09/10/2015

NUNC COEPI o que pode ver em 09 de Out

Publicações em Out 09

São Josemaria – Textos

AMA (Reflectindo - Aprender a dizer não)

Jesus Cristo e a Igreja

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 11 15-26, São Josemaria - Leitura espiritual (Temas actuais do cristianismo)

JMA (Ah e sobretudo amo os outros!), 

Agenda Sexta-Feira



Visite na pag. inicial o blogue da minha neta Constança 

Ah, e sobretudo amo os outros!

Como tantas vezes me acontece, lá acordei às 6 horas da manhã, (nunca consigo perceber se sou eu que acordo ou é Ele que me acorda), e lá veio mais uma história ao meu coração.
Aqui a deixo.

Chegou à esplanada do café, sentou-se e abrindo o jornal começou a ler as notícias.

Percebeu que o empregado se aproximava, mas não deixou de ler o jornal. Ouviu então uma voz alegre e jovem perguntar:
O que deseja?
Respondeu secamente:
Um café!
A voz, ainda sem rosto, retorquiu-lhe:
Com sorriso ou sem sorriso?

Admirado levantou os olhos do jornal, e olhando viu a cara de um jovem, indelevelmente marcada pelo Síndrome de Down, que lhe sorria esperando a resposta.
Não pode deixar de sorrir e disse:
Com um sorriso, claro!

Viu o rapaz partir “saltitando” ligeiro entre as mesas, dirigindo-se ao balcão para ir buscar o seu café.

Quando ele regressou à sua mesa com o café, disse-lhe:
Vê-se que gostas do que fazes!
O rapaz respondeu, sem deixar de sorrir:
Pois, deram-me este emprego, assim sirvo às mesas, sinto-me útil e posso falar com as pessoas, sorrir-lhes, e elas gostam.
Arriscou e perguntou-lhe:
E fazes mais alguma coisa, para além disto?
A cara iluminou-se, espelhando uma muito sincera e incontida gargalhada e ouvi-o dizer:
Ah, e sobretudo amo os outros.
E lá foi ele deslizando por entre as mesas distribuindo e arrancando sorrisos de cada cliente do café.

Colocou o jornal na cadeira ao lado e decidiu saborear aquele café com um verdadeiro sorriso.
Um pensamento lhe veio ao coração e à cabeça:
Oh meu Deus, afinal é tão simples e nós complicamos tanto! "Fazei-vos pequeninos e de vós será o Reino dos Céus, a começar já", pensou ele, numa frase que com certeza Jesus diria também com o Seu rosto a sorrir.

Levantou-se, pagou deixando uma generosa gorjeta, procurou o olhar do jovem empregado e acenou-lhe um adeus a sorrir, imediatamente retorquido com um sorriso ainda maior.
Ao caminhar pela rua apenas uma frase tomava conta de si:
Ah, e sobretudo amo os outros; ah, e sobretudo amo os outros; ah, e sobretudo amo os outros….


Marinha Grande, 4 de Outubro de 2015
Joaquim Mexia Alves


Dedico esta história à minha sobrinha Rita, ao Zé Alberto, seu marido, e aos seus filhos, o Lourenço, meu afilhado, e o João.

Dedico-a também à nossa família, a todas as famílias.

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira




(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Cristo e a Igreja – 83

A novidade em Cristo

…/17

Como vimos, o poder salvífico de Deus normalmente torna-se presente na vida do homem de forma escondida e interior; de maneira similar, a Providencia divina obra suave e ordinariamente, não só nos grandes eventos, mas também nos que, em aparentemente, são mais pequenos. Por isso o Senhor convida à plena confiança: assim pois, não andeis preocupados dizendo: que vamos comer, que vamos beber, com que nos vamos vestir? Por todas essas coisas se preocupam os pagãos. Bem sabe o vosso Pai celestial que de tudo isso estais necessitados. Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça, e todas estas coisas se os acrescentarão [i]

(cont)

(p. o'callaghan, CRISTO, 5 de Diciembre de 2008, trad. ama)



[i] Mt 6, 31-33.

O optimismo cristão

Temos de ser optimistas, mas com um optimismo que nasce da fé no poder de Deus.
O optimismo cristão não é um optimismo adocicado, nem tão pouco uma confiança humana em que tudo correrá bem.

É um optimismo que mergulha as suas raízes na consciência da liberdade e na segurança do poder da graça; um optimismo que leva a exigirmo-nos a nós próprios, a esforçarmo-nos por corresponder em cada instante aos chamamentos de Deus. (Forja, 659)

Tarefa do cristão: afogar o mal em abundância de bem. Nada de fazer campanhas negativas, nem de ser anti-nada. Pelo contrário: viver de afirmação, cheios de optimismo, com juventude, alegria e paz; olhar para todos com compreensão: os que seguem Cristo e os que O abandonam ou não O conhecem.

Compreensão, porém, não significa abstencionismo, nem indiferença, mas actividade. (Sulco, 864)

O Senhor – repito – deu-nos o mundo por herança. Temos de ter a alma e a inteligência despertas; temos de ser realistas, sem derrotismos. Só uma consciência cauterizada, só a insensibilidade produzida pela rotina, só o estouvamento frívolo podem permitir que se contemple o mundo sem ver o mal, a ofensa a Deus, o dano por vezes irreparável para as almas. É preciso sermos optimistas, mas com um optimismo que nasça da fé no poder de Deus – Deus não perde batalhas – com um optimismo que não proceda da satisfação humana, duma complacência néscia e presunçosa. (Cristo que passa, 123)

A alegria, o optimismo sobrenatural e humano, são compatíveis com o cansaço físico, com a dor, com as lágrimas – porque temos coração –, com as dificuldades na nossa vida interior ou na tarefa apostólica.

Ele, «perfectus Deus, perfectus homo», perfeito Deus e perfeito homem, que tinha toda a felicidade do Céu, quis experimentar a fadiga e o cansaço, o pranto e a dor..., para que percebermos que para ser sobrenaturais temos de ser muito humanos. (Forja, 290)

Nosso Senhor quis que os seus filhos, que recebemos o dom da fé, manifestemos a visão optimista original da criação, o «amor ao mundo» que palpita no cristianismo.

Portanto, não deve faltar nunca entusiasmo no teu trabalho profissional nem no teu empenho por construir a cidade temporal. (Forja, 703)

Esse desalento, porquê? Pelas tuas misérias? Pelas tuas derrotas, às vezes contínuas? Por uma queda grande, grande, que não esperavas?

Sê simples. Abre o coração. Olha que não está tudo perdido. Ainda podes continuar, e com mais amor, com mais carinho, com mais fortaleza.

Refugia-te na filiação divina: Deus é teu Pai amantíssimo. Esta é a tua segurança, o ancoradouro onde lançar a âncora, aconteça o que acontecer na superfície deste mar da vida. E encontrarás alegria, força, optimismo, vitória! (Via Sacra, 7, 2)


Dantes eras pessimista, indeciso e apático. Agora, estás totalmente transformado: sentes-te audaz, optimista, seguro de ti mesmo..., porque finalmente te decidiste a buscar o teu apoio só em Deus. (Sulco, 426)

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo comum XXVII Semana


Evangelho: Lc 11, 15-25

15 Mas alguns disseram: «Ele expulsa os demónios pelo poder de Belzebu, príncipe dos demónios». 16 Outros, para O tentarem, pediam-Lhe um prodígio vindo do céu. 17 Ele, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: «Todo o reino dividido contra si mesmo será devastado, e cairá casa sobre casa. 18 Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como estará em pé o seu reino? Porque vós dizeis que por virtude de Belzebu é que lanço fora os demónios. 19 Ora, se é pelo poder de Belzebu que Eu expulso os demónios, os vossos filhos pelo poder de quem os expulsam? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes. 20 Mas se Eu, pelo dedo de Deus, lanço fora os demónios, certamente chegou a vós o reino de Deus. 21 Quando um, forte e armado, guarda o seu palácio, estão em segurança os bens que possui; 22 porém, se, sobrevindo outro mais forte do que ele, o vencer, tira-lhe as armas em que confiava, e reparte os seus despojos. 23 Quem não é comigo é contra Mim; e quem não colhe comigo desperdiça. 24 «Quando o espírito imundo saiu de um homem, anda por lugares áridos, buscando repouso. Não o encontrando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. 25 Quando vem, encontra-a varrida e adornada. 26 Então vai, toma consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, ali se instalam. E o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro».

Comentário:

Raramente o Senhor se detém a falar tanto sobre o demónio e a sua perniciosa actuação na vida corrente das criaturas.
Desta vez é muito explícito e claro expondo com clareza o que pode fazer em prejuízo dos incautos ou pouco avisados.

(ama, comentário sobre Lc 11 15-26, Fátima, 2014.10.10)



Leitura espiritual


São Josemaria Escrivá




Temas actuais do cristianismo

15
                  
pergunta:

Tem-se notado que, embora a primeira versão de “Caminho” tenha sido editada em 1934, contém muitas ideias que então foram consideradas “heréticas” por alguns, e hoje figuram nos textos do Concílio Vaticano II.
Que nos pode dizer sobre isto?
Que pontos são esses?

resposta:

Disto, se mo permite, trataremos devagar noutra ocasião, mais adiante.
Por agora, limito-me a dizer-lhe que dou muitas graças ao Senhor que também se serviu dessas edições de “Caminho”, em tantas línguas e em tantos exemplares - já passam de dois milhões e meio - para inculcar no entendimento e na vida de pessoas de raças e línguas muito diversas, essas verdades cristãs, que haviam de vir a ser confirmadas pelo Concílio Vaticano II, levando a paz e a alegria a milhões de cristãos e não cristãos.

16             

resposta:

Sabemos que, desde há muitos anos, tem uma especial preocupação pela formação espiritual e humana dos sacerdotes, sobretudo do clero diocesano, manifestada, enquanto lhe foi possível, por uma intensa actividade de pregação e de direcção espiritual entre eles.
E também, a partir de determinado momento, pela possibilidade de que - permanecendo plenamente diocesanos e com a mesma dependência dos Ordinários - fizessem parte da Obra aqueles que sentissem esse chamamento.
Interessar-nos-ia saber as circunstâncias da vida eclesiástica que - à parte outras razões - motivaram essa sua preocupação.
E, por outro lado, poderá dizer-nos de que modo essa actividade tem podido e pode ajudar a resolver alguns problemas do clero diocesano ou da vida eclesiástica?

resposta:

As circunstâncias da vida eclesiástica que motivaram e motivam essa minha preocupação e esse trabalho - já institucionalizado - da Obra, não são circunstâncias de carácter mais ou menos acidental ou transitório, mas sim exigências permanentes de ordem espiritual e humana, intimamente unidas à vida e ao trabalho do sacerdote diocesano.
Refiro-me fundamentalmente à necessidade que ele tem de ser ajudado - com espírito e meios que em nada modifiquem a sua condição diocesana - a procurar a sua santificação pessoal no exercício do seu próprio ministério.
Assim poderá corresponder, com espírito sempre jovem e generosidade cada vez maior, à graça da vocação divina que recebeu, e saberá prevenir-se com prudência e prontidão contra as possíveis crises espirituais e humanas a que facilmente podem dar lugar factores diversos: solidão, dificuldades de ambiente, indiferença, aparente falta de eficácia do trabalho, rotina, cansaço, despreocupação por manter e aperfeiçoar a sua formação intelectual, e até - esta é a origem profunda das crises de obediência e de unidade - pouca visão sobrenatural das relações com o Ordinário e inclusivamente com os seus outros irmãos no sacerdócio.

Os sacerdotes diocesanos que - no uso legítimo do direito de associação - se adscrevem à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz[*], fazem-no única e exclusivamente porque desejam receber essa ajuda espiritual pessoal, de maneira absolutamente compatível com os seus deveres de estado e ministério: doutro modo, essa ajuda não seria ajuda, mas sim complicação, estorvo e desordem.

O espírito do Opus Dei, com efeito, tem como característica essencial o facto de não tirar ninguém do seu lugar - unusquisque, in qua vocatione vocatus est, in ea permaneat [i] - mas, pelo contrário, de levar cada um a cumprir os encargos e deveres do seu próprio estado, da sua missão na Igreja e na sociedade civil, com a maior perfeição possível.
Por isso, quando um sacerdote se adscreve à Obra, não abandona nem modifica em nada a sua vocação diocesana - dedicação ao serviço da Igreja local a que está incardinado, plena dependência do Ordinário próprio, espiritualidade secular, união com os outros sacerdotes, etc.
Pelo contrário, compromete-se a viver essa vocação com plenitude, porque sabe que deve procurar a perfeição precisamente no próprio exercício das suas obrigações sacerdotais, como sacerdote diocesano.

Este princípio tem, na nossa Associação, uma série de aplicações práticas de ordem jurídica e ascética, que seria longo pormenorizar.
Direi só, como exemplo, que - diferentemente de outras Associações nas quais se exige um voto ou promessa de obediência ao Superior interno - a dependência dos sacerdotes diocesanos adscritos ao Opus Dei não é uma dependência de regime, já que não há uma hierarquia interna para eles, nem, portanto, perigo de duplo vínculo de obediência, mas antes uma relação voluntária de ajuda e assistência espiritual.

O que estes sacerdotes encontram no Opus Dei é, sobre tudo, a ajuda ascética continuada que desejam receber, dentro de uma espiritualidade secular e diocesana, e independentemente das mudanças pessoais e circunstanciais que se possam verificar no governo da respectiva Igreja local.
untam assim à direcção espiritual colectiva que o Bispo dá com a sua pregação, as suas cartas pastorais, reuniões, instruções disciplinares, etc., uma direcção espiritual pessoal, solícita e contínua em qualquer lugar onde se encontrem, que completa - respeitando-a sempre, como um dever grave - a direcção comum ministrada pelo próprio Bispo.
Através dessa direcção espiritual pessoal - tão recomendada pelo Concílio Vaticano II e pelo Magistério ordinário - fomenta-se no sacerdote a vida de piedade, a caridade pastoral, a formação doutrinal continuada, o zelo pelos apostolados diocesanos, o amor e a obediência que devem ao Ordinário próprio, a preocupação pelas vocações sacerdotais e pelo seminário, etc.

E para quem são os frutos de todo este trabalho?
São para as Igrejas locais que estes sacerdotes servem.
E com isto se alegra a minha alma de sacerdote diocesano, que tem tido, além disso, repetidas vezes, a consolação de ver com que carinho o Papa e os Bispos abençoam, desejam e favorecem esse trabalho.

A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz é uma Associação própria, intrínseca e inseparável da Prelatura.
É constituída pelos clérigos incardinados no Opus Dei e por outros sacerdotes ou diáconos, incardinados em diversas dioceses.
Esses sacerdotes e diáconos não formam parte do clero da prelatura, pois pertencem ao presbitério das suas dioceses respectivas e dependem exclusivamente do seu Ordinário como Superior.
Associam-se à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz para procurar a sua santificação, segundo o espírito e a praxe ascética do Opus Dei. O Prelado do Opus Dei é, ao mesmo tempo, Presidente Geral da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.

17
                 
pergunta:

Em diversas ocasiões, e ao referir-se ao começo da vida do Opus Dei, tem dito que unicamente possuía “juventude, graça de Deus e bom humor”.
Aliás, na década de vinte a doutrina do laicado ainda não tinha alcançado o desenvolvimento que actualmente presenciamos.
No entanto, o Opus Dei é um fenómeno palpável na vida da Igreja. Poderia explicar-nos como, sendo um sacerdote jovem, pôde ter uma compreensão tal que lhe permitisse realizar este empreendimento?

resposta:

Eu não tive nem tenho outro empenho senão o de cumprir a vontade de Deus: permita-me que não desça a mais pormenores sobre o começo da Obra - que o Amor de Deus me fazia pressentir desde o ano de 1917 -, porque estão intimamente unidos com a história da minha alma e pertencem à minha vida interior.
A única coisa que lhe posso dizer é que actuei, em todos os momentos, com a vénia e com a afectuosa bênção do queridíssimo Bispo de Madrid, onde nasceu o Opus Dei no dia 2 de Outubro de 1928.
Mais tarde, sempre também com o beneplácito e o alento da Santa Sé, e, em cada caso, dos Rev.mos Ordinários dos locais onde trabalhamos.

18             

pergunta:

Há quem, perante a presença de leigos do Opus Dei em lugares influentes da sociedade espanhola, fale da influência do Opus Dei em Espanha.
Poderia explicar-nos qual é essa influência?

resposta:

Incomoda-me profundamente tudo quanto possa parecer auto-elogio. Mas penso que não seria humildade, mas cegueira e ingratidão para com o Senhor - que tão generosamente abençoa o nosso trabalho -, não reconhecer que o Opus Dei tem real influência na sociedade espanhola. No ambiente dos países onde a Obra já trabalha há bastantes anos - em Espanha, concretamente, há trinta e nove, porque foi da vontade de Deus que a nossa Associação aqui nascesse para a vida da Igreja - é lógico que esse influxo já tenha relevância social, paralelamente ao desenvolvimento progressivo do trabalho.

De que natureza é essa influência?
É evidente que, sendo o Opus Dei uma Associação de fins espirituais, apostólicos, a natureza do seu influxo - em Espanha tal como nas outras nações onde trabalhamos - não pode ser senão desse tipo: uma influência espiritual, apostólica.
Tal corno sucede com a totalidade da Igreja - alma do mundo -, o influxo do Opus Dei na sociedade civil não é de carácter temporal - social, político, económico, etc. - embora na realidade venha a ter repercussão nos aspectos éticos de todas as actividades humanas; é, sim, um influxo de ordem diversa e superior, que se exprime com um verbo preciso: santificar

E isto leva-nos ao tema das pessoas do Opus Dei que na sua pergunta classificou de influentes.
Para uma Associação que tenha como fim fazer política, serão influentes aqueles dos seus membros que ocuparem um lugar no parlamento ou no conselho de ministros.
Se a Associação é cultural, há-de considerar influentes os seus membros que forem filósofos de fama, ou prémios nacionais de literatura, etc.
Se a Associação, pelo contrário, se propõe - como é o caso do Opus Dei - santificar o trabalho ordinário dos homens, seja ele material ou intelectual, é evidente que deverão considerar-se influentes todos os membros: porque todos trabalham - o genérico dever humano de trabalhar encontra na Obra especiais ressonâncias disciplinares e ascéticas - e porque todos procuram realizar o seu trabalho - seja ele qual for - santamente, cristãmente, com desejo de perfeição. Por isso, para mim, tão influente - tão importante, tão necessário - é o testemunho de um dos meus filhos que seja mineiro, entre os seus companheiros de trabalho, como o de um que seja reitor de universidade, entre os outros professores do claustro académico.

Entrevista realizada por Pedro Rodríguez, publicada em Palabra (Madrid), Outubro de 1967

(cont)





[i] (1 Cor. 7, 20)

Reflectindo - 118

Aprender a dizer não


…/3

Temos também o exactamente o oposto ou seja os que respondem sempre sim!

Nem pensam bem nas consequências da sua resposta e da mera possibilidade e não cumprirem o prometido por um motivo qualquer que não previram.

Também não se preocupam em saber se o pedido além de justo é conveniente.


(cont)