ACTOS
DOS APÓSTOLOS 01 Jul
Capítulo
I
1 Prólogo (Lc 1,1-4) –
1
No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei as obras e os ensinamentos de Jesus,
desde o princípio 2 até ao dia em que, depois de ter dado, pelo Espírito Santo,
as suas instruções aos Apóstolos que escolhera, foi arrebatado ao Céu. 3 A eles
também apareceu vivo depois da sua paixão e deu-lhes disso numerosas provas com
as suas aparições, durante quarenta dias, e falando-lhes também a respeito do
Reino de Deus.
Ascensão (Mc 16,19-20; Lc 24,50-53) –
4
No decurso de uma refeição que partilhava com eles, ordenou-lhes que não se
afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o Prometido do Pai, «do qual -
disse Ele - me ouvistes falar. 5 João baptizava em água, mas, dentro de pouco
tempo, vós sereis baptizados no Espírito Santo.» 6 Estavam todos reunidos,
quando lhe perguntaram: «Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?»
7 Respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai
fixou com a sua autoridade. 8 Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo,
que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a
Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.» 9 Dito isto, elevou-se à vista
deles e uma nuvem subtraiu-o a seus olhos. 10 E como estavam com os olhos fixos
no céu, para onde Jesus se afastava, surgiram de repente dois homens vestidos
de branco, 11 que lhes disseram: «Homens da Galileia, porque estais assim a
olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi arrebatado para o Céu virá da mesma
maneira, como agora o vistes partir para o Céu.»
I. A
IGREJA DE JERUSALÉM
O grupo dos Apóstolos –
12
Desceram, então, do monte chamado das Oliveiras, situado perto de Jerusalém, à
distância de uma caminhada de sábado, e foram para Jerusalém. 13 Quando
chegaram à cidade, subiram para a sala de cima, no lugar onde se encontravam
habitualmente. Estavam lá: Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu,
Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelota, e Judas, filho de Tiago. 14 E
todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, com
algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.
Eleição de Matias –
15
Por aqueles dias, Pedro levantou-se no meio dos irmãos - encontravam-se
reunidas cerca de cento e vinte pessoas - e disse:16 «Irmãos, era necessário
que se cumprisse o que o Espírito Santo anunciou na Escritura pela boca de David
a respeito de Judas, que foi o guia dos que prenderam Jesus. 17 Ele,
efectivamente, era um dos nossos e tinha recebido uma parte do nosso
ministério. 18 Esse homem, depois de ter adquirido um terreno com o salário do
seu crime, precipitou-se de cabeça para baixo, rebentou pelo meio, e todas as
suas entranhas se espalharam. 19 O facto chegou ao conhecimento de todos os
habitantes de Jerusalém, a tal ponto que esse terreno foi chamado na língua
deles 'Haqueldamá', que quer dizer Campo de Sangue. 20 Está realmente escrito
no Livro dos Salmos: 'Fique deserta a sua habitação e não haja quem nela
resida'. E ainda: 'Receba outro o seu encargo.' 21 Portanto, de entre os homens
que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio
de nós, 22 a partir do baptismo de João até ao dia em que nos foi arrebatado
para o Alto, é indispensável que um deles se torne, connosco, testemunha da sua
ressurreição.» 23 Designaram dois: José, de apelido Barsabas, chamado Justo, e
Matias. 24 Fizeram, então, a seguinte oração: «Senhor, Tu que conheces o
coração de todos, indica-nos qual destes dois escolheste 25 para ocupar, no
ministério apostólico, o lugar abandonado por Judas, que foi para o lugar que
merecia.» 26 Depois, tiraram à sorte, e a sorte caiu em Matias, que foi
incluído entre os onze Apóstolos.
AS
INDULGÊNCIAS
A.
AS INDULGÊNCIAS EM GERAL
1.
Onde situamos as indulgências?
As
indulgências estão relacionadas com a confissão, os pecados, a redenção e a
comunhão dos santos.
2.
Em que estado fica um homem ao pecar?
Uma
pessoa que comete um pecado adquire, obviamente, a condição de pecador,
afasta-se do Senhor e fica mais inclinado para o mal.
Além
disso, a justiça reclama uma reparação, chamada também pena, expiação ou
penitência.
3.
Como muda a situação ao confessar-se?
A
confissão apaga a culpa do pecado – a situação actual do pecador – e também
perdoa parte da penitência que deveria realizar-se, ainda que fique na alma um
sinal ou qualidade de que se foi pecador e que se deve reparar.
Isto
que fica por expiar purifica-se por meio dos sofrimentos e boas obras desta
vida, com as penas do purgatório e mediante as indulgências.
4. O
que são as indulgências?
Digamos
duas definições:
Brevemente:
indulgência é a supressão da pena devida pelos pecados que a Igreja outorga a
quem realize determinadas acções.
A
indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal pelos pecados já
perdoados quanto à culpa, que um fiel disposto e cumprindo determinadas
condições consegue por mediação da Igreja, a qual, como administradora da
redenção, distribui e aplica, com autoridade, os tesouros das reparações de
Cristo e dos santos (cfr. Mt 16, 19).
5.
As indulgências podem aplicar-se aos defuntos?
As
indulgências sempre são aplicadas a si mesmo ou às almas dos defuntos, mas não
são aplicáveis a outras pessoas vivas na terra. Algumas indulgências só podem
aplicar-se aos defuntos: por exemplo, rezando por eles num cemitério
consegue-se uma indulgência parcial, que será plenária se essa oração é feita
dos dias 1 a 8 de Novembro (uma em cada dia).
6.
Tipos de indulgências.
- As
indulgências agrupam-se em dois tipos:
Indulgências
plenárias: apagam todo o resto de pecado deixado na alma disposta a entrar
imediatamente no céu.
Indulgências
parciais: apagam parte das penas que os pecados cometidos reclamam.
B.
INDULGÊNCIAS PLENÁRIAS
1.
Condições para ganhar uma indulgência plenária.
-
Esta indulgência tem um valor muito grande e requer várias condições:
Os
mesmos requisitos que nas indulgências parciais:
. realizar
a acção que a Igreja contempla com esta indulgência.
.
estar na graça de Deus antes de terminar a obra contemplada.
.
ter intenção, pelo menos geral, de ganhar a indulgência.
Só
se pode ganhar uma indulgência plenária por dia.
Ter
a disposição interior de aversão total ao pecado, inclusive venial.
Confessar-se,
pelo menos vinte dias antes ou depois de realizar a acção escolhida (sem
esquecer que tem de se estar na graça de Deus antes de terminar a acção). Uma
só confissão pode servir para ganhar várias indulgências plenárias.
Comungar,
nesse mesmo período de tempo. É necessário uma comunhão para cada indulgência
plenária.
Rezar
pelas intenções do Papa um Pai Nosso e uma Avé Maria, ou outras orações que
podem fazer-se também nesses períodos. É necessária uma oração para cada
indulgência plenária.
2.
Que acções estão contempladas com indulgência plenária?
Qualquer
dia é bom para se obter uma indulgência plenária nestes casos:
Adoração
à Eucaristia durante meia hora.
Realização
da Via Sacra percorrendo as catorze estações erigidas meditando na Paixão do
Senhor.
Recitação
do santo rosário (5 mistérios seguidos) numa igreja, ou em família, ou
acompanhado por outras pessoas.
Leitura
ou audição da Sagrada escritura durante meia hora.
3.
Indulgências plenárias em circunstâncias especiais.
- Em
determinadas ocasiões podem ganhar-se indulgências plenárias. Por exemplo:
No
momento da morte a quem tiver rezado algo durante a sua vida (o que é muito
consolador). Neste caso não é necessária a confissão, nem a comunhão, nem a
oração pelo Papa; mas é necessário manter as disposições necessárias: em graça
de Deus, recusando qualquer pecado e ter desejado alguma vez ganhar esta
indulgência.
Rezar
um Pai Nosso e um Credo num santuário ou basílica (concede-se uma vez por ano
por santuário; santuário é uma igreja com muitos peregrinos, aprovada como tal
pelo Bispo correspondente).
Receber
a bênção papal Urbi et Orbi (no local ou via radio ou televisão, em directo).
Realizar
exercícios espirituais de pelo menos três dias completos.
Assistir
a uma primeira Comunhão.
4.
Indulgências plenárias em datas especiais.
- Há
vários dias no ano em que se podem ganhar indulgência plenárias com certas
condições. Por exemplo:
31
de Dezembro: recitando solenemente um "Te Deum" numa igreja, dando
graças a Deus pelos benefícios recebido no último ano.
1 de
Janeiro: recitando solenemente o "Veni Creator" numa igreja.
Nas
sextas-feiras da Quaresma: depois de comungar, rezando diante de um crucifixo a
oração “Olhai-me ó meu amado e bom Jesus”.
Nos
ofícios da Semana Santa:
.
Quinta-feira Santa: recitando o "Tantum ergo" durante a exposição que
se segue à Missa.
.
Sexta-feira Santa: assistindo às Cerimónias.
.
Sábado Santo: renovando as promessas baptismais na Vigília Pascal.
Pentecostes:
recitando solenemente o "Veni Creator" numa igreja.
Corpus
Christi (Corpo de Deus): participando na procissão eucarística (dentro ou fora
da igreja).
2
Agosto: rezando um Pai Nosso e um Credo numa Catedral ou paróquia.
5.
Indulgências plenárias particulares.
-
Muitas instituições gozam de indulgências em determinados dias do ano,
coincidindo normalmente com datas ou santos próprios.
Há
um caso particularmente interessante, pois aqueles que usam o escapulário do
Carmo se unem à família carmelita e podem ganhar indulgência plenária no dia da
imposição do escapulário e nos seguintes dias:
16
de Maio (São Simão Stock).
16
de Julho (Virgem do Carmo).
20
de Julho (Santo Elias Profeta).
1 de
Outubro (Santa Teresa de Lisieux).
15
de Outubro (Santa Teresa de Jesus).
14
de Novembro (Todos os Santos Carmelitas).
14
de Dezembro (São João da Cruz).
[1] Francisco Luís Bernárdez, «Soneto»: Cielo de tierra (Buenos Aires 1937).
[3] Francisco, Homilia na Eucaristia da XXXI Jornada Mundial da Juventude (Cracóvia 31 de Julho de 2016): AAS 108 (2016), 923.
[4] Francisco, Discurso na Cerimónia de Acolhimento e Abertura da XXXIV Jornada Mundial da Juventude (Panamá 24 de Janeiro de 2019): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 29/I/2019), 9-10.