TEMA 17. A liturgia e os
sacramentos em geral 3
2.1. Os sacramentos:
natureza, origem e número
«Os
sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à
Igreja, pelos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis, com os
quais são celebrados os sacramentos, significam e realizam as graças próprias
de cada sacramento» (Catecismo, 1131). «Os sacramentos são sinais
sensíveis (palavras e acções), acessíveis à nossa humanidade actual» (Catecismo,
1084).
«Aderindo
à doutrina da Sagrada Escritura, às tradições apostólicas e ao sentir unânime
dos santos Padres», nós professamos que «os sacramentos da nova Lei foram todos
instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo» 5.
«Há
na Igreja sete sacramentos: Baptismo, Confirmação ou Crisma, Eucaristia,
Penitência, Unção dos enfermos, Ordem e Matrimónio» (Catecismo, 1113).
«Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do
cristão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão, à vida de fé dos
cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da
vida espiritual» (Catecismo, 1210). Formam um conjunto ordenado em
que a Eucaristia ocupa o centro pois contém o próprio Autor dos sacramentos (cf.
Catecismo, 1211).
Os
sacramentos significam três coisas: a causa santificante, que é a Morte e Ressurreição
de Cristo; o efeito santificante ou graça; e o fim da santificação, que é a
glória eterna. «O sacramento é sinal rememorativo daquilo que o precedeu, isto
é, da paixão de Cristo; e demonstrativo daquilo que em nós a paixão de Cristo
realiza, isto é, da graça; e prognóstico, quer dizer, que anuncia de antemão a
glória futura» 6.
O
signo sacramental, próprio de cada sacramento, é constituído por coisas (elementos
materiais – água, azeite, pão, vinho – e gestos humanos – ablução, unção,
imposição das mãos, etc.), que se chamam matéria; e também por palavras que o
ministro do sacramento pronuncia, que são a forma. Na realidade, «cada celebração
sacramental é um encontro dos filhos de Deus com o seu Pai, em Cristo e no
Espírito Santo. Tal encontro exprime-se como um diálogo, através de acções e de
palavras» (Catecismo, 1153).
Na
liturgia dos sacramentos existe uma parte imutável (o que o próprio Cristo estabeleceu
acerca do signo sacramental), e as partes que a Igreja pode mudar, para bem dos
fiéis e maior veneração dos sacramentos, adaptando-as às circunstâncias de
lugar e de tempo 7. «Nenhum rito sacramental pode ser modificado ou
manipulado ao arbítrio do ministro ou da comunidade» (Catecismo, 1125).
juan josé silvestre
Bibliografia
básica:
Catecismo
da Igreja Católica, 1066-1098; 1113-1143; 1200-1211 e 1667-1671.
Leituras
recomendadas:
S.
Josemaria, Homilia «A Eucaristia, mistério de fé e de amor», em Cristo que Passa,
83-94; também os n. 70 e 80. Temas Actuais do Cristianismo, 115.
J.
Ratzinger, Introdução ao Espírito da Liturgia, Edições Paulinas, 2002.
J.L.
Gutiérrez-Martín, Belleza y misterio. La liturgia, vida de la Iglesia, EUNSA
(Astrolabio), Pamplona 2006, pp. 53-84, 13-126.
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Notas:
5
Concílio de Trento: DS 1600-1601; cf. Catecismo, 1114.
6
S. Tomás de Aquino, Suma Teológica, III, q. 60, a. 3; cf. Catecismo, 1130.