21/02/2021

Ide a José e encontrareis Jesus

 

Ama muito São José, quer-lhe com toda a tua alma, porque é a pessoa que, com Jesus, mais amou Santa Maria e quem mais conviveu com Deus: quem mais o amou, depois da Nossa Mãe. Merece o teu carinho e convém-te dar-te com ele, porque é Mestre de vida interior e pode muito ante Nosso Senhor e ante a Mãe de Deus. (Forja, 554)

José foi, no aspecto humano, mestre de Jesus; conviveu com Ele diariamente, com carinho delicado, e cuidou dele com abnegação alegre. Não será esta uma boa razão para considerarmos este varão justo, este Santo Patriarca, no qual culmina a Fé da Antiga Aliança, Mestre de vida interior? A vida interior não é outra coisa senão o convívio assíduo e intimo com Cristo, para nos identificarmos com Ele. E José saberá dizer-nos muitas coisas sobre Jesus. Por isso, não deixeis nunca de conviver com ele; ite ad Joseph, como diz a tradição cristã com uma frase tomada do Antigo Testamento.

Mestre da vida interior, trabalhador empenhado no seu trabalho, servidor fiel de Deus em relação contínua com Jesus: este é José. Ite ad Joseph. Com São José o cristão aprende o que é ser Deus e estar plenamente entre os homens, santificando o mundo. Ide a José e encontrareis Jesus. Ide a José e encontrareis Maria, que encheu sempre de paz a amável oficina de Nazaré. (Cristo que passa, 56)

Leitura espiritual Fev 21

 


Novo Testamento [i]

 

Evangelho

 

Mc XIV, 53-72

 

Jesus na presença do Sinédrio

53 Levaram Jesus ao sumo sacerdote e juntaram-se todos os príncipes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas. 54 Pedro foi-O seguindo de longe, até dentro do pátio do sumo sacerdote. Estava sentado ao fogo com os criados, e aquecia-se. 55 Os príncipes dos sacerdotes e todo o conselho buscavam algum testemunho contra Jesus, para O fazerem morrer, e não o encontravam. 56 Muitos depunham falsamente contra Ele, mas não concordavam os seus depoimentos. 57 Levantaram-se uns que depunham falsamente contra Ele, dizendo: 58 «Nós ouvimo-l'O dizer: “Destruirei este templo, feito pela mão do homem, e em três dias edificarei outro, que não será feito pela mão do homem”». 59 Porém, nem estes testemunhos eram concordes. 60 Então, levantando-se do meio da assembleia o sumo sacerdote, interrogou Jesus, dizendo: «Não respondes nada ao que estes depõem contra Ti?». 61 Ele, porém, estava em silêncio e nada respondeu. Interrogou-O de novo o sumo sacerdote e disse-Lhe: «És Tu o Cristo, o Filho de Deus bendito?». 62 Jesus respondeu: «Eu sou, e vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, e vir sobre as nuvens do céu». 63 Então, o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: «Que necessidade temos de mais testemunhas? 64 Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?». E todos O condenaram como réu de morte. 65 Então começaram alguns a cuspir-Lhe, a cobrir-Lhe o rosto e a dar-Lhe murros, dizendo-Lhe: «Profetiza!». Os criados receberam-n'O a bofetadas.

 

Pedro nega Jesus três vezes

66 Entretanto, estando Pedro em baixo no átrio, chegou uma das criadas do sumo sacerdote. 67 Vendo Pedro, que se aquecia, encarando-o disse: «Tu também estavas com Jesus Nazareno». 68 Mas ele negou: «Não sei, nem compreendo o que dizes». E saiu para fora, para a entrada do pátio, e o galo cantou. 69 Tendo-o visto a criada, começou novamente a dizer aos que estavam presentes: «Este é daqueles». 70 Mas ele o negou de novo. Pouco depois, os que ali estavam presentes diziam de novo a Pedro: «Verdadeiramente tu és um deles, porque também és galileu». 71 Ele começou a fazer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais». 72 Imediatamente cantou o galo segunda vez. Pedro lembrou-se da palavra que Jesus tinha dito: «Antes que o galo cante duas vezes, Me negarás três». E começou a chorar.

 

Textos:

 


Solidão

 

  As contas que muitos podem fazer com facilidade, demonstram que bastaria uma pequena distribuição mais equitativa dos bens disponíveis para que a pobreza não fosse tão grave e séria.

Uns poucos têm muito mais que muitos outros juntos, o que pode, em si mesmo, não ser injusto.

  Injustiça é não distribuir uma parte do muito que se possui pelos que não têm nada.

  A história de Lázaro é actualíssima, aliás, é de todos os tempos.

  Nem as migalhas que caiam da mesa do homem rico lhe davam. [1]

  Isto sucedia por usura ou falta de misericórdia?

Não!

Acontecia porque o dono da casa não se dava conta da existência de Lázaro à sua porta!

  A falta de atenção está na origem da ausência da solidariedade.

  Como posso ser solidário com alguém se nem sequer me dou conta da existência desse alguém e, consequentemente, muito menos das suas dificuldades ou carências?

  A sensibilidade do coração constrói-se aos poucos, dia a dia, na vida corrente, com pequenos actos de interiorização das dificuldades que os outros possam estar a sofrer.

Não são as grandes campanhas organizadas para socorrer a muitos que marcam a vida das sociedades, é o comportamento pessoal de cada um para com o que lhe está próximo que dignifica um povo.

  Quando se considera a pobreza, norma geral, não se fala ou pensa na pobreza de espírito que é, ao contrário de uma carência, uma virtude.

  «Bem-aventurados os pobres em espírito», proclama Jesus Cristo no Sermão da Montanha. [2]

Não o faz por acaso – Cristo não faz nada por acaso – mas para vincar bem o prémio, a recompensa que reserva para esses.

  Mas…o que significa ‘pobres em espírito’?

  Significa que a pobreza é, sobretudo, um estado de espírito e não só uma condição concreta.

Uma pessoa pobre pode não ter meios suficientes para viver uma vida digna mas pode, no seu espírito, ter uma riqueza extraordinária que é o fruto do oferecimento ao Senhor da condição em que vive.

  O inverso também se aplica pois uma pessoa com meios de fortuna pode viver uma pobreza notável espiritual.

 

Como?

Com o desprendimento!

 Quem se desprende das coisas entende que estas não são senão meios para utilizar com parcimónia e critério, lembrando os – muitos – outros que não têm ou têm pouco.

  Pode, na verdade, dizer-se que a pobreza só o é de facto quando existe desprendimento.

  Muitas vezes está-se agarrado até ao que não se tem, isto é, deixa-se dominar pelo desejo de ter.

  É legítimo desejar ter o que faz falta ou, até, não sendo essencial, não é exagero possuir. Já o mesmo se não pode dizer quando o que se pretende é apenas a satisfação de um gosto ou, o que será pior, um capricho.

  São os sonhos, mais ou menos quiméricos de, por um meio qualquer, obter meios de fortuna para adquirir esses tais bens que, não sendo maus em si mesmos, normalmente não teria acesso a eles.

  Por vezes, tenta-se “compor” a quimera com coisas do género:

  ‘Também darei isto ou aquilo, esta ou aquela quantia para estes fins de beneficência, àquela associação de solidariedade ou aquela pessoa carenciada.’

  Portanto, sendo no mínimo uma pura perda de tempo, como o são todos os sonhos, revelam essa falta de desprendimento que já falámos.

 

 



[1] Cfr. Lc 16, 21

[2] Cfr. Mt 5, 3



[i] Sequencial todos os dias do ano

Primeiro Domingo da Quaresma

 


O Evangelho proclamado neste dia relata o início da vida pública de Jesus Cristo para a qual Se prepara com um retiro no deserto durante quarenta dias.

Compreendemos quão difícil deveria ser – sobretudo naqueles tempos – viver num deserto hinóspito, isolado, sem recursos. Jesus entendeu que era necessário para preparar o espírito para a tarefa de magna importância que ia começar e, esta preparação do espírito não pode fazer-se capazmente no meio do bulício da vida corrente de todos os dias. É importante estar recolhido, contido, moderado, para vencer as naturais solicitações do corpo.

“O Senhor Jesus Cristo era tentado pelo demónio no deserto. Mas em Cristo também tu eras tentado, porque Ele tomou sobre Si a tua condição humana, para te dar a salvação; para Si tomou as tuas tentações, para te dar a sua vitória” (S. Agostinho). A vitória de Jesus sobre Satanás proclamada neste primeiro Domingo da Quaresma anuncia desde já o triunfo pascal da sua Morte e Ressurreição, e oferece-nos, ao mesmo tempo, a participação nessa sua vitória sobre o pecado e a morte.

Reflexão

De quanto disse sobressai com grande clareza que o jejum representa uma prática ascética importante, uma arma espiritual para lutar contra qualquer eventual apego desordenado a nós mesmos. Privar-se voluntariamente do prazer dos alimentos e de outros bens materiais, ajuda o discípulo de Cristo a controlar os apetites da natureza fragilizada pela culpa da origem, cujos efeitos negativos atingem toda a personalidade humana.



(Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2009)


Sacramentos

 

O Matrimónio

 

4. A paternidade responsável

 

O estereótipo da família apresentada pela cultura actualmente dominante opõe-se à família numerosa, justificado por razões económicas, sociais, higiénicas, etc. Mas «o verdadeiro amor mútuo transcende a comunidade de marido e mulher e estende-se aos seus frutos naturais, os filhos. O egoísmo, pelo contrário, acaba por rebaixar esse amor à simples satisfação do instinto, e destrói a relação que une pais e filhos. Dificilmente haverá quem se sinta bom filho – verdadeiro filho – de seus pais, se puder vir a pensar que veio ao mundo contra a vontade deles, que não nasceu de um amor limpo, mas de uma imprevisão ou de um erro de cálculo (…). Vejo com clareza que os ataques às famílias numerosas provêm da falta de fé, são produto de um ambiente social incapaz de compreender a generosidade, um ambiente que tende a encobrir o egoísmo e certas práticas inconfessáveis com motivos aparentemente altruístas» (S. Josemaria, Temas Actuais do Cristianismo, 94). «Os esposos devem edificar a sua convivência sobre um carinho sincero e puro, e sobre a alegria de ter trazido ao mundo os filhos que Deus lhes tenha dado a possibilidade de ter, sabendo, se for necessário, renunciar a comodidades pessoais e tendo fé na Providência divina. Formar uma família numerosa, se tal for a vontade de Deus, é uma garantia de felicidade e de eficácia, embora afirmem outra coisa os defensores de um triste hedonismo» (S. JOSEMARIA, Cristo que Passa, 25).

Mesmo com uma atitude generosa face à paternidade, os esposos podem encontrar-se «em situações em que, pelo menos temporariamente, não lhes é possível aumentar o número de filhos» (Concílio Vaticano II, Const. Gaudium et Spes, 51).

Pequena agenda do cristão

  


DOMINGO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



[i] Cfr. Lc 1, 38
[ii] AMA, orações pessoais
[iii] AMA, orações pessoais
[iv] AMA, orações pessoais
[v] Btº Álvaro del Portillo (oração pessoal)