26/04/2014

Diário 26 Abr 2014

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Evangelho do dia, comentário e Leitura espiritual

Tempo de Páscoa

I Semana 


Evangelho: Mc 16, 9-15

9 Jesus, tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. 10 por ela, não acreditaram. 12 Depois disto, mostrou-Se de outra forma a dois deles, enquanto iam para a aldeia; 13 os quais foram anunciar aos outros, que também a estes não deram crédito. 14 Finalmente, apareceu aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a sua incredulidade e dureza de coração, por não terem dado crédito aos que O tinham visto ressuscitado. 15 E disse-lhes: «Ide por todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda a criatura.

Comentário:

Por este trecho de São Marcos verifica-se algo que, pode, causar-nos estranheza: a falta de confiança entre os discípulos de Jesus mesmo daqueles que mais assiduamente andavam juntos.

Precisamente, o Evangelista que segue as informações e relatos de Pedro, faz constar quanto dele mesmo se apercebeu e, muito naturalmente, sob as instruções do chefe dos Apóstolos que deseja fique bem gravado para todo o sempre as fraquezas e debilidades desses escolhido, a começar, por ele próprio.

Se eles si entre se amassem verdadeiramente como Jesus os amava…

A confiança conquista-se com o amor e, sem ela, ele não é possível. Não importam os defeitos e “particularidades” de carácter do outro, se de facto se ama, acredita-se nele.

(ama, comentário sobre Mc 16, 9-15, 2014.02.10)

Leitura espiritual




Temas para leitura espiritual





Santificação do trabalho quotidiano

O que é "Santificar o trabalho"? Neste artigo explica-se que é dar-lhe um motivo, uma razão, um amor a Deus e aos outros por Deus que influi radicalmente na própria actividade, fazendo com que se realize bem, com competência e perfeição.

Dizia São Josemaria que o espírito do Opus Dei recolhe a realidade formosíssima de que qualquer tarefa digna e humanamente nobre, pode converter-se num trabalho divino. 

"Homens e mulheres que trabalham apenas com horizontes terrenos, de duas dimensões, entusiasmam-se ao saber que o seu trabalho profissional pode adquirir uma dimensão transcendente". A vida de muitas pessoas deu uma volta ao conhecerem esta doutrina e, por vezes, por ouvirem falar de santificação do trabalho. Homens e mulheres que trabalham só com horizontes terrenos, de duas dimensões, entusiasmam-se ao saber que o seu trabalho profissional pode adquirir uma dimensão transcendente, com relevo de vida eterna. Como não pensar no gozo daquele personagem do Evangelho que ao encontrar um tesouro escondido num campo, foi e vendeu tudo o que tinha para comprar aquele campo? [1]

O Espírito Santo fez descobrir a São Josemaria este tesouro na doutrina do Evangelho, especialmente nos longos anos da vida de Jesus em Nazaré, anos de sombra, mas para nós claros como a luz do sol [2], porque esses anos ocultos do Senhor não são algo sem significado, nem uma simples preparação dos anos que viriam depois, os da Sua vida pública. Desde 1928 compreendi claramente que Deus deseja que os cristãos tomem exemplo de toda a vida do Senhor. Entendi especialmente a Sua vida escondida, a Sua vida de trabalho corrente no meio dos homens [3].

"O trabalho é ocasião de desenvolvimento da própria personalidade, vínculo de união com os outros seres".
Graças à luz de Deus, o Fundador do Opus Dei ensinou constantemente que o trabalho profissional é realidade santificável e santificadora. Verdade simples e grandiosa que o Magistério da Igreja ensinou sobretudo a partir do Concilio Vaticano II [4] e recolheu depois no Catecismo, assinalando que «o trabalho pode ser um meio de santificação e de animação das realidades terrenas no Espírito de Cristo» [5].

«Com sobrenatural intuição» – afirmou João Paulo II – «o Beato Josemaria pregou incansavelmente a chamada universal à santidade e ao apostolado. Cristo convoca todos a santificarem-se na realidade da vida quotidiana; por isso, o trabalho é também meio de santificação pessoal e de apostolado quando se vive em união com Jesus Cristo» [6].

 O nosso Fundador foi instrumento querido por Deus para difundir esta doutrina abrindo perspectivas imensas à santidade pessoal de uma multidão de cristãos e para a santificação da sociedade humana a partir de dentro, ou seja, a partir da própria malha das relações profissionais que a configuram.

"O trabalho acompanha inevitavelmente a vida do homem sobre a terra".
Esta semente dará os frutos que o Senhor espera, se nós pusermos o empenho necessário para a meditar na presença de Deus, a pusermos em prática com a Sua ajuda, porque a santificação do trabalho não é só una ideia que basta explicar para que se aprenda; é um ideal que se procura e se conquista por amor a Deus, conduzidos pela Sua graça.

SENTIDO DO TRABALHO

Logo no início da Sagrada Escritura, no livro do Génesis, se nos revela o sentido do trabalho. Deus, que fez boas todas as coisas, «quis livremente criar um mundo "em estado de caminho" para a perfeição última» [7], e criou o homem ut operaretur [8], para que com o seu trabalho «prolongasse de certo modo a obra criadora e alcançasse a sua própria perfeição» [9].

Como consequência do pecado, o trabalho é acompanhado de fadiga e muitas vezes de dor [10]. Mas ao assumir a nossa natureza para nos salvar, Jesus Cristo Nosso Senhor transformou a fadiga e a dor em meios para manifestar o amor e a obediência à Vontade divina e reparar a desobediência do pecado. Assim viveu Jesus durante seis lustros: era fabri filius (Mt 13, 55), o filho do carpinteiro. (...) Era o faber, filius Mariae (Mc 6, 3), o carpinteiro, filho de Maria. E era Deus e estava a realizar a redenção do género humano, e estava a atrair a Si todas as coisas (Jo 12, 32) [11].

Para um cristão "o trabalho aparece como participação na obra criadora de Deus".

Juntamente com esta realidade do trabalho de Jesus Cristo, que nos mostra a plenitude do seu sentido, temos de considerar que, por graça sobrenatural, fomos feitos filhos de Deus formando uma só coisa com Jesus Cristo, um só corpo. A Sua Vida sobrenatural é vida nossa e fez-nos participantes do Seu sacerdócio para que sejamos co-redentores com Ele.

Esta profunda união do cristão com Cristo ilumina o sentido de todas as nossas actividades e, em particular, o trabalho. Nos ensinamentos de São Josemaria, o fundamento da santificação do trabalho, é o sentido da filiação divina, a consciência de que Cristo quer encarnar nos nossos afazer [12].

Toda esta visão cristã do sentido do trabalho, se compendia nas palavras seguintes: O trabalho acompanha necessariamente a vida do homem sobre a terra. Com ele nascem o esforço, a fadiga, o cansaço, as manifestações de dor e de luta que fazem parte da nossa existência humana actual e que são sinais da realidade do pecado e da necessidade da redenção. Mas o trabalho, em si mesmo, não é uma pena nem uma maldição ou castigo: os que assim falam não leram bem a Sagrada Escritura.

(...) O trabalho, todo o trabalho, é testemunho da dignidade do homem, do seu domínio sobre a criação. É um meio de desenvolvimento da personalidade. É um vínculo de união com os outros seres; fonte de recursos para sustentar a família; meio de contribuir para o melhoramento da sociedade em que se vive e para o progresso de toda a Humanidade.

"O trabalho santifica-se de facto quando se realiza por amor a Deus".

 Para um cristão, essas perspectivas alargam-se e ampliam-se, porque o trabalho aparece como participação na obra criadora de Deus que, ao criar o homem, o abençoou dizendo-lhe: Procriai e multiplicai-vos e enchei a terra e subjugai-a, e dominai sobre todo o animal que se mova à superfície da terra. Além disso, ao ser assumido por Cristo, o trabalho apresenta-se-nos como uma realidade redimida e redentora: é, não só o âmbito em que o homem vive, mas também meio e caminho de santidade, realidade santificável e santificadora. [13].

SANTIFICAR A ACTIVIDADE DE TRABALHAR

Uma expressão de São Josemaria, que saía com frequência dos seus lábios e da sua caneta, introduz-nos no esplêndido panorama da santidade e do apostolado no exercício de um trabalho profissional: para a grande maioria dos homens, ser santo supõe santificar o próprio trabalho, santificar-se no seu trabalho, e santificar os outros com o trabalho [14].

São três aspectos de uma mesma realidade, inseparáveis e ordenados entre si. Primeiro santificar – fazer santo – o trabalho, a actividade de trabalhar [15]. Santificar o trabalho é tornar santa essa actividade, fazer santo o acto da pessoa que trabalha. 

Disto dependem os outros dois aspectos, porque o trabalho santificado é também santificador; santifica-nos a nós próprios e é meio para a santificação dos outros e para empapar a sociedade com o espírito cristão. Convém, portanto, que nos detenhamos a considerar o primeiro ponto; o que significa tornar santo o trabalho profissional.

"É imprescindível procurar de um ou de outro modo a presença de Deus".

  Um acto nosso é santo quando é um acto de amor a Deus e aos outros por Deus, um acto de amor sobrenatural – de caridade – o que pressupõe, nesta terra, a fé e a esperança. Um acto assim é santo porque a caridade é participação da infinita Caridade, que é o Espírito Santo [16], o Amor subsistente do Pai e do Filho, de modo que um acto de caridade é um tomar parte na Vida sobrenatural da Santíssima Trindade, um tomar parte na santidade de Deus. 

No caso do trabalho profissional, há que ter em conta que a actividade de trabalhar tem por objecto as realidades deste mundo – cultivar um campo, investigar uma ciência, proporcionar serviços, etc. – e que, para ser humanamente boa e santificável, há-de ser exercício das virtudes humanas. Mas isto não basta para que seja santa. 

O trabalho santifica-se de facto quando se realiza por amor a Deus, para Lhe dar glória – e, consequentemente, como Deus quer, cumprindo a Sua Vontade, praticando as virtudes cristãs informadas pela caridade – para o oferecer a Deus em união com Cristo, já que «por Ele, com Ele e n’Ele, a Ti, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória» [17].

Dá um motivo sobrenatural à tua actividade profissional de cada dia e terás santificado o trabalho [18]. Com estas breves palavras o fundador do Opus Dei mostra a chave da santificação do trabalho. A actividade humana de trabalhar santifica-se quando se leva a cabo por um motivo sobrenatural. 

O decisivo não é, portanto, que saia bem, mas que trabalhemos por amor a Deus, já que é isto o que Ele procura em nós: Deus olha o coração [19]. O decisivo é o motivo sobrenatural, a finalidade última, a rectidão de intenção da vontade, o realizar o trabalho por amor a Deus e para servir os outros por Deus. Eleva-se assim o trabalho à ordem da graça, santifica-se, converte-se em obra de Deus, operatio Dei, opus Dei. [20].

"O decisivo não é, portanto, que saia bem, mas que trabalhemos por amor a Deus. Deus olha o coração".

QUALIDADES DO MOTIVO SOBRENATURAL

O motivo sobrenatural é sincero se influi eficaz e radicalmente no modo de trabalhar, levando a cumprir a nossa tarefa com perfeição, como Deus quer, dentro das limitações pessoais com que Ele conta. 

O motivo sobrenatural que torna santo o trabalho, não é algo que simplesmente se justapõe à actividade profissional, mas um amor a Deus e aos outros por Deus que influi radicalmente na própria actividade, impulsionando a que se realize bem, com competência e perfeição, porque não podemos oferecer ao Senhor uma coisa que, dentro das pobres limitações humanas, não seja perfeita, sem defeitos e realizada com toda a atenção mesmo nos aspectos mais insignificantes, porque Deus não aceita o que é mal feito. Não ofereçais nada que tenha defeito porque não seria aceite favoravelmente (Lv 22, 20), adverte-nos a Escritura Santa.  Por isso, o trabalho de cada um de nós, esse trabalho que ocupa as nossas jornadas e as nossas energias, há-de ser uma oferenda digna do Criador, operatio Dei, trabalho de Deus e para Deus. Numa palavra, uma tarefa bem cumprida e impecável [20].

Uma "boa intenção" que não levasse a trabalhar bem, não seria uma boa intenção, não seria amor a Deus. Seria uma intenção ineficaz e oca, um desejo débil, que não consegue superar o obstáculo da preguiça ou do comodismo. O verdadeiro amor plasma-se no trabalho.

"O amor a Deus torna grandes as coisas pequenas".

Pôr um motivo sobrenatural não é sequer acrescentar algo santo à actividade de trabalhar. Para santificar o trabalho não é suficiente rezar enquanto se trabalha, embora – quando seja possível fazê-lo – seja um sinal de que se trabalha por amor a Deus e um meio para crescer nesse amor. 

Mais ainda, para santificar o trabalho pondo um motivo sobrenatural, é imprescindível procurar de um ou de outro modo a presença de Deus e muitas vezes isto concretiza-se em actos de amor, em orações e jaculatórias, às vezes por ocasião de uma pausa ou de outras circunstâncias que oferece o ritmo do trabalho. Para isso são de grande ajuda as indústrias humanas. 

Mas vale a pena insistir em que não há que ficar por aí, porque santificar o trabalho não consiste essencialmente em realizar algo santo enquanto se trabalha, mas em tornar santo o próprio trabalho pondo o motivo sobrenatural que configura essa actividade e a empapa tão profundamente que a converte num acto de fé, de esperança e de caridade, transformando o trabalho em oração.

"Santificar o trabalho não consiste essencialmente em realizar algo santo enquanto se trabalha, mas em tornar santo o próprio trabalho".

Outra consequência importante de que a raiz da santificação do trabalho se encontra no motivo sobrenatural, é que todo o trabalho profissional é santificável, desde o mais brilhante aos olhos humanos até o mais humilde, pois a santificação não depende do tipo de trabalho mas do amor a Deus com que se realiza. Basta pensar nos trabalhos de Jesus, Maria e José em Nazaré, tarefas correntes, habituais, semelhantes às de milhões de pessoas, mas realizadas com o maior amor. 

«A dignidade do trabalho depende, não tanto do que se faz, mas de quem o executa, o homem, que é um ser espiritual, inteligente e livre» [22]. A maior ou menor categoria do trabalho depende da sua bondade enquanto acção espiritual e livre, quer dizer, do amor electivo do fim, que é acto próprio da liberdade.

Convém não esquecer, portanto, que esta dignidade do trabalho está fundamentada no Amor. O grande privilégio do homem é poder amar, transcendendo assim o efémero e o transitório. O homem pode amar as outras criaturas, dizer um tu e um eu cheios de sentido. E pode amar a Deus, que nos abre as portas do Céu, que nos constitui membros da Sua família, que nos autoriza a falar também de tu a Tu, face a face.

Por isso, o homem não pode limitar-se a fazer coisas, a construir objectos. O trabalho nasce do amor, manifesta o amor, ordena-se ao amor [23].

"A maior ou menor categoria do trabalho depende da sua bondade enquanto acção espiritual e livre".

O amor a Deus torna grandes as pequenas coisas; os detalhes de ordem, de pontualidade, de serviço ou de amabilidade, que contribuem para a perfeição do trabalho. Fazei tudo por Amor. – Assim não há coisas pequenas: tudo é grande. – A perseverança nas coisas pequenas, por Amor, é heroísmo [24].

Quem compreende que o valor santificador do trabalho depende essencialmente do amor a Deus com que se leva a cabo e não do seu relevo social e humano, aprecia em muito as coisas pequenas, especialmente as que passam inadvertidas aos olhos dos outros, porque só Deus as vê.

Pelo contrário, trabalhar por motivos egoístas, como o afã de auto-afirmação, de brilhar ou de realizar, acima de tudo, os próprios projectos e gostos, ou a ambição de prestígio por vaidade, ou de poder ou de dinheiro como meta suprema, impede radicalmente santificar o trabalho, porque equivale a oferecê-lo ao ídolo do amor-próprio. 

Estes motivos apresentam-se poucas vezes em estado puro, mas podem conviver com intenções nobres e inclusive sobrenaturais, permanecendo latentes – quiçá durante longo tempo – como os sedimentos de lodo no fundo da água límpida. Seria uma imprudência ignorá-los, porque em qualquer momento – quiçá aquando de alguma dificuldade, uma humilhação ou um fracasso profissional – podem agitar-se e turvar toda a conduta. É preciso detectar esses motivos egoístas, reconhecê-los sinceramente e combatê-los purificando a intenção com oração, sacrifício, humildade, serviço generoso aos outros, cuidado nas coisas pequenas...

Voltemos o olhar uma vez e outra para o trabalho de Jesus nos anos da Sua vida oculta, para aprender a santificar a nossa actividade. Senhor, concede-nos a Tua graça. Abre-nos a porta da oficina de Nazaré, para aprendermos a contemplar-Te a Ti, com a Tua Mãe Santa Maria e com o Santo Patriarca José – a quem tanto amo e venero – todos três dedicados a uma vida de trabalho santo. Sensibilizar-se-ão os nossos pobres corações, procurar-Te-emos e encontrar-Te-emos no trabalho diário, que Tu desejas que convertamos em obra de Deus, obra de Amor [25].


f. j. lópez díaz
2012/09/20

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Notas:
[1] Cfr. Mt 13, 44.
[2] Cristo que passa, n. 14.
[3] Ibidem, n. 20.
[4] Cfr. Const. dogm. Lumen gentium, nn. 31-36; Const. past. Gaudium et spes, nn. 33-39; Decr. Apostolicam actuositatem, nn. 1-3, 7.
[5] Catecismo da Igreja Católica, n. 2427.
[6] João Paulo II, Homilia, 17-V-1992. Cfr. também, entre outros textos: Discurso, 19-III-1979; Discurso, 12-I-2002, n. 2.
[7] Catecismo da Igreja Católica, n. 310.
[8] Gn 2, 15. Cfr. Gn 1, 28.
[9] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 2427. Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, nn. 34 e 35.
[10] Cfr. Gn 3, 18-19.
[11] Cristo que passa, n. 14.
[12] Ibidem, n. 174.
[13] Ibidem, n. 47.
[14] Temas Actuais do Cristianismo, n. 55. Cfr. Cristo que passa, n. 45; Amigos de Deus, n. 120.
[15] Cfr. João Paulo II, Litt. enc. Laborem exercens, 14-IX-1981, n. 6.
[16] São Tomás de Aquino, S. Th., II-II, q. 24, a. 7 c.
[17] Missal Romano, Cânon da Missa.
[18] Caminho, n. 359.
[19] 1 Sam 16, 7.
[20] Temas Actuais do Cristianismo, n. 10.
[21] Amigos de Deus, n. 55.
[22] João Paulo II, Discurso, 3-VII-1986, n. 3.
[23] Cristo que passa, n. 48.
[24] Caminho, n. 813.
[25] Amigos de Deus, n. 72.

Humildade

A humildade mantém a direção da intencionalidade pessoal de fundo para o valor e para o amor, sem o qual até o que aparentemente é virtude pode não o ser na realidade.

1. A humildade como virtude moral

As virtudes morais são hábitos que gravam firmemente, na pessoa que as possui, os critérios reguladores das tendências humanas, de modo que os impulsos e os atos que procedem delas, nem excedam nem fiquem abaixo da medida requerida para o bem próprio e o bem dos outros. Como a sobriedade regula a tendência para a alimentação, e a castidade modera a tendência sexual, a humildade regula duas importantes tendências do indivíduo: a necessidade de reconhecimento e de estima dos outros, e o sentimento do próprio valor (autoestima) 1. São duas tendências que fazem parte da condição humana: existem em todo o ser humano, e não se podem nem devem suprimir-se, como também não é possível eliminar a alimentação e a tendência sexual. A sua real educação é extremamente importante para preservar o equilíbrio e o crescimento moral pessoal e, indiretamente, a boa ordem das relações interpessoais, pois as injustiças, a violência, os fracassos matrimoniais e os conflitos no campo profissional, para citar só alguns exemplos, são frequentemente consequência do orgulho, da suscetibilidade, ou do rancor. Também nas relações do homem com Deus a humildade desempenha um papel importante: a vida espiritual pressupõe uma ideia adequada da posição que o homem tem perante Deus.

A humildade tem sido muitas vezes mal interpretada e até considerada uma qualidade negativa e desprezível, própria de moral de escravos, ou o resultado do ressentimento dos fracos. Que alguém queira fazer passar por humildade formas falsas de compensar debilidades e desequilíbrios, é de facto perfeitamente possível, como é possível que se pretendam disfarçar comportamentos viciosos sob o nome de qualquer outra virtude (a prepotência pode dissimular-se sob o aspeto da dignidade ou da justiça e a cobardia como bondade, etc.). Mas isso, nada tem a ver com la humildade que responde à inegável necessidade de regular e educar duas tendências fundamentais que tem todo o ser humano.

2. Importância e tarefas da humildade

É possível investigar, historicamente e também a partir da análise teórica, qual tem sido a situação da humildade fora do cristianismo. Na antiguidade pagã a humildade era mais vista como um vício que como uma virtude, embora haja algumas exceções. Mas deixando de lado essa questão, é preferível parar para mostrar quais são as suas raízes antropológicas, antes de ver as formas próprias da humildade como virtude cristã.

A regulação ética das duas tendências a que se refere a humildade, consiste em ajustá-las à realidade de cada pessoa, considerando-a em si mesma ou vista no seu ambiente familiar, profissional e social, mas também na sua relação com Deus. Aristóteles assim o vê quando escreve: O que merece e pretende coisas pequenas, é modesto (...). Aquele que, sendo indigno, se julga a si mesmo digno de coisas grandes, é vaidoso (...) O que se julga menos digno do que vale, é pusilânime (fraqueza de ânimo ou cobardia), quer seja muito ou regular o que mereça, ou pouco e creia que merece ainda menos 2. O importante não é aspirar a muito ou a pouco, mas em cada caso ao que é razoável segundo uma apreciação objetiva e serena da realidade, não forçada pela paixão.

A humildade é importante, não tanto por realizar positivamente alguma das dimensões do bem humano, mas porque a ela lhe corresponde proteger as realizações do conhecimento, do amor, do trabalho, etc., de deformações, que podem privá-las do seu verdadeiro valor. O orgulhoso é egocêntrico e dificilmente é capaz de amar verdadeiramente; vê o trabalho profissional apenas como uma forma de autoafirmação, e não como uma modalidade de auto-transcendência que enriquece o mundo e contribui para o bem dos outros

É natural no homem a capacidade de olhar para si mesmo, como se olha para alguém que é portador de um valor. Do ponto de vista evolutivo, a percepção do próprio valor passa através do julgamento que merecemos ante os nossos semelhantes (pais, amigos, etc.). O ser humanos precisa de um certo reconhecimento alheio, e isso reflete a tendência que chamamos necessidade de autoestima. Com o desenvolvimento psicológico e moral, a pessoa, mesmo sem poder, nem dever, ser completamente indiferente às reações que o nosso ser ou o nosso comportamento causam nos outros, adquire uma maturidade de avaliação suficiente para formar uma imagem realista de si mesma e do próprio valor (autoestima), conhecendo as qualidades positivas e negativas, o que se é, e o que se pode chegar a ser. Na medida em que o sentimento do próprio valor depende de um juízo próprio, objetivo e realista, a pessoa pode representar adequadamente as suas relações com os outros (dependência - independência, liberdade - autoridade, etc.).

A deterioração da razoável direção (da humildade) pode afectar as duas tendências mencionadas: a necessidade de estima, quando a pessoa não adquire um distanciamento suficientemente equilibrado do julgamento dos outros; a autoestima quando, mesmo dispondo de suficiente autonomia de julgamento, este baseia-se sobre uma percepção pouco realista do próprio valor, seja por excesso, seja por defeito.

A dependência excessiva do julgamento dos outros dá origem a fenómenos como a ânsia de notoriedade, vaidade, teimosia e rigidez, isolamento, simulação de doença, etc. Todos eles implicam sofrimento para quem o padece, e muitas vezes, também para os outros. O desejo de notoriedade é típico de uma personalidade frágil e imatura que precisa de sentir-se, constantemente, aprovada e elogiada por aqueles que estão à sua volta. Busca satisfazer essa necessidade por todos os meios ao seu alcance: usa os seus bens, e instrumentaliza o seu saber e o seu trabalho, para conseguir o prestígio e a estima pública; ou quer dar que falar, mediante condutas chamativas ou mesmo absurdas; ou busca a aprovação do grupo, aceitando as ideias e os costumes dominantes, embora contrários às suas próprias convicções profundas. Outras vezes opta pela vaidade, ou seja, aparenta o que não é, adotando com esse objetivo comportamentos falsos ou pouco autênticos. Quando tem de trabalhar sob a autoridade de outros, ou em estreita colaboração com eles, chama a atenção sobre si mesmo mediante a teimosia, a intransigência ou a rigidez. Em casos extremos, busca a atenção ou o afeto dos outros, simulando uma doença e estando conscientes da astúcia, ou perdendo até essa consciência (fenómenos do tipo histérico). Quem sofre estas deformações acaba por arruinar as suas relações sociais e a sua sensibilidade ante os valores objetivos. A pessoa está sempre ocupada consigo mesma, porque o seu desordenado desejo de estima é insaciável. No outro extremo, tão pouco seria justo que uma pessoa não fosse suficientemente sensível ante as reações que produz nos outros, o que levaria a contínuas faltas de atenção, de respeito ou de educação.

O segundo problema ocorre quando o sentimento de autoestima depende de uma avaliação autónoma, mas não suficientemente realista. Surgem então os sentimentos, bastante irracionais de inferioridade e insegurança num extremo, ou no outro extremo de orgulho e autossuficiência. A personalidade do orgulhoso é diversa da condicionada pelo afã de notoriedade. Por detrás deste último fenómeno, apesar das aparências, esconde-se uma personalidade frágil e pobre, que frequentemente se tortura com comparações e invejas. O orgulhoso tem por sua vez uma personalidade dura, geradora de conflitos, com frequência agressiva ou violenta: julga tudo e todos (espírito crítico); pensa que tem sempre razão; sente-se superior a tudo e a todos; talvez recompense quem se lhe submete, mas dificilmente ama e se entrega a alguém; e apesar de temido dificilmente pode ser amado. Apenas se admira e respeita a si mesmo: tende para o narcisismo. O orgulhoso é muitas vezes susceptível ou arrogante. Tem conflitos com os outros e com a própria realidade, porque o seu nível de aspirações é superior às suas verdadeiras capacidades. Às vezes, as suas capacidades são realmente elevadas, mas falta-lhe a sabedoria para governar e evitar o que lhe vai subindo à cabeça.

Esta breve descrição mostra a importância da humildade para o equilíbrio e desenvolvimento pessoal, e também a sua dificuldade. A humildade mantém a direção da intencionalidade pessoal de fundo para o valor e para o amor, sem o qual até o que aparentemente é virtude pode não o ser na realidade. A dificuldade da humildade está em que as tendências que regula não se podem suprimir nem dominar com a vontade. Devem ser educadas, ou seja, ajustadas à realidade e abertas à participação, ao serviço e ao amor. Não é possível deixar, completamente, de se olhar a si mesmo, mas pode aprender-se a fazê-lo com uma mistura de realismo e sentido de humor, sobretudo sem que se oculte a percepção do que está fora e do que está por cima de nós, pois nessa dimensão adquire sentido tanto o que somos como o que não somos.

3. A virtude cristã da humildade

Não é possível deter-se no estudo dos muitos aspetos em que a humildade aparece no Antigo Testamento. A ideia predominante está ligada à profissão da fé em Deus, que nas suas intervenções na história dos homens abate os soberbos, enquanto escolhe e resgata os humildes e os que foram humilhados. É a ideia que reaparece no cântico de la Mãe de Jesus: o Senhor olhou para sua pobre serva, manifestou o poder do seu braço, desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes 3, assim como na Primeira Carta de S. Pedro e na de S. Tiago 4. Mas a razão de fundo dos ensinamentos do Novo Testamento sobre a humildade está em que Jesus Cristo andou pelos caminhos da humildade; que Ele mesmo Se propõe como exemplo quando diz: recebei a minha doutrina, porque Eu sou manso e humilde de coração 5, e que S. Pablo ilustra no hino de la Carta aos Filipenses 6. Esta dinâmica de humilhação e exaltação inspira os ensinamentos do Senhor quando convida a não escolher para si os primeiros lugares 7, na parábola do fariseu e do publicano 8, na exortação para sermos como meninos9, em diversos discursos polémicos contra os chefes do povo 10, e na recomendação de servir aos demais e não se deixar servir por eles 11.

O critério, segundo o qual a virtude cristã da humildade regula as tendências humanas de que vimos falando, continua a ser o da verdade. A humildade não tolera a falsidade acerca das próprias qualidades positivas ou negativas. Mas à luz dos ensinamentos do Senhor é possível compreender com maior exactidão qual é a nossa verdadeira posição ante Deus e ante os demais. O cristão está bem consciente de que tudo recebeu gratuitamente de Deus, tanto o ser e a vida, como a justiça e a graça. Com a sua doutrina acerca da justificação, S. Paulo põe em evidência que, vendo as coisas em toda a sua profundidade, não existe em nós nenhuma verdadeira justiça, senão aquela pela qual Deus mesmo nos faz justos por meio de Jesus Cristo. Nada temos que não tenhamos recebido 12. Somente nos podemos gloriar da Cruz de Cristo 13. Quaisquer que sejam as nossas obras, corresponde-nos assumir diante de Deus uma atitude, de profunda adoração e de amorosa gratidão, porque só em virtude da sua gratuita ação salvífica em Cristo podemos ser por Ele aceites. Qualquer atitude presumida e de autossuficiência nos privaria da sua graça e deixar-nos-ia encerrados na nossa pobre miséria. A humildade vem a ser assim a outra face do amor de Deus, a da caridade. O orgulhoso nem ama a Deus, nem consegue receber o amor que Deus lhe dá. Deo omnis gloria: para Deus toda a glória; isso significa que nada temos de bom que não venha de Deus, Verdade e Amor subsistente.

A humildade ensinada pelo Senhor é também o outro lado da caridade para com o próximo. Quem está consciente de ser nada diante da majestade de Deus, evita o orgulho e o desprezo dos outros, sabe compreender os outros, incluindo os seus erros. Somente alguém que pensa que nunca se equivocou, se horroriza com os erros dos outros (se os outros fossem como eu, as coisas não iriam tão mal). A humildade é em todo o caso verdade, verdadeiro conhecimento de si mesmo, e por isso não impede reconhecer as boas qualidades que se possuem, mas leva a não esquecer que foram recebidas de Deus como dons para pôr generosamente ao serviço dos outros. O Senhor condena a falsa humildade de quem esconde o talento recebido 14, que se devia ter feito frutificar ao serviço de Deus e dos demais. Essa fecundidade chega através da direção espiritual, onde o Espirito Santo modela a alma: sicut lutum in manus figuli 15 (como o barro nas mãos do oleiro). Os ensinamentos de S. Paulo acerca dos fortes e dos débeis na fé e na ciência 16 mostram, eloquentemente, que as próprias qualidades e até o bem precioso da legítima liberdade cristã, não se hão-de ver como barreira que nos protege das exigências dos demais, mas como um recurso que se põe gostosamente ao seu serviço. Cristo carregou sobre si o peso dos nossos pecados, entregando a sua vida por nós, e também assim nos deu o exemplo da humildade de coração.

Em termos práticos a humildade tem múltiplas manifestações, que não é possível tratar aqui em detalhe. Sobre elas escreveram coisas de grande valor os Padres da Igreja, os Santos e os que se têm ocupado ao longo da história da teologia espiritual. Para concluir estas reflexões, limitar-nos-emos a reproduzir uma página de S. Josemaria Escrivá, cuja eloquência torna inútil quaisquer comentário. Deixa-me que te recorde, entre outros, alguns sinais evidentes de falta de humildade:

- pensar que o que fazes ou dizes está mais bem feito ou mais bem dito do que o que os outros fazem ou dizem;
- querer levar sempre a tua avante;
- discutir sem razão ou, quando a tens, insistir com teimosia e de maus modos;
- dar a tua opinião sem ta pedirem ou sem a caridade o exigir;
- desprezar o ponto de vista dos outros;
- não encarar todos os teus dons e qualidades como emprestados;
- não reconhecer que és indigno de toda a honra e estima, inclusive da terra que pisas e das coisas que possuis;
- citar-te a ti mesmo como exemplo nas conversas;
- falar mal de ti mesmo, para fazerem bom juízo de ti ou te contradizerem;
- desculpar-te quando te repreendem;
- ocultar ao Director algumas faltas humilhantes, para que não perca o conceito que faz de ti;
- ouvir com complacência quem te louva, ou alegrar-te por terem falado bem de ti;
- doer-te que outros sejam mais estimados do que tu;
- negar-te a desempenhar ofícios inferiores;
- procurar ou desejar singularizar-te;
 - insinuar na conversa palavras de louvor próprio, ou que dão a entender a tua honradez, o teu engenho ou destreza, o teu prestígio profissional...;
 - envergonhar-te por careceres de certos bens... 17.

a. rodríguez luño
2012/03/16

Bibliografia básica:
Gioacchino Pecci (León XIII), A prática da humildade, Nebli, Madrid 2007.
S. Josemaria, Amigos de Deus, nn. 94-109.
S. Josemaria, Caminho, capítulo sobre a humildade (nn. 589-613).
Angel Rodríguez Luño, Ética General, 4ª ed., Eunsa, Pamplona 2001, pp. 163-164 (sobre as tendências reguladas pela humildade) e 250-253 (sobre a virtude da humildade) estas páginas não existem nas edições anteriores.
Enrique Colom - Angel Rodríguez Luño, Scelti in Cristo per essere santi. I. Morale fondamentale, 1ª ristampa della 3ª edizione, Edizioni Università della Santa Croce, Roma 2008, pp. 153-154 (sobre as tendências reguladas pela humildade; essas páginas não existem na 1ª e na 2ª edição italianas nem na edição em língua espanhola).
Angel Rodríguez Luño, Scelti in Cristo per essere santi. III. Morale speciale, Edizioni Università della Santa Croce, Roma 2008, pp. 333-337 (sobre a virtude da humildade).
Joseph Pieper, As virtudes fundamentais, Rialp, Madrid 1980, pp. 276-281

© ISSRA, 2009 (original em espanhol publicado em www.collationes.org)

 Nota: Revisão gráfica e da tradução por ama.

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Notas:
1 Era clássica a definição de humildade, como virtude que tem como objeto moderar o apetite (o desejo, a tendência) da própria excelência. Não é distinto do que se diz no texto, porque a própria excelência, refletida no juízo dos demais ou no próprio é o objeto das duas tendências mencionadas. S. Tomás de Aquino considera que a humildade está ligada à temperança, porque os desejos suscitados pela própria excelência têm necessidade sobretudo de freio e moderação, que é o formalmente caraterístico da temperança e das demais virtudes relacionadas com ela. Cfr. S. Tomás de Aquino, Suma Teológica, II-II, q. 161.
2 Aristóteles, Ética a Nicómaco, IV, 3:1123 b 5 ss.
3 Lc 1, 48;51-52.
4 Cfr. 1Pe 5, 5 e Tg 4, 6.
5 Mt 11,29.
6 (Fl 2, 5-11): Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.
7 Cfr. Lc 14, 7-11.
8 Cfr. Lc 18, 9-14.
9 Cfr. Lc 18, 16-17.
10 Cfr. Mt 23.
11 Cfr. Mt 20, 24-28.
12 Cfr. 1 Cor 4, 4 e Rm 3, 27-28.
13 Cfr. Gl 6, 14.
14 Cfr. Mt 25, 24-28.
15 Jr 18, 6; cfr. 18, 1, 1-6.
16 Cfr. Rm 14 e 1 Co 8.
17 S. Josemaria, Sulco, n. 263.


Pequena agenda do cristão

Sábado

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me: Santíssima Virgem Mãe de Deus e
minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?