Oração
Minha Senhora e minha Mãe, olha por mim,
não me deixes entregue a mim mesmo porque me perco.
Protege-me impedindo-me de fazer só o
que quero, perseguir unicamente no que desejo.
À tua protecção me acolho Santa Mãe de Deus
e minha Mãe.
CONSIDERAÇÕES
As reflexões são sempre - ou quase
sempre - o efeito das memórias de algo que aconteceu.
Penso que é positivo porque nos dá uma
oportunidade de exame... fiz isto... poderia ter feito melhor...
MEDITAÇÃO
Santíssima
Virgem
Luz e Esplendor
O Baptismo de Jesus
O
Baptismo é o sinal indelével que torna a pessoa humana em membro da Igreja de
Cristo. É a única verdadeira porta de entrada pela qual nos convertemos em membros efectivos da Igreja Católica, como se fosse
um bilhete de identidade vitalício, para empregar termos e palavras humanas que
são as minhas. Mas... os “Mistérios Luminosos” que têm de facto a ver com o
Santo Rosário que é uma oração eminentemente Mariana? Porque não se pode
dissociar a Santíssima Virgem do seu Filho, Jesus Cristo e estes Mistérios que
se referem de forma muito particular à vida pública de Cristo, à implementação
do Reino de Deus e à instituição dos Sacramentos, são como que o
"complemento" dos outros Mistérios. Exactamente neste primeiro
Mistério começa essa "tarefa" do Salvador. A água é o elemento
natural mais precioso da humanidade. A sua falta em numerosos locais da terra
provoca sofrimentos indizíveis e não poucas vezes lutas e guerras pela sua
posse ou controlo. Ao servir-se da água como elemento fundamental do Baptismo
e, também, ao aceder recebê-la como sinal visível Jesus avaliza a fórmula
baptismal instituindo com a Sua acção o Sacramento, o primeiro dos sete que
há-de instituir. Posso dizer que a Santíssima Trindade quis
"reforçar" a dignidade e importância do Baptismo estando presente,
Deus Espírito Santo que sob a forma de pomba desceu sobre o Baptizando, Deus
Filho o Baptizando e Deus Pai que fez ouvir a Sua voz. Dos sete Sacramentos
existem dois que imprimem carácter, ou seja, são irreversíveis porque
transformam o homem em algo inteiramente diferente do que era antes de os
receber. O Baptismo ao introduzir a pessoa no seio da Igreja instituída por
Jesus Cristo, dá-lhe uma nobreza e uma dimensão inteiramente novas que jamais
perderá mesmo que o deseje. A patética - para usar uma expressão
"suave" - teoria de deixar ao livre arbítrio de cada um o desejo do
Baptismo, não o baptizando enquanto criança, configura um risco tremendo de
responsabilidade pelo seu futuro eterno. Um cristão não pode correr esse risco.
Negar ou deixar para um futuro qualquer, sejam quais forem as “razões” ou os
motivos para o Baptismo de um recém nascido, vai contra todos os direitos da
pessoa. Este dever é de todos, os Pais em primeiro lugar e depois todos os
familiares e amigos mais próximos. Os próprios profissionais de saúde que
assistem ao parto, em caso de perigo de vida do nascituro não podem eximir-se.
Se vingar crescerá com a assistência constante e atenta do Anjo da sua Guarda. Se
não vingar irá direitinho para o Céu com o brilho e brancura dos Inocentes.
Seguramente que, na presença de Deus não deixará de interceder por quem lhe
prestou tão extraordinário “serviço”. E tu, Mãe Santíssima acolhê-lo-ás com os
braços abertos. Peço-te que instiles na minha alma o “apostolado do Baptismo”
junto de todos os que se cruzam comigo nos caminhos da vida.
Bodas
de Caná
A
ti, Mãe, recorro nesta hora de preocupação. Como em Caná intervieste em favor
dos noivos que, sem terem pedido, obtiveram por teu intermédio uma graça
inesperada, diz-lhe também agora: Este meu filho não tem! E como é uma graça
que por tua maternal intercessão, solicito, tenho a certeza que a obterei.
Terão
os discípulos percebido que fora por causa da a intervenção da Virgem que,
Jesus decidira, definitivamente, a fazer o milagre? Talvez não. Podemos supor
que sendo a primeira vez que o poder divino de Jesus se manifestava de forma
tão evidente, eles não estivessem preparados para dar atenção aos pormenores. Mais
tarde, sim. No fragor dos dias que se seguiram à Crucifixão e Morte do Senhor,
hão-de procurar refúgio junto da Mãe e, será junto dela, no Cenáculo, que
receberão o Espírito Santo que lhes abrirá definitivamente a compreensão de
todas as coisas. Junto dela encontro, sempre, refúgio e protecção, a luz
necessária para distinguir os caminhos que Jesus quer que percorra e, também, a
compreensão das incidências e agruras que inevitavelmente surgem na minha vida.
Pedro, que será a coluna sobre a qual assentará a Igreja de Cristo, duvidará,
terá momentos de desânimo, sem compreender o que Jesus lhe diz acerca do
sofrimento, da Cruz… Maria, ajudá-lo-á a compreender, a confiar e, sobretudo, a
aceitar. Repetirá, vezes sem conta, o que dissera em Caná: Faz tudo o que Ele te disser…
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do Reino de Deus
Jesus Cristo
espera de mim uma “colaboração” activa na difusão do Reino de Deus. Essa
“colaboração” não é outra coisa que apostolado e este, não é mais que a
distribuição que faço aos outros dos frutos das minhas boas obras.
No entanto não
poderei fazer essas boas obras se a minha Mãe do Céu não me assitir,
mostrando-me claramente o que tenho de fazer em cada circusntância.
Não posso fazer
nada disto sem conhecer intimamente o que é o Reino de Deus e, sei-o bem, a
forma de o saber é inteirar-me pelo Evangelho quanto Jesus disse a propósito.
Sim… foi Ele
quem o revevelou e quem confirmou que a Sua missão neste mundo era exactamente
essa, instaurar o Reino de Deus entre os homens, todos sem excepção tornando-os
súbditos desse Reino de Amor.
Sou súbdito mas
também sou livre e portanto tenho de querer pertencer a esse Reino para poder
fazer parte dele ou, também, me posso negar a fazê-lo.
Se o aceitar
poderei alcançar a felicidade eterna, se não perder-me-ei para sempre.
Negar-se a
pertencer ao Reino de Deus equivale a aceitar o reino do demónio e,
sinceramente, não vejo quem, em seu perfeito juízo, possa fazer esta escolha
tão dramática como absurda.
A Santíssima
Virgem foi coroada Rainha do Universo e de quanto nele se contem, foi Deus
Nosso Senhor Quem assim determinou logo, a minha Rainha do Céu não pderá deixar
de me acompanhar e guiar pelos caminhos que me convém seguir.
Cumprir a
Vontade de Deus, fazer o que Ele me disser que faça como e quando, não de
“qualquer maneira” mas conscientemente e com empenho amoroso porque sei que
será o melhor para mim.
Quero
salvar-me, desejo ter uma Vida Eterna para a qual sei que fui criado para no
gozo da contemplação da Santíssima Trindade seja eternamente feliz e, portante,
acho perfeitamente natural que me empenhe com todas as minhas forças em
consegui-lo.
Tenho uma
confiança ilimitada no auxílio da Santíssima Virgem como tantas vezes lhe peço
ao longo do dia: roga por mim pecador agora e na hora da minha morte.
Tenho também
como certo o que Ela prometeu aos que, como eu, usam o seu Escapulário, a sua
assistência Materna na hora da minha morte.
Com esta
certeza e garantia que posso temer?
Transfiguração do Senhor
Contemplo um
dos acontecimentos talvez mais enigmáticos da vida de Jesus na terra. Percebo
que houve uma intenção clara de mostrar aos três Apóstolos uma como que
antevisão da aparência de Cristo como Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Mas porquê? Jesus saberia, por certo, que eles não iriam entender ou sequer
aperceber-se da realidade que lhes revelava. Mais ainda, quando sei que os
proíbe de falar no assunto até depois da Sua Ascensão. O facto é que, não
obstante, ficou gravado para sempre nas suas memórias e, por isso mesmo,
consta do Evangelho. Seria a Transfiguração necessária para os confirmar na fé
em Jesus Cristo como O Filho de Deus? Mas como… se adormecem? Aliás é
sintomática esta reacção dos três discípulos perante o "peso" ou
solenidade de situações que vivem com o Mestre. Na agonia em Getsémani perante
o indizível sofri-mento do Senhor também são vencidos pelo sono. Como se a
realidade fosse de tal forma "chocante ou extraordinária" que a sua
amizade e carinho pelo Senhor se recusam a admitir o que constatam.O sono é
muitas vezes desculpa para muitas faltas de coragem em que é necessário mostrar
solidariedade, apoio, solicitude. Não poucas vezes somos vencidos pelo sono, o
torpor que nos leva a não considerar as realidades que não compreendemos. É
como que uma "defesa" do nosso espírito recusando-se a encarar algo
difícil que se nos apresenta como que fora do comum e, a verdade, é que a nossa
Fé cristã necessita debruçar-se continuamente sobre os seus fundamentos num
constante exame e estudo para melhor compreender. Temos de vencer uma atávica
tendência para a rotina que, na prática da Fé, talvez seja o pior defeito que
possamos ter. Que a Doutrina não muda sabemo-lo bem, o que deve ser mais uma
razão para que não deixemos nunca de aprofundar, esmiuçar, detalhar para
alcançar a segurança que é necessária para o seu fiel cumprimento. Não cedamos
ao cansaço ou modorra; são tentações que pretendem levar-nos ao abandono do
dever; não deixemos para “mais tarde” o que temos de fazer agora; NUNC COEPI
– agora começo - é, deve ser, a nossa
disposição permanente. Optar por rezar o Terço no automóvel ou transporte
público não é o mais aconselhável, porque será difícil evitar as distracções
involuntárias. Deixar a recitação do
Santo Rosário para mais tarde, antes de dormir, tem, frequentemente,
como consequência que, esse Terço, será recitado de forma atabalhoada,
incoerente, sem cuidado. Para garantir razoávelmente a recitação diária do
Rosário o melhor que pudemos fazer - e os directores espirituais aconselham – é
incluir no nosso Plano de Vida Diário uma hora certa em que o poderemos fazer, com
tranquilidade, recolhimento e atenção. Rosário significa a “Coroa de Rosas” com
que desejamos coroar Nossa Senhora. Não havemos de querer com todas as veras da
nossa alma que essa “Coroa” seja bela, perfeita?
Instituição da
Eucaristia
Talvez o maior
milagre de Amor que posso constatar e usufruir. Que outra coisa senão o Amor
incomensurável de Cristo Nosso Senhor pelos Seus irmãos, os homens, poderia
estar na origem da Santíssima Eucaristia? Ficar, verdadeiramente ficar, em
Corpo, Sangue, Alma e Divindade para sempre… para sempre! Estamos em plena
Ceia, a última que Jesus celebra com os Seus discípulos mais próximos. Uma
sequência de gestos do Senhor plenos de significado e profundamente marcantes.
Há no ambiente algo inusitado que todos adivinham sério, importante, grave.
Começa por lavar os pés aos doze o primeiro ensinamento - como diríamos hoje -
para "memória futura": Servir! Depois o episódio em que Judas é o
protagonista: A traição! Jesus tem o coração cada vez mais "apertado"
mas, mesmo assim, não revela a terrível verdade. Segue-se o longo discurso que
é como que uma declaração testamentária: O AMOR! Finalmente esse mesmo AMOR
como que "cede" ante a perplexidade triste dos onze e Jesus institui
a Sagrada Eucaristia dando-lhes o poder de renovar - para sempre - esse
extraordinário testemunho. E, nós, cristãos de hoje, passados mais de dois mil
anos, Posso participar nessa Ceia, receber o Santíssimo Corpo Alma e Divindade
do nosso Salvador. Passados a noite e o dia da Paixão, quando o corpo de Jesus
repousa finalmente no sepulcro, o que terão contado a Nossa Senhora? Como ela
terá compreendido a verdadeira "dimensão" da Eucaristia e,
seguramente, como com doçura e paciência de Mãe, a terá explicado aos pobres e
inconsoláveis discípulos! Ela é o refúgio seguro - o único que têm - e sabem
que podem confiar absolutamente nos seus conselhos e orientações. A Mãe do
Redentor, como que é o traço que une o Filho morto na Cruz aos homens Seus
irmãos que, nos derradeiros momentos da Sua vida terrena, lhe entregou como
filhos. Esse Corpo e esse Sangue que Ele nos deixou como alimento de vida
eterna, foram “criados” e desen-volvidos no seu de Mãe. Numa união perfeita de
Mãe e Filho, concluo que, assim é, também, o seu corpo e o seu sangue se nos dá
na Comunhão Eucaristica. Este Santíssimo Sacramento da Eucaristia é o mais
completo e sublime Sacramento instituído por Jesus Cristo.