22/10/2011

E não dizem sempre a mesma coisa os que se amam?...


Textos de São Josemaria Escrivá

O Santo Rosário é arma poderosa. Emprega-a com confiança e maravilhar-te-ás do resultado.
(Caminho, 558)


O princípio do caminho, que tem por fim a completa loucura por Jesus, é um confiado amor a Maria Santíssima.

– Queres amar a Virgem? – Pois então conversa com Ela! – Como? – Rezando bem o Rosário de Nossa Senhora.
Mas, no Rosário... dizemos sempre o mesmo! – Sempre o mesmo? E não dizem sempre a mesma coisa os que se amam?... Se há monotonia no teu Rosário, não será porque, em vez de pronunciares palavras, como homem, emites sons, como animal, estando o teu pensamento muito longe de Deus? – Além disso, repara: antes de cada dezena, indica-se o mistério a contemplar – Tu... já alguma vez contemplaste esses mistérios?
Faz-te pequeno. Vem comigo, e viveremos (este é o nervo da minha confidência) a vida de Jesus, de Maria e de José.
Todos os dias Lhes havemos de prestar um novo serviço. Ouviremos as Suas conversas de família. Veremos crescer o Messias. Admiraremos os Seus trinta amos de obscuridade... Assistiremos à Sua Paixão e Morte... Pasmaremos ante a glória da Sua Ressurreição... Numa palavra: contemplaremos, loucos de Amor (não maior amor que o Amor), todos e cada um dos instantes de Cristo Jesus. (Santo Rosário, Introdução).


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Pensamentos inspirados à procura de Deus


À procura de Deus



Se apenas amas os teus,

apenas amas uma "parte" de Deus.









jma

Crises



Nesta época de desmoronamento geral, de concessões e de desânimos, ou de libertinagem e de anarquia, parece-me ainda mais actual aquela convicção simples e profunda que, no princípio da minha actividade sacerdotal e sempre, me consumiu em desejos de comunicar à humanidade inteira: estas crises mundiais são crises de santos. 

(s. josemaria, Amigos de Deus, 4)

                        

Música e entretenimento

Música -  The King's Singers - Greensleeves


selecção ALS

Princípios filosóficos do Cristianismo

Filósofo
Rembrandt

Princípio da substância (II):

O esquecimento da substância

Husserl

Sem a intencionalidade cognoscitiva não se pode falar de objecto ou de essência de um objecto. O objecto, portanto, não é um objecto em si, senão o objecto percebido. O que Husserl pede é a suspensão da crença na realidade em si com a sua famosa colocação entre parêntesis. O mundo não tem sentido senão em relação a mim. Diz assim Dartigues:
«Esta afirmação do mundo como fenómeno, quer dizer, como não tendo sentido senão na sua manifestação na vivência, condiz com a atitude de Descartes. Tanto para Husserl como para Descartes o "eu penso" é a primeira certeza a partir da qual é preciso obter as restantes certezas».
É verdade que em Descartes o ponto de partida é o ego cogito e em Husserl o «ego cogito cogitatum; mas em todo caso não saímos do idealismo. Esta foi a chave da decepção da discípula de Husserl, Edith Stein. Segundo esta filosofia a árvore percebida só existe enquanto percebida. A fenomenologia, em todo caso, o que faz é substituir a substancia, o em si, pelo sentido e o significado.

josé antonio sayés, [i] trad ama,


[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.

Evangelho do dia e comentário

 Btº João Paulo II [1]













T. Comum– XXIX Semana




Evangelho: Lc 13, 1-9

1 Neste mesmo tempo chegaram alguns a dar-Lhe a notícia de certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com o dos sacrifícios deles. 2 Jesus respondeu-lhes: «Vós julgais que aqueles galileus eram maiores pecadores que todos os outros galileus, por terem sofrido tal sorte? 3 Não, Eu vo-lo digo; mas, se não fizerdes penitência, todos perecereis do mesmo modo. 4 Assim como também aqueles dezoito homens sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou; julgais que eles também foram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? 5 Não, Eu vo-lo digo; mas, se não fizerdes penitência, todos perecereis do mesmo modo». 6 Dizia também esta parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi buscar fruto e não o encontrou. 7 Então disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho buscar fruto a esta figueira e não o encontro; corta-a; para que está ela inutilmente a ocupar terreno? 8 Ele, porém, respondeu-lhe: Senhor, deixa-a ainda este ano, enquanto eu a cavo em volta e lhe deito estrume; 9 se com isto der fruto, bem está; senão, cortá-la-ás depois».

Comentário:

“É castigo de Deus!” ouve-se muitas vezes este comentário a propósito de algo mau que acontece a alguém.
Quase sempre, quem assim fala, nunca se lhe ocorre dizer: “É uma graça de Deus!”, quando se refere a algo bom.

Estas pessoas têm de Deus uma imagem distorcida da realidade, como se fosse um justiceiro sempre pronto a descarregar a sua ira sobre os pobres dos homens ou, então, um dispensador de benesses mais ou menos adrede.

Deus não castiga nem premeia os homens, o que acontece, quanto ao “castigo”, é que o homem é, quase sempre, o carpinteiro da sua própria cruz, como dizia São Filipe de Néri, e os seus sofrimentos são a consequência do seu mau comportamento.
Igualmente como no que respeita às coisas boas, elas acontecem porque o Coração Misericordioso de Deus é movido pelas preces que os Seus filhos Lhe dirigem e pelas boas obras que praticam.

(ama, comentário sobre Lc 13, 1-9, 2011.10.06)


[1] Beato João Paulo II
Beato Papa João Paulo II (em latim: Ioannes Paulus PP. II, em italiano: Giovanni Paolo II, em polaco: Jan Paweł II), nascido Karol Józef Wojtyla (18 de Maio de 1920  2 de Abril de 2005), foi papa  de 16 de Outubro de 1978 até a sua morte. Teve o terceiro maior pontificado documentado da história; o papa São Pedro reinou trinta e quatro anos, e o Papa Pio IX reinou por trinta e um anos. Foi o primeiro Papa não-italiano desde o holandês Papa Adriano VI em 1522.
Foi proclamado Beato em 1 de Maio de 2011 pelo Papa Bento XVI na Praça de São Pedro no Vaticano.

TENHO FOME

Navegando pela minha cidade
Hoje[1] celebro a Batalha de Lepanto. Exactamente há 440 anos a Liga Santa fez parar a expansão do Império Otomano. O dia 7 de Outubro passou a ser consagrado a Nossa Senhora da Vitória, mais tarde Nossa Senhora do Santo Rosário.

Eu celebro. Eu comemoro. Eu não esqueço. Se estiver só não me importa nada, assim o prefiro, porque mais vale só do que mal acompanhado.

Com esta memória no pensamento dirigia-me para a Rotunda da Boavista para – mais uma vez - ver de perto o fantástico monumento que celebra outras batalhas e outra vitória: a vitória sobre a segunda invasão francesa em que, no alto daquela imensa coluna, a águia imperial francesa é esmagada pelo leão inglês. Cá em baixo, o povo português luta, empurra canhões num esforço desesperado, sofre, morre e afoga-se aos milhares no desastre da ponte das barcas.

Ao chegar ao cruzamento da Avenida da França com a Rua Domingos Sequeira, mesmo junto aos semáforos, vejo uma estátua viva.

Absolutamente imóvel, um homem de pés calçados nuns grandes sapatos castanhos sem atacadores estava também em cima de uma pequena coluna que era uma lata vazia de pêssegos em calda virada ao contrário: Brover – Abricots au sirop légère – lia-se no rótulo da lata.
Outra pequena lata de salsichas tipo Frankfurt no chão tinha três ou quatro moedas e esperava por mais.

O homem-estátua tinha a cara e as mãos pintadas de branco; uma linha de eye liner realçava-lhe a negrura dos olhos, bem como uma linha preta no bordo do lábio inferior lhe pintava uma expressão de profunda tristeza e solidão; por cima de uma camisa escura e suja vestia um colete e por cima deste, um casaco coçado velho e sem botões.

Em cima daquela pequena coluna feita de uma lata de pêssegos em calda a estátua inclinava-se, curvando-se numa espécie de vénia estendendo com elegância a mão direita. Na esquerda, junto ao corpo, tinha um pequeno letreiro de cartão onde em letras maiúsculas estava escrito: TENHO FOME.

Aproximei-me dele, e de maneira a que ele visse bem, procurei na carteira uma moeda de um euro. Coloquei a moeda na velha lata de salsichas de Frankfurt, cumprimentei-o e elogiei-o dizendo: boa tarde; deve ser muito difícil ficar assim tão quieto, sem se mexer; o senhor é uma óptima estátua.

Um pequeno sorriso desenhou-se na brancura da cara e um olhinho preto virou-se de soslaio para mim. E disse baixinho numa voz doce: estou habituado.
Que personagem é a sua estátua? Perguntei, enquanto os carros passavam durante o tempo em que a luz do semáforo estava verde e por isso não haveria a possibilidade de receber qualquer moeda.

Era para ser o Charles Chaplin, mas falta-me a bengalinha e o chapéu de coco. Também pinto. No outro dia tinha um Cristo pintado no chão, a giz, mas enervei-me, enervei-me muito e estraguei tudo. Vou para Lisboa. Lá o negócio é bom.

Depois de durante o sinal vermelho ter ido recolher algumas moedas com que lhe acenaram de dois ou três carros, voltei a perguntar-lhe: Onde dorme?
Numa pensão. Respondeu com uma firmeza e um tom quase que de dignidade ofendida por – talvez – ter pensado que eu pensaria ou poderia ter pensado que ele dormiria na rua.

O cartão onde estava escrita a sua simples mensagem; a sua explicação; o seu pedido; a sua razão, dobrava-se e desdobrava-se na mão esquerda como o tique inconsciente de quem roda um anel ou uma aliança há muitos anos usada.

TENHO FOME. E lembrei-me do filme A Quimera do Ouro e da elegância com que o Charlot - morrendo de fome – comia as próprias botas e enrolava os atacadores no garfo - como quem enrola o melhor fettuccini - nunca perdendo a alegria e a esperança.

E ao afastar-me, ia pensando também na elegância daquele homem que ganhava a vida a fazer de estátua que era para ser o Charlot e que num pequeno letreiro dizia que tinha fome. Mas, fome de quê? De alimento? De amor? De justiça?

Afinal aquele quase Charlot podia ser qualquer um de nós que respondesse afirmativamente a alguma destas interrogações.


Afonso Cabral


[1] 7 de Outubro

BIOÉTICA: BISPOS CATÓLICOS DA UE SAÚDAM PROIBIÇÃO DE PATENTES DE INVESTIGAÇÕES COM CÉLULAS ESTAMINAIS EMBRIONÁRIAS

T E J

Decisão do Tribunal Europeu de Justiça pode abrir caminho a maior investimento em «fontes alternativas» consideradas mais aceitáveis do ponto de vista ético


A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) saudou a decisão do Tribunal Europeu de Justiça, que impede que sejam patenteados processos que envolvam a destruição de células estaminais de embriões humanos, em caso de investigações científicas.

Células estaminais embrionárias
A deliberação, conhecida esta terça-feira, resulta da análise ao trabalho feito por um investigador da Universidade de Bona (Alemanha), com o objectivo de converter células estaminais embrionárias em células nervosas.

Para a COMECE, trata-se de uma “clara definição científica do embrião humano”, numa decisão que é acolhida como “pedra milenar na protecção da vida humana na legislação europeia”.

Para os bispos católicos da UE, “a fecundação marca o início da existência biológica do ser humano”, pelo que qualquer embrião “deve ser considerado um ser humano com um potencial e não apenas um potencial ser humano”.

A COMECE apela à investigação científica em “fontes alternativas” de células estaminais, como as que derivam “do sangue ou do cordão umbilical”, por considerar que as mesmas “gozam de ampla aceitação a nível científico e ético”.

Nesse sentido, considera-se que o pronunciamento do Tribunal Europeu de Justiça pode “favorecer os campos já existentes e promissores de uma pesquisa que seja capaz de conjugar o respeito pela vida humana com tratamentos eficazes e inovadores”.

Em Portugal, o médico Daniel Serrão, vencedor do Prémio Nacional de Saúde 2010,aplaudiu a “sentença clara”, esperando que a mesma venha a ser respeitada.

“Pela primeira vez, os juízes tiveram a coragem de afrontar os lóbis da investigação em embriões humanos que já se manifestaram muitas vezes e foi infelizmente necessário que aparecesse agora uma utilização comercial para que se percebesse que os embriões humanos são seres vivos da espécie humana, que têm direito à vida e ao desenvolvimento”, referiu o especialista, à RR.
Serrão rejeita críticas dos que consideram que o Tribunal adoptou uma “posição ultraconservadora”, “alinhada com o Vaticano”, e considera que a decisão dos juízes é independente e deve ser saudada por todos.

A Santa Sé vai promover em Novembro um congresso sobre o tema, intitulado«Células estaminais adultas: a ciência e o futuro do homem e da cultura», visando “estudar o impacto cultural da investigação com células estaminais adultas e da medicina regenerativa, a médio e longo prazo”.


INFORMAÇÕES MUITO BREVES  [De vez em quando] 2011.10.22