29/03/2018

Nunca amarás bastante

Os verdadeiros obstáculos que te separam de Cristo – a soberba, a sensualidade... – superam-se com oração e penitência. E rezar e mortificar-se é também ocupar-se dos outros e esquecer-se de si próprio. Se viveres assim, verás como a maior parte dos contratempos que tens, desaparecem. (Via Sacra, Estação X. n. 4).


Falas e não te escutam. E, se te escutam, não te entendem. És um incompreendido!... De acordo. De qualquer forma para que a tua cruz tenha todo o relevo da Cruz de Cristo, é preciso que trabalhes agora assim, sem te ligarem importância. Outros te entenderão. (Via Sacra, Estação III. n. 4).


Quantos, com a soberba e a imaginação, se metem nuns calvários que não são de Cristo!

A Cruz que deves levar é divina. Não queiras levar nenhuma cruz humana. Se alguma vez caíres nessa armadilha, rectifica imediatamente: bastar-se-á pensar que Ele sofreu infinitamente mais por nosso amor. (Via Sacra, Estação III. n. 5).

Por muito que ames, nunca amarás bastante.

O coração humano tem um coeficiente de dilatação enorme. Quando ama, dilata-se num crescendo de carinho que supera todas as barreiras.


Se amas o Senhor, não haverá criatura que não encontre lugar no teu coração. (Via Sacra, Estação VIII. n. 5).

Temas para reflectir e meditar

Santidade



Como a criatura humana se compõe de alma e corpo, toda a sua pessoa – na sua matéria e no seu espírito – há-de ser santificada.

Essa santidade brota como fruto da acção do Espírito Santo, que toma posse da pessoa inteira (...)



(JAVIER ECHEVARRÍA, Itinerários de Vida Cristiana, Planeta, 2001, pg. 147, trad ama)





Evangelho e comentário

Tempo de Quaresma
Semana Santa

Missa vespertina da Ceia do Senhor


Evangelho: Jo 13, 1-15

1 Antes da festa da Páscoa, Jesus, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao ex-tremo. 2 O diabo já tinha metido no coração de Judas, filho de Si-mão Iscariotes, a decisão de o entregar. 3 Enquanto celebravam a ceia, Jesus, sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe pusera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava, 4 levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura. 5 Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura. 6 Chegou, pois, a Si-mão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é que me lavas os pés?» 7 Jesus respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora, mas hás-de compreendê-lo depois.» 8 Disse-lhe Pedro: «Não! Tu nunca me hás-de lavar os pés!» Replicou-lhe Jesus: «Se Eu não te lavar, nada terás a haver comigo.» 9 Disse-lhe, então, Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!» 10 Respondeu-lhe Jesus: «Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não to-dos.» 11 Ele bem sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: ‘Nem todos estais limpos’. 12 Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se à mesa e disse-lhes: 13 «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me ‘o Mestre’ e ‘o Senhor’, e dizeis bem, porque o sou. 14 Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. 15 Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também.

Comentário:

Não podemos fazer uma pálida ideia do que seria o ambiente naquela que – só Jesus, por enquanto o sabe – seria última Ceia em que estaria reunido com os Doze.

Os futuros Apóstolos deverão ter-se apercebido do semblante grave e tenso do Mestre, começando por aquela cena algo insólita de lhes lavar os pés.

Virá, depois, a revelação a respeito de Judas e, depois, o longo dis-curso que é como que uma declaração testamentária de quem está prestes a partir.

Não alcançam – porque ainda não podem – toda a extensão e “peso” das palavras e das atitudes do seu Senhor e Mestre, mas jamais esquecerão essa última refeição comum nem os detalhes de cada palavra, de cada gesto.

De tal forma assim é que a mesma se repetirá diariamente, indefinidamente, ao longo dos tempos usando as mesmas palavras e acções que o Senhor usou e lhes ordenou que repetissem em Sua memória.

Atrevo-me a pensar se, de facto, o maior acto de amor de Jesus pelos homens terá sido a entrega da Sua Vida na Cruz ou a doação do Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade sempre que O comungamos.

(AMA, comentário sobre Jo 13, 1-15, 13.04.2017)


Leitura espiritual

TEMA 32. O Decálogo. O primeiro mandamento

Jesus Cristo ensinou que para se salvar é necessário cumprir os mandamentos, os quais expressam a substância da lei moral natural. O primeiro mandamento é duplo: o amor a Deus e o amor ao próximo por amor de Deus.

1. Os Dez Mandamentos ou Decálogo

Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou que para se salvar é necessário cumprir os mandamentos. Quanto um jovem Lhe pergunta: «Mestre, que hei-de fazer de bom, para alcançar a vida eterna?» (Mt 19, 16). Ele responde: «Se queres entrar na vida eterna, cumpre os mandamentos» (Mt 19, 17). A seguir, cita alguns preceitos relacionados com o amor ao próximo: «Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe» (Mt 19, 18-19). Estes preceitos, juntamente com os referentes ao amor a Deus que o Senhor menciona noutras ocasiões, formam os dez mandamentos da Lei divina (cf. Ex 20, 1-17; Catecismo, 2052). «Os três primeiros referem-se mais ao amor de Deus; os outros sete, ao amor do próximo» (Catecismo, 2067). Os dez mandamentos expressam a substância da lei moral natural (cf. Catecismo, 1955). É uma lei inscrita no coração dos homens, cujo conhecimento se obscureceu como consequência do pecado original e dos sucessivos pecados pessoais. Deus quis revelar algumas «verdades religiosas e morais que, de si, não são inacessíveis à razão» (Catecismo, 38) para que todos a possam conhecer de modo completo e certo (cf. Catecismo, 37-38). 
Revelou-se primeiro no Antigo Testamento e depois, plenamente, através de Jesus Cristo (cf. Catecismo, 2053-2054). A Igreja guarda a Revelação e ensina-a a todos os homens (cf. Catecismo, 2071). Alguns mandamentos estabelecem o que se deve fazer (p. ex., santificar os domingos e festas de guarda); outros assinalam o que nunca é lícito realizar (p. ex.; matar um inocente). Estes últimos indicam alguns actos que são intrinsecamente maus em função do seu próprio objecto moral, independentemente dos motivos ou intenções posteriores de quem os realiza e das circunstâncias que os acompanham[1]. «Jesus mostra que os mandamentos não devem ser entendidos como um limite mínimo a não ultrapassar, mas antes, como uma estrada aberta para um caminho moral e espiritual de perfeição, cuja alma é o amor (cf. Cl 3, 14)»[2]. Por exemplo, o mandamento «não matarás» contém em si não só a obrigação de respeitar a vida do próximo, mas também a de promover e fomentar o seu desenvolvimento e enriquecimento como pessoas. Não se trata de proibições que limitem a liberdade; mas de luzes que mostram o caminho do bem e da felicidade, libertando o homem do erro moral.
2. O primeiro mandamento

O primeiro mandamento é duplo: o amor a Deus e o amor ao próximo por amor de Deus. «”Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Jesus disse-lhe: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”» (Mt 22, 36-40). Este amor chama-se caridade. Com este termo também se designa a virtude teologal cujo acto é o amor a Deus e aos outros por Deus. A caridade é um dom que o Espírito Santo infunde naqueles que são filhos adoptivos de Deus (cf. Rm 5, 5). A caridade há-de crescer ao longo da vida nesta terra por acção do Espírito Santo e com a nossa cooperação: crescer em santidade é crescer na caridade. A santidade não é outra coisa senão a plenitude da filiação divina e da caridade. Esta pode diminuir pelo pecado venial e mesmo perder-se pelo pecado mortal. A caridade tem uma ordem: Deus, os outros (por amor de Deus) e nós mesmos (por amor de Deus). O amor de Deus Amar a Deus como filhos significa: 
a) Escolhê-Lo como o fim último de tudo o que fazemos. Actuar em tudo por amor e para a sua glória: «Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus» (1 Cor 10, 31). «Deo omnis gloria. - Para Deus toda a glória»[3]. Não deve haver um fim mais elevado do que este. Nenhum amor se pode colocar acima do amor de Deus: «Quem amar o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem amar o filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim» (Mt 10, 37). «Não há amor, senão o Amor!»[4]. Não pode existir um verdadeiro amor que exclua ou postergue o amor de Deus. b) Cumprir a vontade de Deus com obras: «Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu» (Mt 7, 21). A vontade de Deus é que sejamos santos (cf. 1 Ts 4, 3), que sigamos Cristo (cf. Mt 17, 5), cumprindo os seus mandamentos (cf. Jo 14, 21). «Queres deveras ser santo? – Cumpre o pequeno dever de cada momento faz o que deves e está no que fazes»[5]. Cumprila também quando exige sacrifício: «Não se faça a minha vontade, mas a tua» (Lc 22, 42). c) Corresponder ao seu amor por nós. Ele amou-nos primeiro, criou-nos livres e fez-nos seus filhos (cf. 1 Jo 4, 19). O pecado é rejeitar o amor de Deus (cf. Catecismo, 2094); todavia Ele perdoa sempre, entrega-se continuamente a cada um de nós.«É nisto que está o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados» (1 Jo 4, 10; cf. Jo 3, 16). Ele «amou-me e a si mesmo entregou-se por mim» (Gl 2, 20). «Para corresponder a tanto amor, é preciso que haja da nossa parte uma entrega total do corpo e da alma»[6]. Não se trata de um sentimento, mas de uma determinação da vontade que pode estar ou não acompanhada de afectos. O amor a Deus leva-nos a procurar o diálogo pessoal com Ele. Esse diálogo é oração que por sua vez é amor. Pode revestir diversas formas[7]: a) «A adoração é a primeira atitude do homem que se reconhece criatura diante do seu Criador (Catecismo, 2628). É a atitude mais fundamental da religião (cf. Catecismo, 2095). «Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto» (Mt 4, 10). A adoração a Deus liberta-nos das diversas formas de idolatria que conduzem à escravidão. «Que a tua oração seja sempre um sincero e real acto de adoração a Deus»[8]. b) A acção de graças (cf. Catecismo, 2638), porque tudo o que temos e somos, d’Ele o recebemos para Lhe dar glória: «Que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias, como se não o tivesses recebido?» (1 Cor 4, 7).

c) A petição, a qual tem dois modos: o pedido de perdão pelo que nos separa de Deus (o pecado) e o pedido de ajuda para nós mesmos e para os outros, bem como para toda a Igreja e a humanidade inteira. Estas duas formas de petição manifestam-se no Pai Nosso: «…o pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas…». A petição do cristão está cheia de segurança, porque «foi na esperança que fomos salvos» (Rm 8, 24) e porque é um rogo filial, por meio de Cristo: «se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, Ele vo-la dará» (Jo 16, 23; cf. 1 Jo 5, 14-15). O amor manifesta-se também com o sacrifício, inseparável da oração: «a oração valoriza-se com o sacrifício»[9]. O sacrifício é o oferecimento a Deus de um bem sensível, em sua homenagem, como expressão da entrega interior da própria vontade, quer dizer, da obediência a Cristo. Cristo redimiu-nos pelo Sacrifício da Cruz, que manifesta a sua perfeita obediência até à morte (cf. Fl 2, 8). Os cristãos como membros de Cristo, podem co-redimir com Ele, unindo os nossos sacrifícios aos seus na Santa Missa (cf. Catecismo, 2100). A oração e o sacrifício constituem o culto a Deus. Chama-se culto de latria ou adoração, para o distinguir do culto aos anjos e aos santos, que é de dulia ou veneração, e do culto com que se honra Nossa Senhora, chamado hiperdulia (cf. Catecismo, 971). O acto de culto por excelência é a Santa Missa, prenúncio da liturgia celeste. O amor de Deus deve manifestarse na dignidade do culto: observância das prescrições da Igreja, «urbanidade da piedade»[10], cuidado e limpeza dos objectos. «Aquela mulher que, em casa de Simão o leproso, em Betânia, unge com rico perfume a cabeça do Mestre, recorda-nos o dever de sermos magnânimos no culto de Deus. – Todo o luxo, majestade e beleza me parecem pouco»[11].
3. A fé e a esperança em Deus

Fé, esperança e caridade são as três virtudes “teologais” (virtudes que se dirigem a Deus). A maior é a caridade (cf. 1 Cor 13, 13), que dá “forma” e “vida” sobrenatural à fé e à esperança (de modo semelhante como a alma dá vida ao corpo). Mas a caridade pressupõe nesta vida a fé, porque só pode amar a Deus quem O conhece; e pressupõe também a esperança, porque só pode amar a Deus quem coloca o seu desejo de felicidade na união com Ele. A fé é um dom de Deus, luz na inteligência que nos permite conhecer a verdade que Deus nos revelou e anuir com ela. Implica duas coisas: crer no que Deus revelou (o mistério da Santíssima Trindade e todos os artigos do Credo) e crer no próprio Deus que se revelou (confiar n’Ele). Não há nem pode haver oposição entre fé e razão. A formação doutrinal é importante para alcançar uma fé firme e para fortalecer o amor a Deus e aos outros por Deus: para a santidade e o apostolado. A vida de fé é uma vida apoiada na fé e coerente com ela. A esperança é também um dom de Deus que impulsiona a desejar a união com Ele, na qual se encontra a nossa felicidade, confiando que Ele nos dará a capacidade e os meios para a alcançar (cf. Catecismo, 2090). Nós, os cristãos, devemos estar sempre «alegres na esperança» (Rm 12, 12), porque se somos fiéis aguarda-nos a felicidade do Céu: a visão de Deus face a face (1 Cor 13, 12), a visão beatífica. «Se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, pressupondo que com Ele sofremos, para também com Ele sermos glorificados» (Rm 8, 17). A vida cristã nesta terra é um caminho de felicidade, porque, pela graça, já aqui possuímos uma antecipação dessa união com a Santíssima Trindade, todavia é uma felicidade com dor, com cruz. A esperança torna-nos conscientes de que vale a pena! «Vale a pena arriscar a vida inteira! Trabalhar e sofrer, por Amor, para levar avante os desígnios de Deus, para co-redimir»[12]. Os pecados contra o primeiro mandamento são pecados contra as virtudes teologais: a) Contra a fé: o ateísmo, o agnosticismo, o indiferentismo religioso, a heresia, a apostasia, o cisma, etc. (cf. Catecismo, 2089). É também contrário ao primeiro mandamento pôr em perigo a própria fé, quer seja pela leitura de livros contrários à fé ou à moral, sem motivo proporcionado e sem a preparação suficiente; ou devido à omissão dos meios que a defendam. b) Contra a esperança: o desespero da própria salvação (cf. Catecismo, 2091) e, no extremo oposto, a presunção de que a misericórdia divina perdoará os pecados sem conversão nem contrição, ou sem necessidade do sacramento da Penitência (cf. Catecismo, 2092). É igualmente contrário a esta virtude colocar a esperança de felicidade em alguma coisa fora de Deus. c) Contra a caridade: qualquer pecado é contrário à caridade. No entanto, opõem-se directamente à caridade a rejeição de Deus bem como a tibieza: não O querer amar com todo o coração. Contrários ao culto a Deus são o sacrilégio, a simonia, certas práticas de superstição, a feitiçaria, etc., e o satanismo (cf. Catecismo, 2111-2128). 
4. Amor aos outros por amor a Deus

O amor a Deus deve compreender o amor àqueles que Deus ama. «Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão» (1 Jo 4, 19-21). Não se pode amar a Deus sem amar todos os homens, criados por Ele à sua imagem e semelhança, e chamados para serem seus filhos pela graça sobrenatural (cf. Catecismo, 2069). «Com os filhos de Deus, temos de comportar-nos como filhos de Deus»[13]: Comportar-se como filho de Deus, como outro Cristo: «Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 34-35). O Espírito Santo foi enviado aos nossos corações para que possamos amar como filhos de Deus, com o amor de Cristo (cf. Rm 5, 5). «Dar a vida pelos outros. Só assim se vive a vida de Jesus e nos fazemos uma só coisa com Ele»[14]. Ver nos outros filhos de Deus, o próprio Cristo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40). Querer para eles o seu verdadeiro bem, o que Deus quer: que sejam santos e, por conseguinte, felizes. A primeira manifestação de caridade é o apostolado, bem como a preocupação pelas suas necessidades materiais. Compreender – sentir como próprias – as dificuldades espirituais e materiais dos outros. Saber perdoar. Ter misericórdia (cf. Mt 5, 7). «O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça» (1 Co 13, 4-5). A correcção fraterna (cf. Mt 18, 15).
5. O amor a si mesmo por amor de Deus

O preceito da caridade menciona também o amor a si próprio: «Amarás a teu próximo como a ti mesmo» (Mt 22, 39). Há um amor recto de si mesmo: o amor de si por amor a Deus. Este amor conduz-nos a procurar para si próprio o que Deus quer: a santidade, logo a felicidade (com sacrifício nesta terra, com a cruz). Há também um desordenado amor de si próprio, o egoísmo, que é o amor de si próprio em si mesmo, não por amor de Deus
Significa colocar a própria vontade em lugar da de Deus e o próprio interesse acima do serviço aos outros. O amor recto a si próprio não tem lugar sem luta contra o egoísmo. Comporta abnegação, entrega de si próprio a Deus e aos outros. «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser salvar a sua vida, perde-la-á; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la» (Mt 16, 24-25). O homem «não se pode encontrar plenamente a não ser no sincero dom de si mesmo»[15].

JAVIER LÓPEZ
Bibliografia básica
- Catecismo da Igreja Católica, 2064-2132.
Leituras recomendadas
- Bento XVI, Enc. Deus Caritas est, 1-18, 25-XII-2005.  - Bento XVI, Enc. Spe Salvi, 30-XI-2007. - S. Josemaria, Homilias «Vida de Fé», «A Esperança do cristão», «Com a força do amor», em Amigos de Deus, 190-237.

Notas

[1] Cf. S. João Paulo II, Enc. Veritatis Splendor, 80, 6-VIII-1993. [2]Ibidem, 15. [3]S. Josemaria, Caminho, 780. [4]Ibidem, 417. [5]Ibidem, 815; cf. Ibidem 933. [6]S. Josemaria, Cristo que Passa, 87. [7]Cf. S. Josemaria, Caminho, 91. [8]S. Josemaria, Forja, 263. [9]S. Josemaria, Caminho, 81. [10]Ibidem, 541[11]Ibidem, 527; cf. Mt 26, 6-13. [12]S. Josemaria, Forja, 26. [13]S. Josemaria, Cristo que Passa, 36. [14]S. Josemaria, Via Sacra, XIV Estação. Cf. Bento XVI, Enc. Deus Caritas est, 25XII-2005, 12-15. [15]Concílio Vaticano II, Const. Gaudium et Spes, 24.

Devoción a la Virgen



Una Virgen muy pequeñita pero con multitud de milagros: la Virgen de Suyapa mueve masas

Reto del amor




VIVE DE CRISTO®Dominicas de Lerma

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?