PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
DOMINGO
PLANO DE VIDA; (Coisas muito simples,
curtas, objectivas)
Propósito: Viver a família.
Senhor, que a minha família seja um
espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para
a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e
escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
Lc II, 1-41
Nascimento de
Jesus
1 Por aqueles dias, saiu um
édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. 2 Este
recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. 3
Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. 4 Também José, deixando
a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada
Belém, por ser da casa e linhagem de David, 5 afim de se recensear com Maria,
sua esposa, que se encontrava grávida. 6 E, quando eles ali se encontravam,
completaram-se os dias de ela dar à luz 7 e teve o seu filho primogénito, que
envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na
hospedaria.
Os pastores e o
presépio
8 Na mesma região
encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus
rebanhos durante a noite. 9 Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do
Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. 10 O anjo disse-lhes:
«Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: 11
Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. 12
Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado
numa manjedoura.» 13 Derrepente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército
celeste, louvando a Deus e dizendo: 14 «Glória a Deus nas alturas e paz na
terra aos homens do seu agrado.» 15 Quando os anjos se afastaram deles em
direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que
aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.» 16 Foram
apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. 17
Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito
daquele menino. 18 Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os
pastores. 19 Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no
seu coração. 20 E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo
o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.
Circuncisão e
apresentação no templo
21 Quando se completaram os
oito dias, para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus indicado
pelo anjo antes de ter sido concebido no seio materno. 33 Seu pai e sua mãe
estavam admirados com o que se dizia dele. 34 Simeão abençoou-os e disse a
Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em
Israel e para ser sinal de contradição; 35 uma espada trespassará a tua alma.
Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.» 36 Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da
tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada
sete anos, após o seu tempo de donzela, 37 ficou viúva até aos oitenta e quatro
anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns
e orações. 38 Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar
do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
Jesus em Nazaré
39
Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à
Galileia, à sua cidade de Nazaré. 40 Entretanto, o menino crescia e
robustecia-se, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.
Jesus entre os
doutores
41
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. 42 Quando
Ele chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa. 43
Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem
que os pais o soubessem. 44 Pensando que Ele se encontrava na caravana, fizeram
um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45
Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. 46 Três dias
depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a
fazer-lhes perguntas. 47 Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua
inteligência e as suas respostas. 48 Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe
disse-lhe: «Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos
aflitos à tua procura!» 49 Ele respondeu-lhes: «Porque me procuráveis? Não
sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» 50 Mas eles não compreenderam as
palavras que lhes disse. 51 Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e
era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. 52 E
Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.
Comentário:
Estava próxima a hora de nasceres, Senhor, e
"como não havia lugar na hospedaria..." Tua Mãe santíssima, decerto
preocupada, mas serenamente confiante, levou-Te ainda no seu seio para uma
gruta que servia de estábulo.
E aí
nascesTe Senhor. O meu Deus, o meu Senhor, o meu Salvador!
Como
«não havia lugar na hospedaria...» Porque não haveria lugar? Por a
cidade estar cheia de forasteiros que ali iam recensear-se? Por não
aparentarem, aquela jovem mulher e o seu marido, posses ou posição social?
Sim,
com um simples burrico por transporte, uma pequena trouxa de magros pertences,
não o seriam por certo.
Talvez
fosse por estas duas principais razões, talvez. É um facto que a cidade estaria
cheia de gente. Mas então, Maria e José foram tão imprudentes que não esperaram
uns dias até que Tu nascesses para então fazerem a viagem!? Não procuraram
assegurar estadia em casa de algum parente ou conhecido! Não, não terão feito
nada disto. Provavelmente porque não podiam, as comunicações eram difíceis e,
depois, porque se tratava de duas criaturas de extrema simplicidade. Não era
seu hábito programar a vida, medir os passos, organizar em detalhe as coisas
futuras. Com uma confiança ilimitada na providência de Deus, sabiam perfeitamente
que haverias de nascer quando e onde quisesses, Senhor, e que haverias de
prover todas as necessidades que ocorressem.
Mas
não havia, de facto, lugar na hospedaria? Não seria possível descobrir um
pequeno recanto, uma água-furtada, um esconso onde a jovem mãe pudesse, com
recato e algum conforto, dar à luz o seu Filho !?
Quantas
vezes, Senhor, eu não tive lugar para Ti? Quantas vezes! Sempre cheio de
coisas, de preocupações, ambições, desejos, devaneios, ouvi eu, entendi eu que
eras Tu ali, à porta do meu coração, pedindo um bocadinho, um pequeno espaço,
para poderes nascer! Quantas vezes quiseste nascer dentro de mim e, eu, pobre
de mim, não deixei, não quis! Ah! Senhor, eu sei que não sou digno, mas uma
simples palavra Tua e este pobre coração cheio de mazelas e pecados, ficará
radioso de brancura e Tu poderás, ainda que por momentos, nascer dentro dele. Bate,
Senhor, com força à minha porta, eu abrir-Te-ei e deixar-Te-ei entrar e aqui
farás o teu Presépio. Não desejo outra coisa, Senhor, senão sentir-Te dentro de
mim, irradiando a Tua Paz e o teu calor de amor. Oh! Minha mãe, Maria
Santíssima, descansa aqui um pouco, deixa-me por momentos o teu Filho que eu O
embalarei com o meu amor, a minha dedicação inteira, a minha devoção profunda. Podes
tu, José meu pai e senhor, confiar-me o teu excelente Filho adoptivo, eu
tomarei boa conta dele, embora fique estático e estarrecido por tamanha
ventura e tão grande honra. A minha alma anseia que assim seja.
Não basta desejar "boas festas"
cantar lindos cânticos, escrever textos profundos, compor poesias de fino
recorte. Não basta! É muito bom fazer tudo isto, é o que se espera que façamos:
Cada um à sua maneira assinalar o Nascimento de Cristo. Mas, é verdade, não
basta. Ele pede-nos mais, o nosso coração inteiro debruçado sobre a manjedoura
onde está o Rei e Senhor do universo, a nossa alma mergulhada no denso mistério
do Presépio. Descobriremos, então, o que é fundamental fazer: Transmitir a
todos os homens a verdadeira mensagem que o Menino veio trazer à terra, porque
veio, como veio, para que veio. E, mais, esta "missão" deverá
continuar, não ficando confinada a estes dias festivos mas estar sempre
presente e activa todos os dias que nos for concedido viver. Aprendemos do Anjo de Portugal esta
oração tão singela e, ao mesmo tempo, de extraordinário alcance. Mais… de
actualidade que espanta!
«Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos;
peço-vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam».
As
ofensas a Deus Nosso Senhor só podem ser reparadas com a nossa oração constante
e desagravadas com os sacrifícios que, a exemplo dos Pastorinhos,
voluntariamente façamos e, também, dos oferecimentos quer de obras boas quer
das próprias dificuldades e “tormentas” que nos deparem na vida de todos os dias.
Cabe-nos hoje, a nós
portugueses, ter uma lembrança muito especial para com o Anjo que o Senhor pôs
como Guarda do nosso País. Não esqueçamos que foi enviado aos Pastorinhos de
Fátima para os preparar para o acontecimento maior que estava para acontecer: A
aparição da Santíssima Virgem a Fátima. Os tempos de então seriam talvez muito
mais difíceis para a Igreja que hoje em dia, os governantes assestavam o seu
ódio contra tudo quanto respeitasse a Deus chegando até a afirmar que em dois
ou rês anos o Seu nome estaria banido da terra portuguesa. E veio o Anjo e
ensinou-nos o que fazer: «Meu Deus, eu
creio, adoro, espero e amo-vos; peço-vos perdão pelos que não crêm, não adoram,
não esperam e não Vos amam».
Afirmemo-nos
como cristãos de ‘boa cepa’ e portugueses de boa vontade, rezando e adorando a
Deus e perdoando aos que tanto mal têm feito. Terra de Santos e Santas, País de
Santa Maria nossa Rainha, nós todos, portugueses, temos um dever de gratidão
por quem, como o Santo Anjo de Portugal, vela por nós e, apesar dos pesares,
nos guia e protege e ilumina.
Como seria de esperar, o Salvador da
humanidade teve como berço uma simples manjedoura, porque, o Rei dos Reis nasce
num estábulo. É portanto lógico que os primeiros a saber de tão extraordinário
acontecimento sejam uns simples pastores. Porquê? Porque sendo pessoas simples
recebem e aceitam uma notícia desta magnitude com naturalidade, ao passo que,
outros, talvez mais cultos ou proeminentes na sociedade, começariam por duvidar
e, logo, levantar toda a espécie de dúvidas e questões. Esta singularidade
continuará por toda a vida de Jesus: as pessoas simples seguem-no
devotadamente, os outros… Como eu desejo, Senhor, ter a simplicidade dos
pastores de Belém para Te poder seguir sem duvidar um momento que seja que, Tu,
és o Filho de Deus.
Os Anjos são os Mensageiros de Deus e,
como tal, dão as notícias que os homens têm absoluta necessidade de conhecer e
que não podem ter acesso de outro modo. Mas, além desta missão
extraordinariamente importante são também os mensageiros dos homens,
encarregando-se de levar ao Criador as aspirações, os desejos e necessidades
das criaturas. Criaturas perfeitíssimas estão em condições únicas de,
servindo-nos de guias seguros pelos caminhos certos, apresentarem perante Aquele
cuja Face contemplam constantemente, o que pode servir-nos de melhor ajuda a
conseguirmos o que nos insinuam.
Confiemos
nos nossos Anjos da Guarda como os “defensores” e “intercessores”
representando-nos como bons advogados junto daquele que nos há-de julgar.
Mãe de Deus! O mais extraordinário
título alguma vez dado a uma mulher! E quem é? Uma virgem simples e discreta de
uma não menos discreta e simples de Israel. Será coroada Rainha do Céu, o que
equivale dizer Rainha de todos os Anjos e Santos, de toda a criação! No
entanto, nenhum título tem mais categoria que aquele: Mãe de Deus! Eu te louvo
e exalto, Senhora, e te presto o meu mais humilde e veemente tributo de amor e
carinho.
São os pastores os primeiros seres
humanos a receber a notícia do Nascimento do Salvador. Porquê?
Os
desígnios de Deus são insondáveis e misteriosos mas têm, sempre, um motivo:
ensinar alguma coisa aos homens!
A
nós, ensina-nos que os humildes e simples têm prerrogativas absolutamente
claras sobre os restantes. Estão naturalmente dispostos a aceitar - e
reconhecer - a simplicidade e a pureza onde a encontram.
Pensemos,
por exemplo, que os primeiros a serem avisados fossem os Príncipes dos
Sacerdotes? Aceitariam considerar que aquele Menino deitado numa manjedoura era
o Filho de Deus feito homem? Seguramente estranhariam não se depararem com
a pompa e aparato que, no seu entender, deveriam rodear o Messias há muito
esperado. Os simples verão a Deus e conquistarão o mundo!
«Maria meditava todas estas coisas no
seu coração», não é de admirar, pois acontecimentos tão extraordinários
não foram revelados na mensagem do Anjo.
Sabendo que Aquele que gerara era o
Filho de Deus – o próprio Deus – Maria não se surpreende com a pobreza e
humildade do Nascimento do seu Filho. Tem a certeza que é a Vontade de Deus e,
como seu “Fiat” já tinha expresso, esta era a única coisa que lhe interessava.
Porque as guardava no coração? Porque o
coração de Maria é o cofre mais terno e puro que pode encontrar-se logo, o
melhor local para guardar bem seguros os mistérios da Redenção.
Os pastores de Belém são os primeiros seres humanos a encontrar-se face
a face com o Salvador. Jesus, acabado de nascer indica assim a Sua profunda
ligação a estes homens. Chamar-se-á a Si mesmo o Bom Pastor e aos homens as
Suas ovelhas. Esta ligação tão vincada tem um significado profundo.
As ovelhas não podem viver entregues a si próprias, precisam de alguém
que as conduza às pastagens mais suculentas, as guarde e proteja dos ataques
dos que pretendem fazer-lhes mal. Sob a guarda e guia de Jesus não só encontraremos
o alimento que necessitamos como estaremos a salvo de qualquer ataque.
Não podemos sequer ter uma pálida ideia do que
se passaria no coração de Maria ao ouvir as palavras de Simeão.
O seu coração de Mãe não se confrange nem
angustia por ela própria mas pelo Filho que trouxe ao mundo. Sabe que a «espada
que trespassará a sua alma» será a dor provocada pelo mal que farão ao seu
amado Filho. Estas angústia e dores são no entanto como que submetidas à
superior decisão já tomada: «Fiat mihi secundum verbum tuum!»
Aqui estou eu
na tua igreja da Lapa para assistir à Santa Missa e, hoje dia muito especial
para ti, Mãe; já és “oficialmente” mulher limpa e pura depois da cerimónia no
templo. E, eu que me debato tanto com a minha importância, a minha posição, o
meu estatuto, tenho de entender estas lições de humildade.
Humildade tão
grande que torna imensamente grande quem a pratica. A mãe de Deus! Ali está ela
simplesmente com o Filho nos braços, o Filho de Deus e, no entanto está, como
outra vulgar criança a ser apresentada no templo.
Bem hajas
Senhora, por seres assim e nos dares esta grande lição.
Envolta num
véu de mistério, esta cena da vida de Jesus que São Lucas nos descreve com a
sua bela prosa, descobre, no entanto, algo de muito importante: o desejo de
Deus de que o Seu Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, tenha, em
tudo, um comportamento que o identifique plenamente com os homens do Seu tempo,
cumprindo, em primeiro lugar, com o que a Lei prescrevia. É assim que, Jesus
Cristo, procede não Se resguardando de nada que possa ser considerado diferente
ou fora do comum mesmo que, como agora, esse cumprimento das prescrições da Lei
possa acarretar algum perigo pelas revelações que, como agora, são feitas a Seu
respeito. Mas, também, Se serve destas ocasiões para “instrução” da Sua Mãe
que, com se sabe, «guardava todas estas
coisas no seu coração».
Logo no
início da vida pública – o primeiro acto público é a Apresentação no Templo –
o sofrimento, a espada, está presente!
A Santíssima Virgem ter-se-á apercebido das
palavras do idoso Simeão? Tê-las á levado a sério? Evidentemente, sim!
Ela reconhece em Simeão alguém movido pelo
Espírito Santo que vai ao Templo propositadamente, com uma finalidade que não é
só, poder ver com os seus olhos cansados Aquele que lhe tinha sido revelado,
contemplaria antes de morrer.
Não faz uma pergunta, não manifesta uma surpresa.
Tudo quanto tinha a perguntar resumiu-o numa questão posta ao Arcanjo Gabriel.
Respondida esta, nada mais a inquieta.
A surpresa não tem razão de ser; que maior
surpresa poderia haver para a jovem de Nazaré que ter sido escolhida para Mãe
de Deus?
Maria continua balbuciando no seu íntimo o FIAT,
inicial e, continuará até ao fim, ao Gólgota, a repetir com íntima e filial
devoção: «Fiat mihi secundum verbum tuum!».
Lição de humildade, exemplo de cumprimento da Lei
que é a Vontade de Deus, eis o que a Santíssima Virgem nos quer dizer neste trecho
do Evangelho de São Lucas.
Se Maria se tivesse eximido a tal disposição
legal, o que com inteira propriedade poderia ter feito porque era Imaculada,
teria suscitado entre as pessoas do seu conhecimento, vizinhos, parentes,
etc., estranheza e admiração, talvez, críticas, seguramente perguntas a que
não tinha porque responder. Tal como o seu Filho, uma criança em tudo igual às
outras crianças da sua aldeia, também Maria, não quer sobressair quando o
próprio Filho pretende que a Sua Divindade passe, por enquanto, incógnita.
(AMA, 2018)
REFLEXÃO
Se
queremos guardar a mais bela de todas as virtudes, que é a castidade, temos de
saber que ela é uma rosa que somente floresce entre espinhos; e, por
conseguinte, só a encontraremos, como todas as outras virtudes, numa pessoa
mortificada.
(São
João Maria Vianey, Sermão sobre a
penitência)
SACRAMENTOS
Natureza sacramental da Santíssima Eucaristia
O que é a Eucaristia?
A Eucaristia é o sacramento que torna presente, na
celebração litúrgica da Igreja, a Pessoa de Jesus Cristo (Cristo total: Corpo,
Sangue, Alma e Divindade) e o seu sacrifício redentor, na plenitude do Mistério
Pascal, da sua paixão, morte e ressurreição. Esta presença não é estática ou
passiva (como a de um objecto num lugar), mas activa, porque o Senhor Se torna
presente com o dinamismo do seu amor salvador: na Eucaristia Ele convida-nos a
acolher a salvação que nos oferece e a receber o dom do seu Corpo e do seu
Sangue como alimento de vida eterna, permitindo-nos entrar em comunhão com Ele
– com a sua Pessoa e o seu sacrifício – e em comunhão com todos os membros do
seu Corpo Místico que é a Igreja.
Com efeito, como afirma o Concílio Vaticano II, «O
nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o
Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo
decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja,
sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de
piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se
recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória
futura». (Concílio Vaticano II, Const. Sacrosanctum
Concilium, 47)
SÃO JOSEMARIA – textos
Querer
a todos, compreender, desculpar
O amor às almas, por Deus, faz-nos
querer a todos, compreender, desculpar, perdoar... Devemos ter um amor que
cubra a multidão das deficiências das misérias humanas. Devemos ter uma caridade
maravilhosa, "veritatem facientes in
caritate", defendendo a verdade, sem ferir. (Forja, 559)
Se vos examinardes com valentia na
presença de Deus, vós, tal como eu, sentir-vos-eis diariamente carregados de
muitos erros. Quando lutamos por arrancá-los com a ajuda divina, carecem de
verdadeira importância e podem ser superados, embora pareça que nunca
conseguimos desarraigá-los totalmente. Além disso, independentemente dessas
fraquezas, tu contribuirás para remediar as grandes deficiências dos outros,
sempre que te empenhares em corresponder à graça de Deus. Reconhecendo-te tão
fraco como eles – capaz de todos os erros e de todos os horrores – serás mais
compreensivo, mais delicado e, ao mesmo tempo, mais exigente, para que todos
nos decidamos a amar a Deus com o coração inteiro. Nós, os cristãos, os filhos
de Deus, temos de prestar assistência aos outros, pondo em prática honradamente
o que aqueles hipócritas retorcidamente elogiavam ao Mestre: Não olhas à
condição das pessoas. Isto é, havemos de rejeitar por completo a acepção de
pessoas – interessam-nos todas as almas! – embora, logicamente, devamos começar
por ocupar-nos daquelas que, por esta ou aquela circunstância, e até só por
motivos aparentemente humanos, Deus colocou ao nosso lado. (Amigos de Deus, 162)