Novo Testamento ()
Evangelho
Mc XI, 1-26
Entrada triunfal em Jerusalém
1 Estando próximos de Jerusalém, perto
de Betfagé e de Betânia, junto ao Monte das Oliveiras, Jesus enviou dois dos
seus discípulos 2 e disse-lhes: «Ide à povoação que está em frente de vós e,
logo que nela entrardes, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém
montou. Soltai-o e trazei-o. 3 E se alguém vos perguntar: ‘Porque fazeis isso?’
respondei: ‘O Senhor precisa dele;’ e logo o mandará de volta.» 4 Partiram e
encontraram um jumentinho preso junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e
soltaram-no. 5 Alguns que ali se encontravam disseram-lhes: «Que é isso de
soltar o jumentinho?» 6 Responderam como Jesus tinha dito e eles deixaram-nos
ir. 7 Levaram o jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas e Jesus
montou nele. 8 Muitos estenderam as capas pelo caminho; outros, ramos de
verdura que tinham cortado nos campos. 9 E tanto os que iam à frente como os
que vinham atrás gritavam: Hossana! Bendito seja o que vem em nome do Senhor!
10 Bendito o Reino do nosso pai David que está a chegar. Hossana nas alturas!
11 Chegou a Jerusalém e entrou no
templo. Depois de ter examinado tudo em seu redor, como a hora já ia adiantada,
saiu para Betânia com os Doze.
A figueira amaldiçoada
12 Na manhã seguinte, ao deixarem
Betânia, Jesus sentiu fome. 13 Vendo ao longe uma figueira com folhas, foi ver
se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela, não encontrou
senão folhas, pois não era tempo de figos. 14 Disse então: «Nunca mais ninguém
coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto.
Os profanadores do Templo
15 Chegaram a Jerusalém; e, entrando no
templo, Jesus começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; deitou
por terra as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas, 16 e não
permitia que se transportasse qualquer objecto através do templo. 17 E
ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: A minha casa será chamada casa de
oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.» 18 Os
sacerdotes e os doutores da Lei ouviram isto e procuravam maneira de o matar,
mas temiam-no, pois toda a multidão estava maravilhada com o seu ensinamento.
19 Quando se fez tarde, saíram para fora da cidade.
A confiança em Deus
20 Ao passarem na manhã seguinte, viram
a figueira seca até às raízes. 21 Pedro, recordando-se, disse a Jesus: «Olha,
Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou!» 22 Jesus disse-lhes: «Tende fé em
Deus. 23 Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: ‘Tira-te daí e
lança-te ao mar’, e não vacilar em seu coração, mas acreditar que o que diz se vai
realizar, assim acontecerá. 24 Por isso, vos digo: tudo quanto pedirdes na
oração crede que já o recebestes e haveis de obtê-lo. Quando vos levantais para
orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe primeiro, 25 para que
o vosso Pai que está no céu vos perdoe também as vossas ofensas. 26 Porque, se
não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas
ofensas.»
Texto:
Ao atribuir a designação de amor ao simples
acto sexual independentemente das circunstâncias ou especificidades envolvidas,
comete-se um abuso inaceitável porque se implica que se faz um acto divino ou,
por outras palavras, que Deus está pessoalmente envolvido no acto.
À força de repetir uma mentira esta acaba por
se tornar verdade; este foi um dos corolários repetido até à exaustão por
Lenine e com que funestos resultados!
Uma das regras mais repetidamente impostas
nesses negros anos do início do comunismo soviético, foi o banimento liminar do
conceito da palavra, amor.
Com razão, deve convir-se, porque são dois conceitos,
ou filosofias completamente antagónicas.
Comunismo e amor situam-se em polos
diferentes, aliás, tão diferentes quanto o podem ser duas coisas em si
distintas desde a raiz.
O comunismo - ou marxismo - é uma invenção
humana enquanto o amor é uma centelha divina.
Esta é a
realidade do sentimento mais nobre que o homem pode cultivar, aquele é a
afirmação do mais baixo sentimento de domínio de pessoas, sociedades inteiras,
para conseguir fins de controlo e hegemonia sem outra finalidade que a exclusão
de todos e tudo que não haja - ou sequer pense - da mesma forma recorrendo se
necessário - e quase sempre o foi e continua a ser - à força física, à coacção
mais brutal e aviltante.
Sim, é verdade, caiu o muro que, em Berlim,
dividia o mundo, símbolo dessa força, dessa ideologia imposta a milhares de
seres humanos durante décadas.
Mas como foi possível?
Que
movimento foi o autor de tamanha convulsão?
Na verdade, não houve nem força nem
organização alguma mas, tão só o amor incomensurável de um homem
extraordinário:
O amor pelos homens - por todos os homens -
de João Paulo II!
Uma vez mais se cumpriu o famoso aviso, já
citado, de Gamaliel: as obras dos homens são passageiras, podem combater-se e
ser vencidas, as de Deus não há combate que as possa vencer.
Nunca!
A queda do muro de Berlim foi obra de Deus?
Não parece haver grandes dúvidas já que todas
as explicações que se possam aduzir para actos de inexplicável alcance e
envergadura encontram sempre uma intransponível interrogação e desafio à lógica
humana.
Talvez o comunismo continue a existir em
diferentes partes do mundo, tal como existem as perseguições que a
intransigência das ideologias promovem, mas há uma evolução visível e mudanças
significativas à medida que vão desaparecendo os mentores dessas ideologias e
políticas.
Mas o cristianismo não é uma ideologia nem
sequer uma filosofia de vida proposta por homens, é um modo de encarar a vida,
a criação, o mundo, as relações dos homens com os outros seres e com o meio
ambiente e, este modo de encarar a vida foi proposto por Deus através da
Segunda Pessoa, Jesus Cristo.
Por isso, não há várias formas de viver mas
apenas duas:
Viver como Deus quer que o homem viva para
alcançar o seu fim que é a vida eterna, ou viver de outra forma qualquer, não
importa qual.
Viver como Deus quer é a única forma que o
homem tem de viver para ser possível alcançar o seu fim último.
Viver de
outra forma pode ser agradável, compensador, terrível ou desastroso mas, no
fim, não restará absolutamente nada e a alma, não podendo acolher-se junto do
Criador, porque O rejeitou em vida, ficará banida para sempre de qualquer
compensação ou gozo.
É este o condicionamento do ser humano.
Um
condicionamento real, concreto, positivo, do qual não pode fugir, a que não
consegue eximir-se tente o que tentar, faça o que fizer.
Note-se que se fala de condicionamento e não
de dilema que, por definição filosófica, significa exactamente um problema que
apresenta duas soluções, nenhuma das quais aceitável.
Este condicionamento, de facto, tem duas
soluções:
Uma é
actuar como Deus quer; a outra, fazer o oposto.
Está bem expresso na Lei Natural o modo de
viver que Deus quer e qualquer um dos dez preceitos é fundamental e faz parte
inalienável do todo.
O não
cumprimento ou desprezo de um deles implica o não cumprimento da Lei no seu
todo.
Parece
simples de perceber que, por exemplo, o preceito de não furtar, se não for
cumprido, arrasta consigo uma série de consequências que colidem com todo o
resto:
A confiança, a fidelidade, a justiça, a
lealdade, o respeito, a honra, o amor a Deus e ao próximo.
Por isso não faz sentido nenhum dizer que
fulano é honesto como se fosse uma condição de excepcional virtude quando,
simplesmente, se trata de uma obrigação moral de qualquer ser humano.
O Beato João Paulo II foi o homem
providencial de que Deus Se terá servido numa determinada época da história
humana, para, de certa forma, ser o mentor da fractura com uma situação
insuportável para milhões de Filhos Seus.
A sua
frágil pessoa conseguiu aquilo que o poder das armas mais sofisticadas e
potentes não conseguira até então.
Como?
Porque
tinha razão e foi capaz de chamar à razão os que a não tinham.
É sem dúvida notável que as suas primeiras
palavras, após a sua eleição como Sumo-Pontífice, fossem:
‘Não tenhais medo!’
Ele podia, da janela do Palácio Vaticano,
dizer estas palavras ao mundo porque, ele próprio, não tinha medo absolutamente
nenhum de nada.
Nem a
consciência, que decerto tinha, da terrível carga que lhe tinha sido posta nos
ombros o impediu de mostrar – urbi et orbi – a todos no mundo, que a sua
confiança na providência divina era total e absoluta e que tudo, absolutamente
tudo quanto pudesse vir a acontecer, seria para bem.
(1) Sequencial todos os dias do ano