12/04/2015

2015.04.12








O que pode ver hoje em NUNC COEPI




Vivei uma particular Comunhão dos Santos - São Josemaria – Textos

Evangelho, comentário, L. Espiritual (Jesus: Profeta ou revolucionário?) - AMA - Comentários ao Evangelho Jo 20 19-31, Francisco Catão, Jesus profeta ou revolucionário?

Temas para meditar - 416 - Enc. (São João Paulo II), Progresso, São João Paulo II


Pequena agenda do cristão - Agenda Domingo

Vivei uma particular Comunhão dos Santos

Comunhão dos Santos. – Como to hei-de dizer? – Sabes o que são as transfusões de sangue para o corpo? Pois assim vem a ser a Comunhão dos Santos para a alma. (Caminho, 544)

Vivei uma particular Comunhão dos Santos: e cada um sentirá, à hora da luta interior, e à hora do trabalho profissional, a alegria e a força de não estar só. (Caminho, 545)


Aqui estamos, consummati in unum, em unidade de petição e de intenções, dispostos a começar este tempo de conversa com o Senhor com renovado desejo de sermos instrumentos eficazes nas suas mãos. Diante de Jesus Sacramentado – como gosto de fazer um acto de fé explícita na presença real do Senhor na Eucaristia! – fomentai nos vossos corações o desejo de transmitir, pela vossa oração, um impulso fortíssimo que chegue a todos os lugares da terra, até ao último recanto do planeta, onde houver alguém gastando a sua existência ao serviço de Deus e das almas. Com efeito, graças à inefável realidade da Comunhão dos Santos, somos solidários – cooperadores, diz S. João – na tarefa de difundir a verdade e a paz do Senhor. (Amigos de Deus, 154)

Evangelho, comentário, L. Espiritual (Jesus: Profeta ou revolucionário?)


Domingo da Divina Misericórdia


Evangelho: Jo 20 19-31

19 Chegada a tarde daquele mesmo dia, que era o primeiro da semana, e estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam juntos, por medo dos judeus, foi Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!». 20 Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se muito ao ver o Senhor. 21 Ele disse-lhes novamente: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também vos envio a vós». 22 Tendo dito esta palavras, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. 23 Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». 24 Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25 Os outros discípulos disseram-lhe: «Vimos o Senhor!». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas Suas mãos a abertura dos cravos, se não meter a minha mão no Seu lado, não acreditarei». 26 Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, colocou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». 27 Em seguida disse a Tomé: «Mete aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos, aproxima também a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel!». 28 Respondeu-Lhe Tomé: «Meu Senhor e Meu Deus!». 29 Jesus disse-lhe: «Tu acreditaste, Tomé, porque Me viste; bem-aventurados os que acreditaram sem terem visto». 30 Outros muitos prodígios fez ainda Jesus na presença de Seus discípulos, que não foram escritos neste livro. 31 Estes, porém, foram escritos a fim de que acrediteis que Jesus é o Messias, Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em Seu nome.

Comentário:

Jesus Cristo não diz a Tomé que não seja incrédulo mas crente, diz «não sejas incrédulo mas fiel», o que é bastante significativo.

A fidelidade é uma condição essencial para acreditar porque não se pode crer sem a entrega que a fidelidade representa.

Mais… a fé só se mantém enquanto se mantiver a fidelidade, rompida esta desaparece aquela.

O contrário também é verdadeiro porque quem acredita, deveras, tem de ser fiel ao ou em quem crê, quando não, para que lhe servirá a fé?

(ama, comentário sobre Jo 20, 24-29, 2013.07.03)


Leitura espiritual

Jesus foi um mero profeta ou revolucionário?

As verdades centrais da fé são expressas de maneira sempre analógica, quando não puramente metafórica
Não se pode negar que Jesus seja visto como profeta e revolucionário: anunciou, como profeta, o Reino de Deus e revolucionou a religião mosaica.
A expressão da fé nega, contudo, os limites da simples experiência histórica, para afirmar sua verdade, de maneira transcendente: Mais do que profeta ou revolucionário, Jesus é o Filho de Deus feito homem.

O discurso histórico e a expressão da fé

Todas as fontes habituais da história universal nos falam de Jesus de Nazaré, que é a personalidade central dos textos correntes na comunidade cristã, desde alguns anos depois de sua morte. Narram como viveu, o que ensinou, as circunstâncias em que morreu e a maneira como os discípulos, tendo-se certificado de que estava vivo, o reconheceram como Filho do Deus e se tornaram suas testemunhas por toda a terra então conhecida.

Profeta? Foi reconhecido como tal pelo povo. [i]

Revolucionário?

Foi acusado de sê-lo e, por isso, condenado e morto.
Na realidade, porém, aqueles que o conheciam mais de perto e compreenderam o alcance de suas palavras, sabiam que era muito mais do que isso, pois dizia palavras de vida eterna, manifestando-se como o Santo de Deus,[ii] em português, o Ungido, em hebraico, o Messias prometido ao povo desde o tempo dos patriarcas, em grego, o Cristo, como desde cedo o apelidaram os cristãos.

O quarto evangelho, atribuído a João, o “discípulo amado”, oferece-nos num texto denso, o testemunho que levou os discípulos, a partir da intimidade com Jesus e dos “sinais”, que marcaram momentos decisivos de sua existência, a confessar sua divindade: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto a Deus, e a Palavra era Deus”.[iii]

Jesus, pois, para os que o conheceram, não foi apenas profeta ou revolucionário, mas homem de Deus, santo de Deus, Filho de Deus, num sentido único e transcendente.

A expressão da fé em Jesus está baseada na sua história, como os discípulos a viveram, aprendendo com Ele a dar cada dia mais importância às realidades interiores, percebidas pelo coração.
Jesus, depois de os convidar a segui-lo, falava-lhes a partir da sua sensibilidade de homens simples, envolvidos com população pobre e, muitas vezes, sofredora.

Os poderosos, a quem se vinculava a classe sacerdotal, agrupada em torno do templo, e os mestres e intérpretes da lei, que se ocupavam das celebrações nas sinagogas, salvo raras excepções, resistiam ao ensinamento de Jesus, contestando-lhe os gestos de misericórdia em favor dos doentes ou excluídos da vida social.

Quem ainda hoje lê os textos antigos, à luz dos cânones do discurso histórico estabelecidos há dois séculos, tende a classificar Jesus como profeta ou revolucionário, em choque com as práticas religiosas preconceituosas e discriminatórias, ou com as estruturas sociais injustas, que oprimiam o seu povo, dominado pelos romanos.

Jesus seguiu o mesmo caminho dos profetas, denunciando as injustiças, incomodando os poderosos, sendo, por isso, por eles rejeitado e perseguido.
Mas os textos cristãos são claros quanto às razões de agir de Jesus, inspiradas acima de tudo na fidelidade a Deus, a quem chama de Pai, e no amor de quem dá a própria vida por aqueles a que ama, submetendo-se às misteriosas disposições do Pai.

A libertação que Jesus anuncia, e por isso se fez homem, cumprindo a promessa de Deus de salvar a todos, é um reino definitivo de justiça, de paz e de amor, muito mais do que um triunfo a ser vivido na história.

Vivemos essa realidade, por enquanto, no coração, “dentro de nós”,[iv] até que um dia seja definitivamente estabelecida, numa sua segunda vinda, reunindo todos os justos que O acolheram e seguiram os seus passos.
Assim, o papel que Jesus desempenha na história como profeta, revolucionário, camponês ou mesmo, simplesmente, judeu ou palestino do primeiro século, não esgota a realidade profunda de sua vida.
Os seus gestos e palavras apelam para uma dimensão transcendente, que somente explica como é acolhido através da história, desde os que com ele conviveram, até os cristãos de hoje.

Mas então, quem é Jesus?

Como todo ser humano, Jesus pertenceu a um determinado povo, foi um judeu, viveu num determinado tempo, do imperador Quirino ao governo de Pôncio Pilatos, num determinado lugar entre a Judeia e a Galileia, foi artesão, viveu a vida simples dos habitantes de Nazaré.

Foi ao encontro de João Baptista no deserto e percorreu as cidades mais conhecidas de sua região, seguido de alguns discípulos e, com relativa frequência, de uma multidão mais numerosa atraída pelas suas palavras e gratificadas pelas suas curas e exorcismos.

Nenhum desses traços particulares, porém, manifesta ou explica a originalidade pessoal profunda desse homem.
A veracidade da sua humanidade acaba se afirmando em contraste com o mistério de sua Pessoa.
Como narra Mateus: “O centurião, (comandante) dos que guardavam Jesus (na cruz), ao verem o terremoto e tudo mais que acontecia na hora de sua morte, ficaram muito amedrontados e exclamaram: ‘De fato, esse homem era Filho de Deus!’” [v]

O texto de Mateus mostra como, já na sua época, os cristãos perceberam a articulação entre a veracidade da humanidade, atestada na morte, e o reconhecimento da divindade, manifestada pelos sinais de Deus que acompanharam o momento supremo da cruz.

Amedrontada, a corte romana confessa o que os discípulos vão proclamar ao terceiro dia, diante do túmulo vazio e do encontro com o Senhor que vem até eles, comunicando-lhes o Espírito: “Meu Senhor e meu Deus!”.[vi]

Cinquenta dias mais tarde, em Pentecostes, Pedro vai também proclamar a morte de cruz e a ressurreição de Jesus, intimamente associadas, fixando o anúncio fundamental do cristianismo, o querigma: Mais do que profeta ou revolucionário, executado como criminoso, Jesus, verdadeiro homem, é o Filho de Deus, que nos comunica o Espírito, que nos transforma interiormente – metanoia – dá-nos a força de testemunhar, numa comunhão de amor fraterno e de serviço.

Em continuidade com a tradição, a proclamação da morte e da ressurreição de Jesus é a garantia de que Deus está connosco, como está com Jesus e preenche nossas aspirações mais íntimas, o desejo da bem-aventurança, que é o próprio Deus.

Actualmente, mergulhados numa cultura voltada para si mesma e consciente da fragilidade dos valores que poderiam nos sustentar, experimentamos, ao mesmo tempo, o desejo de viver com simplicidade a fé dos discípulos de Jesus e dos primeiros cristãos e o medo de nos perdermos como pessoas, acolhendo o Crucificado Ressuscitado, sem passar pelo exame crítico da razão e da ciência.

Vivemos, ao mesmo tempo, o desejo de acreditar em Jesus, como os discípulos, e a necessidade de ajustar a fé às exigências do pensamento crítico e da lógica científica.

Somos herdeiros de um longo esforço, feito pela tradição ocidental, de ajustar a profissão de fé dos apóstolos às exigências da razão, formuladas primeiro em continuidade com o pensamento grego e, séculos mais tarde, com as reivindicações da modernidade.

(cont)

francisco catão




[i] Jo 7,40
[ii] Jo 6,69s
[iii] Jo 1,1
[iv] Lc 17,21
[v] Mt 27,54
[vi] Jo 20, 28

Pequena agenda do cristão

DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé.

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Temas para meditar - 416


Progresso



A humanidade fez descobertas admiráveis, alcançou resultados prodigiosos no campo da ciência e da técnica, levou a cabo grandes obras na via do progresso e da civilização, e em épocas recentes dir-se-ia que conseguiu acelerar o curso da história. Mas a mudança fundamental, mudança que se pode definir “original”, acompanha sempre o caminho do homem e, através dos diversos acontecimentos históricos, acompanha todos e cada um. É a mudança entre o “cair” e o “levantar-se”, entre a morte e a vida.

(são joão paulo iiEnc. Redemptoris Mater, 1987.03.25, 52)