31/01/2018

Servir o Senhor no mundo

Repara bem: há muitos homens e mulheres no mundo, e nem a um só deles o Mestre deixa de chamar. Chama-os a uma vida cristã, a uma vida de santidade, a uma vida de eleição, a uma vida eterna. (Forja, 13)


Permiti-me que volte de novo à naturalidade, à simplicidade da vida de Jesus, que já vos tenho feito considerar tantas vezes. Esses anos ocultos do Senhor não são coisa sem significado, nem uma simples preparação dos anos que viriam depois, os da sua vida púbica. Desde 1928 compreendi claramente que Deus deseja que os cristãos tomem exemplo de toda a vida do Senhor. Entendi especialmente a sua vida escondida, a sua vida de trabalho corrente no meio dos homens: o Senhor quer que muitas almas encontrem o seu caminho nos anos de vida calada e sem brilho. Obedecer à vontade de Deus, portanto, é sempre sair do nosso egoísmo; mas não tem por que se traduzir no afastamento das circunstâncias ordinárias da vida dos homens, iguais a nós pelo seu estado, pela sua profissão, pela sua situação na sociedade.


Sonho – e o sonho já se tornou realidade – com multidões de filhos de Deus santificando-se na sua vida de cidadãos correntes, compartilhando ideais, anseios e esforços com as outras pessoas. Preciso de lhes gritar esta verdade divina: se permaneceis no meio do mundo, não é porque Deus se tenha esquecido de vós; não é porque o Senhor vos não tenha chamado; convidou-vos a permanecer nas actividades e nas ansiedades da Terra, porque vos fez saber que a vossa vocação humana, a vossa profissão, as vossas qualidades não só não são alheias aos seus desígnios divinos, mas que Ele as santificou como oferenda gratíssima ao Pai! (Cristo que passa, 20)

Temas para reflectir e meditar

Vontade de Deus


A Minha vontade não quer mais que o vosso bem, e quanto dou ou permito, permito-o e dou-o para que consigais o vosso fim, para o qual vos criei.


(SANTA CATARINA DE SENA, El Diálogo, Rialp Madrid 1956.2.14 49 50 trad AMA),



Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mc 6, 1-6

1 E partiu dali. Foi para a sua terra, e os discípulos seguiam-no. 2 Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? 3 Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso. 4 Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.» 5 E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Jesus percorria as aldeias vizinhas a ensinar.

Comentário:

São Marcos diz expressamente que Jesus se admirava com a incredulidade dos Seus conterrâneos, não obstante ter por certo que "um profeta não tem crédito na sua terra".

As pessoas preconceituosas têm este costume reprovável: mais facilmente dão crédito a um estranho que a alguém conhecido!

Porquê?

Porque vêm nesse alguém incapaz de outra coisa que não seja a ideia que fazem dele: um carpinteiro, na sua opinião, só terá aptidões de carpinteiro...


(AMA, comentário sobre Mc 6, 1-6, 05.07.2015)







Leitura espiritual

Jesus Cristo o Santo de Deus

CAPÍTULO V

O SUBLIME CONHECIMENTO DE CRISTO


3.   «A fé termina nas coisas»
…/2

Devemos passar da atenção à essência da pessoa, para a atenção à existência da pessoa de Cristo.
Eis como um filósofo contemporâneo descreveu aquilo que produz a descoberta improvisada da existência das coisas:
«Eu estava – escreve ele – num jardim público. As raízes do castanheiro aprofundavam-se na terra, mesmo debaixo do meu assento. Não me lembrava já que eram raízes.
As palavras tinham desaparecido e, com elas, o significado das coisas, os modos do seu uso, os ténues sinais de distinção que os homens gravaram sobre a sua superfície.
Estava sentado, um pouco curvado, com a cabeça inclinada para o chão, sozinho diante daquela massa enorme, nodosa e tão feia que me causava medo. E depois aquele lampejo de iluminação. Fiquei sem respiração.
Nunca, até então, eu tinha pressentido o significa “existir”, afinal era como os outros, como aqueles que passeavam na praia do mar, vestidos de festa.
Também eu dizia como eles:
«O mar é verde; aquele ponto branco acolá é uma gaivota»; mas eu não sentia que isso existia, que a gaivota era uma gaivota existente»; habitualmente a existência esconde-se.
Mas ela está aqui, junto de nós, não se podem dizer duas palavras sem falar dela e, afinal, não a apalpamos.
Quando eu julgava que pensava nela, evidentemente não pensava em nada, tinha a cabeça vazia, ou tinha na cabeça somente uma palavra, apalavra “existir”…E depois, de repente, eis que estava ali, límpida coo o dia: a existência tinha-se improvisadamente revelado» [i]

Para se conhecer Cristo em pessoa, Ele mesmo, “em carne e osso”, é preciso passar por uma experiência semelhante.
Temos que nos aperceber que Ele existe.
Isto, de facto, não é possível somente em relação às raízes de um castanheiro, ou seja, com qualquer coisa que se vê e se apalpa, mas, pela fé, também com as coisas que não se vêm e com o próprio Deus.
Foi assim que numa noite o crente B. Pascal descobriu o Deus vivo de Abraão e O recordou, com breves e inflamadas frases de exclamação:
«Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacob, não dos filósofos e dos eruditos.
Ele não Se encontra senão através do Evangelho.
Certeza. Sentimento. Alegria. Paz.
Esquecimento do mundo e de tudo, excepto de Deus» [ii]

Naquela noite, Deus tinha-Se tornado para ele “realidade activa”.
Uma pessoa “que respira”, como lhe chama P. Claudel.

4.   O Nome e o Coração de Jesus            

Como é possível fazer uma experiência deste tipo?

Depois de, durante muito tempo e com todos os métodos, ter procurado atingir o ser das coisas e de lhes arrancar, por assim dizer, o seu mistério, uma corrente de filosofia existencial teve que se render e reconhecer (aproximando-se assim sem o saber do conceito cristão de graça) que a única maneira, para que tal possa acontecer, é que o próprio ser se revele e venha por sua iniciativa, ao encontro do homem.
E o lugar onde isto pode acontecer é na linguagem, que é uma espécie de “casa do ser”.
Ora, isto é verdade certamente, se, por “ser”, entendemos dizer o Ser (Deus, ou Cristo ressuscitado) e por “linguagem” entendemos dizer a palavra ou o kerigma.
Cristo ressuscitado em pessoa revela-Se-nos e nós podemos encontrá-Lo pessoalmente na Sua palavra.
Esta é verdadeiramente a Sua “casa”, cuja porta é aberta pelo Espírito Santo aos que a ela batem.

No Apocalipse, Ele vai ao encontro da Igreja, dizendo:
«Eu sou o Primeiro e o Último e o que vive. Eu estive morto, mas agora estou vivo» [iii] .
Ressoam também agora, depois que morreu e ressuscitou, aquelas palavras de Cristo:
«Eu Sou!»
Quando Deus Se a presentou a Moisés com estas palavras, o seu significado parece ter sido: «Eu estou», ou seja, existo para vós; não sou mais um dos muitos deuses ou ídolos que têm boca, mas não falam, que têm olhos, mas não vêm. Eu existo verdadeiramente.
Jesus Cristo diz o mesmo agora.

Pudéssemos nós aperceber-nos disto e fazer esta experiência como afez S. Paulo:
«Quem és Tu, Senhor? Eu sou Jesus»!
Então a nossa fé mudaria e tornar-se-ia contagiosa.
Descalçaríamos as sandálias, como fez Moisés naquele dia, e diríamos como Job:
«Eu conhecia-te por ter ouvido falar de Ti, mas agora os meus olhos vêm-Te» [iv].
Também nós ficaríamos sem respiração!

Tudo isto é possível
Não se trata de exaltação mística já que se fundamenta sobre um dado objectivo que é a promessa de Cristo:
«Ainda um pouco – dizia Jesus aos discípulos na Última Ceia – e o mundo não Me verá mais. Vós, porém, ver-me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis» [v].
Depois da Sua ressurreição e ascensão ao Céu – porque é a este tempo que Jesus Se refere – os discípulos verão Jesus com uma visão nova, espiritual e interior, mediante a fé, mas de tal modo real que Jesus pôde dizer simplesmente:
«Vós ver-Me-eis».
E a explicação de tudo isto é que Ele «vive».


(cont)
rainiero cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia.





[i] J. P. Sartre, A náusea
[ii] B. Pascal, «Memorial», in Pensamentos, Apêndice
[iii] Ap1,18
[iv] Job 42,5
[v] Jo14,19

PERDOAR É TAMBÉM DESEJAR O BEM PARA OS QUE NOS OFENDEM!




Joaquim Mexia Alves

Perguntas e respostas

A CLONAGEM


A. O QUE É A CLONAGEM?


3. O que é a clonagem humana terapêutica?


Chama-se terapêutica a uma clonagem por transplante nuclear que procura curar uma doença.

A ideia é criar um clone, tomar dele o que se necessite e matá-lo.

Veja-se o final do tema células mãe.

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?