16/01/2020

Nota de AMA

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nunc coepi


Dar é próprio dos apaixonados


O teu talento, a tua simpatia, as tuas condições... perdem-se; não te deixam aproveitá-las. – Pensas bem nestas palavras de um autor espiritual: "Não se perde o incenso que se oferece a Deus. – Mais se honra o Senhor com o abatimento dos teus talentos do que com o seu uso vão". (Caminho, 684)


E, abrindo os seus tesouros, ofereceram-lhe presentes de ouro, incenso e mirra. Detenhamo-nos um pouco para entender este passo do Santo Evangelho. Como é possível que nós, que nada somos e nada valemos, ofereçamos alguma coisa a Deus? Diz a Escritura: toda a dádiva e todo o dom perfeito vem do alto. O homem não consegue descobrir plenamente a profundidade e a beleza dos dons do Senhor: se tu conhecesses o dom de Deus... – responde Jesus à mulher samaritana. Jesus Cristo ensinou-nos a esperar tudo do Pai, a procurar antes de mais o Reino de Deus e a sua justiça, porque tudo o resto se nos dará por acréscimo e Ele conhece bem as nossas necessidades.

Na economia da salvação, o nosso Pai cuida de cada alma com amor e delicadeza: cada um recebeu de Deus o seu próprio dom; uns de um modo, outros de outro. Portanto, podia parecer inútil cansarmo-nos, tentando apresentar ao Senhor algo de que Ele precise; dada a nossa situação de devedores que não têm com que saldar as dívidas, as nossas ofertas assemelhar-se-iam às da Antiga Lei, que Deus já não aceita: Tu não quiseste os sacrifícios, as oblações e os holocaustos pelo pecado, nem te são agradáveis as coisas que se oferecem segundo a Lei.


Mas o Senhor sabe que o dar é próprio dos apaixonados e Ele próprio nos diz o que deseja de nós. Não lhe interessam riquezas, nem frutos, nem animais da terra, do mar ou do ar, porque tudo isso lhe pertence. Quer algo de íntimo, que havemos de lhe entregar com liberdade: dá-me, meu filho, o teu coração. Vedes? Se compartilha, não fica satisfeito: quer tudo para si. Repito: não pretende o que é nosso; quer-nos a nós mesmos. Daí – e só daí – advêm todas as outras ofertas que podemos fazer ao Senhor. (Cristo que passa, 35)



THALITA KUM 72


THALITA KUM 72 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Devemos ter bem presente a lição desta pesca milagrosa sempre que nos decidirmos a qualquer tarefa apostólica. Antes de falar com aquela pessoa, fazer aquele convite, provocar aquele encontro no qual falaremos de Deus, também devemos dizer com confiança:

In nomine Tuo!

No Teu Nome, Senhor!

No Teu Nome vou fazer isto ou aquilo; vou, conforme me mandas, lançar a rede e, se houver pesca, entregar-ta-ei porque é Tua; não me importa nada se já falei com aquele amigo várias vezes, se fiz tantos convites e nenhum foi aceite, se só tenho conhecido insucesso e frustração, se pesquei toda a noite e não apanhei nada - não me importa, talvez tenha feito as coisas por mim, para minha auto-satisfação ou convencimento, quando as deveria ter feito por Ti e para Ti; se Tu me escolheste, mesmo sabendo como sou, com os meus defeitos e as minhas fraquezas é porque sabes que terei algum préstimo para levar a cabo os Teus desejos; como não sou capaz, sozinho, com tanta responsabilidade, tanto trabalho que é preciso fazer, chamarei outros - das barcas vizinhas - para que me ajudem a trazer para os Teus pés a Tua pescaria.

Desta forma as coisas ficam claras para nós e não teremos mais dúvidas sobre o que temos e devemos fazer.
E esta clareza de que falo é no fim e ao cabo, a certeza da necessidade da nossa união com Deus, da atenção que teremos de manter, permanentemente, para O ouvirmos quando Ele se juntar a nós, no nosso caminho diário, no local de trabalho, em casa, no café, onde estivermos.

Só assim, com o coração pronto e o espírito livre, o que Ele nos disser será ouvido por nós, nos acalentará e nos levará a pedir-lhe:

‘Senhor, é tarde, cai a noite, fica connosco!’


(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Mc 1, 40-45

40 Um leproso veio ter com Ele, caiu de joelhos e suplicou: «Se quiseres, podes purificar-me.» 41 Compadecido, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: «Quero, fica purificado.» 42 Imediatamente a lepra deixou-o, e ficou purificado. 43 E logo o despediu, dizendo-lhe em tom severo: 44 «Livra-te de falar disto a alguém; vai, antes, mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que foi estabelecido por Moisés, a fim de lhes servir de testemunho.» 45 Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido, a ponto de Jesus não poder entrar abertamente numa cidade; ficava fora, em lugares despovoados. E de todas as partes iam ter com Ele.




Comentário:

São Marcos deve ter ficado tão impressionado com este episódio – naturalmente ouvido da boca de São Pedro – que o descreve em pormenor.

Talvez que, o mais saliente, seja a afirmação de Fé do leproso: «Se quiseres podes limpar-me».

Uma lição para nós homens que precisamos de tudo e tudo pedimos ao Senhor e, por vezes, sem a Fé convicta e profunda demonstrada por este homem.

Porquê, se acreditamos que o Senhor pode tudo?

Porque a nossa confiança e fé são débeis e precisam, muitas vezes de um esforço da nossa parte que passará, naturalmente por Lhe dizer com frequência:

‘Senhor, eu creio, mas aumenta a minha Fé’.

(ama, comentário sobre Mc 1, 40-45, 2016.11.02)


Leitura espiritual


Cartas Católicas

Carta de Tiago

Tg 3

Domínio da língua –

1 Meus irmãos, não haja muitos entre vós que pretendam ser mestres, sabendo que nós teremos um julgamento mais severo, 2 pois todos nós falhamos com frequência. Se alguém não peca pela palavra, esse é um homem perfeito, capaz também de dominar todo o seu corpo. 3 Quando pomos um freio na boca do cavalo para que nos obedeça, dirigimos todo o seu corpo. 4 Vede também os barcos: por grandes que sejam e fustigados por ventos impetuosos, são dirigidos com um pequeno leme para onde quer a vontade do piloto. 5 Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede como um pequeno fogo pode incendiar uma grande floresta! 6 Assim também a língua é fogo, é um mundo de iniquidade; entre os nossos membros, é ela que contamina todo o corpo e, inflamada pelo Inferno, incendeia o curso da nossa existência. 7 Todas as espécies de animais selvagens, de aves, de répteis e de animais do mar se podem domar e têm sido domadas pelo homem. 8 A língua, pelo contrário, ninguém a pode dominar: é um mal incontrolável, carregado de veneno mortal. 9 Com ela bendizemos quem é Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10 De uma mesma boca procedem a bênção e a maldição. Mas isto não deve ser assim, meus irmãos. 11 Porventura uma fonte lança pela mesma bica água doce e água salgada? 12 Porventura, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a videira dar figos? Uma fonte de água salgada também não pode dar água doce.

Verdadeira sabedoria –

13 Existe alguém entre vós que seja sábio e entendido? Mostre, então, pelo seu bom procedimento, que as suas obras estão repassadas da mansidão própria da sabedoria. 14 Mas, se tendes no vosso coração uma inveja amarga e um espírito dado a contendas, não vos vanglorieis nem falseeis a verdade. 15 Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é a terrena, a da natureza corrompida, a diabólica. 16 Pois, onde há inveja e espírito faccioso também há perturbação e todo o género de obras más. 17 Mas a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura; depois, é pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia; 18 e é com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz.





Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?