por El Reto del amor
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
17/03/2019
Temas para meditar e reflectir
Talvez que alguns tenham por hábito compor as orações
que habitualmente rezam.
Há perigo de rotina?
Talvez e, nesse caso, o melhor seja suspender essa
prática por algum tempo.
A oração pessoal e diária deverá ter uma estrutura bem
definida
Em primeiro lugar "cumprimentar" o Senhor
dando-nos conta da Sua presença real e verdadeira - especialmente se estamos na
presença do Sacrário - com um acto formal da presença de Deus como:
Meu Senhor e meu Deus creio firmemente que estás aqui
que me vês e que me ouves peço-Te ajuda para fazer com fruto este tempo de
oração.
Esta fórmula - parte de uma oração composta por S.
Josemaria - colocar-nos-á imediatamente na presença de Deus.
Em seguida devemos apresentar as intenções que nos
foram encomendadas; em terceiro lugar ter uma especial lembrança pelo Papa e o
Magistério e a Igreja; depois, então, apresentamos o que nos diz directamente
respeito: agradecer as graças recebidas e pedir o que julgamos necessitar.
Este tempo de oração deve preferivelmente ter um
horário do fixo com o tempo aconselhável de trinta minutos.
Há condições fundamentais tais como ausência
de escrúpulos sem sentido e um sentimento sério de piedade.
Mas não esqueçamos que rezar é falar com Deus e
portanto só é admissível se a oração for séria, contida, e piedosa.
O principal motivo porque rezamos é agradar e louvar a
Deus e colocar nas suas mãos a nossa pessoa inteira sem limites ou reservas.
Depois vêm as razões "pessoais": Acções de
graças e Petição.
AMA, reflexões, 11.12.2018
Evangelho e comentário
TEMPO DA QUARESMA
Evangelho: Lc 9, 28-36
28 Uns oito dias depois destas
palavras, levando consigo Pedro, João e Tiago, Jesus subiu ao monte para orar.
29 Enquanto orava, o aspecto do seu rosto modificou-se, e as suas vestes
tornaram-se de uma brancura fulgurante. 30 E dois homens conversavam com Ele:
Moisés e Elias, 31 os quais, aparecendo rodeados de glória, falavam da sua morte,
que ia acontecer em Jerusalém. 32 Pedro e os companheiros estavam a cair de sono;
mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele.
33 Quando eles iam separar-se de Jesus, Pedro disse-lhe: «Mestre, é bom
estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para
Elias.» Não sabia o que estava a dizer. 34 Enquanto dizia isto, surgiu uma nuvem
que os cobriu e, quando entraram na nuvem, ficaram atemorizados. 35 E da nuvem
veio uma voz que disse: «Este é o meu Filho predilecto. Escutai-o.» 36 Quando a
voz se fez ouvir, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles
dias, nada contaram a ninguém do que tinham visto.
Comentário:
O
Evangelista refere especificamente que a conversa travada entre Jesus e Moisés
e Elias versava sobre a Sua morte.
Os
dois grandes Profetas do Antigo Testamento, ficaram assim a saber em detalhada
revelação o que desconheciam.
Não
sei exactamente explicar a necessidade ou as razões que levaram Cristo a fazer
tal.
Só
entendo que a morte de Cristo é um como que um corte definitivo com o Antigo
Testamento mas, por outro lado, a renovação na continuidade das relações da
criatura com o Criador.
(AMA, comentário
sobre Lc 9, 28-36, 30.07.2018)
O santo não nasce: forja-se
Tudo aquilo em que intervimos nós, os pobrezitos dos homens, mesmo a santidade, é um tecido
de pequenas coisas que segundo a intenção com que se fazem podem formar uma
tapeçaria esplêndida de
heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados. As gestas relatam sempre
aventuras gigantescas, mas misturadas com pormenores caseiros do herói. Oxalá tenhas sempre em muito
apreço é a linha recta as coisas pequenas. (Caminho, 826)
O principal requisito que nos é pedido bem conforme com a nossa
natureza consiste em amar: a caridade é o vínculo da perfeição; caridade que
devemos praticar de acordo com as orientações explícitas que o próprio Senhor
estabelece: amarás o Senhor teu Deus com todo o
teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, sem reservarmos nada
para nós. A santidade consiste nisto.
É bem certo que se trata de um objectivo elevado e árduo. Mas não
se esqueçam de que o santo não nasce: forja-se no jogo contínuo da graça divina
e da correspondência humana. Um dos escritores cristãos dos primeiros séculos
adverte, referindo-se à união com Deus: Tudo o que se desenvolve começa por ser
pequeno. Ao alimentar-se gradualmente, com constantes progressos, é que chega a
ser grande. Por isso te digo que, se quiseres portar-te como um cristão
coerente sei que estás disposto a isso,
embora te custe tantas vezes vencer-te ou puxar por esse pobre corpo deves ter
muito cuidado com os mais pequenos
pormenores, porque a santidade que Nosso Senhor te exige atinge-se realizando
com amor de Deus o trabalho e as obrigações de cada dia, que se compõem quase
sempre de pequenas realidades. (Amigos
de Deus, nn 6–7)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Viver a família.
Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.
Lembrar-me:
Cultivar a Fé
São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Leitura espiritual
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL
AMORIS LÆTITIA
DO SANTO PADRE FRANCISCO
AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS AOS ESPOSOS CRISTÃOS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS SOBRE O AMOR NA FAMÍLIA
CAPÍTULO IV
O AMOR NO MATRIMÓNIO
Espera.
Panta elpízei:
não desespera do futuro.
Ligado
à palavra anterior, indica a esperança de quem sabe que o outro pode mudar;
sempre espera que seja possível um amadurecimento, um inesperado surto de
beleza, que as potencialidades mais recônditas do seu ser germinem algum dia.
Não significa que, nesta vida, tudo vai mudar; implica aceitar que nem tudo
aconteça como se deseja, mas talvez Deus escreva direito por linhas tortas e
saiba tirar algum bem dos males que não se conseguem vencer nesta terra.
Aqui
aparece a esperança no seu sentido pleno, porque inclui a certeza duma vida
para além da morte. Aquela pessoa, com todas as suas fraquezas, é chamada à
plenitude do Céu: lá, completamente transformada pela ressurreição de Cristo,
cessarão de existir as suas fraquezas, trevas e patologias; lá, o verdadeiro
ser daquela pessoa resplandecerá com toda a sua potência de bem e beleza. Isto
permite-nos, no meio das moléstias desta terra, contemplar aquela pessoa com um
olhar sobrenatural, à luz da esperança, e aguardar aquela plenitude que, embora
hoje não seja visível, há-de receber um dia no Reino celeste.
Tudo suporta.
Panta hypoménei
significa que suporta, com espírito positivo, todas as contrariedades. É
manter-se firme no meio dum ambiente hostil. Não consiste apenas em tolerar
algumas coisas molestas, mas é algo de mais amplo: uma resistência dinâmica e
constante, capaz de superar qualquer desafio. É amor que apesar de tudo não
desiste, mesmo que todo o contexto convide a outra coisa. Manifesta uma dose de
heroísmo tenaz, de força contra qualquer corrente negativa, uma opção pelo bem
que nada pode derrubar.
Isto
lembra-me Martin Luther King, quando reafirmava a opção pelo amor fraterno,
mesmo no meio das piores perseguições e humilhações: «A pessoa que mais te odeia, tem algo de bom nela; mesmo a nação que
mais odeia, tem algo de bom nela; mesmo a raça que mais odeia, tem algo de bom
nela. E, quando chegas ao ponto de fixar o rosto de cada ser humano e, bem no
fundo dele, vês o que a religião chama a “imagem de Deus”, começas, não
obstante tudo, a amá-lo. Não importa o que faça, lá vês a imagem de Deus. Há um
elemento de bondade de que nunca poderás livrar-te. (...) Outra forma de amares
o teu inimigo é esta: quando surge a oportunidade de derrotares o teu inimigo,
aquele é o momento em que deves decidir não o fazer. (...) Quando te elevas ao
nível do amor, da sua grande beleza e poder, a única coisa que procuras
derrotar são os sistemas malignos. Às pessoas que caíram na armadilha deste
sistema, tu ama-las, mas procuras derrotar o sistema. (...) Ódio por ódio só intensifica
a existência do ódio e do mal no universo. Se eu te bato e tu me bates, e eu te
devolvo a pancada e tu me devolves a pancada, e assim por diante… obviamente
continua-se até ao infinito; simplesmente nunca termina. Nalgum ponto, alguém
deve ter um pouco de bom senso, e esta é a pessoa forte. A pessoa forte é
aquela que pode quebrar a ca- 93 deia do ódio, a cadeia do mal. (...) Alguém
deve ter bastante fé e moralidade para a quebrar e injectar dentro da própria
estrutura do universo o elemento forte e poderoso do amor».
Na
vida familiar, é preciso cultivar esta força do amor, que permite lutar contra
o mal que a ameaça. O amor não se deixa dominar pelo ressentimento, o desprezo
das pessoas, o desejo de se lamentar ou vingar de alguma coisa. O ideal
cristão, nomeadamente na família, é amor que apesar de tudo não desiste.
Deixa-me
maravilhado, por exemplo, a atitude das pessoas que, para se proteger da
violência física, tiveram de separar-se do seu cônjuge e todavia, pela caridade
conjugal que sabe ultrapassar os sentimentos, foram capazes de procurar o seu
bem, mesmo através de terceiros, em momentos de doença, tribulação ou dificuldade.
Isto também é amor que apesar de tudo não desiste.
Crescer na caridade conjugal.
O
cântico de São Paulo, que acabámos de repassar, permite-nos avançar para a
caridade conjugal. Esta é o amor que une os esposos, amor santificado,
enriquecido e iluminado pela graça do sacramento do matrimónio. É uma «união afectiva», espiritual e oblativa,
mas que reúne em si a ternura da amizade e a paixão erótica, embora seja capaz
de subsistir mesmo quando os sentimentos e a paixão enfraquecem.
O
Papa Pio XI ensinava que este amor permeia todos os deveres da vida conjugal e
«detém como que o primado da nobreza».
Com
efeito, este amor forte, derramado pelo Espírito Santo, é reflexo da aliança
indestrutível entre Cristo e a humanidade que culminou na entrega até ao fim na
cruz. «O Espírito, que o Senhor infunde,
dá um coração novo e torna o homem e a mulher capazes de se amarem como Cristo
nos amou. O amor conjugal atinge assim aquela plenitude para a qual está interiormente
ordenado: a caridade conjugal».
O
matrimónio é um sinal precioso, porque, «quando um homem e uma mulher celebram
o sacramento do matrimónio, Deus, por assim dizer, “espelha-Se” neles, imprime
neles as suas características e o carácter indelével do seu amor. O matrimónio
é o ícone do amor de Deus por nós. Com efeito, também Deus é comunhão: as três
Pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo – vivem desde sempre e para sempre em unidade
perfeita. É precisamente nisto que consiste o mistério do matrimónio: dos dois
esposos, Deus faz uma só existência».[i]
Isto
tem consequências muito concretas na vida do dia-a-dia, porque, «em virtude do sacramento, os esposos são
investidos numa autêntica missão, para que possam tornar visível, a partir das
realidades simples e ordinárias, o amor com que Cristo ama a sua Igreja, continuando
a dar a vida por ela».
Todavia
convém não confundir planos diferentes: não se deve atirar para cima de duas
pessoas limitadas o peso tremendo de ter que reproduzir perfeitamente a união
que existe entre Cristo e a sua Igreja, porque o matrimónio como sinal implica
«um processo dinâmico, que avança
gradualmente com a progressiva integração dos dons de Deus».
A vida toda, tudo em comum.
Depois
do amor que nos une a Deus, o amor conjugal é a «amizade maior». É uma união que tem todas as características duma
boa amizade: busca do bem do outro, reciprocidade, intimidade, ternura, estabilidade
e uma semelhança entre os amigos que se vai construindo com a vida partilhada.[ii]
O
matrimónio, porém, acrescenta a tudo isso uma exclusividade indissolúvel, que
se expressa no projecto estável de partilhar e construir juntos toda a existência.
Sejamos sinceros na leitura dos sinais da realidade: quem está enamorado não projecta
que essa relação possa ser apenas por um certo tempo; quem vive intensamente a
alegria de se casar não está a pensar em algo de passageiro; aqueles que acompanham
a celebração duma união cheia de amor, embora frágil, esperam que possa perdurar
no tempo; os filhos querem não só que os seus pais se amem, mas também que
sejam fiéis e permaneçam sempre juntos.
Estes
e outros sinais mostram que, na própria natureza do amor conjugal, existe a
abertura ao definitivo.
A
união, que se cristaliza na promessa matrimonial para sempre, é mais do que uma
formalidade social ou uma tradição, porque radica-se nas inclinações
espontâneas da pessoa humana. E, para os crentes, é uma aliança diante de Deus,
que exige fidelidade: «O Senhor constituiu-Se
testemunha entre ti e a esposa da tua juventude, aquela que tu atraiçoaste,
embora ela fosse a tua companheira e aquela com quem fizeste aliança. (...) Ninguém
atraiçoe a mulher da sua juventude, porque Eu odeio o divórcio».[iii]
Um
amor frágil ou enfermiço, incapaz de aceitar o matrimónio como um desafio que
exige lutar, renascer, reinventar-se e recomeçar sempre de novo até à morte,
não pode sustentar um nível alto de compromisso. Cede à cultura do provisório,
que impede um processo constante de crescimento.
Mas
«prometer um amor que dure para sempre é
possível, quando se descobre um desígnio maior que os próprios projectos, que
nos sustenta e permite doar o futuro inteiro à pessoa amada».
Para
que este amor possa atravessar todas as provações e manter-se fiel contra tudo,
requer-se o dom da graça que o fortalece e eleva. Como dizia São Roberto Belarmino,
«o facto de um só se unir com uma só num
vínculo indissolúvel, de modo que não possam separar-se, sejam quais forem as dificuldades,
e mesmo quando se perdeu a esperança da prole, isto não pode acontecer sem um
grande mistério».
Além
disso, o matrimónio é uma amizade que inclui as características próprias da paixão,
mas sempre orientada para uma união cada vez mais firme e intensa.
Com
efeito, «não foi instituído só em ordem à
procriação», mas para que o amor mútuo «se exprima convenientemente, aumente e
chegue à maturidade».
Esta
amizade peculiar entre um homem e uma mulher adquire um carácter totalizante,
que só se verifica na união conjugal. E precisamente por ser totalizante, esta
união também é exclusiva, fiel e aberta à geração.[iv] Partilha-se tudo, incluindo a sexualidade, sempre no
mútuo respeito. Isto mesmo expressou o Concílio Vaticano II ao dizer que, «unindo o humano e o divino, esse amor leva
os esposos ao livre e recíproco dom de si mesmos, que se manifesta com a ternura
do afecto e com as obras, e penetra toda a sua vida».
(cont)
(revisão
da versão portuguesa por AMA)
[i] 116 Ibid., II-II,
q. 27, art. 2. 117
Carta enc. Casti connubii (31 de Dezembro de 1930): AAS 22 (1930), 547-548. 118
João Paulo II, Exort. ap. Familiaris consortio (22 de Novembro de 1981), 13:
AAS 74 (1982), 94.
[ii] Francisco, Catequese
(2 de Abril de 2014): L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de
03/IV/2014), 12. 120 Ibidem. 121 João Paulo II, Exort. ap. Familiaris consortio
(22 de Novembro de 1981), 9: AAS 74 (1982), 90. 122 Tomás de Aquino, Summa
contra gentiles, III, 123; cf. Aristóteles, Ética a Nicómaco, 8, 12 (ed. Bywater,
Oxford 1984, 174).
[iv] Francisco, Carta
enc. Lumen fidei (29 de Junho de 2013), 52: AAS 105 (2013), 590. 124 «De sacramento
matrimonii», I, 2 in: Idem, Disputationes de controversiis christianae fidei,
III, 5, 3 (ed. Giuliano, Nápoles 1858, 778). 125 Conc. Ecum. Vat. II, Const.
past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 50.
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