16/01/2019

O tempo


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TEMPO


Este tempo que corre a uma velocidade tal
Que é impossível de agarrar
Porque demora muito a chegar
E, quando chega já partiu
Numa loucura por explicar.


O tempo!
Que é o tempo de hoje
O de ontem ou amanhã?

Sim, sabemos, o de hoje é agora,
O de ontem já passou
E o de amanhã… não sabemos.

Andamos atrás do tempo
Sem tempo nenhum para gastar
Com tempo mais que que baste
Para pensar…

Em quê?

No tempo que falta para acabar
O tempo que nos foi dado
E que não soubemos aproveitar.

Agora, neste momento preciso,
Já é tarde, passou o tempo conciso
Que nos fazia falta usar
Para receber e dar…

Tempo fora de tempo
Tempo que ainda não é
Tempo que já foi
Tempo que nos dói
Nos angustia e faz mal
Porque foi mal usado
E gasto.

Tempo nefasto,
Tempo glorioso
Tempo ansioso
Por mais tempo.

Queremos mais tempo
E não temos tempo
Para o gastar
Com mais tempo
O que iria mudar?

AMA, 30.12. 2018

Doutrina – 469


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Compêndio


PRIMEIRA SECÇÃO
A ECONOMIA SACRAMENTAL


CAPÍTULO SEGUNDO

A CELEBRAÇÃO SACRAMENTAL DO MISTÉRIO PASCAL


DIVERSIDADE LITÚRGICA E UNIDADE DO MISTÉRIO

Pergunta:


249. Na liturgia, tudo é imutável?


Resposta:


Na liturgia, sobretudo na dos sacramentos, existem elementos imutáveis, porque de instituição divina, e dos quais a Igreja é guardiã. Existem depois elementos susceptíveis de mudança, que a Igreja tem o poder, e, muitas vezes o dever, de adaptar às culturas dos diferentes povos.

El Reto del amor





por El Reto Del Amor

Confissões – 05


Resultado de imagem para confissõesConfissões

Quando me a última vez que me confessei, fiz um propósito.

Estou muito habituado a fazer propósitos, na verdade, não tenho feito outra coisa toda a minha vida.

É fácil.
Um propósito não é uma promessa, mas uma intenção.

Claro, eu sou esperto.
Se faço uma promessa tenho a obrigação de a cumprir.

Se, mais comodamente, faço um propósito fico muito bem comigo mesmo, acho que fiz "uma grande coisa" mas, se me "esquecer" do que me propus, não acontece nada de mais. Apenas um "falhanço", mais um. E pronto.

E... agora? Fiz um propósito concreto.

Vou falhar... mais uma vez?

Tu. Senhor, sabes bem, conheces bem a minha prosápia. Peço-te - atrevo-me a pedir-te - não me "leves a sério", e ajuda-me a ser honesto contigo e a prometer só aquilo que está nas minhas mãos cumprir - e que é bem pouco, como sabes - o que faltar, que é quase tudo, põe-no Tu e, assim, conseguirei.

(AMA, reflexões, 2017)


Temas para reflectir e meditar

Getsemani

Se for possível que se afaste de Mim este cálice. É fácil perceber aqui uma característica indispensável da oração eficaz: a humildade. Jesus Cristo era sabedor da Omnipotência do Seu Pai Deus, a cujo governo perfeito estão sujeitas todas as coisas: por isso o Redentor pôs nas mãos do Pai os planos que o afectavam.

(javier echevarríaGetsemani, Planeta, 3ª Ed. Pg. 116)

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?









Dar é próprio dos apaixonados


O teu talento, a tua simpatia, as tuas condições... perdem-se; não te deixam aproveitá-las. – Pensas bem nestas palavras de um autor espiritual: "Não se perde o incenso que se oferece a Deus. – Mais se honra o Senhor com o abatimento dos teus talentos do que com o seu uso vão". (Caminho, 684)


E, abrindo os seus tesouros, ofereceram-lhe presentes de ouro, incenso e mirra. Detenhamo-nos um pouco para entender este passo do Santo Evangelho. Como é possível que nós, que nada somos e nada valemos, ofereçamos alguma coisa a Deus? Diz a Escritura: toda a dádiva e todo o dom perfeito vem do alto. O homem não consegue descobrir plenamente a profundidade e a beleza dos dons do Senhor: se tu conhecesses o dom de Deus... – responde Jesus à mulher samaritana. Jesus Cristo ensinou-nos a esperar tudo do Pai, a procurar antes de mais o Reino de Deus e a sua justiça, porque tudo o resto se nos dará por acréscimo e Ele conhece bem as nossas necessidades.


Na economia da salvação, o nosso Pai cuida de cada alma com amor e delicadeza: cada um recebeu de Deus o seu próprio dom; uns de um modo, outros de outro. Portanto, podia parecer inútil cansarmo-nos, tentando apresentar ao Senhor algo de que Ele precise; dada a nossa situação de devedores que não têm com que saldar as dívidas, as nossas ofertas assemelhar-se-iam às da Antiga Lei, que Deus já não aceita: Tu não quiseste os sacrifícios, as oblações e os holocaustos pelo pecado, nem te são agradáveis as coisas que se oferecem segundo a Lei.


Mas o Senhor sabe que o dar é próprio dos apaixonados e Ele próprio nos diz o que deseja de nós. Não lhe interessam riquezas, nem frutos, nem animais da terra, do mar ou do ar, porque tudo isso lhe pertence. Quer algo de íntimo, que havemos de lhe entregar com liberdade: dá-me, meu filho, o teu coração. Vedes? Se compartilha, não fica satisfeito: quer tudo para si. Repito: não pretende o que é nosso; quer-nos a nós mesmos. Daí – e só daí – advêm todas as outras ofertas que podemos fazer ao Senhor. (Cristo que passa, 35)

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Mc 1, 29-39

29 Saindo da sinagoga, foram para casa de Simão e André, com Tiago e João. 30 A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram dela. 31 Aproximando-se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. 32 À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos, 33 e a cidade inteira estava reunida junto à porta. 34 Curou muitos enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era. 35 De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração. 36 Simão e os que estavam com Ele seguiram-no. 37 E, tendo-o encontrado, disseram-lhe: «Todos te procuram.» 38 Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim.» 39 E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os demónios.

Comentário:

Jesus Cristo mostra uma vez mais que o ser humano, seja quem for, merece a Sua atenção e interesse e está sempre disponível para prestar auxílio e consolação.
Assim podemos estar certos que nos momentos sérios como nos de menor importância, a Sua mão se estende para nós para nos prestar o auxílio que necessitamos.

(AMA, comentário sobre Mc 1, 29-39, 10.01.2018)

Leitura espiritual


JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR

Iniciação à Cristologia


SEGUNDA PARTE

A OBRA REDENTORA DE JESUS CRISTO


Capítulo IX

OS MISTÉRIOS DA VIDA TERRENA DE CRISTO E O SEU VALOR REDENTOR


3. Mistérios da vida oculta de Jesus em Nazaré

c) A pregação de Jesus

    A actividade de Jesus durante a sua vida pública centra-se na pregação do Reino de Deus (cf. Mt 4,23; 9,35). «Depois de João ter sido preso, veio Jesus á Galileia pregando a Boa Nova de Deus, e dizendo: O tempo cumpriu-se e o Reino de Deus está perto; convertei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1,14-15). Este reino consiste em que os homens sejam tornados partícipes da vida e terna e feliz de Deus.

    A sua pregação é exequível, simples e clara, e simultaneamente exigente. Jesus ensina com amor a verdade às almas; por isso, o seu ensinamento é muito concreto e realista em todo o momento. E está cheio de comparações e exemplos simples e bem conhecidos dos ouvintes que contribuem para tornar claros os seus ensinamentos (cf. Os exemplos da sementeira, as ervas más, as fainas da pesca, a confecção do pão, as festas de bodas, etc.).
    Explica frequentemente «o mistério do reino dos céus» por meio de parábolas (cf. Mt 13,10-13); comparações prolongadas que constituem um traço dos seus ensinamentos. Por meio delas convida para o banquete do reino (cf. Mt 22,1-14), mas também exige que acolhamos as suas palavras com fé e nos decidamos seriamente a segui-las para alcançar o Reino, ainda que haja que dar tudo (cf. Mt 13,44-45).

d) Os milagres de Jesus

    Jesus acompanha a sua doutrina com milagres, que a Escritura chama também «sinais» porque são feitos admiráveis e sobre-humanos que fazem referência a outra realidade divina.

    Os milagres são sinais do Messias anunciado. «Ao libertar alguns homens dos males terrenos da fome (cf. Jo 6,5-15), da injustiça, (cf. Lc 19,8), da doença e da morte (cf. Mt 11,5) Jesus realizou uns sinais messiânicos; não obstante, não veio para abolir todos os males daqui de baixo (cf. Lc 12,13.14; Jo 18,36), mas libertar os homens da escravidão mais grave, a do pecado (cf. Jo 8,34,36), que é o obstáculo na sua vocação de filhos de Deus e causa de todas as suas servidões humanas»[i].

    Os milagres são sinais da sua missão e da sua divindade. Os milagres de Jesus testemunham, que o Pai o enviou (cf. Jo 5,26; 10,25), e convidam a acreditar em Jesus (cf. Jo 10,38): são sinais da sua missão divina e da autenticidade da sua doutrina. E ainda mais, testemunham que Ele é o Filho de Deus (cf. Jo 10,31-38) porque os realiza com o seu próprio poder (cf. Lc 6,19), poder divino comum com Deus Pai (cf. Jo 14,10-11).

    Os milagres são começo e sinal da libertação definitiva. Os milagres, de modo especial a expulsão dos demónios, constituem a derrota do reino de Satanás: «Se pelo Espírito de Deus eu expulso os demónios, é que chegou a vós o reino de Deus» (Mt 12,28). Os milagres antecipam a grande vitória de Jesus sobre «o príncipe deste mundo» (Jo 12,31) que será definitivamente estabelecida com a cruz[ii].


e) A convocação dos discípulos

    Os discípulos são o gérmen e o começo do Reino. Cristo inaugurou o Reino reunindo os homens em seu torno: «O gérmen e o começo do reino são o ‘pequeno rebanho’ (Lc 12,32), que Jesus veio convocar em seu torno e dos quais Ele mesmo é pastor»[iii]. Desde o princípio da sua vida pública Jesus chama a alguns para que o sigam: estes são seus discípulos. Assim sucede com Pedro e André, Tiago e João (cf. Lc 9,57-62), com José Barsabás e com Matias (cf. Act 1,21-26), e com muitos outros. E entre os discípulos encontramos homens e mulheres, como as que o seguiam desde a Galileia e o serviam. (cf. Lc 8,1-3).

    Os discípulos serão também os instrumentos da extensão do Reino: eles têm que ser o sal da terra e a luz do mundo (cf. Mt 5,13-16). Por isso Jesus foi gradualmente fazendo-os partícipes da sua missão (cf. Lc 10,1).

    Os doze apóstolos. O Senhor foi organizando gradualmente a sua comunidade de modo que quando Ele voltasse para o Pai esta pudesse ser instrumento da salvação do mundo. A eleição dos doze apóstolos dentre os seus discípulos é o ponto principal desta estruturação: a eles vai confiando progressivamente algumas tarefas de responsabilidade e outorga-lhes alguns poderes especiais; e eles serão seus enviados («apóstolos») para implantar o seu Reino em todo o mundo.
No colégio dos doze, Pedro ocupa o primeiro lugar (cf. Mc 3,16; 1 Cor 15,5), e a ele Jesus confia uma missão única: a de confirmar os seus irmãos na fé (cf. Lc 22,32) e a de pastorear em seu nome toda a grei (cf. Jo 21,16-17).

***

    São João diz no final do seu Evangelho: «Há, além do mais, muitas outras coisas que Jesus fez, e que se se escrevessem uma por uma, penso que nem ainda o mundo poderia conter os livros que se teriam que escrever» (Jo 21,25). Com muita maior razão podemos aplicar essas palavras ao presente livro e especialmente este capítulo sobre os mistérios da vida terrena de Jesus. Temos de conhecer bem e de meditar todas as acções do Senhor – também as que não mencionámos – pois todas são redentoras, nos revelam Deus e nos dão exemplo para viver como filhos de Deus.
    Agora devemos passar a estudar o mistério pascal, da Morte e Ressurreição do Senhor, no qual se consuma a obra da redenção.




(cont)

Vicente Ferrer Barriendos

(Tradução do castelhano por ama)




[i] CCE, 549.
[ii] Cf. CCE, 550.
[iii] CCE, 764.