por teres ficado. Que teria sido de nós sem
Ti? Onde iríamos restaurar as forças, pedir alívio? Que fácil nos tornas o
caminho a partir do Sacrário» [3]
[2] Cfr. Mc 8, 1-10.
[3] Cfr. Francisco Fernández Carvajal, Falar com Deus, Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.
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