Nota de AMA: Estas “confidências” têm, obviamente, um autor, que não se revela; foram feitas em tempo indeterminado, por isso não se lhes atribui a data. O estilo discursivo revela, obviamente, que se tratam de meditações escritas ao correr da pena. A sua publicação deve-se a ter considerado que, nelas se encontram muitas situações e ocorrências que fazem parte do quotidiano que, qualquer um, pode viver.
Para que eu creia,
Senhor.
Creia profundamente, com todas as forças do meu ser e todas as fibras do meu coração.
Creia com inteira disponibilidade, com total entrega.
Sei que movo uma montanha, ou melhor, que ela se moverá por ordem suprema de Deus, se eu lhe disser muda-te para ali, com Fé absoluta que assim será.
Terei eu alguma vez tal Fé?
Muitos a tiveram. Não foi por acaso que tantos milagres foram feitos e se fazem ainda.
Quando um homem diz a outro: vê, ouve, fala, fica curado, não o diz por capricho, por poder especial de Deus, enfim, por alguma extraordinária virtude de que lhe foi dada.
Não.
Fá-lo porque acredita profundamente que Deus fará exactamente o que Ele próprio deseja que se faça.
Esta Fé é tão grande, tão completa, tão isenta de dúvidas que o milagre faz-se e consuma-se.
Esta Fé não pode, no entanto, ser banalizada, nem comummente disponível a todos.
Só uma extraordinária vida interior, um merecimento espiritual enorme, podem merecer do Senhor a graça de tal Fé inabalável e completa.
A minha Fé, isto é, a Fé que Deus me dá, tenho de alimentá-la com carinho e o maior interesse.
Dele depende a minha felicidade.
Eu creio, Senhor, eu creio em Vós, na Vossa palavra de vida eterna, no Vosso gesto de misericórdia, mas, também creio Senhor, na Vossa justiça, na Vossa infalibilidade, na Vossa exigência.
Sei, Senhor, que queres tudo de mim, absolutamente tudo, só Te contentas com o todo.
Eu aqui estou, Senhor, nas vésperas dos meus 48 anos, dizendo-te claramente:
Heis-me aqui, o Teu escravo, faça-se unicamente a amabilíssima e santíssima vontade de Deus Nosso Senhor