09/12/2017

A Imaculada Conceição

A Imaculada Conceição [i]


Ontem celebrámos uma das grandes festas da Igreja e que também é, uma das maiores festas na tradição portuguesa.

As homenagens à Mãe de Deus, têm este ponto culminante na festa da Imaculada Conceição.

De todos os títulos carinhosos com que os cristãos distinguem a Virgem Maria, talvez este seja o mais expressivo e aquele que, na verdade, só a Ela se pode aplicar.

Nenhuma criatura foi, ou será, mais perfeita, cheia de virtudes e graça de Deus, é verdade, mas, além disso, Deus quis que a encarnação da Segunda Pessoa Divina, se realizasse num seio imaculado desde a sua concepção, isto é, com ausência total de pecado, mesmo, o pecado original a que toda a raça descendente de Adão e Eva está sujeita.

Quando do castigo terrível, anunciado pelo Criador aos nossos primeiros pais, castigo que mais não foi que a consequência directa do seu pecado, condoído da situação que Adão e Eva tinham irremediavelmente provocado, movido pelo Seu infinito amor pelos homens, Deus anunciou desde logo um meio - o único meio - de salvação desse castigo.

E, como o Senhor sempre cumpre as Suas promessas, criou essa excelsa criatura de forma única e perfeita, para ser a Mãe do Seu Filho estremecido, cuja missão foi exactamente, indicar esse caminho de salvação.

Toda esta extraordinária história da salvação humana é, por isso mesmo, uma história de amor; amor de Deus pelos homens.

Esta forma da Igreja celebrar os "passos" desta história de amor, tem, como nos podemos aperceber, uma consequência lógica.

O Advento, que neste momento vivemos, que é o anúncio dessa mesma salvação.
O aviso urgente que nos é feito, durante estas quatro semanas, para nos prepararmos de forma concreta - preparai o caminho do Senhor, endireitai as Suas veredas [ii] - dá-nos conta, por João Baptista, da Sua eminente chegada.

Estar preparados, com o coração limpo e disponível, para ouvir o anúncio do Seu nascimento.

No meio deste tempo, surge esta festa da Imaculada que é como que uma apresentação daquela que será a portadora humana desse Deus vivo e verdadeiro que virá daqui a alguns dias.

É assim que a Igreja pretende associar, definitiva e solenemente, a Virgem Maria à salvação do homem, porque, se é verdade que Deus, na Sua omnipotência, poderia ter escolhido qualquer outra forma ou meio para essa salvação, ao fazê-lo por intermédio de uma mulher, que tinha sido também a causa primeira da queda original, demonstrou a Sua vontade de que, esta Mãe de Deus, fosse figura importante na Sua relação com os homens.

É pois, temos a certeza, muito do agrado de Nosso Senhor, todo o carinho, amor e devoção que dedicarmos à Sua e Nossa Mãe.

Além disso, Ela é o caminho natural para chegar a Jesus, a melhor mediadora e a mais competente advogada, aquela que, como excelentíssima Mãe, tentará, junto do Seu Filho, sublimar as nossas pequenas virtudes, relevando, desculpando e intercedendo pelas nossas numerosas faltas.

Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as Suas veredas. [iii]

Jesus quer, efectivamente, caminhar para nós, vir ao nosso encontro para, depois, ir connosco, juntos, até ao fim do nosso caminho.

Se essa vereda, que O conduzirá até nós, estiver atravancada com dificuldades, escolhos, obstáculos, Jesus demorará mais tempo a chegar ou, que terrível seria, nem sequer chegar a tempo.

Porque, Ele, não obstante o Seu poder infinito, não removerá um obstáculo, não afastará uma dificuldade.

Respeita muito a nossa liberdade e, por isso mesmo, espera, ansiosamente, que sejamos nós a fazê-lo.

E o que são estes obstáculos, estas dificuldades? Nada mais que os nossos defeitos, distracções, faltas de amor.

São as nossas preocupações excessivas com a vida corrente, os negócios, o trabalho, o que os outros pensam, o que os outros têm e nós não temos e gostaríamos de ter, as dissensões, as criticas, os julgamentos apressados ou pouco fundamentados, as faltas de caridade, o encolhimento ante as dificuldades, a aversão ao sacrifício à renúncia a pequenas coisas e o apego a tantas outras que, bem avaliadas, podemos perfeitamente dispensar.

Tudo isto e muito mais, como cada um de nós, no seu íntimo, muito bem sabe.

S. Josemaria escreveu:

«Não sei nada, não tenho nada, não posso nada, não valho nada» [iv]

E, ele, era um santo... e nós, acaso podemos dizer algo muito diferente?

Temos portanto que, forçosamente, diria eu, recorrer a Ela, essa querida Senhora que, embora sendo a maior e a mais excelsa de todas as criaturas, Ela própria Mãe de Deus.

Que não se importou de dar à luz num presépio, o Senhor de todas as coisas, porque, essa, foi a Vontade de Deus.

Que cumpriu os ritos da purificação exigidos pela Lei, não obstante saber-se Virgem Imaculada, porque essa, foi a Vontade de Deus.

Que arrostou com os perigos, o desconforto e incerteza de uma duríssima viagem para terra desconhecida, o Egipto, porque, essa, foi a Vontade de Deus.

Que aceitou o anonimato mais completo, durante os trinta e três anos de vida de Jesus, não obstante ser a Sua Mãe, porque, essa, foi a Vontade de Deus

Que, finalmente, viu o Seu Filho torturado e morto numa Cruz, sabendo como sabia, que Ele era a própria Segunda Pessoa divina, porque, essa, foi a Vontade de Deus.

Como não irá Ela socorrer-nos, ajudar-nos, amorosa e dedicadamente se, essa, é a Vontade de Deus?

Com esta certeza, que temos a felicidade de ter, havemos de recorrer a Ela com toda a urgência e fervor, para que nos ajude a preparar o caminho pelo qual Jesus virá, rapidamente, até ao nosso coração.

Lembremo-nos desta oração mariana que, entre muitas outras, igualmente belas, talvez melhor traduza esse anseio de auxilio:

«Lembrai-Vos ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tendo recorrido à Vossa protecção, implorado a Vossa assistência, proclamado o Vosso auxílio, fosse por Vós desamparado.
Animado eu pois, de igual confiança em Vós, Virgem entre todas singular, como Mãe recorro, gemendo sob o peso dos meus pecados me prostro aos Vossos pés.
Não desprezeis as minhas suplicas, ó Mãe do Filho de Deus Humanado, e dignai-Vos alcançar-me as promessas de Cristo. Amen[v]




[i] Palestra na Meadela, 9 de Dezembro de 1999
[ii] Cfr Mt 3, 3
[iii] Cfr Mt 3, 3
[iv] S. Josemaría, Amigos de Deus nr. 215
[v] Oração Saxum

Quando pensardes que tendes toda a razão...

Vai à direcção espiritual cada vez com mais humildade; e pontualmente, que também é humildade. Pensa (e não te enganas, porque aí é Deus quem te fala) que és como uma criança pequena – sincera! - a quem vão ensinando a falar, a ler, a conhecer as flores e os pássaros, a viver as alegrias e as dores, a equilibrar-se no chão que pisa. (Sulco, 270)


Volto a afirmar que todos temos misérias. Isso, porém, não é razão para nos afastarmos do Amor de Deus. É, sim, estímulo para nos acolhermos a esse Amor, para nos acolhermos à protecção da bondade divina, como os antigos guerreiros se metiam dentro da sua armadura. Esse ecce ego, quia vocasti me, conta comigo porque me chamaste, é a nossa defesa. Não devemos fugir de Deus quando descobrimos as nossas fraquezas, mas devemos combatê-las, precisamente porque Deus confia em nós.

Perdoai-me a insistência, mas julgo imprescindível que fique gravado a fogo nas vossas inteligências que a humildade e a sua consequência imediata a sinceridade, se ligam com os outros meios de luta e fundamentam a eficácia da vitória. Se a tentação de esconder alguma coisa se infiltra na alma, deita tudo a perder; se, pelo contrário, é vencida imediatamente, tudo corre bem, somos felizes e a vida caminha rectamente. Sejamos sempre selvaticamente sinceros, embora com modos prudentemente educados.


Quero dizer-vos com toda a clareza que me preocupa muito mais a soberba do que o coração e a carne. Sede humildes! Sempre que estiverdes convencidos de que tendes toda a razão, é porque não tendes nenhuma. Ide à direcção espiritual com a alma aberta. Não a fecheis, porque então intromete-se o demónio mudo e é muito difícil expulsá-lo. (Amigos de Deus, nn. 187-188)

Temas para meditar

A força do Silêncio, 92


Os grandes seres espirituais ficam muitas vezes sem palavras e passam dias em silêncio.

Vivem no desvendamento do mistério.

Vivem naquilo que os faz sair de si mesmos para os fazer entrar no mistério de Deus.



CARDEAL ROBERT SARAH

Evangelho e comentário

Tempo do Advento


Evangelho: Mt 9, 35. 10, 1. 6-8

35 Naquele tempo, Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades.
10 1 Depois chamou a Si os seus Doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades.
6 Jesus deu-lhes também as seguintes instruções: «Ide às ovelhas perdidas da casa de Israel. 7 Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus. 8 Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça».

Comentário:

O milagre do apostolado é exactamente estarmos dispostos e disponíveis para fazer o que convém e segundo as sugestões que nos são dadas na direcção espiritual.

Milagre porque é o Espírito Santo que nos urge e insinua a vencer a nossa resistência e, não poucas vezes, apatia.

Sim, é sempre preciso um esforço da nossa parte em dar o que recebemos de graça, em trazer outros para o reino de deus.

(AMA, comentário sobre Mt 9, 35 – 10. 1, 6-8, 03.12.2016)








Leitura espiritual

São Josemaria Escrivá

CRISTO QUE PASSA


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Evocámos há pouco o episódio de Naim.
Poderíamos citar ainda outros, porque os Evangelhos estão cheios de cenas semelhantes.
Esses relatos sempre comoveram e hão-de continuar a comover os corações dos homens.
Efectivamente, não incluem apenas o gesto sincero de um homem que se compadece dos seus semelhantes: são, essencialmente, a revelação da imensa caridade do Senhor.
O Coração de Jesus é o Coração de Deus Encarnado, do Emanuel - Deus connosco.

A Igreja, unida a Crista, nasce de um Coração ferido.
É desse Coração, aberto de par em par, que a vida nos é transmitida. Como não recordar aqui, embora de passagem, os sacramentos através dos quais Deus opera em nós e nos faz participantes da força redentora de Cristo?
Como não recordar com particular gratidão o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, o Santo Sacrifício do Calvário e a sua constante renovação incruenta na nossa Missa?
É Jesus, que Se nos entrega como alimento; porque Jesus vem até nós, tudo muda e no nosso ser manifestam-se forças - a ajuda do Espírito Santo - que enchem a alma, que formam as nossas acções, o nosso modo de pensar e de sentir.
O coração de Cristo é paz para o cristão.

O fundamento da entrega que o Senhor nos pede não está só nos nossos desejos e nas nossas forças, tantas vezes limitados e impotentes: apoia-se, antes de tudo, nas graças que conquistou para nós o amor do Coração de Deus feito Homem.
Por isso, podemos e devemos perseverar na nossa vida interior de filhos do Pai que está nos Céus, sem darmos acolhimento ao desânimo e à desesperança.
Gosto de mostrar como o cristão, na sua existência habitual e corrente, nos mais simples pormenores, nas circunstâncias normais do seu dia-a-dia, exercita a Fé, a Esperança e a Caridade, porque aí é que reside a essência da conduta de uma alma que conta com o auxílio divino e que, na prática dessas virtudes teologais, encontra a alegria, a força e a serenidade.

São estes os frutos da paz de Cristo, da paz que nos veio trazer o seu Coração Sagrado.
Porque - digamo-lo mais uma vez - o amor de Jesus pelos homens é uma das profundidades insondáveis do mistério divino, do amor do Filho ao Pai e ao Espírito Santo.
O Espírito Santo, laço de amor entre o Pai e o Filho, encontra no Verbo um coração humano.

Não é possível falar destas realidades centrais da nossa fé sem darmos pela limitação da nossa inteligência diante das grandezas da Revelação.
No entanto, embora a nossa razão se encha de pasmo, cremos nelas com humildade e firmeza.
Sabemos, apoiados no testemunho de Cristo, que essas realidades são assim mesmo.
Que o Amor, no seio da Trindade, se derrama sobre todos os homens por intermédio do amor do Coração de Jesus.

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Viver no Coração de Jesus, unir-nos a Ele estreitamente é, portanto, convertermo-nos em morada de Deus.
Aquele que Me ama será amado pelo meu Pai, anunciou o Senhor. E Cristo e o Pai, no Espírito Santo, vêm à alma e fazem nela a sua morada.

Quando compreendemos - ainda que seja só um poucochinho - estas verdades fundamentais, a nossa maneira de ser transforma-se.
Passamos a ter fome de Deus e fazemos nossas as palavras do Salmo: Meu Deus, eu Te procuro solícito; sedenta de Ti está a minha alma; a minha carne deseja-Te, como terra árida, sem água.
E Jesus, que suscitou as nossas ansiedades, vem ao nosso encontro e diz-nos: se alguém tem sede, venha a Mim e beba.
E oferece-nos o seu Coração, para encontrarmos nele o nosso repouso e a nossa fortaleza.
Se aceitarmos o seu chamamento, veremos como as suas palavras são verdadeiras, e aumentará a nossa fome e a nossa sede, até desejarmos que Deus estabeleça no nosso coração o lugar do seu repouso e não afaste de nós o seu calor e a sua luz.

Ignem veni mittere in terram, et quid volo nisi ut accendatur?, vim trazer fogo à Terra, e que quero eu senão que se acenda?
Já que nos aproximámos um bocadinho do fogo do Amor de Deus, deixemos que o seu impulso mova as nossas vidas, sintamos o entusiasmo de levar o fogo divino de um extremo ao outro do mundo, de o dar a conhecer àqueles que nos rodeiam - para que também eles conheçam a paz de Cristo e, com ela, encontrem a felicidade.
Um cristão que viva unido ao Coração de Jesus não pode ter outros objectivos senão estes: a paz na sociedade, a paz na Igreja, a paz na própria alma, a paz de Deus, que se consumará quando vier a nós o seu Reino.

Maria, Regina pacis, Rainha da Paz, porque tiveste fé e acreditaste que se cumpriria o anúncio do Anjo, ajuda-nos a aumentar a Fé, a sermos firmes na Esperança, a aprofundar o Amor.
Porque é isso que quer hoje de nós o teu Filho, ao mostrar-nos o seu Sacratíssimo Coração.

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Assumpta est Maria, in coelum, gaudent angeli
Maria foi levada por Deus, em corpo e alma, para os Céus.
Há alegria entre os anjos e os homens.
Qual a razão desta satisfação íntima que descobrimos hoje, com o coração que parece querer saltar dentro do peito e a alma cheia de paz?
Celebramos a glorificação da nossa Mãe e é natural que nós, seus filhos, sintamos um júbilo especial ao ver como é honrada pela Trindade Beatíssima.

Cristo, seu Filho Santíssimo, nosso irmão, deu-no-la por Mãe no Calvário, quando disse a S. João: eis aqui a tua Mãe.
E nós recebêmo-la, com o discípulo amado, naquele momento de imenso desconsolo.
Santa Maria acolheu-nos na dor, quando se cumpriu a antiga profecia: e uma espada trespassará a tua alma.
Todos somos seus filhos; ela é Mãe de toda a Humanidade.
E agora, a Humanidade comemora a sua inefável Assunção: Maria sobe aos céus, Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo. Mais do que Ela, só Deus.

O mistério do amor

Mistério de amor é este.
A razão humana não consegue compreendê-lo.
Só a fé pode explicar como é que uma criatura foi elevada a tão grande dignidade, até se tornar o centro amoroso em que convergem as complacências da Trindade.
Sabemos que é um segredo divino. Mas, por se tratar da nossa Mãe, sentimo-nos capazes de o compreender melhor - se é possível falar assim - do que outras verdades da fé.

Como nos teríamos comportado se tivéssemos podido escolher a nossa mãe?
Julgo que teríamos escolhido a que temos, enchendo-a de todas as graças.
Foi o que Cristo fez, pois, sendo Omnipotente, Sapientíssimo e o próprio Amor, seu poder realizou todo o seu querer.

Vede como os cristãos descobriram, há já bastante tempo, este raciocínio: convinha - escreve S. João Damasceno - que aquela que no parto tinha conservado íntegra a sua virgindade, conservasse depois da morte o seu corpo sem corrupção alguma. Convinha que aquela que tinha trazido no seu seio o Criador feito menino, habitasse na morada divina. Convinha que a Esposa de Deus entrasse na casa celestial. Convinha que aquela que tinha visto o seu Filho na Cruz, recebendo assim no seu coração a dor de que tinha sido isenta no parto, o contemplasse sentado à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que corresponde a seu Filho, e que fosse honrada como Mãe e Escrava de Deus por todas as criaturas.

Os teólogos formularam com frequência um argumento semelhante, tentando compreender de algum modo o significado desse cúmulo de graças de que Maria se encontra revestida, e que culmina com a Assunção aos Céus.
Dizem convinha; Deus podia fazê-lo; e por isso o fez.
É a explicação mais clara das razões que levaram Cristo a conceder a sua Mãe todos os privilégios, desde o primeiro instante da sua Imaculada Conceição.
Ficou livre do poder de Satanás; é formosa - tota pulchra! - limpa, pura na alma e no corpo.

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O mistério do sacrifício silencioso

Mas reparai: se Deus quis, por um lado exaltar a sua Mãe, por outro, durante a sua vida terrena, não foram poupados a Maria a experiência da dor, nem o cansaço do trabalho, nem o claro-escuro da fé. Àquela mulher do povo, que, certo dia, irrompe em louvores a Jesus, exclamando Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos a que foste amamentado, o Senhor responde: Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus, e a põem em prática.
Era o elogio da sua Mãe, do seu fiat, do faça-se, sincero, entregue, cumprido até às últimas consequências, que não se manifestou em acções aparatosas, mas no sacrifício escondido e silencioso de cada dia.

Ao meditar nestas verdades, percebemos um pouco mais a lógica de Deus.
Compreendemos que o valor sobrenatural da nossa vida não depende de que se tornem realidade as grandes façanhas que por vezes forjamos com a imaginação, mas da aceitação fiel da vontade divina, da disposição generosa nos pequenos sacrifícios diários,

Para sermos divinos, para nos "endeusarmos", temos de começar por ser muito humanos, vivendo face a Deus dentro da nossa condição de homens correntes, santificando esta aparente pequenez.
Assim viveu Maria.
A cheia de graça, a que é objecto das complacências de Deus, a que está acima dos anjos e dos santos teve uma existência normal.
Maria é uma criatura como nós, com um coração como o nosso, capaz de gozo e de alegrias, de sofrimento e de lágrimas.
Antes de Gabriel lhe comunicar o querer de Deus, não sabe que tinha sido escolhida desde toda a eternidade para ser Mãe do Messias. Considera-se a si mesma cheia de baixeza; por isso, reconhece logo, com profunda humildade, que fez em mim grandes coisas Aquele que é Todo-poderoso.

A pureza, a humildade e a generosidade de Maria contrastam com a nossa miséria, com o nosso egoísmo.
É razoável que, depois de nos apercebermos disso, nos sintamos movidos a imitá-la.
Somos criaturas de Deus, como Ela, e basta que nos esforcemos por ser fiéis para que também em nós o Senhor faça grandes coisas.
Não será obstáculo a nossa pequenez, porque Deus escolhe o que vale pouco, para que assim brilhe melhor a potência do seu amor.

(cont)


El reto del amor de hoy es que obres y pienses en verdad, sin juzgar

LAS MONJAS ESTÁN DE FIESTA


Tenemos motivos sobrados para que digan esto, porque, vivir con el Señor en su Casa, recibirle todos los días... Además estamos comenzando el Año Jubilar por los 800 años de la Aprobación de la Orden... ¡y tantos otros detalles que nos alegran!

Pero, esta vez, lo que sale al exterior no tiene como principal motivo eso; y es que, cada mañana y cada anochecer, en la puerta de nuestra iglesia, tiramos un cohetito. ¡Sí, sí!

Debe de ser una escena llamativa, aunque procuramos que no haya gente, pero ya nos llega que por el pueblo dicen que "las monjas están de fiesta".

Bueno, pues la razón es que, así, las palomas se van de la fachada. Cada día tenemos que salir a limpiar, y a Aroa se le ha ocurrido la feliz idea de la pirotecnia. De momento, funciona; llevamos dos semanas que casi no tenemos que limpiar la acera, y esperemos que les dure el susto. Así que claro que estamos contentas, porque este tema nos traía de cabeza.

Esto me enseña que, de lo que vemos, a lo que es la realidad, puede haber diferencias notables. Aprendo de nuevo que es importante vivir de cara al Señor y en la verdad, porque medio mundo habla del otro medio, a menudo de lo que se imagina.

También aprendo otra gran lección para la vida: Muchas veces hemos hablado en Comunidad de poner pinchos, redes, azufre…etc., para espantar a las palomas, pero nunca nos hemos decidido, porque se acostumbran y vuelven. Ahora, con algo tan sencillo, quizás se solucione. Así nos enseña el Señor que Él conduce nuestras vidas, se ocupa de nuestros problemas, y, cuándo y cómo menos pensamos, surge una solución de lo más fácil y providencial. Pero, ¿nos creemos que se ocupa de todo lo nuestro? A menudo queremos hacer, aportar… y, en el fondo, no nos estamos fiando. Claro que hay que hacer lo que se puede en todo, pero luego, soltar el resultado. Hace unos días compartía con una amiga que, hasta que no podemos nada, nada, no confiamos en el Señor de verdad.

El reto del amor de hoy es que obres y pienses en verdad, sin juzgar por las apariencias y que confiemos que el Señor tiene todas las soluciones a nuestros problemas y las da curso en el momento mejor. 


VIVE DE CRISTO

Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?