E
Dezembro vai "andando" numa sequência de dias sempre diferentes,
coisas novas, como fosse a primeira vez que as visse e eu tentando acompanhar o
ritmo.
A
minha atávica tendência é deixar-me ficar confortavelmente instalado na bruma
dos dias que vão passando.
Fazer
um esforço por evoluir parece-me estulticía... estou tão bem assim...
A
realidade é, porém, outra muito diferente, não estou nada bem!
Se
não evolu-o não vivo e, portanto estou morto.
"Técnicamente"
estou vivo porque respiro e o coração vai cumprindo o seu trabalho mas... vivo
a dormir mesmo estando acordado.
O
não participar, como me for real e honestamente possível na vida diária,
equivale a abdicar da minha obrigação mais vinculativa que é viver cada momento
que me seja concedido viver como se fosse o último, aplicando todas as minhas
capacidades nessa tarefa.
O
meu Criador espera que eu viva em plenitude e não que me "arraste"
pelos dias que vou vivendo como que suportando um peso esmagador.
Tenho
muito em conta pensar-me como alguém que se preocupa com os outros, os mais
próximos e os que não o são, ora... para estar em sintonia com este desejo
tenho, efectivamente que viver já que, morto, não lhes serei de qualquer
préstimo.
Mas...
este discorrer leva-me a considerar que serei alguém especial?
Sim...
leva... e afirmo desde já que está certo: sou alguém especial!
Sou
um ser humano criado por Deus à Sua Imagem e Semelhança e é exactamente isso
que me torna "especial", porque único e irrepetível.
Deus
Criador não tem como que um armazém de modelos de seres humanos no qual vai
escolhendo mais ou menos adrede o que Lhe apetece usar.
Não!
Deus
cria continuamente e, se criar significa fazer algo a partir do nada, é
exactamente isso que faz.
De
facto, criar, verdadeiramente... criar, só é possível a Deus, mesmo nós humanos
dotados de inteligências ou dons extraordinários não somos capazes de criar
coisa nenhuma, utilizaremos sempre uns meios, sejam quais forem, para
corporizar uma ideia.
Um
pintor utiliza tintas, telas, pincéis... tudo coisas que já existem portanto,
segundo o conceito acima expresso, não
cria nada.
Deus
Criador não "usa" de nada existente, faz tudo, absolutamente novo!
Quando
releio e medito o que escrevi fico siderado com a enormidade da constatação: Do
nada absoluto o Criador fez este homem que sou!
Que
coisa espantosa... para empregar palavras humanas que são as minhas.
Leio
no Antigo Testamento que Deus «olhou para o tinha feito e achou tudo muito
bom», e posso, portanto, extrapolar que, eu, "sou muito bom".
Esta
conclusão leva-me inevitavelmente a considerar que todos os dias, momentos, têm
de ser vividos de acordo com esse "estatuto" e não como outra coisa
qualquer, abúlico, desinteressado, acomodado.
Tenho
de corresponder e viver de acordo se não... que poderei esperar... talvez...
"afasta-te de Mim, não te conheço"...
Deus
me livre!!!
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