06/01/2021

Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?

 

A humildade é outro bom caminho para chegar à paz interior. – Foi Ele que o disse: «Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração... e encontrareis paz para as vossas almas». (Caminho, 607)

«Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?» Também eu, instado por esta pergunta, contemplo agora Jesus, deitado numa manjedoura, num lugar que só é próprio para os animais. Onde está, Senhor, a tua realeza: o diadema, a espada, o ceptro? Pertencem-lhe e não os quer; reina envolto em panos. É um rei inerme, que se nos apresenta indefeso; é uma criança. Como não havemos de recordar aquelas palavras do Apóstolo: aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo.

Nosso Senhor encarnou para nos manifestar a vontade do Pai. E começa a instruir-nos estando ainda no berço. Jesus Cristo procura-nos – com uma vocação, que é vocação para a santidade –, a fim de consumarmos com Ele a Redenção. Considerai o seu primeiro ensinamento: temos de co-redimir à custa de triunfar, não sobre o próximo, mas sobre nós mesmos. Tal como Cristo, precisamos de nos aniquilar, de sentir-nos servidores dos outros para os conduzir a Deus.

Onde está o nosso Rei? Não será que Jesus quer reinar, antes de mais, no coração, no teu coração? Por isso se fez menino: quem é capaz de ter o coração fechado para uma criança? Onde está o nosso Rei? Onde está o Cristo que o Espírito Santo procura formar na nossa alma? Cristo não pode estar na soberba, que nos separa de Deus, nem na falta de caridade, que nos isola dos homens. Aí não podemos encontrar Cristo, mas apenas a solidão.

No dia da Epifania, prostrados aos pés de Jesus Menino, diante de um Rei que não ostenta sinais externos de realeza, podeis dizer-lhe: Senhor, expulsa a soberba da minha vida, subjuga o meu amor-próprio, esta minha vontade de afirmação pessoal e de imposição da minha vontade aos outros. Faz com que o fundamento da minha personalidade seja a identificação contigo. (Cristo que passa, 31)

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 6

       

Evangelho

 

Mt XXI 33 – 46

 

Os vinhateiros homicidas

 

33 «Escutai outra parábola: Um chefe de família plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, construiu uma torre, arrendou-a a uns vinhateiros e ausentou-se para longe. 34 Quando chegou a época das vindimas, enviou os seus servos aos vinhateiros, para receberem os frutos que lhe pertenciam. 35 Os vinhateiros, porém, apoderaram-se dos servos, bateram num, mataram outro e apedrejaram o terceiro. 36 Tornou a mandar outros servos, mais numerosos do que os primeiros, e trataram-nos da mesma forma. 37 Finalmente, enviou-lhes o seu próprio filho, dizendo: ‘Hão-de respeitar o meu filho.’ 38 Mas os vinhateiros, vendo o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Matemo-lo e ficaremos com a sua herança.’ 39 E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. 40 Ora bem, quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?» 41 Eles responderam-lhe: «Dará morte afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entregarão os frutos na altura devida.»

 

A pedra angular

 

42 Jesus disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular? Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos? 43 Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos. 44 Quem cair sobre esta pedra, ficará despedaçado; aquele sobre quem ela cair, ficará esmagado.» 45 Os sumos sacerdotes e os fariseus, ao ouvirem as suas parábolas, compreenderam que eram eles os visados. 46 Embora procurassem meio de o prender, temeram o povo, que o considerava profeta.

 


Oração (cont)


  A oração é pois, a comunicação do homem com Deus.

  É uma comunicação simples, natural, despida de artificialismos porque se trata (deve tratar-se) de um processo íntimo entre a criatura e o seu Criador.

Há uma necessidade intrínseca nesta comunicação.

  O homem não deve alhear-se da presença de Deus na sua vida, independentemente da sua vontade.

Pode sim, numa má opção, escolher ignorar a presença de Deus e proceder como se Ele não existisse ou não lhe importasse para nada.

  Diz-se que é uma má opção porque vai contra a ordem natural que é, sempre, a tendência do criado para o criador.

  Há, de facto, uma pertença, um vínculo, que não podem ser destruídos pela vontade humana e a vontade divina, também, nunca não vai nesse sentido.

  A razão é simples se considerarmos que o homem é imortal, ou seja, teve um começo, a sua criação, mas que, de facto, não morrerá uma vez que a sua alma não está sujeita às mesmas leis que o corpo.

  Em mim mando eu!

  Houve-se esta insensatez com alguma frequência.

E não pode ser verdade porque ninguém é efectivamente dono de si mesmo, aliás, não é dono de coisa nenhuma, apenas portador temporal de uns bens, qualidades, defeitos ou características que lhe vêm não de aquisição própria mas por indução alheia a si mesmo, seja dos Pais, do conhecimento transmitido, ou de Deus.

  Leva-nos esta consideração, de volta à liberdade pessoal.

  De modo similar, a liberdade e a posse pessoais podem considerar-se relativas e, nunca, absolutas.

A consequência do uso, mau ou bom, dessa relatividade, marca a conduta do ser humano.

O egoísmo que é uma excessiva concentração em si mesmo, leva, quase sempre ao isolamento o que parece ser óbvio já que, o egoísta, se afasta dos actos de solidariedade que caracterizam a vivência em sociedade.

  Porquê, isto, agora?

Porque a excessiva preocupação com o que se tem ou o que se é, leva, quase sempre, ao egoísmo, à consideração do próprio eu como a peça, à volta da qual se move toda a maquinaria e, a verdade, é que isto não existe como tal, é apenas fruto da imaginação do homem.

  É ou não verdade que a vida, a sociedade, a comunidade dos seres humanos, prossegue o seu caminho mesmo quando desaparece do seu convívio – morre – alguém muito importante que ocupou um espaço notável entre os seus semelhantes?

E esta pessoa excepcional, não ficará reduzida à memória dos que se sucedem?

Ou seja, de facto ninguém, absolutamente é fundamental, embora possa e deva, ser muito necessário em determinados momentos e circunstâncias.

  Ora bem, o egoísmo incapacita a pessoa para detectar essa “fundamentalidade” que é, de uma forma ou outra, chamada a exercer perdendo-se assim, oportunidades de serviço que, talvez, não voltem a apresentar-se.

  O facto é que aquilo que alguém deixa de fazer nunca será feito.

  Poderá alguém fazer o que o outro não fez, mas nunca o fará da mesma forma porque cada um só faz o que, ele próprio, sabe e pode fazer, com as capacidades, aptidões, defeitos e limitações que lhe são próprias e não com as do outro.

Podem, de facto, imitar-se os gestos, as atitudes e, até, em certa medida, os sentimentos, mas, no cerne da questão, permanecerá, sempre, essa dúvida sobre a fiabilidade da imitação.

 

 

 

 

Reflexão

 


Amenazas a la Iglesia -
Laicismo

El laicismo intenta separar la moral de la religión y arrebatar a los padres la educación de los hijos para confiársela al Estado.

Presumen de tolerantes, pero ¡ ay de ti si no estás de acuerdo con lo que ellos defienden!

De hecho, lo que ellos defienden en cuestiones educativas, es lo mismo que defendían los nazis.

 

(Pedro Trevijano, REL)

Virtudes

 

A alegria cristã 5

O seu exercício

 

Um dos primeiros escritos cristãos afirma que “todo o homem alegre pratica o bem, pensa o bem e despreza a tristeza. Mas o homem triste sempre pratica o mal” [9]. Ao ser a alegria efeito da caridade, aquele que procura a proximidade de Deus e responder à chamada à santidade pratica o bem e, consequentemente, o seu coração transborda de paz e alegria: “Se vivermos assim, realizaremos no mundo uma obra de paz; saberemos tornar amável aos outros o serviço a Nosso Senhor, porque Deus ama quem dá com alegria (2Cor 9, 7). O cristão é uma pessoa igual às outras na sociedade; mas do seu coração transbordará a alegria de quem se propõe cumprir, com a ajuda constante da graça, a Vontade do Pai” (Amigos de Deus, n. 93).

 

O Papa Francisco, no texto citado anteriormente, ao diagnosticar o perigo da tristeza individualista que pode criar uma exacerbada sociedade de consumo, aponta indiretamente o antídoto: a atenção e o serviço aos outros. A convivência na família, no trabalho e na sociedade são ocasiões contínuas para fazer o bem e semear alegria: “Dar-se sinceramente aos outros é de tal eficácia, que Deus o premeia com uma humildade cheia de alegria” (Forja, n. 591).

 

Todos precisamos de ver caras alegres à nossa volta. Por isso vale a pena fazer um esforço para viver um conselho que era o título de um programa juvenil de televisão e de um livro ainda hoje à venda: sempre alegres para fazer felizes os outros. A mesma palavra alegria, na sua tradução inglesa – JOY – indica-nos a ordem dos nossos interesses e amores: Jesus, Others, You.

 

Vicente Bosch

 

[9] Pastor de Hermas, Mand X, 3, 2-3 (ed. J.J. Ayán Calvo, Madrid 1995, p. 161).

 

Pequena agenda do cristão

 


Quarta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?