É
fundamental assumir discursos inclusivos, que não se fixam no «meu grupo”, mas
no nosso caminho, na opção comum.
Serve
de rótulo em muitas ocasiões, mas a certeza tantas vezes dita de que a
juventude está arredada de opções de fundo, de propostas formativas ou
espirituais e, sobretudo, de conselhos da religião não corresponderá à verdade.
Cresce mesmo a errada ideia que distancia o perfil juvenil da dimensão
institucional, determinante para a construção social em qualquer tempo.
À
resistente – e sempre louvável – militância sénior que se evidencia em qualquer
grémio é necessário acrescentar o crescente pulsar juvenil, em ambientes rurais
como os urbanos, quando se trata de revitalizar associações, grupos e
tradições. É junto das camadas mais novas que heranças culturais e populares
encontram novos fôlegos, sempre e bem sustentados pela maturidade de outros,
mais velhos. E este não será um fenómeno exclusivo destes tempos. Talvez o seja
de todos os tempos, repetidamente desconhecido porque escondido no ciclo de
cada geração.
A
relação dos jovens com a Igreja Católica acontece nesta afinidade, em sintonia
com a tensão gerada por sentenças genericamente formuladas, reveladoras de
desconhecimentos, e o compromisso real, próximo e concreto que muitos jovens e
numerosos grupos levam por diante, independentemente do que deles se diz.
Não
raros projectos mostram a grande proximidade que existe entre as novas gerações
e a Igreja Católica. Também a relevância de instituições e iniciativas
eclesiais no itinerário juvenil, emergindo com grande diversidade em pessoas e
grupos e de acordo com momentos formativos, académicos, profissionais ou
familiares. Mas sempre presente. E é necessário notar essa presença, sobretudo
entre pares.
A
mobilização juvenil em torno do voluntariado missionário, a persistência em
valorizar a música cristã que se apresenta em cada Festival Jota, ou a reunião
de milhares de adolescentes e jovens de todo o país em acampamento nacional em
torno da metodologia escutista são exemplos destes dias. E sucedem-se a muitos
outros projectos que um ano escolar e pastoral incluiu, em iniciativas de
âmbito nacional ou diocesano, de secretariados ou movimentos juvenis.
Entre
todos, é fundamental assumir discursos inclusivos, que não se fixam no “meu
grupo”, mas no nosso caminho, na opção comum. E fazer de todos os eventos, de
todas as propostas uma oportunidade para saltar de nível na configuração de
cada pessoa com o programa de vida de todos os tempos: o Evangelho.
Paulo Rocha , (in Ecclesia,
2012.07.24)