CONSIDERAÇÕES NO ADVENTO
Considero
o Natal, entre muitas outras, a Festa da Serenidade.
No
maior, mais extraordinário acontecimento da História da Salvação Humana - o
Nascimento do Salvador - tudo se processa sem tumultos, algazarras, foguetes
pelos ares, gente a correr ávida de notícias; não! Uns simples pastores,
avisados pelos Anjos, deslocam-se curiosos ao Presépio de Belém para ver Aquele
Menino recém nascido.
O
ambiente é extremamente sereno, uma jovem Mâe e o seu Marido, debruçam-se sobre
uma manjedoura onde um Menino envolto em paninhos, sorri agitando os braços.
Testemunhas?
Dois animais pacíficos por natureza... uma vaca e um jumento.
De
repente tudo se modifica quando um extraordinário coro celeste rompe em hinos de
alegria e louvor, as estrelas parecem dançar no céu e a Lua brilha com uma
intensidade nunca vista.
São
sinais suficientes para os simples pastores compreenderem que estão na presença
de algo absolutamente extraordinário e, por isso, caem de joelhos em terra,
prostram-se comovidos e, depois, oferecem o que têm: leite, queijo fresco,
talvez um cordeiro.
Quando
regressam e contam o que constataram, muitos acreditam mas, há muitos outros
que se encarniçam contra estas notícias opinando que são delírios de gente sem
instrução nem gabarito.
Entre
estes avultam os Escribas e os Fariseus chefes do povo. Sabem muito bem
intrepertar os acontecimentos, constam nas Escrituras; e entendem que o Tempo
de Mudança conforme anunciado chegou; vêem com extrema inquietação o fim do seu
despótico domínio... um "desastre" com consequências irreparáveis.
Aqui
não há serenidade mas temor e raiva.
Vale
a pena reler,não importa se pela milionésima vez, quanto São Lucas escreve
sobre o Nascimento de Jesus.
Na
verdade, penso que estou a ler uma descrição directa feita pela Santíssima
Virgem porque só Ela, que «guardava no seu Coração todas as coisas»
poderia descrever com tal fidelidade e abundância de detalhes quanto aconteceu.
São
Lucas surge assim como que um repórter cuidadoso e fiel ao que ouve de uma
fonte absolutamente fidedigna.
Imagino
a sua atenção total ao que lhe era revelado.
De
facto, estes trechos de São Lucas são escritos pela Santíssima Virgem e, nessa
convicção, atrevo-me a considerá-los como o Evangelho de Nossa Senhora.
Na
verdade, nos quatro Evangelhos que nos chegaram, a Santíssima Virgem está
sempre presente não num "segundo plano" mas como uma referência
constante.
São
Lucas teve a oportunidade, a Graça de "entrevistar" a Mãe do Salvador
e desempenhou essa missão exemplarmente, não acrescentando nada da "sua
lavra", interpretando ou perdendo-se em considerações pessoais, dando-me
assim exemplo de como tenho de "apreciar" o Evangelho em que me
detenho: o que consta é quanto me deve bastar, não há nem
"entrelinhas" nem lugar a ilacções especulativas, é o que é e
ponto...
Curioso,
debruço-me sobre o seu ombro tentando ler o que vai escrevendo mas, quase
sempre, tenho de voltar atrás porque me "perdi" abismado com a
SIMPLICIDADE da Magnitude de Deus.
Sendo
Deus a MAGNITUDE na sua expressão absoluta, concluo que esta MAGNITUDE tem uma
base: a SIMPLICIDADE!
Chegado
a esta conclusão considero como absolutamente conveniente e necessário pedir:
'Senhor... ajuda-me a ser simples!
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