24/12/2020

Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?

 


*A humildade é outro bom caminho para chegar à paz interior. – Foi Ele que o disse: «Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração... e encontrareis paz para as vossas almas». (Caminho, 607)

 

 

*Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Também eu, instado por esta pergunta, contemplo agora Jesus, deitado numa manjedoura, num lugar que só é próprio para os animais. Onde está, Senhor, a tua realeza: o diadema, a espada, o ceptro? Pertencem-lhe e não os quer; reina envolto em panos. É um rei inerme, que se nos apresenta indefeso; é uma criança. Como não havemos de recordar aquelas palavras do Apóstolo: aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo.

Nosso Senhor encarnou para nos manifestar a vontade do Pai. E começa a instruir-nos estando ainda no berço. Jesus Cristo procura-nos – com uma vocação, que é vocação para a santidade –, a fim de consumarmos com Ele a Redenção. Considerai o seu primeiro ensinamento: temos de co-redimir à custa de triunfar, não sobre o próximo, mas sobre nós mesmos. Tal como Cristo, precisamos de nos aniquilar, de sentir-nos servidores dos outros para os conduzir a Deus.

Onde está o nosso Rei? Não será que Jesus quer reinar, antes de mais, no coração, no teu coração? Por isso se fez menino: quem é capaz de ter o coração fechado para uma criança? Onde está o nosso Rei? Onde está o Cristo que o Espírito Santo procura formar na nossa alma? Cristo não pode estar na soberba, que nos separa de Deus, nem na falta de caridade, que nos isola dos homens. Aí não podemos encontrar Cristo, mas apenas a solidão.

No dia da Epifania, prostrados aos pés de Jesus Menino, diante de um Rei que não ostenta sinais externos de realeza, podeis dizer-lhe: Senhor, expulsa a soberba da minha vida, subjuga o meu amor-próprio, esta minha vontade de afirmação pessoal e de imposição da minha vontade aos outros. Faz com que o fundamento da minha personalidade seja a identificação contigo. (Cristo que passa, 31)

LEITURA ESPIRITUAL Dez 24

 

Evangelho

 

Mt XIV 22 – 34

 

Jesus anda sobre as águas

 

22 Depois, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões. 23 Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só. 24 O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. 25 De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. 26 Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. 27 No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» 28 Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» 29 «Vem» - disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30 Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» 31 Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» 3 2E, quando entraram no barco, o vento amainou. 33 Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!»

 

Outras curas operadas por Jesus

 

34 Após a travessia, pisaram terra em Genesaré. 35 Ao reconhecerem-no, os habitantes daquele lugar espalharam a notícia por toda a região. Trouxeram-lhe todos os doentes, 36 suplicando-lhe que, ao menos, os deixasse tocar na orla do seu manto. E todos aqueles que a tocaram, ficaram curados.

 

 

 


 

  Existe, de facto, em cada um de nós um crítico em serviço permanente, comportamo-nos como se fosse-mos uma ilha isolada no meio de um vastíssimo oceano, onde afloram todas as águas trazendo com elas inúmeros detritos, objectos dos mais diversos, coisas que não são identificáveis, até, por vezes, cadáveres de afogados.

Dedicamos então, o nosso tempo livre, que é muito, a apreciar tudo isto, a tentar identificar, descobrir a origem, a causa, o porquê daquilo que nos veio às mãos.

Quer dizer, estamos de facto sozinhos nessa ilha, não temos ninguém que nos controle a ânsia de investigação, não temos, em suma, que dar contas a ninguém do que fazemos e, muito menos, das conclusões a que chegamos.

  Vamos guardando para nós, dentro de nós, um acervo interminável de opiniões, descobertas, conceitos. Conseguimos arranjar espaço para arquivar um enormíssimo catálogo que, no fim e ao cabo, não vai servir, nunca, para nada.

Talvez cheguemos à conclusão que, pelo menos, estamos a perder tempo na construção – manutenção – de tal armazém no qual nunca ninguém entrará para recolher o que seja. Ou, é possível que pensemos que talvez um dia, possamos ir retirando desse acervo coisas interessantes para comparar com outras que se nos vão deparando na vida.

  As ruas da cidade onde vivemos são a nossa ilha onde apreciamos os que passam: Este é baixo, aquela é gorda, estoutro parece tonto, aquele parece estar na companhia da filha mais nova ou, talvez, uma neta, aquele casal discute, este, vê-se bem, tem sérios problemas; reparamos no que sorri, ou  que tem a tristeza ou a preocupação estampadas no rosto, outro que se veste como um palhaço, outra que se julga uma estrela de cinema, um miúdo muito acertadinho, uma pessoa já de idade que coxeia bastante, aquele que corre com o suor a escorrer-lhe pelo pescoço, aproxima-se alguém que parece falar consigo mesmo…

  Registamos fotograficamente este interminável oceano que nos envolve com todos os pormenores, características, cores, volumes e dimensões. Com uma rapidez impressionante chegamos ao fim de uns minutos com um registo enormíssimo repleto de apontamentos, rasgos, traços, pinceladas, anotações… mas não temos um quadro, uma visão de conjunto, um todo.

Coisas esparsas, vagas, difusas, misturadas sem critério – nem preocupação de tê-lo – e, com tudo isto, que é muito, entramos finalmente em casa e constatamos que chegamos como partimos: Vazios!

  Às vezes, a nossa ilha, é o automóvel onde nos deslocamos, onde nos sentimos reis e senhores com uma série de direitos e prerrogativas.

  Quando na paragem do semáforo alguém se aproxima para nos pedir algo nem reparamos no gesto maquinal que fazemos que traduzido quererá, talvez, dizer: Tenha paciência…

  Paciência?

Claro que tem paciência se a não tivesse, não estava ali, horas, batendo nos vidros dos automóveis que param.

Se, de manhã, com um pequeno sorriso expectante de esperança, se ao final da tarde com um ar de cansaço desiludido.

  Quando surge o sinal verde, talvez pensemos: ‘Bolas podia ter dado uma moeda ao desgraçado, se calhar tinha fome…’ mas este pensamento desvanece-se tão rapidamente como surgiu: ‘Não! Chega! São os bombeiros, é para ajuda das crianças com não sei que doença, é para o asilo não sei de onde, é para a Liga dos Amigos de… não! o Estado, sim o Estado é que tem obrigação de olhar por estas coisas, suprir estas necessidades. É para isso que pago impostos.’

  (E… pago mesmo os impostos, não tento fugir, dar um “jeitinho”, afinal… todos fazem o mesmo!).

  E pronto! O brevíssimo incómodo passou. Atrás de nós, um qualquer carrega na buzina o que nos irrita profundamente. Só não fazemos um gesto feio porque levamos os miúdos no banco detrás.

‘Não querem lá ver o apressado! Se calhar o carro nem é dele, ou, o mais certo, é ter as prestações em atraso…’

  (Nem nos lembramos que, esse, talvez seja o nosso caso!)

 

(AMA, Migalhas para o caminho, ISBN 978-989-20.4856-7)

 

 

Pequena agenda do cristão

   


Quinta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Reflexão

 


Natal

Na véspera do Natal tomam vulto as memórias de outros tempos em que, estes dias que antecedem uma Festa especialíssima, eram como que um “frenesim” de tarefas que se impunham: construir o Presépio, considerar as ementas para as refeições, comprar os “presentes” para os mais pequenos, para os outros todos da família, grande ou pequena, enfim…

Agora, neste ano de 2020 que vivemos, tudo parece um pouco “esfumado”, incerto…

Mas, temos de pensar e ter bem presente, que o Natal é a Festa do Nascimento de Jesus e que, Ele é que deve merecer todo o nosso reparo e atenção.

Tudo o resto… sim… faz parte da nossa humanidade mas, o que realmente interessa é prepararmos o nosso espírito para O receber condignamente com a alegria e esperança que o Seu Nascimento nos deve trazer.

 

(AMA,2020)

Oração pelos Sacerdotes

                                         

                                           



Meu Senhor Jesus Cristo:

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.

(AMA, 2009)




Com autorização eclesiástica

O currículum de Jesus Cristo

                                       



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