09/12/2015

Índice de publicações em 09 DEZ

nunc coepi – Índice de publicações em Dez 09

São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Mt 11 28-30, Papa Francisco - Catequese sobre a família

AT - Salmos – 39

Papa Francisco - Ano Santo da Misericórdia


Agenda Quarta-Feira


Ano Jubilar da Misericórdia - 2

Um resumo com tudo o que precisa saber sobre este grande acontecimento da Igreja Católica
No dia 8 de Dezembro, festividade da Imaculada Conceição, o Papa Francisco abriu a Porta Santa na Basílica de São Pedro de Roma, ao mesmo tempo em que foram abertas as portas santas de todas as dioceses do mundo, para que todos possam viver o Jubileu.

Apresentamos, a seguir, 10 perguntas essenciais sobre como viver o Ano Santo, de acordo com a bula papal [i], com a qual o Papa convocou este jubileu.

1. O que é um Ano Santo ou Jubileu Extraordinário?

Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a Igreja proclama para que as pessoas se convertam em seu interior e se reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” [ii].

Em todos os anos santos é possível ganhar indulgências, graças especiais que a Igreja concede e que podem ser aplicadas à remissão dos próprios pecados e as suas penas, ou também aos defuntos que estão no purgatório.

O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o Pai”, e a principal intercessora do Jubileu é Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe de misericórdia.

A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo Ordinário. O próximo será em 2025. Fora dos anos santos ordinários, a celebração do Ano Santo é “extraordinária”.

2. Por que este Ano Santo é o da misericórdia?

O Papa quis que o tema fosse a misericórdia para nos unir mais ao rosto de Cristo, no qual se reflete a misericórdia do Pai, que é “rico em misericórdia” [iii]. A misericórdia é superior à justiça. Deus é justo, mas vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão. E é isso que podemos vivenciar neste Ano Santo.

3. Quando começa e quando termina este Ano Santo?

O Ano Santo começa no dia 8 de Dezembro de 2015, com a celebração dos 50 anos do final do Concílio Vaticano II, e termina na festa de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016, o último dia do ano litúrgico.

4. O que o Papa pede que façamos?

O Papa Francisco insiste na iniciativa “24 horas para o Senhor, que desejo que seja celebrada em toda a Igreja”, entre a Sexta-feira e o Sábado antes do 4º Domingo da Quaresma, porque “é expressão desta necessidade da oração”.

Além disso, ele aconselha que pratiquemos as obras de misericórdia, além de viver intensamente a oração, o jejum e a caridade na Quaresma [iv]; também recomenda que nos confessemos, para poder receber melhor as graças do ano jubilar. E que cada um realize uma peregrinação, de acordo com suas capacidades, para atravessar a Porta Santa.

5. É preciso ir a Roma para atravessar a Porta Santa e ganhar indulgências?

Não. Pode ir à catedral da sua diocese ou às igrejas e basílicas a tal destinadas. Em cada diocese haverá uma Porta Santa e, cruzando-a, ganhará as indulgências do Ano Santo (quando a peregrinação for acompanhada de confissão, comunhão no dia da peregrinação, um acto de fé – recitação do Credo – e uma oração pelo Papa).

6. O que são as obras de misericórdia?

Existem 14 obras de misericórdia, 7 espirituais e 7 corporais.

Obras de misericórdia corporais:

1-Dar de comer a quem tem fome;
2-Dar de beber a quem tem sede;
3-Vestir os nus;
4-Visitar os doentes;
5-Visitar os presos;
6-Acolher os peregrinos;
7-Enterrar os mortos.

Obras de misericórdia espirituais:

1-Dar bom conselho;
2-Corrigir os que erram;
3-Ensinar os ignorantes;
4-Suportar com paciência as fraquezas do próximo;
5-Consolar os aflitos;
6-Perdoar os que nos ofenderam;
7-Rezar pelos vivos e pelos mortos.

7. O que são e o que fazem os “missionários da misericórdia”?

O Papa Francisco anunciou que enviará padres a todas as dioceses, chamados “missionários da misericórdia”, os quais poderão celebrar missões pregadas nas paróquias e despertar o chamado à misericórdia. Além disso, poderão perdoar pecados muito grandes, como crimes mafiosos, assassinatos cometidos para enriquecer, bem como o gravíssimo pecado da corrupção.

8. É necessário se confessar no Ano Santo?

Durante o Ano Santo, a reconciliação com Deus é vivida especialmente através do sacramento da confissão, muito unido ao da Eucaristia. É aconselhável confessar-se várias vezes ao longo do Jubileu, para experimentar mais profundamente a misericórdia de Deus.

9. Qual é a importância do Ano Santo no pontificado de Francisco?

O centro do pontificado do Papa Francisco é a misericórdia de Deus e, portanto, este ano jubilar é o cume do seu pontificado.

10. O Ano Santo é importante para outras religiões?

A misericórdia “ultrapassa os confins da terra” [v]; ela relaciona-nos com o judaísmo, como se vê no Antigo Testamento, em que a misericórdia de Deus é evidente; também nos relaciona com o islamismo, que atribui ao Criador os nomes de “misericordioso” e “clemente”. O Papa Francisco pede o diálogo com todas as “nobres tradições religiosas” do mundo.

salvador aragonés

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[i] “Misericordiae vultus” (MV)
[ii] MV 14
[iii] MV 1
[iv] MV 17
[v] MV 23

Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Antigo testamento / Salmos

Salmo 39





1 Eu disse: Vigiarei a minha conduta e não pecarei em palavras; porei mordaça na minha boca enquanto os ímpios estiverem na minha presença.
2 Enquanto me calei resignado, e me contive inutilmente, a minha angústia aumentou.
3 O meu coração ardia-me no peito e, enquanto eu meditava, o fogo aumentava; então comecei a dizer:
4 Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou.
5 Deste aos meus dias o comprimento de um palmo; a duração da minha vida é nada diante de ti. De facto, o homem não passa de um sopro.
6 Sim, cada um vai e volta como a sombra. Em vão se agita, amontoando riqueza sem saber quem ficará com ela.
7 Mas agora, Senhor, que hei-de esperar? Minha esperança está em ti.
8 Livra-me de todas as minhas transgressões; não faças de mim um objecto de zombaria dos tolos.
9 Estou calado! Não posso abrir a boca, pois tu mesmo fizeste isso.
10 Afasta de mim o teu açoite; fui vencido pelo golpe da tua mão.
11 Tu repreendes e disciplinas o homem por causa do seu pecado; como a traça destróis o que ele mais valoriza; de facto, o homem não passa de um sopro.
12 Ouve a minha oração, Senhor; escuta o meu grito de socorro; não sejas indiferente ao meu lamento. Pois sou para ti um estrangeiro, como foram todos os meus antepassados.
13 Desvia de mim os teus olhos, para que eu volte a ter alegria, antes que eu me vá e deixe de existir.



Evangelho, comentário, L. espiritual



Tempo de Advento


Evangelho: Mt 11, 28-30

28 «Vinde a Mim todos os que estais fatigados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. 30 Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo leve».

Comentário:

Este texto de São Mateus bem poderia chamar-se: “a prudência de Deus!”

Com efeito o critério que termos de usar para com os outros sobretudo em tarefas de apostolado mas também quando o assunto da conversa verse de alguma forma questões de fé ou religião terá de ser enformado pela prudência.


Não se pode nem deve falar das mesmas coisas do mesmo modo a todos. Cada um tem a sua própria cultura e  entendimento.

Por isso mesmo e como a maioria de nós não somos nem doutores nem mestres é aconselhável recorrer à direcção espiritual para nos conduzir com segurança.

(ama, comentário sobre Mt 11 25-30 2015.04.29)


Leitura espiritual


Catequeses sobre a família 8

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!

Depois de ter passado em revista as diversas figuras da vida familiar —mãe, pai, filhos, irmãos e avós — gostaria de concluir esta primeira série de catequeses sobre a família, falando das crianças.
Fá-lo-ei em dois momentos: hoje, meditarei sobre a grande dádiva que elas são para a humanidade — é verdade, são um dom grandioso para a humanidade, mas são também as grandes excluídas, porque nem sequer as deixam nascer — e proximamente falarei sobre algumas feridas que infelizmente prejudicam a infância.

Vêm-me ao pensamento as numerosas crianças que encontrei durante a minha última viagem à Ásia (N.E.: Sri Lanka e Filipinas): cheias de vida e entusiasmo e, por outro lado, vejo que no mundo muitas vivem em condições indignas...
Com efeito, pode-se julgar a sociedade pelo modo como as crianças são tratadas, e não só moral mas também sociologicamente, se é uma sociedade livre ou escrava de interesses internacionais.

Em primeiro lugar, as crianças recordam-nos que todos, nos primeiros anos de vida, somos totalmente dependentes dos cuidados e da benevolência dos outros.
E o Filho de Deus não evitou esta passagem.

É o mistério que contemplamos todos os anos, no Natal.
O Presépio é o ícone que nos comunica tal realidade do modo mais simples e directo.
Mas é curioso: Deus não tem dificuldade de se fazer entender pelas crianças, e as crianças não têm problemas em compreender Deus. Não é por acaso que no Evangelho Jesus profere palavras muito bonitas e fortes sobre os «pequeninos».
Este termo, «pequeninos», indica todas as pessoas que dependem da ajuda dos outros e, de modo especial, as crianças.

Por exemplo, Jesus diz:

«Bendigo-te, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, revelando-as aos pequeninos» [i]. E acrescenta:

«Guardai-vos de menosprezar um só destes pequeninos, porque Eu vos digo que os seus anjos no céu contemplam sem cessar a face do meu Pai que está nos céus» [ii].

Assim, as crianças são em si uma riqueza para a humanidade e também para a Igreja, porque nos chamam constantemente à condição necessária para entrar no Reino de Deus: a de não nos considerarmos auto-suficientes, mas necessitados de ajuda, de amor, de perdão.

E todos nós precisamos de ajuda, de amor, de perdão!

As crianças recordam-nos mais uma bonita realidade; recordam-nos que somos sempre filhos: até quando nos tornamos adultos, ou mesmo quando somos pais ou desempenhamos funções de responsabilidade, por detrás de tudo isto permanece a identidade de filhos.

Todos nós somos filhos.

E isto recorda-nos sempre que a vida não no-la damos sozinhos, mas recebemo-la.
O grande dom da vida é o primeiro presente que recebemos.

Às vezes corremos o risco de viver esquecidos disto, como se nós fôssemos os senhores da nossa existência mas, ao contrário, somos radicalmente dependentes.
Na realidade, é motivo de profunda alegria sentir que em todas as fases da vida, em cada situação e condição social, somos e permanecemos filhos.
Esta é a mensagem principal que as crianças nos transmitem com a sua própria presença, só com a sua presença já nos recordam que cada um e todos somos filhos.
Mas há muitos dons e riquezas que as crianças oferecem à humanidade.

Recordo apenas alguns deles.

Dão-lhe o seu modo de ver a realidade, com um olhar confiante e puro.
A criança tem uma confiança espontânea no seu pai e na sua mãe; uma confiança espontânea em Deus, em Jesus, em Nossa Senhora. Ao mesmo tempo, o seu olhar interior é puro, ainda não poluído pela malícia, pelas ambiguidades, pelas «incrustações» da vida que endurecem o coração.
Sabemos que até as crianças têm em si o pecado original, com os seus egoísmos, mas conservam uma pureza e uma simplicidade interior.
E as crianças não são diplomáticas: dizem o que sentem, o que vêem, directamente.
E muitas vezes põem os pais em dificuldade, dizendo diante de outras pessoas: «Não gosto disto, isto é feio!».
Mas as crianças dizem o que vêem, não são pessoas ambíguas, ainda não aprenderam a ciência da duplicidade que nós adultos, infelizmente, aprendemos.

Além disso, as crianças — na sua simplicidade interior — têm em si a capacidade de receber e dar ternura.

Ternura significa ter um coração «de carne» e não «de pedra», como diz a Bíblia [iii].

A ternura é também poesia: é «sentir» as situações e os eventos, sem os tratar como meros objectos, só para os usar, porque servem...

As crianças têm a capacidade de sorrir e de chorar.

Algumas, quando pego nelas ao colo para as abraçar, sorriem; outras, quando me vêem vestido de branco, pensam que sou o médico que vim para lhes dar a vacina, e choram... mas espontaneamente!

As crianças são assim: sorriem e choram, duas situações que em nós, adultos, com frequência se bloqueiam»; já não somos capazes...
Muitas vezes o nosso sorriso torna-se de papelão, sem vida, um sorriso que não é vivaz, um sorriso artificial, de palhaço.

As crianças sorriem e choram espontaneamente.

Depende sempre do coração, e muitas vezes é o nosso coração que se bloqueia e perde a capacidade de sorrir e de chorar.
E então, as crianças podem ensinar-nos novamente a sorrir e a chorar.
Mas nós devemos perguntar: sorrio espontaneamente, com vivacidade, com amor, ou o meu sorriso é artificial? Ainda choro, ou perdi a capacidade de chorar?

Duas perguntas muito humanas, que as crianças nos ensinam.

Por todos estes motivos, Jesus convida os seus discípulos a «tornar-se como as crianças», pois é «a quantos são como elas que pertence o Reino de Deus» [iv].

Caros irmãos e irmãs, as crianças trazem vida, alegria, esperança e também problemas.

Mas a vida é assim!

Sem dúvida, trazem inclusive preocupações e por vezes muitas problemáticas; mas é melhor uma sociedade com estas preocupações e estes problemas, do que uma sociedade triste e cinzenta, porque permaneceu sem filhos!

Quando vemos que o nível demográfico de uma sociedade só alcança um por cento, podemos dizer que esta sociedade é triste e cinzenta, pois permanecem sem crianças!

papa francisco, Audiência Geral 18 de Março de 2015





[i] Mt 11, 25
[ii] Mt 18, 10
[iii] cf. Ez 36, 26
[iv] cf. Mt 18, 3; Mc 10, 14

Quando pensardes que tendes toda a razão...

Vai à direcção espiritual cada vez com mais humildade; e pontualmente, que também é humildade. Pensa (e não te enganas, porque aí é Deus quem te fala) que és como uma criança pequena – sincera! - a quem vão ensinando a falar, a ler, a conhecer as flores e os pássaros, a viver as alegrias e as dores, a equilibrar-se no chão que pisa. (Sulco, 270)

Volto a afirmar que todos temos misérias. Isso, porém, não é razão para nos afastarmos do Amor de Deus. É, sim, estímulo para nos acolhermos a esse Amor, para nos acolhermos à protecção da bondade divina, como os antigos guerreiros se metiam dentro da sua armadura. Esse ecce ego, quia vocasti me, conta comigo porque me chamaste, é a nossa defesa. Não devemos fugir de Deus quando descobrimos as nossas fraquezas, mas devemos combatê-las, precisamente porque Deus confia em nós.

Perdoai-me a insistência, mas julgo imprescindível que fique gravado a fogo nas vossas inteligências que a humildade e a sua consequência imediata a sinceridade, se ligam com os outros meios de luta e fundamentam a eficácia da vitória. Se a tentação de esconder alguma coisa se infiltra na alma, deita tudo a perder; se, pelo contrário, é vencida imediatamente, tudo corre bem, somos felizes e a vida caminha rectamente. Sejamos sempre selvaticamente sinceros, embora com modos prudentemente educados.


Quero dizer-vos com toda a clareza que me preocupa muito mais a soberba do que o coração e a carne. Sede humildes! Sempre que estiverdes convencidos de que tendes toda a razão, é porque não tendes nenhuma. Ide à direcção espiritual com a alma aberta. Não a fecheis, porque então intromete-se o demónio mudo e é muito difícil expulsá-lo. (Amigos de Deus, nn. 187-188)