02/09/2015

NUNC COEPI o que pode ver em 02 Set

O que pode ver em NUNC COEPI em Set 02

São Josemaria – Textos

Hom (São Gregório Magno), In Evangelia Homiliae (São Gregório Magno), São Gregório Magno


AMA - Comentários ao Evangelho Lc 4 38-44, São Josemaria - Leitura espiritual (Cristo que passa)

JMA (Distraídos na Fé)


Agenda Quarta-Feira

O amor casto entre um homem e uma mulher

Admira a bondade do nosso Pai Deus: não te enche de alegria a certeza de que o teu lar, a tua família, o teu país, que amas com loucura, são matéria de santidade? (Forja, 689)

E agora, meus filhos e minhas filhas, permiti que me detenha noutro aspecto – particularmente querido – da vida comum. Refiro-me ao amor humano, ao amor casto entre um homem e uma mulher, ao noivado, ao matrimónio. Devo dizer uma vez mais que esse amor humano santo não é algo de permitido, de tolerado, à margem das verdadeiras actividades do espírito, como poderiam insinuar os falsos espiritualismos a que antes aludia. Há quarenta anos que venho pregando exactamente o contrário, através da palavra e da escrita, e os que não compreendiam já o vão entendendo.


O amor que conduz ao matrimónio e à família pode ser também um caminho divino, vocacional, maravilhoso, meio para uma completa dedicação ao nosso Deus. Realizai as coisas com perfeição, tenho-vos recordado, ponde amor nas pequenas actividades da jornada, descobri – insisto – esse quê divino que se oculta nos pormenores: toda esta doutrina encontra um lugar especial no espaço vital em que o amor humano se enquadra. (Temas Actuais do Cristianismo, 121)

Distraídos na FÉ!

Entrou na igreja e ficou contente. Não estava ninguém, exactamente como ele desejava.
Em frente ao sacrário, ajoelhou-se, rezou algumas orações e depois sentou-se, olhando fixamente para a porta do sacrário, talvez esperando que ela se abrisse e de dentro saísse Jesus para falar com ele.

Riu-se interiormente da sua imaginação, mas rapidamente a sua cara tomou um ar grave e preocupado.
O assunto que ali o levava era uma situação séria, muito séria, que ele já não sabia como resolver e por isso ali se tinha dirigido para ter uma conversa mais séria e intima com Aquele que ele acreditava lhe poderia mostrar caminho e solução para o seu grave problema.
Numa voz inaudível para outros, ia repetindo: «Senhor, ajuda-me! Mostra-me o que fazer! Eu creio em Ti, mas ajuda-me! Fala, Senhor, que o teu servo escuta!»

Apesar de absorto na oração e na escuta, não pode deixar de perceber que alguém tinha entrado na igreja e se dirigia para o lugar onde ele estava.
Interiormente pediu: «Oh Senhor, eu queria tanto estar um pouco sozinho aqui contigo!»
Pelo “canto do olho”, olhou e percebeu que era aquela senhora, sempre muito problemática, com muitas histórias para contar, para a qual era precisa uma paciência sem limites. Deu um suspiro profundo e pensou se não seria melhor sair e voltar noutra altura em que pudesse ficar só.

Já não teve tempo, porque a dita senhora, rezadas umas apressadas orações de joelhos, sentava-se ao seu lado e já lhe dirigia a palavra, cumprimentando-o. Tentou ser o mais delicado possível, retribuindo o cumprimento numa vaga esperança de que ela se calasse e se fosse embora. Mas não, infelizmente não foi isso que aconteceu, pois ela percebendo na sua cara a preocupação, logo lhe perguntou se estava bem, se precisava de alguma coisa, se ela podia fazer alguma coisa por ele.
Balbuciou qualquer coisa entre dentes, para responder às insistentes perguntas, mas não houve nada a fazer, porque ela continuou numa lengalenga, sem se calar. Ele foi ouvindo as palavras que saíam da boca dela e que iam dizendo coisas do tipo: “pois todos temos problemas”, “a vida não é nada fácil”, “temos que aguentar e pedir a Deus que nos ajude”, etc., etc.
A certa altura começou a contar-lhe uma história complicada que se tinha passado com ela, (curiosamente parecida com o problema que estava a viver), mas com tantos pormenores, que era difícil e fastidioso prestar alguma atenção.

Entretanto a história lá chegou ao fim, com uma solução pelos vistos muito satisfatória, e quando ele se preparava para se levantar e sair, foi ela que o fez, agradecendo-lhe aquele bocadinho em que a tinha estado a ouvir.
Sorriu aliviado, despediu-se, e voltou à sua litania, da qual sobressaía, com um forte sentimento no coração, a oração: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta!”

E insistia na oração, sem prestar atenção a mais nada, até que num momento de silêncio lhe pareceu ouvir uma voz que dizia ao seu coração: «Mas Eu já falei contigo! Já te disse o que precisavas saber!»
Admirado, olhou para o sacrário e então ouviu distintamente, (parecia-lhe a ele), a voz que repetidamente lhe dizia que tudo o que tinha de saber já lhe tinha sido dito.
Com algum receio que alguém o estivesse a ouvir, disse: «Mas quando, Senhor?»
Ouviu novamente a voz que lhe dizia: «Lembras-te da história que a senhora, (que consideraste maçadora e incómoda), te contou e tu nem querias ouvir?»
Respondeu: «Sim, Senhor, acho que me lembro!»
E novamente a voz: «E lembras-te como foi resolvida essa situação?»
Respondeu mais uma vez: «Ah, sim, Senhor, lembro-me perfeitamente!»
Uma só palavra interrogativa lhe respondeu: «Então?»

De joelhos, disse em oração: «Oh Senhor, estava tão concentrado em mim, no meu problema, sem dar atenção a quem dela precisava, que nem me apercebi que afinal a história era semelhante à minha situação e que a solução possível é aquela que me foi dita!»
Agradeceu profundamente ao Senhor tudo aquilo que lhe tinha sido dado, e não se esqueceu de rezar um Pai Nosso por aquela senhora que ele tão mal tinha julgado.

Antes de sair da igreja, olhou novamente para o sacrário e disse interiormente: «E dizemos nós tantas vezes que Tu não falas connosco, nem nos dás sinais! Distraídos na fé, é o que nós tantas vezes somos. Perdoa, Senhor!»


joaquim mexia alves, Monte Real, 26 de Agosto de 2014


Evangelho, comentário, L. Espiritual


Tempo comum XXII Semana


Evangelho: Lc 4, 38-44

38 Saindo Jesus da sinagoga, entrou em casa de Simão. Ora a sogra de Simão estava com febre muito alta. Pediram-Lhe por ela. 39 Ele, inclinando-Se para ela, ordenou à febre, e a febre deixou-a. Ela, levantando-se logo, servia-os. 40 Quando foi sol-posto, todos os que tinham doentes de diversas moléstias, traziam-Lhos. E Ele, impondo as mãos sobre cada um, curava-os. 41 De muitos saíam os demónios, gritando: «Tu és o Filho de Deus». Mas Ele repreendia-os severamente e impunha-lhes silêncio, porque sabiam que Ele era o Cristo. 42 Quando se fez dia, tendo saído, foi para um lugar solitário. As multidões foram à Sua procura e, tendo-O encontrado, tentavam retê-l'O para que não se afastasse deles. 43 Mas Ele disse-lhes: «É necessário que Eu anuncie também às outras cidades a boa nova do reino de Deus, pois para isso é que fui enviado». 44 E andava pregando nas sinagogas da Judeia.

Comentário:

Como um raio de luz incandescente assim é a acção de Jesus sobre os que procuram alívio para os seus males deixando as multidões atónitas e maravilhadas.

Este Médico que cura a febre da sogra de Pedro tem remédio para todo e qualquer sofrimento ou debilidade humanas. Pode tudo e tudo se Lhe submete.

Como nos deve encher de confiança ter tão extraordinário médico sempre disponível para nos atender.

(ama, comentário sobre Lc 4, 38-44, 2010.09.01)


Leitura espiritual




CRISTO QUE PASSA

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A luta interior

Suporta os trabalhos como um bom soldado de Cristo, diz-nos S. Paulo.
A vida do cristão é milícia, guerra, formosíssima guerra de paz, que em nada coincide com as empresas bélicas humanas, porque estas se inspiram na divisão e, muitas vezes, nos ódios, enquanto a guerra dos filhos de Deus contra o seu próprio egoísmo, se baseia na unidade e no amor.
Porque, embora vivendo na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas com que combatemos não são carnais, mas fortaleza de Deus para destruir fortalezas, desbaratando com elas os projectos humanos e toda a altivez que se levantam contra a ciência de Deus.
É a escaramuça sem tréguas contra o orgulho, contra a prepotência que nos dispõe a fazer o mal, contra os juízos cheios de soberba.

Neste Domingo de Ramos, quando Nosso Senhor começa a semana decisiva para a nossa salvação, deixemo-nos de considerações superficiais e vamos ao que é central, ao que verdadeiramente é importante.
Pensai no seguinte: aquilo que devemos pretender é ir para o Céu.
Se não, nada vale a pena.
Para ir para o Céu é indispensável a fidelidade à doutrina de Cristo. Para ser fiel é indispensável porfiar com constância no nosso combate contra os obstáculos que se opõem à nossa eterna felicidade.

Sei que, imediatamente depois de falar em combater, nos surge pela frente a nossa debilidade e prevemos as quedas, os erros.
Deus conta com isso.
É inevitável que, ao caminharmos, levantemos pó. Somos criaturas e estamos repletos de defeitos.
Eu diria até que tem de os haver sempre, pois são a sombra que faz com que se destaquem mais, por contraste, na nossa alma, a graça de Deus e o esforço por correspondermos ao favor divino.
E esse claro-escuro tornar-nos-á humanos, humildes, compreensivos, generosos.

Não nos enganemos: na nossa vida, se contamos com brio e com vitórias, devemos também contar com quedas e derrotas.
Essa foi sempre a peregrinação terrena do cristão, incluindo a daqueles que veneramos nos altares.
Recordais-vos de Pedro, de Agostinho, de Francisco?
Nunca me agradaram as biografias dos santos em que, com ingenuidade, mas também com falta de doutrina, nos apresentam as façanhas desses homens, como se estivessem confirmados na graça desde o seio materno.
Não.
As verdadeiras biografias dos heróis cristãos são como as nossas vidas: lutavam e ganhavam, lutavam e perdiam.
E então, contritos, voltavam à luta.

Não nos cause estranheza o facto de sermos derrotados com relativa frequência, habitualmente ou até talvez sempre, em matérias de pouca importância, que nos ferem como se tivessem muita.
Se há amor de Deus, se há humildade, se há perseverança e tenacidade na nossa milícia, essas derrotas não terão demasiada importância, porque virão as vitórias a seu tempo, que serão glórias aos olhos de Deus.
Não existem os fracassos, se agimos com rectidão de intenção e queremos cumprir a vontade de Deus, contando sempre com a sua graça e com o nosso nada.

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Mas ronda à nossa volta um potente inimigo, que se opõe ao nosso desejo de encarnar dum modo acabado a doutrina de Cristo: o orgulho que cresce quando não procuramos descobrir, depois dos fracassos e das derrotas, a mão benfeitora e misericordiosa do Senhor. Então a alma enche-se de penumbra - de triste obscuridade - crendo-se perdida.
E a imaginação inventa obstáculos que não são reais, que desapareceriam se os encarássemos com um pouco de humildade.
Com o orgulho e a imaginação, a alma mete-se por vezes em tortuosos calvários; mas nesses calvários não está Cristo, porque onde está o Senhor goza-se de paz e de alegria, mesmo que a alma esteja em carne viva e rodeada de trevas.

Outro inimigo hipócrita da nossa santificarão: pensar que esta batalha interior tem de dirigir-se contra obstáculos extraordinários, contra dragões que respiram fogo.
É outra manifestação de orgulho.
Queremos lutar, mas estrondosamente, com clamores de trombetas e tremular de estandartes.

Temos de nos convencer de que o maior inimigo da pedra não é o picão ou o machado, nem o golpe de qualquer outro instrumento, por mais contundente que seja: é essa água miúda, que se mete, gota a gota, entre as gretas da fraga, até arruinar a sua estrutura.
O perigo mais forte para o cristão é desprezar a luta nessas escaramuças, que penetram pouco a pouco na alma, até a tornarem branda, quebradiça, indiferente e insensível às vozes de Deus.

Oiçamos o Senhor, que nos diz: quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito.
Isto é o mesmo que recordar-nos: luta a cada instante nesses pormenores aparentemente pequenos, mas grandes aos meus olhos; vive com pontualidade o cumprimento do dever; sorri a quem precise, mesmo que tu tenhas a alma dorida; dedica, sem regateares, o tempo necessário à oração; acode a ajudar quem te procura; pratica a justiça, ampliando-a com a graça da caridade.

São estas e outras semelhantes as moções que cada dia sentiremos dentro de nós, como um aviso silencioso que nos leva a treinar-nos neste desporto sobrenatural de nos vencermos a nós mesmos.
Que a luz de Deus nos ilumine, para compreendermos as suas advertências; que nos ajude a lutar, que esteja ao nosso lado na vitória; que não nos abandone na hora da queda, porque assim nos encontraremos sempre em condições de nos levantarmos e de continuarmos a combater.

Não podemos parar.
O Senhor pede-nos uma luta cada vez mais rápida, cada vez mais profunda, cada vez mais ampla.
Somos obrigados a superar-nos, porque nesta competição a única meta é a chegada à glória do Céu.
E se não chegássemos ao Céu, nada teria valido a pena.

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Os sacramentos da graça de Deus

Quem deseja lutar, usa os devidos meios.
E os meios não mudaram nestes vinte séculos de Cristianismo: oração, mortificação e frequência de Sacramentos.
Como a mortificação é também oração - oração dos sentidos - podemos descrever esses meios com duas palavras apenas: oração e Sacramentos.

Gostaria que considerássemos agora esse manancial de graça divina dos Sacramentos, maravilhosa manifestação da misericórdia de Deus. Meditemos devagar a definição que se insere no Catecismo de S. Pio V: determinados sinais sensíveis que causam a graça e, ao mesmo tempo, a declaram, como que pondo-a diante dos olhos.
Deus Nosso Senhor é infinito e o seu amor é inesgotável, a sua clemência e a sua piedade para connosco não admitem limites.
E embora nos conceda a sua graça de muitos outros modos, instituiu expressa e livremente - só Ele podia fazê-lo - estes sete sinais eficazes, para que os homens possam participar dos méritos da Redenção, duma maneira estável, simples e acessível a todos.

Se abandonarmos os Sacramentos, desaparece a verdadeira vida cristã. Contudo, não se nos oculta que particularmente nesta época não falta quem pareça esquecer, e até a chegue a desprezar, esta corrente redentora da graça de Cristo.
É doloroso falar desta chaga da sociedade que se chama cristã, mas torna-se necessário, para que nas nossas almas se afinque o desejo de recorrermos com mais gratidão e amor a essas fontes de santificação.

Decidem sem o menor escrúpulo retardar o baptismo dos recém-nascidos, privando-os - e cometendo assim um grave atentado contra a justiça e contra a caridade - da graça da fé, do tesouro incalculável da inabitação da Santíssima Trindade na alma, que vem ao mundo manchada pelo pecado original.
Pretendem também desvirtuar a natureza própria do Sacramento da Confirmação, no qual a Tradição viu sempre unanimemente um robustecimento da vida espiritual, uma efusão calada e fecunda do Espírito Santo, para que, fortalecida sobrenaturalmente, a alma possa lutar - milites Christi, como soldado de Cristo - nessa batalha interior contra o egoísmo e a concupiscência.

Se se perde a sensibilidade para as coisas de Deus, dificilmente se compreenderá o Sacramento da Penitência.
A confissão sacramental não é um diálogo humano, é um colóquio divino; é um tribunal de segura e divina justiça e, sobretudo, de misericórdia, com um juiz amoroso que não deseja a morte do pecador, mas que ele se converta e viva.

É verdadeiramente infinita a ternura de Nosso Senhor. Olhai com que delicadeza trata os seus filhos.
Fez do matrimónio um vínculo santo, imagem da união de Cristo com a sua Igreja, um grande sacramento em que se fundamenta a família cristã, que há-de ser, com a graça de Deus, um ambiente de paz e de concórdia, escola de santidade.
Os pais são cooperadores de Deus.
Daí nasce o amável dever de veneração, que corresponde aos filhos.
Com razão, o quarto mandamento pode chamar-se - escrevi-o há tantos anos - o dulcíssimo preceito do Decálogo.
Se se vive o matrimónio como Deus quer, santamente, o lar será um lugar de paz, luminoso e alegre.

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O Nosso Pai, Deus, deu-nos, com a Ordem sacerdotal, a possibilidade de que alguns fiéis, em virtude duma nova e inefável infusão do Espírito Santo, recebam um carácter indelével na alma, que os configura com Cristo Sacerdote, para actuarem em nome de Cristo Jesus, Cabeça do seu Corpo Místico.
Com este sacerdócio ministerial, que difere do sacerdócio comum de todos os fiéis, essencialmente e não com diferença de grau, os ministros sagrados podem consagrar o Corpo e o Sangue de Cristo, oferecer a Deus o Santo sacrifício, perdoar os pecados na confissão sacramental e exercitar o ministério de doutrinar as pessoas in iis quae sunt ad Deum, em tudo e só no que se refere a Deus.

Por isso, o sacerdote deve ser exclusivamente um homem de Deus, rejeitando o pensamento de querer brilhar em campos em que os outros cristãos não precisem dele.
O sacerdote não é um psicólogo, nem um sociólogo, nem um antropólogo: é outro Cristo, o próprio Cristo, para atender as almas dos seus irmãos.
Seria triste que o sacerdote, baseando-se numa ciência humana - que só cultivará como amador e aprendiz, se se dedicar à sua tarefa sacerdotal - se julgasse, sem mais nem menos, habilitado a pontificar em teologia dogmática ou moral.
A única coisa que faria, era demonstrar uma dupla ignorância - na ciência humana e na ciência teológica - ainda que com ar superficial de sábio conseguisse enganar alguns leitores ou ouvintes indefesos.

É um facto público que alguns eclesiásticos parecem hoje dispostos a fabricar uma nova Igreja, traindo Cristo, mudando os fins espirituais - a salvação das almas, uma a uma - por fins temporais.
Se não resistirem a essa tentação, deixarão de cumprir o seu sagrado ministério, perderão a confiança e o respeito do povo e produzirão uma tremenda destruição dentro da Igreja, intrometendo-se, além disso, indevidamente, na liberdade política dos cristãos e dos restantes homens, com a consequente confusão - tornam-se eles mesmos perigosos - na convivência civil.
A Sagrada Ordem é o sacramento do serviço sobrenatural aos irmãos na fé; alguns parecem querer convertê-la no instrumento terreno dum novo despotismo.

(cont)


Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Temas para meditar - 496

Apostolado



Quando descobris que algo vos foi proveitoso, tentais atrair os outros.
Tendes, pois, que desejar que os outros vos acompanhem pelos caminhos do Senhor.
Se ides ao foro ou aos banhos e deparais com alguém que esteja desocupado, convidai-o para que vos acompanhe.
Aplicai ao espiritual este costume terreno e, quando fordes a Deus, não o façais sós.


(s. gregório magno, In Evangelia Homíliae, VI, 6 (P l 76, 1098)