11/05/2011

Diálogos apostólicos

Diálogos



Quando os pais baptizam o seu filho aos poucos dias de vida estão, de certo modo, a "devolvê-lo" a Deus e, de modo concreto, a integrá-lo na Igreja de Cristo com todos os direitos que tal implica.

Demorar o Baptismo ou, pior, privar a jovem criatura deste Sacramento, é uma grave omissão da qual serão exigidas estreitas responsabilidades.

ama , 2011.05.11

Não contar só com a ganância do padeiro

Observando
Hoje são os próprios economistas a recordar-nos que temos de enriquecer as nossas existências por outros meios e em outras dimensões. Por exemplo, a espiritual
Um dos clássicos da economia moderna, Adam Smith, resumia desta maneira pragmática o funcionamento do sistema económico: devemos o nosso pão fresco diário não ao altruísmo do padeiro, mas  à sua ganância.   É graças à ambição do ganho, que os bens de que precisamos chegam às prateleiras dos supermercados.
Esse dado é, de resto, comummente aceite e consensualmente aceitável.
O facto que hoje se coloca, sempre com maior urgência, é, porém, de outra natureza. Claro que não perde validade a justa expectativa de que a actividade laboral produza o seu lucro, mas o que se coloca às nossas sociedades é a questão da sua capacidade para resolver, ainda que de modo não completamente perfeito, os desequilíbrios que elas próprias geram e que ameaçam a sua preservação. Ora, este processo de reajuste e maturação do sistema não parece que possa ficar unicamente dependente daquilo que Adam Smith chamou “a ganância do padeiro”.
A difícil situação actual mostra-nos, sem margem para hesitações, como se tornou urgente e vital introduzir alternativas de fundo num campo que é económico e financeiro, mas também é humano e cultural. Nesse sentido, vale a pena olhar para os três pontos propostos recentemente por Tim Jackson, professor da Universidade de Surrey, que nos desafia a redefinirmos o que entendemos por prosperidade.
O primeiro ponto prende-se com a necessidade de nos consciencializarmos todos de que o crescimento económico tem limites. O segundo passa por aceitarmos distribuir os lucros não apenas segundo critérios financeiros, mas também em função de um benefício social e ambiental. O terceiro ponto diz-nos que é preciso mudar a lógica cultural dominante, que identifica prosperidade com enriquecimento material.
Hoje são os próprios economistas a recordar-nos que temos de enriquecer as nossas existências por outros meios e em outras dimensões. Por exemplo, a espiritual.

josé tolentino mendonça, in ECCLESIA, 2011.05.10

Concílio Vaticano II

Excelente e oportuna publicação:

Teresa de Calcutá - Pensamentos 13




Qual é a prenda mais bela?               


O perdão

TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Maria, Mestra de entrega sem limites”


A Virgem Santa Maria, Mestra da entrega sem limites! Lembras-te? Com um louvor dirigido a Ela, Cristo afirmou: "Quem cumpre a vontade de Meu Pai, esse – essa – é Minha mãe!...". Pede a esta boa Mãe que na tua alma ganhe força – força de amor e de libertação – a sua resposta de generosidade exemplar: "Ecce ancilla Domini!", eis aqui a escrava do Senhor! (Sulco, 33)

Queres pensar – pela minha parte também farei o meu exame  se manténs imutável e firme a tua escolha da Vida? Se, ao ouvires essa voz de Deus, amabilíssima, que te estimula à santidade, respondes livremente que sim? Dirijamos o olhar para o nosso Jesus, quando falava às multidões pelas cidades e campos da Palestina. Não pretende impor-se. Se queres ser perfeito..., diz ao jovem rico. Aquele rapaz rejeitou o convite e o Evangelho conta que abiit tristis , que se retirou entristecido. Por isso, alguma vez lhe chamei a ave triste: perdeu a alegria, porque se negou a entregar a liberdade a Deus.

Consideremos agora o momento sublime em que o Arcanjo São Gabriel anuncia a Santa Maria o desígnio do Altíssimo. A nossa Mãe ouve e interroga para compreender melhor aquilo que Nosso Senhor lhe pede; depois, surge a resposta firme: Fiat! – faça-se em mim segundo a tua palavra! , o fruto da melhor liberdade: a de se decidir por Deus.
(Amigos de Deus, nn 24–25)


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

A política tem necessidade de cristãos

Duc in altum
Ao visitar Aquileia, sede da maior diocese europeia na Idade Média, Bento XVI lançou nesse sábado um apelo para que os cristãos levem os valores do Evangelho a todos os âmbitos, em particular a política.
        
Essa foi a mensagem que o pontífice deixou no discurso que dirigiu aos representantes eclesiais de 36 dioceses da Itália.

No meio da descristianização que se vive nestas terras, o bispo de Roma perguntou-se, na basílica desta antiga cidade romana – fundada no ano 180 –: “como é possível anunciar Jesus Cristo, como comunicar o Evangelho e como educar hoje na fé?”.

A sua resposta foi: “A missão prioritária que o Senhor lhes confia hoje, renovados pelo encontro pessoal com ele, consiste em testemunhar o amor de Deus pelo homem”.

“Vocês estão chamados a fazer isso antes de tudo com as obras do amor e as opções de vida a favor das pessoas concretas, começando pelos mais frágeis, indefesos, não auto-suficientes, como os pobres, os anciãos, os enfermos, os deficientes”.

No contexto de uma “busca com frequência exasperada de bem-estar económico” e de “grave crise económica e financeira” – acrescentou –,  os fiéis estão chamados a “promover o sentido cristão da vida, através do anúncio explícito do Evangelho, levado com dedicado orgulho e com profunda alegria aos diferentes âmbitos da existência diária”.

“Não reneguem nada do Evangelho naquilo que crêem – disse –, mas vivam entre os homens com simpatia, comunicando em seu próprio estilo de vida esse humanismo que deita suas raízes no cristianismo, buscando edificar junto a todos os homens de boa vontade uma ‘cidade’ mais humana, mais justa e solidária”.

Cristãos na política


Este compromisso – disse por último – é particularmente importante para a crise política actual.

Este âmbito "tem mais necessidade que nunca de ver pessoas, sobretudo jovens, capazes de edificar uma ‘vida boa’ e ao serviço de todos”.

“Os cristãos não podem retirar-se deste compromisso, pois se bem que são peregrinos para o Céu, vivem já aqui uma antecipação da eternidade”, concluiu.


 INFORMAÇÕES MUITO BREVES    [De vez em quando] 2011.05.10

Sentimentos de Maio

May Feelings IV



Ribeira Negra (Afonso Cabral)

Navegando pela minha cidade



Ribeira Negra


O Cais da Ribeira e todas as ruazinhas que trepam pela imensa escarpa acima são, hoje em dia, o ex-líbris do Porto. E está certo por muitas razões, mas a principal é porque foi exactamente aí que nasceu a cidade; nesse porto. Ali ainda se encontram casas medievais e ainda se encontra o povo que arrancou ao rio e ao mar a sua existência. Pescadores, marinheiros e estivadores que encheram naus e caravelas e porões de riquezas, são eles a genuína alma portuense.

 Alma moída e calcada até à obscenidade pelos ricos e poderosos que viviam mais acima, aonde as cheias mortíferas desse rio de ouro nunca chegavam. Onde se morria na cama em vez de no rio ou no mar. Povo que ainda se lembra da fome. Da fome que era negra. Da fome de pão e de justiça e talvez seja por isso que Júlio Resende tenha intitulado o seu belíssimo painel de azulejos com quarenta metros de largura de Ribeira Negra.

O Barredo é bonito. Com suas ruas tortuosas; seus cachorros de granito e varandas de ferro batido, seus largos, seus nichos e “alminhas” o Barredo é bonito. Se dentro das casas houvesse pão, a escarpa do Barredo poderia ser mostrada. Assim, tem de ser escondida!...poderia ser mostrada, sim. Mas outro Barredo, com casas e armazéns de negócio ribeirinho, fontes, mirantes, jardins, gente limpa e bem-disposta. Um outro Barredo onde se possa narrar com verdade de como foi e quanto o Porto não rejubilou com a renovação total daquela grande desgraça; daquela nossa desgraça.[1]

É este novo Barredo sonhado pelo Padre Américo há mais de sessenta anos que é hoje o ex-líbris da minha cidade. Para onde correm todos os turistas - de dentro e de fora - como se fossem muitos outros rios afluentes a desaguarem no Douro.

Mas o Padre Américo não se limitou a sonhar. O Padre Américo resgatou da fome e da morte centenas de crianças e levou-as para a Casa do Gaiato onde lhes deu pão, dignidade e um futuro. Chamavam-lhe Pai Américo.

Muitos anos se passaram e vários planos de recuperação mudaram substancialmente aquela realidade. Agora há pescadores de recuerdos e souvenires; marinheiros dos mares da cerveja e estivadores de ansiedades.

Numa das “alminhas” referidas pelo Padre Américo pode ler-se – aos pés de um Cristo crucificado – a seguinte legenda: Sinhor dus Afelitos (com todos os esses escritos ao contrário) e noutro nicho, atrás de uma grade só está o vazio, a ausência; o Senhor da Boa Fortuna não está lá; levaram-no ou também foi pelo rio abaixo no desastre da Ponte das Barcas em 1809. Ou então, sepultaram-no noutro tipo de aflição.

Sempre que lá vou – ao ADN do Porto – gosto de recordar a letra da canção Porto Sentido do Rui Veloso que termina assim: E é sempre a primeira vez; em cada regresso a casa; rever-te nessa altivez; de milhafre ferido na asa.


Afonso Cabral













[1] Padre Américo – Gaiato – 4 de Fevereiro de 1950














[1]  Padre Amério – Gaiato – 4 de Fevereiro de 1950

Sobre a família 48

A missão educativa da família

No desígnio divino, a família, «é uma comunhão de pessoas, reflexo e imagem da comunhão do Pai e do Filho no Espírito Santo. A sua actividade procriadora e educativa é o reflexo da obra criadora do Pai».[i] A transmissão da vida é um mistério que pressupõe a cooperação dos pais com o Criador para trazer à existência um novo ser humano, imagem de Deus e chamado a viver como Seu filho. E a educação participa plenamente deste mistério. É este o motivo de fundo pelo qual a Igreja sempre afirmou que «pela sua própria índole, a instituição matrimonial e o amor conjugal estão ordenados para a procriação e educação da prole, que constituem como que a sua coroa». [ii]
Pertence à essência do matrimónio a abertura à vida, que não se reduz apenas à procriação dos filhos, mas que inclui a obrigação de os ajudar a viver uma vida plenamente humana e em relação com Deus.

m. díez
© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet


[i] Ibidem, n. 2205.
[ii] Conc. Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, n. 48.

Evangelho do dia e comentário

Páscoa - III Semana
  
Evangelho: Jo 6, 35-40

35 Jesus respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá jamais fome, e aquele que crê em Mim não terá jamais sede. 36 Porém, já vos disse que vós Me vistes e que não credes. 37 Tudo o que o Pai Me dá virá a Mim; e aquele que vem a Mim não o lançarei fora. 38 Porque desci do céu não para fazer a Minha vontade, mas a vontade d'Aquele que Me enviou. 39 Ora a vontade d'Aquele que Me enviou é que Eu não perca nada do que Me deu, mas que o ressuscite no último dia. 40 A vontade de Meu Pai que Me enviou é que todo o que vê o Filho e crê n'Ele tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia».

Meditação:

Como eu desejaria, Senhor, agradecer-te a graça desta Comunhão, de uma forma tão completa e decisiva que ficasse para todo o sempre gravado na minha alma este momento.
Não posso... sou tão pouca coisa... Mas ponho, aqui, nas minhas mãos abertas, o meu coração todo inteiro: É Teu, Senhor, é para Ti, todo absolutamente. De nada me serve a menos que esteja cheio de Ti, repleto de amor por Ti, meu Senhor e meu Deus.

Como eu desejaria, Senhor, ficar aqui para sempre, com esta doce sensação da Tua presença na minha alma. A tranquila posse que tomas de todo o meu ser e que eleva e dá uma dimensão única e irrepetível.

Como eu desejaria, Senhor, ter as palavras gravadas a fogo na minha fronte, para que as visses como um desejo declarado de entrega submissa e pronta à Tua Santíssima Vontade. Sim, nada mais querer que fazer a Tua Vontade Santa em todas as coisas.

Como eu desejaria, Senhor, ter o dom de reconhecimento e agradecimento pela torrente de graças que sobre mim derramas com tão generosa abundância.

Não é meu merecimento, nem sequer direito receber-vos assim, inteiro e disponível, tão humilde e discreto! Não! É a Tua bondade infinita que me traz, diariamente, este alimento sem o qual não sobreviveria um segundo.

Fica, Senhor, comigo, o resto deste dia e não me deixes cair em tentação. Amén.

(ama, acções de graças da Comunhão, 1999)