09/05/2011

Diálogos apostólicos

Diálogos



Sim, por isso se diz que Ele é o Senhor da vida!

Com toda a propriedade, de resto, que tal afirmação implica: 


Se é o Senhor, é o Dono e, se o é, somos coisa Sua independentemente da nossa vontade.



ama , 2011.05.09

TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Servidores de todos os homens” 


Quando se vive deveras a caridade, não sobra tempo para procurar-se a si próprio; não há espaço para a soberba; só nos ocorrerão ocasiões de servir! (Forja, 683)

Pensai nas características dum jumento, agora que vão ficando tão poucos. Não falo dum burro velho e teimoso, rancoroso, que se vinga com um coice traiçoeiro, mas dum burriquito jovem, com as orelhas tesas como antenas, austero na comida, duro no trabalho, com o trote decidido e alegre. Há centenas de animais mais formosos, mais hábeis e mais cruéis. Mas Cristo preferiu este para se apresentar como rei diante do povo que O aclamava, porque Jesus não sabe que fazer da astúcia calculadora, da crueldade dos corações frios, da formosura vistosa mas vã. Nosso Senhor ama a alegria dum coração moço, o passo simples, a voz sem falsete, os olhos limpos, o ouvido atento à sua palavra de carinho. E é assim que reina na alma.

Se deixarmos que Cristo reine na nossa alma, não nos tornaremos dominadores; seremos servidores de todos os homens. Serviço. Como gosto desta palavra! Servir o meu Rei e, por Ele, todos os que foram redimidos com o seu sangue.
(Cristo que passa, nn. 181–1


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Educação, Fé e Ciência - A usura

Caminho e Luz
A usura e o juro convivem juntos numa certa indefinição moral que pode precisar de uma aclaração do magistério. Ou talvez não. 
Para alguns tal aclaração seria um exagero desnecessário. 


A cobrança de juros hoje é uma prática comercial comum perfeitamente lícita. Além do mais, dada a constante inflação e perda de valor que o dinheiro fiduciário sofre nas mãos do Estado, seria impensável o empréstimo sem juros. 


A Igreja não necessita aclarar o que é evidente. Mas, para outros, o dinheiro continua sem criar dinheiro. Continuam pesando as condenações dos papas e dos concílios, e ainda que hoje o Magistério tolere a cobrança de juros pela dureza do nosso coração, no princípio as coisas não eram assim. 


Um leitor num artigo anterior opinava num comentário bem argumentado: “Todo o juro é usurário porque o que se trata de remunerar é o uso que se faz do dinheiro emprestado. Outra coisa é que, as legislações vigentes só apliquem o termo [usura] a tipos muito elevados”. 


O tema, claramente, não é pacífico e talvez que seja necessário um esclarecimento do magistério.


apolinar, ReligionenLibertad, trad ama, 2011.05.09

Sentimentos de Maio

May Feelings III



Sobre a família 46

A missão educativa da família

A própria etimologia do termo sublinha a necessidade que o ser humano tem de educação como parte essencial do seu aperfeiçoamento. Educar vem do latim “ducere”, que significa “guiar”. O homem necessita de ser guiado por outros para aperfeiçoar as suas faculdades. Provém também de “educere”, que significa “extrair”. Precisamente, o que é próprio da educação é “extrair o melhor eu” de cada um, desenvolver todas as capacidades da pessoa. As duas facetas – guiar e desenvolver – constituem, de algum modo, o fundamento da tarefa educativa.
OS PAIS, PRIMEIROS E PRINCIPAIS EDUCADORES

Não é muito difícil entender que – como tantas vezes afirmou o Magistério da Igreja – «os pais são os primeiros e principais educadores dos seus filhos» [i]. É um direito-dever que tem a sua raiz na lei natural e, por isso, todos compreendem, embora nalgum caso apenas de uma maneira intuitiva, que existe uma continuidade necessária entre a transmissão da vida humana e a responsabilidade educativa.

m. díez
© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet


[i] Catecismo da Igreja Católica, n. 1653.

Uma casa no caminho


Observando

O pequeno Ricardo não aguentou o cheiro bom do pão e falou:
– Pai, estou com fome!
O pai, Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência.


– Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu estou com muita fome!



Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente.

Ao entrar, dirige-se a um homem no balcão:
– Meu senhor, estou com meu filho de apenas seis anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois, sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome do Senhor me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!


Amaro, o dono da padaria, estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame seu filho.

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida com arroz, feijão, bife e ovo.
Para o pequeno Ricardo era um sonho, comer após tantas horas na rua. Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e de seus outros dois pequenos filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá. Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada.
A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e a lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de dois anos de desemprego, humilhações e necessidades.


Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

– Ó Maria! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo, está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?


Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer.

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho.
Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas.
Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório.
Agenor conta então que há mais de dois anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos biscates aqui e acolá, mas, que há mais de dois meses não recebia nada.
Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos quinze dias.
Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho.
Ao chegar em casa com toda aquela “fartura”, Agenor é um novo homem, sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso. Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta era toda uma esperança de dias melhores.
No dia seguinte, às cinco da manhã, Agenor estava na porta da padaria, ansioso para iniciar seu novo trabalho. Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando. Tinham a mesma idade, trinta e dois anos, e histórias diferentes, mas, algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa.
E, ele não se enganou, durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres.
Certo dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar.
Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trémula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta.
Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula e Vamos encontrar agora o doutor Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu primeiro cliente, e depois outro, e mais outro...
Ao meio-dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o “antigo funcionário” tão elegante em seu primeiro terno.
Mais dez anos se passam, e agora o doutor Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço. Mais de duzentas refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista.
Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um. Contam que aos oitenta e dois anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que na mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido.
O filho Ricardo mandou gravar na frente da “Casa do Caminho”, que seu pai fundou com tanto carinho, os seguintes dizeres:
“Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar.”
“Nenhuma actividade no bem é insignificante. As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes e o bem que praticares em algum lugar é teu advogado em toda parte.”
Wiki Repórter Marrash Dilek, Rio de Janeiro – RJ Agrad. ALS

Evangelho do dia e comentário

Páscoa - III Semana


Evangelho: Jo 6, 22-29

22 No dia seguinte, a multidão, que tinha ficado do outro lado do mar, advertiu que não havia ali mais que uma barca e que Jesus não tinha entrado nela com os Seus discípulos, mas que os Seus discípulos tinham partido sós. 23 Entretanto, arribaram de Tiberíades outras barcas perto do lugar onde haviam comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. 24 Tendo, pois, a multidão visto que lá não estava nem Jesus nem os Seus discípulos, entrou naquelas barcas e foi a Cafarnaum em busca de Jesus. 25 Tendo-O encontrado do outro lado do mar, disseram-lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?». 26 Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Vós buscais-Me não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. 27 Trabalhai não pela comida que perece, mas pela que dura até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Porque n'Ele imprimiu Deus Pai o Seu selo». 28 Eles, então, disseram-Lhe: «Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?». 29 Jesus respondeu: «A obra de Deus é esta: Que acrediteis n'Aquele que Ele enviou».

Meditação:

Nunca Te procurei que não Te tivesse encontrado!

Constato esta realidade com enorme alegria.
De facto, as vezes que Te perdi de vista não foi porque Te escondesses de mim, mas eu, que me afastei de Ti ou pus entre nós um obstáculo qualquer que me impedia ver-te.
Removido esse obstáculo, que as minhas fraquezas e misérias constroem, Tu estás ali, como sempre, à minha espera, amigo, irmão, acolhedor, com o coração disposto a perdoar, as mãos prontas a abençoar.

E, eu, mais não digo que:

Graças, Senhor! Graças Senhor!

(ama, meditação sobre Jo 6, 22-29, 2010.04.19)