06/03/2016

Índice de publicações em Mar 06

nunc coepi – Índice de publicações em Mar 06

São Josemaria – Textos

Cuidar da vida até à morte (CEP), Dignidade Humana, Eutanásia, 

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 15 1-3 11-32,Confissões - Santo Agostinho

Doutrina – Demónio

JMA – Quaresma

AT - Salmos – 125

Pornografia


Agenda Domingo

Reflexões quaresmais

Quaresma de 2016 – 24ª Reflexão

Hoje, Senhor, a minha reflexão nesta caminhada quaresmal é acção de graças!

Quero dar-Te graças, Senhor, pela oração que ainda neste momento, de uma ponta à outra na terra, a pedido do Teu Vigário, o Papa Francisco, se eleva aos Céus, se move na direcção do Teu Coração de amor, para que a humanidade se reencontre em Ti, por Ti e para Ti.

Quero dar-Te graças pelas horas que passámos, que passei, em adoração na Tua Presença Eucarística, fonte de graças infindas, fonte de amor inesgotável, fonte de paz indelével, fonte de alegria serena e constante.

Quero dar-Te graças por todos os corações, todas as vidas, que durante esta oração tocaste e vais tocando, levando-os a descobrir em Ti o verdadeiro sentido da vida, a maravilhosa paternidade de sermos Teus filhos, de sermos Tua herança, a descobrir o verdadeiro amor que faz de todos os homens irmãos em Ti, Senhor Nosso Deus, que fazes de nós comunhão contigo e connosco.

Quero dar-Te graças, Senhor, porque acredito, porque acreditamos firmemente que, talvez bem perto de mim ou talvez no ponto mais recôndito da terra, Tu abençoas nestes momentos de oração, tanta gente que necessita de amor, porque é perseguida, (seja em Teu Nome, ou por qualquer outra razão), porque se sente só e sem ninguém, porque nada tem que possa chamar seu, porque tem fome e sede, porque quer desistir da vida, porque não tem um simples abraço, um simples beijo, um simples sorriso, um simples “bom dia”.

Quero dar-Te graças, Senhor, porque hoje e nesta oração, o mundo que criaste em amor se aproximou um pouco mais de Ti à procura do Teu amor, que derramas sem cessar sobre toda a humanidade.

Quero dar-Te graças, Senhor, pela Igreja que congrega os homens nesta oração ao Deus que tudo pode e a Quem nada é impossível.

Quero dar-Te graças, Senhor, apenas e só dar-Te graças hoje e continuamente em todo o tempo.

Amen.


joaquim mexia alves, Marinha Grande, 5 de Março de 2016

Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé.

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Evangelho, comentário, L. espiritual


Quaresma
Semana IV

Evangelho: Lc 15, 1-3. 11-32

1 Aproximavam-se d'Ele os publicanos e os pecadores para O ouvir. 2 Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: «Este recebe os pecadores e come com eles». 3 Então propôs-lhes esta parábola: 11 «Um homem tinha dois filhos. 12 O mais novo disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. O pai repartiu entre eles os bens. 13 Passados poucos dias, juntando tudo o que era seu, o filho mais novo partiu para uma terra distante e lá dissipou os seus bens vivendo dissolutamente. 14 Depois de ter consumido tudo, houve naquele país uma grande fome e ele começou a passar necessidade. 15 Foi pôr-se ao serviço de um habitante daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. 16 «Desejava encher o seu ventre das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. 17 Tendo entrado em si, disse: Quantos jornaleiros há em casa de meu pai que têm pão em abundância e eu aqui morro de fome! 18 Levantar-me-ei, irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e contra ti, 19 já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus jornaleiros. 20 «Levantou-se e foi ter com o pai. Quando ele estava ainda longe, o pai viu-o, ficou movido de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e beijou-o. 21 O filho disse-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 Porém, o pai disse aos servos: Trazei depressa o vestido mais precioso, vesti-lho, metei-lhe um anel no dedo e os sapatos nos pés. 23 Trazei também um vitelo gordo e matai-o. Comamos e façamos festa, 24 porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi encontrado. E começaram a festa. 25 «Ora o filho mais velho estava no campo. Quando voltou, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e os coros. 26 Chamou um dos servos, e perguntou-lhe que era aquilo. 27 Este disse-lhe: Teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque o recuperou com saúde. 28 Ele indignou-se, e não queria entrar. Mas o pai, saindo, começou a pedir-lhe. 29 Ele, porém, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, nunca transgredi nenhuma ordem tua e nunca me deste um cabrito para eu me banquetear com os meus amigos, 30 mas logo que veio esse teu filho, que devorou os seus bens com meretrizes, mandaste-lhe matar o vitelo gordo. 31 Seu pai disse-lhe: Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. 32 Era, porém, justo que houvesse banquete e festa, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi encontrado».

Comentário:

A alegria de um Pai quando um filho seu volta para a casa paterna, ao seu convívio, ultrapassa qualquer “ressentimento” por mais grave que tenha sido o motivo do seu afastamento e se o foi por pouco ou muito tempo.

Podemos imaginar a alegria no Céu inteiro com o Pai comum a acolher o regressado e a determinar que assuma, sem mais, a posição que antigamente ocupava.

(ama, comentário sobre, Lc 15, 1-3.11-32, 2014.03.22)


Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO - CONFISSÕES

LIVRO SEGUNDO

CAPÍTULO VI

O crime gratuito

Que amei, então, em ti, ó meu furto, crime nocturno dos meus dezasseis anos? Não eras belo, já que eras furto. Mas, por acaso és algo para que eu fale contigo? Belas eram as pêras que roubamos, por serem criaturas tuas, ó formosíssimo Criador de todas as coisas, bom Deus, Deus sumo, meu bem e meu verdadeiro bem; belas eram aquelas pêras! Porém, não eram elas que apeteciam a minha alma depravada. Eu tinha-as em abundância, e melhores. Colhi-as da árvore só para roubar; tanto que, tão logo colhidas, atirei-as fora, saboreando nelas apenas a iniquidade, com que me regozijava. Se alguma delas entrou na minha boca, somente o crime é que lhe deu sabor.

E agora pergunto, meu Deus: que é que me deleitava no furto? Pois não encontro nenhuma beleza nele. Já não falo da beleza que reside na justiça e na prudência, nem sequer da que resplandece na inteligência do homem, na memória, nos sentidos ou na vida vegetativa; nem da que brilha nos magníficos astros nas suas órbitas, ou na terra e no mar, cheios de criaturas, que nascem para sucederem umas às outras; nem sequer da defeituosa e sombria formosura dos vícios enganadores.

O orgulho imita a altura; mas só tu, Deus excelso, estás acima de todas as coisas. E a ambição, que procura, senão honras e glórias, quanto tu és o único sobre todas as coisas e ser honrado e glorificado eternamente? A crueldade dos tiranos quer ser temida; porém, quem há-de ser temido senão Deus, a cujo poder ninguém; porém, quem há-de ser temido senão Deus, a cujo poder ninguém, em tempo algum ou lugar, nem por nenhum meio pode subtrair-se e fugir? As carícias da volúpia procuram ser correspondidas; porém, não há nada mais carinhoso que a tua caridade, nem que se ame de modo mais salutar que a tua verdade, formosa e resplandecente sobre todas as coisas. A curiosidade sugere amor à ciência, enquanto só tu conheces plenamente todas as coisas. Até a própria ignorância e estultícia se cobrem com o nome de simplicidade e inocência; das quais não acham nada mais simples do que tu. E que pode haver mais inocente do que tu, pois, até mesmo o castigo dos maus lhes vem dos seus pecados? A indolência gosta do descanso; porém, que repouso seguro pode haver fora do Senhor? O luxo gosta de ser chamado fartura; mas só tu és a plenitude e a abundância inesgotável de eterna suavidade. A prodigalidade veste-se com a capa da liberalidade; porém, só tu, és verdadeiro e liberalíssimo doador de todos os bens. A avareza quer possuir muitas coisas; porém, só tu as possuis todas. A inveja litiga acerca de excelências; porém, que há mais excelente do que tu? A ira procura a vingança; e que vingança mais justa do que a tua? O temor aborrece as coisas repentinas e insólitas, contrárias ao que se ama ou se deseja manter seguro; mas haverá para ti algo de novo e repentino? Quem poderá separar de ti o que amas? E onde, senão em ti, se encontra inabalável segurança? A tristeza definha com a perda das coisas com que a cobiça se deleita, e não quer que se lhe tire nada, como nada pode ser tirado de ti.

Assim peca a alma, quando se aparta e procura fora de ti o que não pode achar puro e ilibado senão quando se volta novamente para ti. Perversamente te imitam todos os que se afastam de ti e se levantam contra ti. Porém, mesmo imitando-te, mostram que és o criador de toda criatura e que, portanto, não existe lugar onde alguém se possa afastar de ti de modo absoluto.

Que amei, então, naquele furto, e no que imitei, viciosa e imperfeitamente, o meu Senhor?

Acaso foi o gosto de agir pela fraude contra a tua lei, já que não o podia fazer por força, simulando, cativo, uma falsa liberdade ao fazer impunemente o que estava proibido, imagem tenebrosa de tua omnipotência?

Eis aqui o servo que, fugindo do seu senhor, seguiu uma sombra. Ó podridão! Ó monstro da vida e abismo da morte! Como pôde agradar-me o ilícito, e não por outro motivo, senão porque era ilícito?

CAPÍTULO VII

Acção de graças

Como agradecerei ao Senhor por poder recordar todas estas coisas sem que a minha alma sinta medo algum? Amar-te-ei, Senhor, e dar-te-ei graças, e confessarei o teu nome, pois me perdoaste tantas e tão nefandas acções. Devo à tua graça e misericórdia teres-me dissolvido os pecados como gelo, como também todo o mal que não pratiquei. De facto, de que pecados não seria capaz, eu que amei gratuitamente o erro?

Confesso que todos já me foram perdoados; o mal cometido voluntariamente, e o que deixei de fazer pela tua graça. Quem dentre os homens, conhecendo a tua fraqueza, poderá atribuir às próprias forças a sua castidade e inocência para amar-te menos, como se tivesse menor necessidade da tua misericórdia, com a qual perdoas os pecados aos que se convertem a ti?

Aquele, pois, que, chamado por ti, seguiu a tua voz e evitou todas estas coisas que lê de mim, e que eu recordo e confesso, não se ria de mim por haver sido curado pelo mesmo médico que o preservou de cair doente, ou melhor, de que adoecesse tanto. Antes, esse deve amar-te tanto e ainda mais do que eu, porque o mesmo que me curou de tantas e tão graves doenças, esse mesmo o livrou de cair no pecado.

CAPÍTULO VIII

O prazer da cumplicidade

E que fruto colhi eu, miserável, daquelas c que agora recordo com rubor? Sobretudo daquele furto, em que amei o próprio furto, e nada mais? Nenhum, pois o furto, em si nada valia, ficando eu mais miserável com ele. Todavia, é certo que eu sozinho não o teria praticado – a julgar pela disposição de meu ânimo na ocasião; - não, de modo algum; eu não o faria sozinho.

Portanto, apreciei também na ocasião a companhia daqueles com quem o cometi. Logo, também é certo que apreciei algo mais além do furto; embora não amasse de facto nada mais, pois também essa cumplicidade era nada.

Mas, que é esta, na verdade? E quem mo poderá ensinar, senão o que ilumina o meu coração e rasga as minhas sombras? De onde vem à minha alma a ideia destas indagações, desta discussão e considerações? Se eu então amasse as pêras que roubei, e quisesse apenas o seu desfrute, podia tê-las roubado sozinho, se isso bastasse. Poderia fazer a iniquidade pela qual chegaria o meu deleite sem necessidade de excitar o prurido da minha cobiça com a conivência de almas cúmplices.

Porém, como não achava deleite algum nas pêras, colocava este no próprio pecado, que consistia na companhia dos que pecavam comigo.

CAPÍTULO IX

O prazer do pecado

E que sentimento era aquele de minha alma? Certamente, assaz torpe e eu um desgraçado por alimentá-lo. Mas, que era na realidade? E quem há que conheça os pecados? Era como um riso, como que a fazer-nos cócegas no coração, provocado por ver que enganávamos os que não suspeitavam de nós tais coisas, e porque sabíamos que haviam de detestá-las.

Porém, por que me deleitava o não perpetrar sozinho o roubo? Acaso alguém se ri facilmente quando está só? Ninguém o faz, é verdade; porém, também é verdade que às vezes o riso tenta e vence os que estão sós, sem que ninguém os veja, quando se oferece aos sentidos ou à alma algo extraordinariamente ridículo. Porque a verdade é que eu nunca teria feito aquilo sozinho; não, eu jamais faria aquilo sozinho. Tenho viva, diante de mim, meu Deus, a lembrança daquele estado de alma, e repito que eu sozinho não teria cometido aquele furto, do qual não me deleitava o objecto, mas a razão do roubo, o que, sozinho, não me teria agradado de modo algum, nem eu o teria feito.

Ó amizade inimiga! Sedução impenetrável da alma, vontade de fazer o mal por passatempo e brinquedo, apetite do dano alheio sem proveito algum e sem desejo de vingança!

Só porque sentimos vergonha de não ser sem-vergonha quando ouvimos; “Vamos! Façamos!”.

CAPÍTULO X

Deus, o sumo bem

Quem desatará este nó, tão enredado e emaranhado? Como é asqueroso! Não quero voltar para ele os olhos, não quero vê-lo. Só a ti quero, justiça e inocência, tão bela e graciosa aos olhos puros, e com insaciável saciedade. Só em ti se acha o descanso supremo e a vida imperturbável. Quem entra em ti, entra no gozo do seu Senhor, e não temerá, e estará perfeitamente bem no sumo bem. Eu afastei-me de ti e andei errante, meu Deus, muito longe do teu esteio na minha adolescência, e cheguei a ser para mim mesmo uma região de esterilidade.

LIVRO TERCEIRO

CAPÍTULO I

O gosto do amor

Cheguei a Cartago, e por toda parte fervilhava a sertã de amores impuros. Ainda não amava, mas já gostava de amar; secretamente sedento, aborrecia-me a mim próprio por não me sentir mais indigente de amor. Gostando do amor procurava o que amar, e odiava a segurança e os meus caminhos sem perigos, porque tinha dentro de mim a fonte de alimento interior, de ti mesmo, ó meu Deus. Eu não sentia essa fonte como tal; antes, estava sem apetite algum dos manjares incorruptíveis, não porque estivesse saciado deles, mas porque, quanto mais vazio, tanto mais enfastiado me sentia.

E por isso minha alma não estava bem e, ferida, voltava-se para fora de si, ávida de se encostar miseravelmente às coisas sensíveis; se porém não tivessem alma, não seriam certamente amadas.

Amar e ser amado era para mim a coisa mais doce, sobretudo se podia gozar do corpo da criatura amada. Deste modo manchava com torpe concupiscência a fonte da amizade, e obscurecia o seu candor com os vapores infernais da luxúria. E apesar de tão torpe e impuro, desejava com afã e cheio de vaidade, passar por afável e cortês.

Caí por fim no amor, em que desejava ser colhido. Porém, ó meu Deus, misericórdia minha, quanto fel não misturaste àquela suavidade, e quão bom foste ao fazê-lo! Fui amado, e cheguei secretamente aos laços do prazer, e deixei-me alegremente enredar com trabalhosos laços, para ser logo açoitado com as varas de ferro ardente do ciúme, das suspeitas, dos temores, das iras e das contendas.

(cont)

(Revisão de versão portuguesa por ama)


Antigo testamento / Salmos

Salmo 125



  


1 Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre.
2 Como os montes cercam Jerusalém, assim o Senhor protege o seu povo, desde agora e para sempre.
3 O ceptro dos ímpios não prevalecerá sobre a terra dada aos justos; se assim fosse, até os justos praticariam a injustiça.
4 Senhor trata com bondade os que fazem o bem, os que têm coração íntegro.

5 Mas, aos que se desviam por caminhos tortuosos, o Senhor infligirá o castigo dado aos malfeitores. Haja paz em Israel!

Não ponhas o coração em nada caduco

Não ponhas o coração em nada caduco: imita Cristo, que se fez pobre por nós e não tinha onde reclinar a cabeça. Pede-lhe que te conceda, no meio do mundo, um desprendimento efectivo, sem atenuantes. (Forja, 523)

Somos homens da rua, cristãos correntes, metidos na corrente circulatória da sociedade e o Senhor quer-nos santos, apostólicos, precisamente no nosso trabalho profissional, isto é, santificando-nos nesse trabalho, santificando esse trabalho e ajudando os outros a santificarem-se com esse trabalho. Convencei-vos de que Deus vos espera nesse ambiente, com solicitude de Pai, de Amigo. Pensai que com a vossa actividade profissional realizada com responsabilidade, além de vos sustentardes economicamente, prestais um serviço directíssimo ao desenvolvimento da sociedade, aliviais as cargas dos outros e ajudais a manter muitas obras assistenciais – a nível local e universal – em prol dos indivíduos e dos povos mais desfavorecidos.


Ao comportarmo-nos com normalidade – como os nossos semelhantes – e com sentido sobrenatural, não fazemos mais que seguir o exemplo de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Reparai que toda a sua vida está cheia de naturalidade. Passa trinta anos oculto, sem chamar a atenção, como qualquer outro trabalhador e conhecem-no na sua aldeia como o filho do carpinteiro. Ao longo da sua vida pública, também não se nota nada que destoe, que pareça estranho ou excêntrico. Rodeava-se de amigos, como qualquer dos seus concidadãos, e no seu porte não se diferenciava deles. De tal maneira que Judas, para o denunciar, precisa de combinar um sinal: aquele a quem eu beijar, é esse. Não havia em Jesus nenhum indício extravagante. A mim, emociona-me esta norma de conduta do nosso Mestre, que passa como mais um entre os homens. (Amigos de Deus, nn. 120–121)

Danos da pornografia

Pornografia: qual é o dano? - 2

As primeiras vítimas da pornografia são as pessoas que a consomem.
A média de idade em que um menino é exposto à pornografia é aos 11 anos de idade.[i]

53% dos meninos e 28% das meninas (dos 12 aos 15 anos) reportaram o uso de conteúdo explicitamente sexual.[ii]

Por outras palavras, o uso da pornografia não seria uma decisão “madura” tomada por adultos, mas uma prática que prende as pessoas muito cedo, infiltrando-se no entendimento da sexualidade dos homens e das mulheres e quase sempre conduzindo à regular, inclusive diária, masturbação.

Os nossos cérebros não são ligados para receber imagens como estas (muitas vezes por horas por semana) sem serem afectados.
O Journal of Adolescent Health realizou um estudo alguns anos atrás que demonstra que o uso constante da pornografia na adolescência leva a um senso exagerado da sexualidade na sociedade, com a aceitação da ideia de que a promiscuidade é normal, desvalorizando a abstinência, vendo com cepticismo o papel do amor na intimidade sexual e difundindo a crença de que o casamento é confinante.[iii]

O estudo passa a mostrar que em usuários de 18 a 26, há um aumento acentuado de parceiros sexuais, sexo casual, abuso de substâncias químicas e casos extra-conjugais.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[i] Internet Filter Review
[ii] Brown, J. & L'Engle, K. 2009, Communications Research; 967 youth from 14 public schools in SE USA
[iii] Journal of Adolescent Health, 2008

Doutrina - 76

O demónio realmente existe?

…/6

Mas é nos quatro Evangelhos que a presença de Satanás adquire uma densidade particular: é um adversário real, inimigo de Cristo e do seu Reino.

Jesus dirige-se a Satanás, sem dúvida alguma, para repreendê-lo e fala dele como de “alguém”.
São conhecidas as passagens das tentações no deserto [i] e dos numerosos exorcismos que Jesus realizou [ii].

Os escritos apostólicos e o Apocalipse recolhem esta vitória de Cristo, que se consumará no final dos tempos.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[i] Mt 4, 1-11
[ii] Cafarnaum: Mc 1, 23-28; Gerasa: Mt 8, 28-34; a filha da cananeia: Mc 7, 25-29 – entre outros

Temas para meditar - 593

Bioética


A obrigação moral de garantir à vida humana uma especial protecção está testemunhada em preceitos primordiais da humanidade, com expressões diversas em todas as culturas, e codificada no mandamento bíblico do Decálogo: “Não matarás” [i].

A consciência moral das gerações que nos precederam e o próprio magistério da Igreja procuraram, ao longo dos tempos, com os recursos culturais de cada época, encontrar expressões e concretizações actualizadas deste mandamento, no sentido de elevar e purificar as exigências morais nele contidas.
Consequentemente, é eticamente inaceitável qualquer forma de eutanásia, isto é, qualquer “acção ou omissão que, por sua natureza e nas intenções, provoca a morte”. Nem sequer o objectivo de eliminar o sofrimento ou livrar a pessoa de um estado penoso pode legitimar a eutanásia, tanto mais que a medicina e a sociedade dispõem de outros meios para socorrer os pacientes em fase terminal. Equivalente à eutanásia, do ponto de vista ético, é qualquer forma de ajuda ao suicídio, também designado suicídio assistido.

(Nota pastoral da CEP, Cuidar da vida até à morte: Contributo para a reflexão ética sobre o morrer, 4, 1-2 d)




[i] Dt 5,17