Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
O Criador dispôs um fim que torna o homem feliz - o céu junto dele - mas quis que fossemos inteligentes e livres, e portanto desejou que o homem pudesse auto-dirigir-se para esse fim.
Esta liberdade forma parte importante da dignidade humana.
Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.
O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.
Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.
Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.
Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.
Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.
Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fez tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".
Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.
Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.
2 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e conduziu-os sós, à parte, a um monte alto, e transfigurou-Se diante deles. 3 As Suas vestes tornaram-se resplandecentes, de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra os poderia tornar tão brancos. 4 Depois apareceu-lhes Elias com Moisés, que estavam a falar com Jesus. 5 Pedro tomando a palavra disse a Jesus: «Rabi, que bom é nós estarmos aqui; façamos três tendas: uma para Ti, uma para Moisés e outra para Elias». 6 Não sabia o que dizia, pois estavam atónitos de medo. 7 E formou-se uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem saíu uma voz que dizia: «Este é o meu Filho muito amado, ouvi-O». 8 Olhando logo à volta de si, não viram mais ninguém com eles senão Jesus. 9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter ressuscitado dos mortos. 10 Observaram esta ordem, mas perguntavam-se o que queria dizer “quando tiver ressuscitado dos mortos”. 11 Interrogaram-n'O dizendo: «Porque dizem os escribas que Elias deve vir primeiro?». 12 Jesus respondeu-lhes: «Elias efectivamente há-de vir primeiro e pôr tudo em ordem. Mas como é que está escrito acerca do Filho do Homem, que terá que sofrer muito e ser desprezado? 13 Pois, Eu digo-vos que Elias já veio, e fizeram dele quanto quiseram, como está escrito dele».
Comentário:
Sempre que se ouve o relato deste acontecimento extraordinário ficamos a pensar, talvez, que se em vez dos três discípulos fosse uma das multidões que costumavam acompanhar Jesus a presenciar a Transfiguração de Cristo, muitíssimos se teriam instantaneamente convertido a Cristo.
Não foi assim, porque o Senhor, reserva para os olhos purificados dos que acreditam sem terem visto, a visão da Sua Divindade Gloriosa.
Por isso, aquele grito de muitos que anseiam por esse momento:
"Cor Mariae perdolentis, miserere nobis!". Invoca o Coração de Santa Maria, com o ânimo e a decisão de te unires à sua dor, em reparação dos teus pecados e dos dos homens de todos os tempos. E pede-Lhe – para cada alma – que essa sua dor aumente em nós a aversão ao pecado, e que saibamos amar, como expiação, as contrariedades físicas ou morais de cada jornada. (Sulco, 258)
Segundo a Lei de Moisés, uma vez decorrido o tempo da purificação da Mãe, é preciso ir com o Menino a Jerusalém, para O apresentar ao Senhor (Lc II, 22).
E desta vez, meu amigo, hás-de ser tu a levar a gaiola das rolas. – Estás a ver? Ela – a Imaculada! – submete-se à Lei como se estivesse imunda.
Aprenderás com este exemplo, menino tonto, a cumprir a Santa Lei de Deus, apesar de todos os sacrifícios pessoais?
Purificação! Sim, tu e eu, é que precisamos de purificação! Expiação e, além da expiação, o Amor. – Um amor que seja cautério: que abrase a imundície da nossa alma, e fogo que incendeie, com chamas divinas, a miséria do nosso coração.
Um homem justo e temente a Deus, que, movido pelo Espírito Santo, veio ao templo – tinha-lhe sido revelado que não havia de morrer, antes de ver Cristo – toma o Messias nos braços e diz-Lhe: Agora, Senhor, agora sim; podes levar deste mundo, em paz, o Teu servo, conforme a tua promessa... porque os meus olhos viram o Salvador (Lc II, 25–30). (Santo Rosário, IV mistério gozoso)
Padre, olá; chamo-me Sveta, sou russa, venho de Tula, no sul de Moscovo. Queria dizer-lhe que nasci num país Ortodoxo, mas encontrei Deus através da Igreja Católica. A minha mãe quis baptizar-me em três ocasiões, mas acontecia sempre qualquer coisa que a impedia. À medida que crescia passei a querer ser eu a decidir por mim própria se queria ser ou não baptizada. Há dois anos e meio, quando me mudei para Moscovo, fui a um concerto de órgão na Catedral. À saída vi um aviso sobre aulas de catecismo, e nesse Outono decidi ir e comecei as aulas em Dezembro. Simultaneamente conheci pessoas de Yantar, o Centro do Opus Dei em Moscovo. Comecei a frequentar actividades no Centro, que me ajudaram muito na minha vida espiritual e a aprofundar no conhecimento de Jesus Cristo. Fui baptizada no dia 10 de Janeiro de 2010. Este ano, ao mesmo tempo que estudava no último ano do meu curso, trabalhei também na Administração. É um trabalho que eu simplesmente adoro fazer e, através dele, compreendi perfeitamente que o Obra é uma família. Padre, embora eu goste imenso do meu curso, decidi dedicar-me ao trabalho da Administração e há nove dias pedi a admissão como Numerária Auxiliar. Padre, estou verdadeiramente feliz, mas foi uma decisão difícil de tomar e penso que deve haver outras raparigas que ainda não descobriram como este tipo de trabalho é maravilhoso. Pode explicar-nos o que significa a "Administração" no Opus Dei?
[D. Javier] - Minha filha, não esqueças que este aplauso, sim, é para ti, mas é, em primeiro lugar, para Deus, que nos permitiu chegar a esse país amadíssimo, a Rússia, através das orações de S. Josemaria. Quanto rezou ele pelo teu país, quanto rezou ele por ti! Em união com a sua vontade, estou certo que iremos de São Petersburgo a Vladivostok e fazer um apostolado maravilhoso do qual sairão não só muitas numerárias auxiliares, mas também numerárias, agregadas e supranumerárias, imensas, porque há tantas pessoas excelentes na Rússia, que deram testemunho da sua fé em tempos muito difíceis.
Posso dizer-te que nos começos, em 1946, quando havia apenas 8 ou 10 Numerárias Auxiliares, o nosso Padre chamou três delas para irem para Roma, e estavam na Obra só há cinco ou seis meses. Vendo o seu sentido de responsabilidade e como diziam que sim continuamente a Deus através do seu trabalho de atendimento da casa, disse-lhes, com toda a simplicidade e sinceridade: “Quando tiver doze como vós estenderei a Obra por todo o mundo.”
A importância das numerárias auxiliares nas Administrações é vital. É verdade que o Opus Dei é uma família, uma família em que nos amamos realmente, e damos a nossa vida para servir os outros. Com isto não penseis que estou a fazer um louvor ao Opus Dei. É a Deus que estou a louvar. O Opus Dei é de Deus, não é criação dos homens e das mulheres. Mas Ele deu-nos este espírito de aprender a amar todos os dias, de aprender a servir todos os dias, e deu-nos esse trabalho da Administração, que é tão maravilhoso como o modo como Deus veio à terra, através de Maria, nossa Mãe. Ele escolheu vir à terra através de um lar, o lar de Maria, que estava totalmente dedicada a Deus e ela tornou-se santa, não numa cidade como a tua, Tula, no sul de Moscovo, mas numa povoação muito mais pequena. Mas sabia que servindo esse Deus que se tinha tornado um menino, com fé, a redenção se ia realizar, porque lho tinham dito na Anunciação.
O trabalho da Administração é vital para o Opus Dei. Se fizeres esse trabalho com fidelidade, esse trabalho pelo qual estamos todos muito agradecidos, ele será a força motora da expansão que queremos constantemente para a Obra. Sê muito fiel, minha filha. És das primeiras russas do Opus Dei, por isso sê muito fiel e tem consciência de estar entre as primeiras. O Senhor escolheu-te para que com a tua vida o Opus Dei se possa edificar em Moscovo e em todas as cidades da Rússia e em todas as cidades do mundo. Que maravilhoso é saber que nada se perde, minhas filhas. Até a coisa mais pequena das nossas vidas, se a fazemos com Deus, é sobrenatural e transcendente, e é ajuda e apoio para o mundo inteiro.
Vi S. Josemaria, num pequeno recanto, em Roma, a fazer trabalhos equivalentes aos da Administração, limpando, carregando coisas; e esse trabalho, feito com amor, era já a expansão com que sonhava e que agora se torna realidade. Por isso sê muito fiel, minha filha, muito fiel, e pensa que as mulheres que se dedicam ao trabalho de Administração são uma jóia, uma jóia preciosíssima na coroa de Deus que é a Igreja, da qual o Opus Dei é uma parte. Sem a Administração não podíamos fazer nada, não podíamos servir a Igreja. É um tesouro de oração, um tesouro de vida e um tesouro de trabalho, que não tem substituto. Por isso reza, por favor reza por todas as Administrações em todo o mundo, para que continuem a criar o nosso ambiente de lar.
Questão 45: Do modo da emanação das coisas, do primeiro princípio.
Art. 3 – Se a criação é alguma coisa na criatura.
(I Sent., dist. XL. Q. 1, a. 1, ad 1, II, dist. I q. 1, a. 2, ad 4, 5; II Cont., Gent., cap. XVIII; De Pot., q. 3, a. 3).
O terceiro discute-se assim. – Parece que a criação não é alguma coisa na criatura.
1. – Pois, assim como a criação, em acepção passiva, é atribuída à criatura, assim, em acepção activa, é atribuída ao Criador. Mas a criação, em acepção activa, não é alguma coisa no Criador, porque então se seguiria que em Deus há algo temporal. Logo, a criação, em acepção passiva, não é alguma coisa na criatura.
2. Demais. – Não há meio-termo entre o Criador e a criatura. Ora, criação exprime um meio-termo entre ambos, pois não é Criador por não ser eterna; nem criatura, porque então seria necessário, pela mesma razão, admitir outra criação pela qual ela fosse criada, e assim ao infinito. Logo, a criação não é alguma coisa.
3. Demais. – Se a criação é alguma coisa, além da substância criada, é necessário seja acidente desta. Ora, todo acidente está num sujeito. Logo, a coisa criada seria o sujeito da criação e assim se identificariam o sujeito e o termo da criação, o que é impossível. Porque o sujeito é anterior ao acidente e o conserva; porém o termo é posterior à acção ou à paixão da qual é termo e, desde que existe, cessa a acção ou a paixão. Logo, a criação mesma não é alguma coisa.
Mas, em contrário. – Fazer-se alguma coisa, em toda a sua substância, é mais do que só pela sua forma substancial ou acidental. Ora, a geração pura e simples ou condicionada, pela qual alguma coisa se faz, na forma substancial ou acidental, é algo no ser gerado. Logo, com a maioria de razão a criação, pela qual alguma coisa se faz em toda a sua substância, é algo no criado.
A criação introduz alguma coisa no criado, mas só relativamente. Pois, o que é criado não o é por movimento ou por mutação, porque o feito por movimento ou por mutação o é por algo preexistente, e tem lugar nas produções particulares de certos entes. Ora, tal se não pode dar na produção do ser total pela causa universal de todos os entes, que é Deus. Por onde Deus, criando, produz as coisas sem movimento. Ora, eliminando o movimento à acção e à paixão, não remanesce senão a relação, como já se disse [1]. Donde resulta que a criação, na criatura, não é senão uma certa relação com o Criador como com o princípio do seu ser; assim como a paixão, que supõe o movimento, importa relação com o princípio deste.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. – A criação, em acepção activa, significa a acção divina, que é a sua essência, em relação à criatura. Mas, em Deus, a relação com a criatura não é real, senão somente racional. Porém, a relação da criatura com Deus é real, como já antes se disse quando se tratou dos nomes divinos [2].
RESPOSTA À SEGUNDA. – Sendo a criação significada como mutação, como já se disse [3]; e sendo a mutação um termo médio, de certo modo, entre o movente e o movido, resulta que a criação é significada como termo médio entre o Criador e a criatura. E contudo a criação, em acepção passiva, está na criatura e é criatura. E nem por isso é necessário que esta seja criada por uma outra criação; porque as relações, referindo-se a outra coisa, pelo fato mesmo de serem tais, não se referem por algumas outras relações, mas por si mesmas, como já antes se disse, quando se tratou da igualdade das pessoas [4].
RESPOSTA À TERCEIRA. – O ser criado é termo da criação enquanto esta significa mutação; mas enquanto verdadeiramente ela é relação, o criado é o sujeito dela e anterior a ela no ser, como o sujeito é anterior ao acidente. Mas a criação tem certa razão de prioridade, por parte do objecto ao qual se refere, porque é princípio do criado. Mas nem por isso há-se necessariamente de dizer que, enquanto existe a criatura é criada, pois a criação importa de novo ou em começo, a relação da criatura com o Criador.