13/04/2021

NUNC COEPI: Publicações em Abril 13

 

PLANO DE VIDA: (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

Leitura espiritual 

Evangelho

Lc XII, 39-62

 

Agonia de Jesus em Getzemani

39 Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram também com Ele. 40 Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para que não entreis em tentação.» 41 Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente; e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo: 42 «Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.» 43 Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava. 44 Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra. 45 Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir, devido à tristeza. 46 Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.»

Jesus é preso no horto

47 Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar. 48 Jesus disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?» 49 Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à espada?» 50 E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. 51 Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o. 52 Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos: «Vós saístes com espadas e varapaus, como se fôsseis ao encontro de um salteador! 53 Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a vossa hora e o domínio das trevas.»

Pedro nega Jesus três vezes

54 Apoderando-se, então, de Jesus, levaram-no e introduziram-no em casa do Sumo Sacerdote. Pedro seguia de longe. 55 Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se e Pedro sentou-se no meio deles. 56 Ora, uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitando-o, disse: «Este também estava com Ele.» 57 Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.» 58 Pouco depois, disse outro, ao vê-lo: «Tu também és dos tais.» Mas Pedro disse: «Homem, não sou.» 59 Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com certeza este estava com Ele; além disso, é galileu.» 60 Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.» E, no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo. 61 Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-me três vezes.» 62 E, vindo para fora, chorou amargamente.

 

Considerações

 

A Agonia de Jesus no Horto de Getzemani descrita por São Lucas não pode deixar ninguém indiferente de tal forma choca o dramatismo da circunstância.

Parece que Jesus Cristo Se “desmorona” completamente exteriorizando o Seu sofrimento interior de forma tão visível que, talvez por isso mesmo, os três discípulos não o suportam e, esmagados, adormecem.

Não admira, a Última Ceia celebrada pouco antes tinha sido tão densa, tão cheia de coisas novas, o anúncio da traição de Judas o discurso testamentário de Jesus, a instituição da Eucaristia, o Mandamento Novo… enfim, umas duas horas de revelações, exemplos, acções extraordinárias.

Dom Javier Echevarria no seu livro “Getzemani” descreve e contempla com admirável profundidade quanto se passou no Horto.

Detem-se com particular ênfase na intensidade do sofrimento de Cristo naqueles momentos de profunda oração ao Pai.

Lágrimas de sangue revelam o intenso sofrimento que vivia.[1]

Trata-se de um livro para meditar e não apenas para ler. Encerra ilacções importantes sobre o “valor” do sofrimento e da realidade da Paixão de Cristo.

Getzesemani não pode dissociar-se da Paixão da Cruz porque nos dá uma certeza: Jesus Cristo sabia o que O esperava nas horas seguintes e, mesmo assim, com todo o conhecimento do futuro próximo que O aguardava, aceita e submete-Se donde, não podem restar quaisquer dúvidas que aceitou a “Voluntáriamente aceitou a toda a Paixão e a Morte na Cruz.

Deu a Sua Vida porque quis salvar a humanidade convertendo todos em verdadeiros e legítimos Filhos de Deus e Herdeiros da Vida Eterna.

Podemos ter a tentação de pensar que foi “excessiva” esta forma de o levar a cabo, mas, temos de considerar que só o ofendido pode perdoar e o ofensor e o perdão completo e verdadeiro terá de estar de acordo com a gravidade da ofensa.

Ora, concluimos, se o pecado é uma ofensa a Deus, quem mais o poderia perdoar a não ser Ele?

  

CONFISSÃO SACRAMENTAL

Cristo instituiu o sacramento da Penitência oferecendo-nos uma nova possibilidade de nos convertermos e de recuperarmos, depois do Baptismo, a graça da justificação.

“Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores da sua Igreja, antes de mais para aqueles que, depois do Baptismo, caíram em pecado grave e assim perderam a graça baptismal e feriram a comunhão eclesial. É a eles que o sacramento da Penitência oferece uma nova possibilidade de se converterem e de reencontrarem a graça da justificação. Os Padres da Igreja apresentam este sacramento como “a segunda tábua (de salvação), depois do naufrágio que é a perda da graça”.[2]

Foi ao dar o Espírito Santo aos Apóstolos que Cristo ressuscitado lhes transmitiu o Seu próprio poder divino de perdoar os pecados: “Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”» (Jo 20, 22-23).[3]


REFLEXÃO

Da necessidade de reconvenção

O que se entende, exactamente reconvenção?

De forma sintética quererá significar rever o passado, tornar a andar o já andado.

Porque é necessária? Não dizemos que o passado não interessa mas, sim, o presente?

É verdade, mas também é verdade que o presente começou ontem e tem consigo, digamos, a carga, o efeito, a consequência do feito ontem.

Não podemos voltar a fazer o mesmo que já fizemos?

Podemos, claro, repetir corrigindo o que foi mal ou deficientemente feito.

Podemos e devemos principalmente fazer o que deveríamos ter feito e não fizemos.

Lembremos que para Deus não há tempo tal como o consideramos, mas um presente contínuo, permanente.

Portei-me mal? Pois, peço perdão e corrijo portando-me bem.

Talvez que, na reconvenção, preocupados com o ter feito mal ou não ter cumprido a nossa obrigação, nos esqueçamos de aferir algo muito importante: fomos agradecidos? Demos graças a Deus por tudo - absolutamente - quanto Lhe devemos?

Pois aproveitemos este tempo que nos é concedido para o fazer.

 

 



[1] Hematidrose (Também chamado hematohidrose ou hemidrose ou suor de sangue. Do grego haima/haimatos αἷμα, αἵματος, sangue; hidrōs' ἱδρώς sangue) é uma condição muito rara em que um humano sua sangue.

A hematidrose afecta o rosto, as orelhas, o nariz e os olhos, mas na sua  na origem também está um outro fenómeno: as lágrimas de sangue.

Para já a ciência sabe que este fenómeno do corpo humano está associado a momentos de maior pressão, tensão ou stress.

O medo e o stress emocional intenso podem também impulsionar esta condição, pois estes estados emocionais têm um impacto directo nos micro vasos sanguíneos das glândulas sudoríparas, que explodem' e dão origem à saída de sangue, em simultâneo com o suor.

[2] Catecismo, 1446

[3] Catecismo, 976