Claro que é.
O nosso espírito e o nosso corpo repelem a morte, é a própria essência da vida humana, o desejo de permanecer, o espírito de sobrevivência, a procura instante de prolongar “in tempore” a existência.
Esta forma de sermos humanos, isto é, este nosso apego à vida, é um dom que Deus nos deu e graças ao qual evitamos, ou procuramos evitar, tudo o que pode fazer perigar a vida.
Consideramos, nós, cristãos, que temos como que duas vidas – perdoe-se-me a expressão -: uma vida que é a deste corpo, carne da carne dos nossos pais, e outra vida, que é a da nossa alma, que é espírito emanado do Espírito que é Deus.
As duas estão intimamente ligadas, ainda e sempre, pela Vontade Suprema do Criador, e não podem dissociar-se nunca, excepto pela mesma Vontade.
Não pode, a nossa alma, ser pura se o nosso corpo não for casto, não é possível que os nossos actos sejam reprováveis, se a nossa intenção for recta.
Daqui, por exemplo, que não é possível encontrar nenhuma razão justa para fazer terminar uma vida - aborto, eutanásia, suicídio, etc. - exactamente porque, esse direito, pertence só, e unicamente, ao nosso Criador, e, ainda, porque na verdade, nós não criamos nada, apenas nos limitamos a utilizar os meios já criados por Deus, ou por Ele inspirados.
Criar, propriamente, é fazer algo do nada, do vazio, do zero absoluto, poder que só Deus tem.
Assim, interromper voluntariamente uma vida, é interferir e intervir num campo reservado, única e exclusivamente, a Deus.
Logo, sem recta intenção, logo o acto é reprovável.