Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
30/09/2018
Doutrina – 461
Compêndio
PRIMEIRA SECÇÃO
A ECONOMIA SACRAMENTAL
CAPÍTULO SEGUNDO
A CELEBRAÇÃO SACRAMENTAL
DO MISTÉRIO PASCAL
CELEBRAR A LITURGIA DA
IGREJA
Pergunta:
240.
Qual a finalidade das imagens sagradas?
Resposta:
A imagem de Cristo é o
ícone litúrgico por excelência. As outras, que representam Nossa Senhora e os
santos, significam Cristo, que nelas é glorificado. Elas proclamam a mesma
mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite através da palavra e
ajudam a despertar e a alimentar a fé dos fiéis.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Viver a família.
Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.
Lembrar-me:
Cultivar a Fé
São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Temas para reflectir e meditar
A verdade é que com o
correr do tempo a oração torna-se num hábito e o único cuidado a ter é não cair
na rotina.
Há quem tenha uma espécie
de guia para as orações diárias.
Acho uma boa prática desde
que, por um lado, não se caia nos escrúpulos e, por outro, não se abandone a
oração inspirada em qualquer momento do dia a propósito do que for.
E, aqui, consideramos
naturalmente, as acções de graças já que encontraremos a cada momento motivos
para agradecer.
(AMA, reflexões)
Evangelho e comentário
Evangelho: Lc 9, 28-48
28
Uns oito dias depois destas palavras, levando consigo Pedro, João e Tiago,
Jesus subiu ao monte para orar. 29 Enquanto orava, o aspecto do seu rosto
modificou-se, e as suas vestes tornaram-se de uma brancura fulgurante. 30 E
dois homens conversavam com Ele: Moisés e Elias, 31 os quais, aparecendo
rodeados de glória, falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém. 32 Pedro
e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de
Jesus e os dois homens que estavam com Ele. 33 Quando eles iam separar-se de
Jesus, Pedro disse-lhe: «Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma
para ti, uma para Moisés e outra para Elias.» Não sabia o que estava a dizer.
34 Enquanto dizia isto, surgiu uma nuvem que os cobriu e, quando entraram na
nuvem, ficaram atemorizados. 35 E da nuvem veio uma voz que disse: «Este é o
meu Filho predilecto. Escutai-o.» 36 Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou só.
Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, nada contaram a ninguém do
que tinham visto. 37 No dia seguinte, ao descerem do monte, veio ao encontro de
Jesus uma grande multidão. 38 E, de entre a multidão, um homem gritou: «Mestre,
peço-te que olhes para o meu filho, porque é o meu filho único. 39 Um espírito
apodera-se dele e, subitamente, começa a gritar e a sacudi-lo com violência,
fazendo-o espumar. Só a custo se retira dele, deixando-o num estado miserável.
40 Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam.» 41 Jesus
respondeu: «Ó geração incrédula e pervertida! Até quando estarei convosco e
terei de vos suportar? Traz cá o teu filho.» 42 E, quando ele se aproximava, o
demónio atirou-o ao chão e sacudiu-o violentamente. Jesus, porém, ameaçou o
espírito maligno, curou o menino e entregou-o ao pai. 43 E todos estavam maravilhados
com a grandeza de Deus. Estando todos admirados com tudo o que Ele fazia, Jesus
disse aos seus discípulos: 44 «Prestai bem atenção ao que vou dizer-vos: o
Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.» 45 Eles, porém, não
entendiam aquela linguagem, porque lhes estava velada, de modo que não
compreendiam e tinham receio de o interrogar a esse respeito. 46 Veio-lhes
então ao pensamento qual deles seria o maior. 47 Conhecendo Jesus os seus
pensamentos, tomou um menino, colocou-o junto de si 48e disse-lhes: «Quem
acolher este menino em meu nome, é a mim que acolhe, e quem me acolher a mim,
acolhe aquele que me enviou; pois quem for o mais pequeno entre vós, esse é que
é grande.»
Comentário:
A
este episódio extraordinário da Transfiguração seguem-se uma série de
acontecimentos que, poderíamos dizer, são recorrentes na vida diária de Jesus
Cristo: as pessoas acorrem a Ele para verem sanados os seus males do espírito
ou do corpo.
E
o Senhor, que acabou de Se mostrar em toda a Sua dignidade grandiosa de Cristo
Filho Unigénito de Deus, não faz qualquer gesto de enfado ou recusa de atender
quem o procura.
E
aproveita sempre essas ocasiões para catequizar, ensinar, esclarecer os que O
rodeiam.
E
enfatizando sempre que acima de qualquer grandeza, importância ou relevo está a
simplicidade como a das crianças.
Sim…
dirá mais tarde que, o Reino de Deus, é dos que se comportam como crianças na
simplicidade e na inocência.
(AMA,
comentário sobre Lc 9, 28-48, 19.05.2018)
Se te faltar afã apostólico, tornar-te-ás insípido
Como
quer o Mestre, tu tens de ser – bem metido neste mundo, que nos coube em sorte,
e em todas as actividades dos homens – sal e luz. Luz, que ilumina as inteligências
e os corações; sal, que dá sabor e preserva da corrupção. Por isso, se te
faltar afã apostólico, tornar-te-ás insípido e inútil, defraudarás os outros e
a tua vida será um absurdo. (Forja, 22)
Muitos,
com ar de autojustificação, perguntam-se: Eu, porque é que me vou meter na vida
dos outros?
–
Porque tens obrigação, por seres cristão, de te meteres na vida dos outros,
para os servires!
Porque
Cristo se meteu na tua vida e na minha! (Forja,
24)
Se
fores outro Cristo, se te comportares como filho de Deus, onde estiveres
queimarás: Cristo abrasa, não deixa indiferentes os corações. (Forja, 25)
Leitura espiritual
São Josemaria Escrivá
Cristo que passa
134
Amizade com o Espírito
Santo
Viver segundo o Espírito
Santo é viver de Fé, de Esperança, de Caridade; é deixar que Deus tome posse de
nós e mude os nossos corações desde a raiz, para os fazer à sua medida.
Uma vida cristã madura,
profunda e firme não é coisa que se improvise, porque é fruto do crescimento em
nós da graça de Deus.
Nos Actos dos Apóstolos,
descreve-se a situação da primitiva comunidade cristã numa frase breve, mas
cheia de sentido: perseveravam todos na doutrina dos Apóstolos e na comum
fracção do pão e nas orações.
Assim viveram os primeiros
cristãos e assim devemos viver nós: a meditação da doutrina da Fé, de modo
assimilá-la, o encontro com Cristo na Eucaristia, o diálogo pessoal - a oração
sem anonimato - face a face com Deus, hão-de constituir como que a substância
última da nossa vida. Se isso faltar, talvez haja reflexão erudita, actividade
mais ou menos intensa, devoções e práticas piedosas.
Não haverá, porém, existência
cristã autêntica, porque faltará a compenetração com Cristo, a participação
real e vivida na obra divina da salvação.
A qualquer cristão se
aplica esta doutrina, porque todos estamos igualmente chamados à santidade.
Não há cristãos de segunda
classe, obrigados a pôr em prática apenas uma versão reduzida do Evangelho:
todos recebemos o mesmo baptismo e, embora exista uma ampla diversidade de
carismas e de situações humanas, um mesmo é o Espírito que distribui os dons
divinos, uma mesma a Fé, uma só a Esperança, uma só a Caridade.
Podemos, pois, ter por
dirigida a nós mesmos a pergunta do Apóstolo: não sabeis que sois templo de
Deus e que o Espírito Santo habita em vós? e recebê-la como um convite a um
trato mais pessoal e directo com Deus.
Infelizmente, o Paráclito
é para alguns cristãos o Grande Desconhecido, um nome que se pronuncia, mas que
não é Alguém - uma das Três Pessoas do Único Deus - com Quem se fala e de Quem
se vive.
Ora é indispensável ter
com Ele familiaridade e confiança, cheia de simplicidade como nos ensina a
Igreja através da Liturgia.
Assim conheceremos melhor
Nosso Senhor e ao mesmo tempo compreenderemos melhor o imenso dom que significa
ser cristão; veremos como é grande e verdadeiro o "endeusamento", a
participação na vida divina a que atrás me referi.
Porque o Espírito Santo
não é um artista que desenha em nós a divina substância, como se lhe fosse
alheio; não é assim que nos conduz à semelhança divina: é Ele mesmo, que é Deus
e de Deus procede, que Se imprime nos corações que O recebem, à maneira de selo
sobre a cera, e é assim, por comunicação de si mesmo e pela semelhança, que
restabelece a natureza segundo a beleza do modelo divino e restitui ao homem a
imagem de Deus.
135
Para pôr em prática, ainda
que seja de um modo muito genérico, um estilo de vida que nos anime a conviver
com o Espírito Santo - e, ao mesmo tempo com o Pai e o Filho - numa verdadeira
intimidade com o Paráclito, devemos firmar-nos em três realidades fundamentais:
docilidade - digo-o mais uma vez - vida de oração, união com a Cruz.
Em primeiro lugar,
docilidade - porque é o Espírito Santo que, com as suas inspirações, vai dando
tom sobrenatural aos nossos pensamentos, desejos e obras.
É Ele que nos impele a
aderir à doutrina de Cristo e a assimilá-la em profundidade; que nos dá luz
para tomar consciência da nossa vocação pessoal e força para realizar tudo o
que Deus espera de nós.
Se formos dóceis ao
Espírito Santo, a imagem de Cristo ir-se-á formando, cada vez mais nítida, em
nós e assim nos iremos aproximando cada vez mais de Deus Pai.
Os que são conduzidos pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
Se nos deixarmos guiar por
esse princípio de vida, presente em nós, que é o Espírito Santo, a nossa vitalidade
espiritual irá crescendo e abandonar-nos-emos nas mãos do nosso Pai Deus, com a
mesma espontaneidade e confiança com que um menino se lança nos braços do pai.
Se não vos tornardes como
meninos, não entrareis no Reino dos Céus, disse o Senhor.
É este o antigo e sempre
actual caminho da infância espiritual, que não é sentimentalismo nem falta de
maturidade humana, mas sim maioridade sobrenatural, que nos leva a aprofundar
as maravilhas do amor divino, reconhecer a nossa pequenez e a identificar plenamente
a nossa vontade com a de Deus.
136
Em segundo lugar, vida de
oração, porque a entrega, a obediência, a mansidão do cristão nascem do amor e
para o amor caminham.
E o amor conduz ao
convívio, à conversação, à intimidade.
A vida cristã requer um
diálogo constante com Deus Uno e Trino, e é a essa intimidade que o Espírito
Santo nos conduz.
Quem conhece as coisas que
são do homem, senão o espírito do homem, que está nele?
Assim também as coisas que
são de Deus, ninguém as conhece senão o Espírito de Deus.
Se tivermos assídua
relação com o Espírito Santo, também nós nos faremos espirituais, nos
sentiremos irmãos de Cristo e filhos de Deus, a Quem não teremos dúvida de
invocar como Pai nosso que é.
Acostumemo-nos a conviver
com o Espírito Santo, que é quem nos há-de santificar; a confiar n'Ele, a pedir
a sua ajuda, a senti-Lo ao pé de nós.
Assim se irá tornando
maior o nosso pobre coração, e teremos mais desejos de amar a Deus e, por Ele,
a todas as criaturas.
E nas nossas vidas
reproduzir-se-á a visão com que termina o Apocalipse: o Espírito e a Esposa, o
Espírito Santo e a Igreja - e cada um dos cristãos - dirigem-se a Jesus Cristo,
pedindo-lhe que venha, que esteja connosco para sempre.
137
Por último, união com a
Cruz.
Porque, na vida de Cristo,
o Calvário precedeu a Ressurreição e o Pentecostes, e esse mesmo processo deve
reproduzir-se na vida de cada cristão: somos - diz-nos S. Paulo - co-herdeiros
de Cristo; mas isto, se sofrermos com Ele, para sermos com Ele glorificados.
O Espírito Santo é o fruto
da Cruz, da entrega total a Deus, de buscarmos exclusivamente a sua glória e de
renunciarmos completamente a nós mesmos.
Só quando o homem, sendo
fiel à graça, se decide a colocar no centro da sua alma a Cruz, negando-se a si
mesmo por amor de Deus, estando realmente desapegado do egoísmo e de toda a
falsa segurança humana, quer dizer, só quando vive verdadeiramente de Fé, é que
recebe com plenitude o grande fogo, a grande luz, a grande consolação do
Espírito Santo.
É então que vêm à alma
essa paz e essa liberdade que Cristo ganhou para nós e que se nos comunicam com
a graça do Espírito Santo.
Os frutos do Espírito
Santo são caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade,
longanimidade, mansidão, fé, modéstia, continência, castidade; e onde está o
Espírito do Senhor, aí há liberdade.
138
No meio das limitações
inseparáveis da nossa situação presente, porque o pecado ainda habita em nós de
algum modo, o cristão vê com nova clareza toda a riqueza da sua filiação divina,
quando se reconhece plenamente livre porque trabalha nas coisas do seu Pai,
quando a sua alegria se torna constante por nada ser capaz de lhe destruir a
esperança.
Pois é também nesse
momento que é capaz de admirar todas as belezas e maravilhas da Terra, de
apreciar toda a riqueza e toda a bondade, de amar com a inteireza e a pureza
para que foi criado o coração humano.
Também é nessa altura que
a dor perante o pecado não degenera num gesto amargo, desesperado ou altivo
porque a compunção e o conhecimento da fraqueza humana conduzem-no a
identificar-se outra vez com as ânsias redentoras de Cristo e a sentir mais
profundamente a solidariedade com todos os homens.
É então, finalmente, que o
cristão experimenta em si com segurança a força do Espírito Santo, de tal
maneira que as suas quedas pessoais não o abatem; são um convite a recomeçar e
a continuar a ser testemunha fiel de Cristo em todas as encruzilhadas da Terra,
apesar das misérias pessoais, que nestes casos costumam ser faltas leves, que
apenas turvam a alma; e, ainda que fossem graves, acudindo ao Sacramento da
Penitência com compunção, volta-se à paz de Deus e a ser de novo uma boa
testemunha das suas misericórdias.
Tal é, em breve resumo que
mal consegue traduzir em pobres palavras humanas a riqueza da fé, a vida do
cristão, quando se deixa guiar pelo Espírito Santo.
Não posso, portanto,
terminar melhor do que fazendo minha a súplica que se contém num dos hinos
litúrgicos da festa de Pentecostes, que é como um eco da oração incessante da
Igreja inteira: Vem, Espírito Criador, visita as inteligências dos teus, enche
de graça celeste os corações que criaste. Na tua escola, faz-nos conhecer o Pai
e também o Filho; faz, enfim, com que acreditemos eternamente em Ti, Espírito
que procedes de Um e do Outro.
(cont)
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