«Porventura serei eu, Senhor?»
É comovedora esta confissão dos Discípulos mais próximos do Senhor. Confissão que é o reconhecimento sincero e dolorido da sua pouca fé, das poucas certezas que tinham. Há tês anos que andavam com o Mestre, ouvido as Suas palavras, presenciado os Seus milagres, alguns, portentosos: as ressurreições de Lázaro, do filho da viúva de Naín, da filha de Jairo; as duas multiplicações de pães e peixes, e, não obstante o seu amor e carinho por Jesus… não tinham a certeza da sua própria fidelidade.
E, eu, tenho? Se olhar para trás, para toda a minha vida, quantas vezes O traí, também, por umas coisas de nada, não trinta moedas de prata, mas talvez, até, por menos, um prazer fugaz, um abandono envergonhado, uma súbita surdez ao Seu apelo, uma revolta íntima por um mau momento, uma doença, um desaire económico, uma incompreensão, uma injustiça!
Não é verdade que, muitas vezes, quis o Mestre só para mim, para me resolver os meus problemas pessoais, para me libertar da minha cruz – feita por mim, quase sempre -, me considerei “especial”, credor de benesses e atenções particulares, merecedor de mais graças e mais benefícios!
Nesta Quarta Feira Santa eu Te digo e peço, Senhor: Como quero ser fiel, ajuda-me na minha pouca fé, aumenta o meu amor por Ti, confirma a minha esperança de salvação.
(AMA, Meditação sobre Mt 26, 14-25, 9009.04.08)