30/11/2016

Conversei com Ele?

É possível que te assuste esta palavra: meditação. Faz-te lembrar livros de capas negras e velhas, ruído de suspiros ou rezas como cantilenas rotineiras... Mas isso não é meditação. Meditar é contemplar, considerar que Deus é teu Pai, e tu seu filho, necessitado de ajuda; e depois dar-lhe graças pelo que já te concedeu e por tudo o que te há-de dar. (Sulco, 661)


Para o teu exame diário: – Deixei passar alguma hora sem falar com o meu Pai, Deus? – Conversei com Ele com amor de filho? Acredita que és capaz!! (Sulco, 657)


O único meio de conhecer Jesus: privar com Ele! N'Ele encontrarás sempre um Pai, um Amigo, um Conselheiro e um Colaborador para todas as actividades honestas da tua vida quotidiana...

E, com esse convívio, gerar-se-á o Amor. (Sulco, 662)

"Fica connosco, porque anoitece!...". Foi eficaz a oração de Cléofas e do companheiro.


Que pena, se tu e eu não soubéssemos "deter" Jesus que passa! Que dor, se não Lhe pedirmos que fique connosco! (Sulco, 671)

Temas para meditar - 671

Rectidão de intenção


Aquele que actua sempre com espírito de obediência pode estar seguro que não terá de dar a Deus contas das suas acções.


S. filipe de neri Maxim’s F. W. Faber Cromwell Press SN12 8PH nr. 4-17

Evangelho e comentário

Tempo do Advento

Evangelho: Lc 21, 34-36

34 «Velai, pois, sobre vós, para que não suceda que os vossos corações se tornem pesados com o excesso do comer e do beber e com os cuidados desta vida, e para que aquele dia não vos apanhe de improviso; 35 porque ele virá como uma armadilha sobre todos os que habitam a superfície de toda a terra. 36 Vigiai, pois, orando sem cessar, a fim de que vos torneis dignos de evitar todos estes males que devem suceder, e de aparecer com confiança diante do Filho do Homem»

Comentário:

Jesus Cristo não dramatiza, mas avisa solene e seriamente sobre a necessidade de vigiar e orar sem descanso.


Para ser-mos dignos de evitar os males que anuncia e ganhar-mos a confiança para nos apresentar-mos na Sua presença Ele próprio nos diz como fazer:


«Velai, pois, sobre vós, para que não suceda que os vossos corações se tornem pesados com o excesso do comer e do beber e com os cuidados desta vida»


Livres de amarras e nós apertados, de preocupações excessivas com o bem-estar e a vida diária, das amizades dúbias, agindo com critério simples e bem informado.

(ama, comentário sobre Lc 21, 34-36, 28.09.2016)






Leitura espiritual


DE MAGISTRO

(DO MESTRE)

CAPÍTULO X
SE É POSSÍVEL ENSINAR ALGO SEM SINAIS.
AS COISAS NÃO SE APRENDEM PELAS PALAVRAS

AGOSTINHO

– Lembras quantas voltas demos para chegar a tão modesto resultado? Desde o começo da nossa conversa, que dura já um bom tempo, fatigamo-nos bastante para descobrir estas três coisas:
1) se era possível ensinar sem sinais;
2) se havia sinais preferíveis às coisas que expressam;
3) se o conhecimento das coisas pode ser melhor que os sinais.
Mas há ainda uma quarta que gostaria de saber agora: se as coisas que encontramos, estão para ti claras e não te deixam possibilidade de dúvida.

ADEODATO
– Seria mesmo agradável, depois de tantos rodeios, que tivéssemos chegado à certeza, mas esta pergunta gera em mim certa inquietação, que me impede de assentir.
Tenho a impressão que tal não me perguntarias se não tivesses alguma objeção a apresentar: e o emaranhado do assunto não me permite ver tudo e responder com segurança, pois, entre tantos véus, temo que se esconda algo que os olhos da minha mente não possam divisar.

AGOSTINHO

– Agrada-me a tua dúvida, porque revela uma alma sem leviandade, e isto garante imensamente a tranquilidade.
É de facto difícil não se perturbar quando o que nós tínhamos como ponto de consenso fácil e pacífico é derrubado e como que arrebatado das mãos por discussões.
Por isso, como é justo ceder depois de observar e examinar bem os motivos, assim é perigoso conservar como coisa certa o que não é.
Às vezes, quando desmorona aquilo que tínhamos como estável e permanente, pode haver o receio que se gere tão grande aversão ou medo da razão, que nos pareça não podermos mais depositar nossa fé nem sequer na verdade mais evidente.
Mas, vamos adiante?
Reexaminemos, agora um pouco mais rapidamente, se tens razão de duvidar.
Pergunto: se alguém, que não conheça as armadilhas que se tendem aos pássaros com varas e visco, deparasse com um caçador com este arnês, e que vá indo pelo caminho sem ter começado ainda a sua tarefa e, vendo o caçador, apressasse o passo, e estranhando no seu íntimo tudo aquilo, se perguntasse o que poderiam significar aqueles apetrechos; e o caçador, sentindo-se observado e admirado, para fazer mostra de si, exibisse a cana e o falcão, conseguisse atrair e apanhar um passarinho, diga-me: o caçador, sem usar de sinais, mas usando a própria coisa, não estaria a ensinar ao seu espectador o que esse queria saber?

ADEODATO

– Parece-me que o caso é semelhante àquele que mencionei, isto é, de quem pergunta o que é caminhar.
Neste caso também não acho que foi mostrada toda a arte de caçar.

AGOSTINHO

– É simples desfazer-se desta impressão; eu acrescento: se aquele espectador fosse inteligente o bastante para compreender por inteiro a arte de caçar só pelo que viu, isto bastaria para demonstrar que alguns homens podem ser ensinados sem sinais sobre algumas coisas, embora não sobre todas.

ADEODATO

– No caso, também posso acrescentar isto: quem pergunta o que é caminhar, se for bem inteligente, compreenderá por inteiro o que é caminhar, bastando que se lhe mostrem uns poucos passos.

AGOSTINHO

– Podes, eu concordo com prazer.
Chegamos, pois, a esse resultado, ou seja, que umas coisas podem ser ensinadas sem sinais, sendo portanto falso aquilo que há pouco nos parecia verdadeiro, isto é, não existir nada que se possa mostrar ou ensinar sem sinais; e acode à nossa mente não uma ou duas coisas, mas milhares que, sem precisar de sinal algum podem mostrar-se por si mesmas.
Poderemos, pois, duvidar, eu te pergunto?
Sem considerar os muitos espectáculos em que uns actores representam nos teatros as coisas sem usar sinais, Deus e a natureza não apresentam e mostram por si mesmos, ao observador, o sol e a luz, que tudo banha e recobre, a lua e as estrelas, a terra e os mares com infinidade de criaturas que os habitam?

Todavia, se observarmos isto com maior atenção, talvez não encontremos nada que se possa aprender pelos seus próprios sinais.
De facto, se me for apresentado um sinal e eu não souber de que coisa é o sinal, este nada poderá me transmitir; se, ao contrário, já souber de que é sinal, que estará me ensinando?
Assim, quando leio “Et saraballae eorum non sunt immutatae” (E as suas coifas não foram trocadas), a palavra (coifas) não me explica a coisa que significa.
Pois se uns objectos que servem para cobrir a cabeça têm este nome de ‘saraballae” (coifas), terei porventura, depois de ouvi-lo, aprendido o que é cabeça e o que é cobertura?
Ao contrário, eu já as conhecia antes, pois delas adquiri conhecimento sem que as ouvisse chamar assim por outrem, mas vendo-as com os meus próprios olhos.
Quando as duas sílabas da palavra “caput” (cabeça) soaram pela primeira vez ao meu ouvido, desconhecia o seu significado como quando ouvi e li pela primeira vez “saraballae”.
Porém, ouvindo repetidamente dizer “caput” (cabeça), e notando e observando a palavra quando era pronunciada, reparei facilmente que ela significava aquela coisa que eu bem conhecia, por tê-la visto.
Mas antes de entender seu significado, a palavra era para mim apenas um som, e aprendi que era um sinal quando a associei àquilo de que era sinal, e aprendi o seu significado pela visão directa do objecto.
Vemos, pois, que é mais pelo conhecimento da coisa que se aprende o sinal do que o contrário.
Para que compreendas isto com maior clareza, imagina que estejamos ouvindo agora, pela primeira vez, pronunciar a palavra “caput” (cabeça).
(Lembra-te que buscamos o conhecimento não da coisa que é significada, mas do próprio sinal, conhecimento que nós não temos enquanto ignorarmos o que sinaliza).
Se, na nossa pesquisa, nos mostrassem ou apontassem com o dedo a própria coisa, ao vê-la teríamos conhecimento do sinal; isto é, saberíamos o que quer dizer aquele sinal que tínhamos ouvido, mas não compreendido. No sinal há duas coisas: o som e o significado; ora, o som não foi certamente recebido como sinal de algo, mas como simples
verberação no ouvido, enquanto o significado foi apanhado pela visão da coisa que é significada.
Como o apontar do dedo só pode significar o objecto que o dedo está apontando, e como o dedo não está apontado pelo sinal, mas para a parte do corpo que se chama “caput” (cabeça), ocorre que, pelo gesto, não venho a conhecer a coisa, que já conhecia, nem o sinal que o dedo não estava apontado.
Mas não quero colocar grande ênfase no gesto de apontar o dedo, pois o tenho mais como sinal do acto de indicar do que das próprias coisas indicadas; vê o que ocorre quando dizemos: “ecce” (eis), e habitualmente acompanhamos este advérbio com o gesto de apontar como se não bastasse um só desses sinais para indicar.
E procurarei ao máximo convencer-te, se o puder, disto: que nada aprendemos por meio dos sinais chamados palavras; antes, como já disse, aprendemos o valor da palavra, ou seja, o significado oculto no som pelo conhecimento ou da percepção da coisa significada; mas não a própria coisa mediante o significado.
E o que disse da cabeça, poderia dizer do que serve para cobrir a cabeça e de infindáveis outras coisas; que, embora as conhecesse, nunca, até agora, tive o conhecimento daquelas “saraballae” (coifas). Se alguém com um gesto me apontasse estas “saraballae” (coifas) ou as pintasse, ou me mostrasse algo de parecido, não diria, como aliás poderia se quisesse falar um pouco mais, que não mas ensinou, mas que não me ensinou com as palavras o que está diante de mim. Se, ao tê-las diante de mim eu fosse avisado com as palavras:
Ecce saraballae” (eis as coifas), aprenderia uma coisa que não sabia, não pelas palavras que foram pronunciadas, mas pela visão directa da coisa em si, à qual associei o nome, cujo valor gravei.
Pois, quando aprendi a própria coisa, não acreditei nas palavras de outrem, mas nos meus olhos; talvez acreditasse também nelas, mas apenas como um alerta, ou seja, para procurar com os olhos o objecto em questão.


(Revisão de versão portuguesa por ama

O Advento 2016

O Advento é assim como que uma gravidez da humanidade!

Uma gravidez provoca sempre na mulher mudanças, não só físicas, mas também de pensamentos, de comportamento, de sensibilidade, de entrega, enfim, toca todo o ser da mulher grávida.
Mas também toca o homem na devida proporção, ou seja, na sua disponibilidade, na sua entrega, na sua maneira de proceder, e por isso, também, em todo o seu ser.
A gravidez numa família provoca sempre um reflectir, um repensar, um reagir, um encontrar caminho, um preparar e acautelar o futuro, uma correcção de vícios e defeitos, no fundo, uma mudança, por vezes radical, ao encontro de algo melhor, algo que traz amor, paz e felicidade.
E, claro, a gravidez é sempre um tempo de espera de algo que, sabemo-lo intimamente, vai mudar as nossas vidas, vai preencher as nossas vidas, vai completar as nossas vidas, vai trazer mais amor e felicidade às nossas vidas.

Por isso a primeira frase: O Advento é assim como que uma gravidez da humanidade!

Já sabemos que Ele vem, mesmo já estando no meio de nós.
Estamos assim, “grávidos” de esperança!
Se estamos “grávidos” de esperança, temos que proceder como “grávidos”, e este é o tempo para isso mesmo.
«Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor e endireitai as suas veredas.» Lc 3, 4

É então o tempo de reflectir, de repensar, de reagir, de reencontrar caminho, para preparamos e acautelarmos o dia-a-dia do nosso futuro, no nosso encontro pessoal, diário, em cada momento, com Jesus Cristo, Nosso Senhor, que vem/veio ao mundo para nossa salvação.
Preparemos o caminho, “endireitando” os nossos erros, os nossos vícios, os nossos defeitos, e arrependidos, abeiremo-nos da Confissão, para encontrarmos o perdão e a reconciliação, e assim preparamos o coração para o recebermos, como um presépio de amor.
Só assim esta “gravidez de esperança” chegará a bom termo, e só assim ouviremos naquela Santa Noite os anjos a cantarem - «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade» - e correremos pressurosos, misturados com os pastores, misturados com todos e cada um, numa grande família, (a família de Deus), ao encontro do Salvador que nos foi dado, pelo amor do Pai, no Espírito Santo!

Um Santo Advento para todos, na certeza de que esta “gravidez de esperança” acontece sempre que levantamos o nosso coração para Deus.


Marinha Grande, 15 de Novembro de 2016
Joaquim Mexia Alves

Texto publicado no Boletim da Paróquia da Marinha Grande - "Grãos de Areia"
.

Lições de São João Paulo II - 6

Lições de São João Paulo II



6 – No mistério da Redenção o homem é novamente “reproduzido” e, de algum modo, é novamente criado.



(12 Lições de são joão paulo II)


(revisão da versão portuguesa por ama)

Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?