01/08/2022

PUBLICAÇÕES NUNC COEPI em Agosto 1

  


PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

DOMINGO

 

PLANO DE VIDA;  (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 


LEITURA ESPIRITUAL

Evangelho

 

Lc II, 1-41

 

Nascimento de Jesus

1 Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. 2 Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. 3 Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. 4 Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, 5 afim de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. 6 E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz 7 e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria.

 

Os pastores e o presépio

8 Na mesma região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. 9 Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. 10 O anjo disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: 11 Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. 12 Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.» 13 Derrepente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo: 14 «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado.» 15 Quando os anjos se afastaram deles em direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.» 16 Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. 17 Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. 18 Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. 19 Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração. 20 E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.

 

Circuncisão e apresentação no templo

21 Quando se completaram os oito dias, para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus indicado pelo anjo antes de ter sido concebido no seio materno. 33 Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele. 34 Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; 35 uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.» 36 Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela, 37 ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações. 38 Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.

 

Jesus em Nazaré

39 Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré. 40 Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.

 

Jesus entre os doutores

41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. 42 Quando Ele chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa. 43 Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem. 44 Pensando que Ele se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45 Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. 46 Três dias depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. 47 Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas. 48 Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe: «Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!» 49 Ele respondeu-lhes: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» 50 Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse. 51 Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. 52 E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.

 

Comentário:

 

Estava próxima a hora de nasceres, Senhor, e "como não havia lugar na hospedaria..." Tua Mãe santíssima, decerto preocupada, mas sere­namente confiante, levou-Te ainda no seu seio para uma gruta que servia de estábulo.

E aí nascesTe Senhor. O meu Deus, o meu Senhor, o meu Salvador!

Como «não havia lugar na hospedaria...» Porque não haveria lugar? Por a cidade estar cheia de forasteiros que ali iam recensear-se? Por não aparentarem, aquela jovem mulher e o seu marido, posses ou posição social?

Sim, com um simples burrico por transporte, uma pequena trouxa de magros pertences, não o seriam por certo.

Talvez fosse por estas duas principais razões, talvez. É um facto que a cidade estaria cheia de gente. Mas então, Maria e José foram tão imprudentes que não esperaram uns dias até que Tu nascesses para então fazerem a viagem!? Não procuraram assegurar estadia em casa de algum parente ou co­nhecido! Não, não terão feito nada disto. Provavelmente porque não podiam, as comunicações eram difíceis e, depois, porque se tratava de duas cria­turas de extrema simplicidade. Não era seu hábito programar a vida, medir os passos, organizar em detalhe as coisas futuras. Com uma confiança ilimitada na providência de Deus, sabiam perfeita­mente que haverias de nascer quando e onde quisesses, Senhor, e que haverias de prover todas as necessidades que ocorressem.

Mas não havia, de facto, lugar na hospedaria? Não seria possível descobrir um pequeno recanto, uma água-furtada, um esconso onde a jovem mãe pudesse, com recato e algum conforto, dar à luz o seu Filho !?

Quantas vezes, Senhor, eu não tive lugar para Ti? Quantas vezes! Sempre cheio de coisas, de preocupações, ambições, desejos, deva­neios, ouvi eu, entendi eu que eras Tu ali, à porta do meu coração, pedindo um bocadinho, um pequeno espaço, para poderes nascer! Quantas vezes quiseste nascer dentro de mim e, eu, pobre de mim, não deixei, não quis! Ah! Senhor, eu sei que não sou digno, mas uma simples palavra Tua e este pobre coração cheio de mazelas e pecados, ficará radioso de bran­cura e Tu poderás, ainda que por momentos, nascer dentro dele. Bate, Senhor, com força à minha porta, eu abrir-Te-ei e deixar-Te-ei entrar e aqui farás o teu Presépio. Não desejo outra coisa, Senhor, senão sentir-Te dentro de mim, irra­diando a Tua Paz e o teu calor de amor. Oh! Minha mãe, Maria Santíssima, descansa aqui um pouco, deixa-me por momentos o teu Filho que eu O embalarei com o meu amor, a minha dedicação inteira, a minha devoção profunda. Podes tu, José meu pai e senhor, confiar-me o teu excelente Filho adoptivo, eu tomarei boa conta dele, embora fique estático e estarre­cido por tamanha ventura e tão grande honra. A minha alma anseia que assim seja.

Não basta desejar "boas festas" cantar lindos cânticos, escrever textos profundos, compor poesias de fino recorte. Não basta! É muito bom fazer tudo isto, é o que se espera que façamos: Cada um à sua maneira assinalar o Nascimento de Cristo. Mas, é verdade, não basta. Ele pede-nos mais, o nosso coração inteiro debruçado sobre a manje­doura onde está o Rei e Senhor do universo, a nossa alma mergulhada no denso mistério do Presépio. Descobriremos, então, o que é fundamental fazer: Transmitir a todos os homens a verdadeira mensagem que o Menino veio trazer à terra, porque veio, como veio, para que veio. E, mais, esta "missão" deverá continuar, não ficando confinada a estes dias festivos mas estar sempre presente e activa todos os dias que nos for concedido viver. Aprendemos do Anjo de Portugal esta oração tão singela e, ao mesmo tempo, de extraordinário alcance. Mais… de actualidade que espanta!

«Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos; peço-vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam».

As ofensas a Deus Nosso Senhor só podem ser reparadas com a nossa oração constante e desagravadas com os sacrifícios que, a exemplo dos Pastorinhos, voluntariamente façamos e, também, dos oferecimentos quer de obras boas quer das próprias dificuldades e “tormentas” que nos deparem na vida de todos os dias. Cabe-nos hoje, a nós portugueses, ter uma lembrança muito especial para com o Anjo que o Senhor pôs como Guarda do nosso País. Não esqueçamos que foi enviado aos Pastorinhos de Fátima para os preparar para o acontecimento maior que estava para acontecer: A aparição da Santíssima Virgem a Fátima. Os tempos de então seriam talvez muito mais difíceis para a Igreja que hoje em dia, os governantes assestavam o seu ódio contra tudo quanto respeitasse a Deus chegando até a afirmar que em dois ou rês anos o Seu nome estaria banido da terra portuguesa. E veio o Anjo e ensinou-nos o que fazer: «Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos; peço-vos perdão pelos que não crêm, não adoram, não esperam e não Vos amam».

Afirmemo-nos como cristãos de ‘boa cepa’ e portugueses de boa von­tade, rezando e adorando a Deus e perdoando aos que tanto mal têm feito. Terra de Santos e Santas, País de Santa Maria nossa Rainha, nós todos, portugueses, temos um dever de gratidão por quem, como o Santo Anjo de Portugal, vela por nós e, apesar dos pesares, nos guia e pro­tege e ilumina.

Como seria de esperar, o Salvador da humanidade teve como berço uma simples manjedoura, porque, o Rei dos Reis nasce num estábulo. É portanto lógico que os primeiros a saber de tão extraordinário acon­tecimento sejam uns simples pastores. Porquê? Porque sendo pessoas simples recebem e aceitam uma notícia desta magnitude com natura­lidade, ao passo que, outros, talvez mais cultos ou proeminentes na sociedade, começariam por duvidar e, logo, levantar toda a espécie de dúvidas e questões. Esta singularidade continuará por toda a vida de Jesus: as pessoas simples seguem-no devotadamente, os outros… Como eu desejo, Senhor, ter a simplicidade dos pastores de Belém para Te poder seguir sem duvidar um momento que seja que, Tu, és o Filho de Deus.

Os Anjos são os Mensageiros de Deus e, como tal, dão as notícias que os homens têm absoluta necessidade de conhecer e que não podem ter acesso de outro modo. Mas, além desta missão extraordinariamente importante são também os mensageiros dos homens, encarregando-se de levar ao Criador as aspirações, os desejos e necessidades das criaturas. Criaturas perfeitíssimas estão em condições únicas de, servindo-nos de guias seguros pelos caminhos certos, apresentarem perante Aquele cuja Face contemplam constantemente, o que pode servir-nos de me­lhor ajuda a conseguirmos o que nos insinuam.

Confiemos nos nossos Anjos da Guarda como os “defensores” e “inter­cessores” representando-nos como bons advogados junto daquele que nos há-de julgar.

Mãe de Deus! O mais extraordinário título alguma vez dado a uma mulher! E quem é? Uma virgem simples e discreta de uma não menos discreta e simples de Israel. Será coroada Rainha do Céu, o que equivale dizer Rainha de todos os Anjos e Santos, de toda a criação! No entanto, nenhum título tem mais categoria que aquele: Mãe de Deus! Eu te louvo e exalto, Senhora, e te presto o meu mais humilde e vee­mente tributo de amor e carinho.

São os pastores os primeiros seres humanos a receber a notícia do Nascimento do Salvador. Porquê?

Os desígnios de Deus são insondáveis e misteriosos mas têm, sempre, um motivo: ensinar alguma coisa aos homens!

A nós, ensina-nos que os humildes e simples têm prerrogati­vas absolutamente claras sobre os restantes. Estão naturalmente dis­postos a aceitar - e reconhecer - a simplicidade e a pureza onde a encontram.

Pensemos, por exemplo, que os primeiros a serem avisados fossem os Príncipes dos Sacerdotes? Aceitariam considerar que aquele Menino deitado numa manjedoura era o Filho de Deus feito homem? Seguramente estranhariam não se depararem com a pompa e aparato que, no seu entender, deveriam rodear o Messias há muito esperado. Os simples verão a Deus e conquistarão o mundo!

«Maria meditava todas estas coisas no seu coração», não é de admi­rar, pois acontecimentos tão extraordinários não foram revelados na men­sagem do Anjo.

Sabendo que Aquele que gerara era o Filho de Deus – o próprio Deus – Maria não se surpreende com a pobreza e humildade do Nascimento do seu Filho. Tem a certeza que é a Vontade de Deus e, como seu “Fiat” já tinha expresso, esta era a única coisa que lhe interessava.

Porque as guardava no coração? Porque o coração de Ma­ria é o cofre mais terno e puro que pode en­contrar-se logo, o melhor local para guardar bem seguros os mistérios da Redenção.

Os pastores de Belém são os primeiros seres humanos a encontrar-se face a face com o Salvador. Jesus, acabado de nascer indica assim a Sua profunda ligação a estes homens. Chamar-se-á a Si mesmo o Bom Pastor e aos homens as Suas ovelhas. Esta ligação tão vincada tem um significado profundo.

As ovelhas não podem viver entregues a si próprias, precisam de al­guém que as conduza às pastagens mais suculentas, as guarde e pro­teja dos ataques dos que pretendem fazer-lhes mal. Sob a guarda e guia de Jesus não só encontraremos o alimento que necessitamos como estaremos a salvo de qualquer ataque.

 

Não podemos sequer ter uma pálida ideia do que se passaria no cora­ção de Maria ao ouvir as palavras de Simeão.

O seu coração de Mãe não se confrange nem angustia por ela própria mas pelo Filho que trouxe ao mundo. Sabe que a «espada que trespassará a sua alma» será a dor provocada pelo mal que farão ao seu amado Filho. Estas angústia e dores são no entanto como que submetidas à superior decisão já tomada: «Fiat mihi secundum verbum tuum

Aqui estou eu na tua igreja da Lapa para assistir à Santa Missa e, hoje dia muito especial para ti, Mãe; já és “oficialmente” mulher limpa e pura depois da cerimónia no templo. E, eu que me debato tanto com a minha importância, a minha posição, o meu estatuto, tenho de entender estas lições de humildade.

Humildade tão grande que torna imensamente grande quem a pratica. A mãe de Deus! Ali está ela simplesmente com o Filho nos braços, o Filho de Deus e, no entanto está, como outra vulgar criança a ser apresentada no tem­plo.

Bem hajas Senhora, por seres assim e nos dares esta grande lição.

Envolta num véu de mistério, esta cena da vida de Jesus que São Lucas nos descreve com a sua bela prosa, descobre, no entanto, algo de muito importante: o desejo de Deus de que o Seu Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, tenha, em tudo, um comportamento que o identifique plenamente com os homens do Seu tempo, cum­prindo, em primeiro lugar, com o que a Lei prescrevia. É assim que, Jesus Cristo, procede não Se resguardando de nada que possa ser considerado diferente ou fora do comum mesmo que, como agora, esse cumprimento das prescrições da Lei possa acarretar algum perigo pelas revelações que, como agora, são feitas a Seu respeito. Mas, também, Se serve destas ocasiões para “instrução” da Sua Mãe que, com se sabe, «guardava todas estas coisas no seu coração».

Logo no início da vida pública – o primeiro acto público é a Apresenta­ção no Templo – o sofrimento, a espada, está presente!

A Santíssima Virgem ter-se-á apercebido das palavras do idoso Si­meão? Tê-las á levado a sério? Evidentemente, sim!

Ela reconhece em Simeão alguém movido pelo Espírito Santo que vai ao Templo propositadamente, com uma finalidade que não é só, poder ver com os seus olhos cansados Aquele que lhe tinha sido revelado, contemplaria antes de morrer.

Não faz uma pergunta, não manifesta uma surpresa. Tudo quanto tinha a perguntar resumiu-o numa questão posta ao Ar­canjo Gabriel. Respondida esta, nada mais a inquieta.

A surpresa não tem razão de ser; que maior surpresa poderia haver para a jovem de Nazaré que ter sido escolhida para Mãe de Deus?

Maria continua balbuciando no seu íntimo o FIAT, inicial e, continuará até ao fim, ao Gólgota, a repetir com íntima e filial devoção: «Fiat mihi secundum verbum tuum!».

Lição de humildade, exemplo de cumprimento da Lei que é a Vontade de Deus, eis o que a Santíssima Virgem nos quer dizer neste trecho do Evangelho de São Lucas.

Se Maria se tivesse eximido a tal disposição legal, o que com inteira propriedade poderia ter feito porque era Imaculada, teria suscitado en­tre as pessoas do seu conhecimento, vizinhos, parentes, etc., estra­nheza e admiração, talvez, críticas, seguramente perguntas a que não tinha porque responder. Tal como o seu Filho, uma criança em tudo igual às outras crianças da sua aldeia, também Maria, não quer sobressair quando o próprio Filho pretende que a Sua Divindade passe, por enquanto, incógnita.

(AMA, 2018)

 


REFLEXÃO

 

Se queremos guardar a mais bela de todas as virtudes, que é a castidade, temos de saber que ela é uma rosa que somente floresce entre espinhos; e, por conseguinte, só a encontraremos, como todas as outras virtudes, numa pessoa mortificada.

 

(São João Maria Vianey, Sermão sobre a penitência)

 


SACRAMENTOS

 

Natureza sacramental da Santíssima Eucaristia 

O que é a Eucaristia?

A Eucaristia é o sacramento que torna presente, na celebração litúrgica da Igreja, a Pessoa de Jesus Cristo (Cristo total: Corpo, Sangue, Alma e Divindade) e o seu sacrifício redentor, na plenitude do Mistério Pascal, da sua paixão, morte e ressurreição. Esta presença não é estática ou passiva (como a de um objecto num lugar), mas activa, porque o Senhor Se torna presente com o dinamismo do seu amor salvador: na Eucaristia Ele convida-nos a acolher a salvação que nos oferece e a receber o dom do seu Corpo e do seu Sangue como alimento de vida eterna, permitindo-nos entrar em comunhão com Ele – com a sua Pessoa e o seu sacrifício – e em comunhão com todos os membros do seu Corpo Místico que é a Igreja.

Com efeito, como afirma o Concílio Vaticano II, «O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura». (Concílio Vaticano II, Const. Sacrosanctum Concilium, 47)


 

SÃO JOSEMARIA textos

 

Querer a todos, compreender, desculpar

O amor às almas, por Deus, faz-nos querer a todos, compreender, desculpar, perdoar... Devemos ter um amor que cubra a multidão das deficiências das misérias humanas. Devemos ter uma caridade maravilhosa, "veritatem facientes in caritate", defendendo a verdade, sem ferir. (Forja, 559)

Se vos examinardes com valentia na presença de Deus, vós, tal como eu, sentir-vos-eis diariamente carregados de muitos erros. Quando lutamos por arrancá-los com a ajuda divina, carecem de verdadeira importância e podem ser superados, embora pareça que nunca conseguimos desarraigá-los totalmente. Além disso, independentemente dessas fraquezas, tu contribuirás para remediar as grandes deficiências dos outros, sempre que te empenhares em corresponder à graça de Deus. Reconhecendo-te tão fraco como eles – capaz de todos os erros e de todos os horrores – serás mais compreensivo, mais delicado e, ao mesmo tempo, mais exigente, para que todos nos decidamos a amar a Deus com o coração inteiro. Nós, os cristãos, os filhos de Deus, temos de prestar assistência aos outros, pondo em prática honradamente o que aqueles hipócritas retorcidamente elogiavam ao Mestre: Não olhas à condição das pessoas. Isto é, havemos de rejeitar por completo a acepção de pessoas – interessam-nos todas as almas! – embora, logicamente, devamos começar por ocupar-nos daquelas que, por esta ou aquela circunstância, e até só por motivos aparentemente humanos, Deus colocou ao nosso lado. (Amigos de Deus, 162)