07/12/2021

Publicações em Dezembro 7

 


Na sua pregação, Jesus Cristo repete muitas vezes, de forma seme­lhante, esta frase: «Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça».

É um aviso sério a ter muito em conta por todos os homens, sobretudo pelos cristãos.

A Palavra que ouvimos é Palavra de vida eterna, tem a ver com a nossa salvação, por isso é de suma importância entender o que ouvimos, mas, principalmente, ouvir de forma a pôr em prática o que nos é dito.

Se não… seremos uns sujeitos passivos, desatentos e a quem tanto faz ou pouco importa o que lhe é dito.

Será uma pena e um desperdício com resultados nefastos e, talvez, decisivos para a nossa própria felicidade.

O que tenho, na verdade, não é meu, não me pertence, foi-me em­prestado para fazer render e passar a outros.

Na medida em que o fizer – e tenho de o fazer como obrigação cristã – ser-me-á acrescentado e, não obstante dar, passarei a ter mais.

É, de facto, um mistério mas, para mim, é claro como água porque foi o próprio Jesus quem o disse.

Ajuda-me, Senhor, a partilhar a luz que de Ti recebo para que outros também possam ver  como Tu queres que vejam.

‘Quem dá aos pobres empresta a Deus!’ ouvia o meu Pai dizer com frequência.

Mais que uma frase bonita, ela transmite uma realidade já que foi o próprio Jesus Cristo Quem garantiu que nem um simples copo com água dado por amor ao próximo ficará sem recompensa.

Assim é que o Senhor devolve com altíssimos juros aquilo que Lhe emprestamos nas pessoas que nos pedem assistência.

É, pois, um excelente negócio a ter muito em conta.

O Reino de Deus não é algo que se instala no espírito do homem de um momento para o outro.

Começa no nosso Baptismo em que por obra e Graça do Espírito Santo somos convertidos em Filhos de Deus e, depois, ao longo da nossa vida deverá ir crescendo através da prática das boas obras, da frequência dos Sacramentos, principalmente com a recepção da Sagrada Comu­nhão Eucarística.

Este é o campo, a semente onde devemos “trabalhar” com afinco, pe­dindo que a Graça de Deus nos robusteça a Fé, a Esperança e a Cari­dade que enformarão todo o nosso ser humano.

Damo-nos conta da extraordinária Graça que nos é concedida: saber-mos de “fonte segura” o que é o Reino de Deus?

Passaram centenas e centenas de anos em que uma incomensurável multidão de seres humanos não sabia exactamente o que era e em enorme maioria nem sequer suspeitava da sua existência.

Foram esses homens um pouco “desconfiados” e de escassa cultura que nos transmitiram esse conhecimento tal como o ouviram repetidas vezes dos lábios de Cristo.

Como devemos agradecer, venerar e exaltar esses Discípulos e Após­tolos a quem tanto devemos!

O Reino de Deus existe quer o homem queira ou não, deseje ou não fazer parte dele.

O Senhor explica abundantemente e com paciência amorosa o que é esse Reino e as vantagens – reais – de participar no seu anúncio a todos os homens sem distinção ou acepção.

Os trabalhadores do Reino, que devemos ser todos os cristãos, têm uma garantia de “sucesso” que é dada pelo próprio Rei: mesmo que a sua acção seja como um grão de mostarda, aparentemente insignifi­cante, o resultado ultrapassa tudo o que possamos imaginar.

Grandes e pequenas sementeiras, todas darão frutos porque é O Se­nhor Quem os faz surgir para os santificar e distribuir por todos.

Um grão de mostarda!

Tal é o Reino de Deus!

Esse mesmo Reino que Cristo veio instaurar na missão a que entregou a própria Vida.

Como Deus é simples!

Nós, homens, temos esta tendência para O considerar Grande e Pode­roso e, consequentemente, complicado.

Mas não é.

Não há nada nem ninguém mais simples que Deus porque sendo Uno tem de ser simples, só o múltiplo é complicado e, por vezes, difícil de entender.

A Deus Nosso Senhor entendemo-lo perfeitamente desde que, verda­deiramente, escutemos o que nos diz.

Como se pode ver, o Reino de Deus que Jesus Cristo veio anunciar e trazer à terra só existirá com o concurso do trabalho do homem.

Não podemos ficar inertes à espera que tudo aconteça como uma dá­diva de Deus.

Esta dádiva – aquilo que Deus assegura no Seu Reino – serão os frutos que o nosso trabalho, bem feito, com perseverança e persistência dará e que Ele distribuirá conforme Lhe aprouver.

No fim e ao cabo é exercermos a nossa vocação pessoal – seja qual for – com os olhos postos no Senhor a Quem queremos oferecer o nosso trabalho e dedicar o nosso empenho.

Ora, para que tal possa ser aceite tem de ser algo em que nos empe­nhámos a sério, pondo todas as nossas capacidades e talentos naquilo que fazemos seja semear, estudar, ensinar, construir… o quer que seja a nossa profissão, o nosso trabalho.

Assim, seremos, de facto e pleno direito, súbditos deste Reino que nos foi dado pelo próprio Rei com a Sua imolação na Cruz.

Que extraordinário!

Este Rei, Criador e Senhor de todas as coisas, quer que O “ajudemos” na construção do Seu Reino!

Sem mérito algum da nossa parte concede-nos essa dignidade espan­tosa: construtores do Reino de Deus!

É admirável a confiança que o Senhor tem em nós, pobres criaturas cheios de fraquezas e misérias, para levar a cabo tão portentosa tarefa.

Não desperdicemos a oportunidade, não desiludamos Quem nos con­vida.

A paga será proporcional à tarefa:

Incomensurável.

Dia após dia, passo a passo, assim é, deve ser, o trabalho de aposto­lado com perseverança e confiança.

Perseverança em não esmorecer no trabalho, mesmo que os frutos tardem em surgir ou, até, não os vejamos nunca.

Alguém os colherá quando for o tempo certo.

A missão do apóstolo não é colher, mas sim semear, não em seu nome mas em nome de Deus.

Confiança porque, o Senhor, não deixa nunca que o trabalho de apos­tolado seja em vão. Ele, que sabe mais, decidirá quando e como os frutos hão-de aparecer e, também, não deixará sem prémio, o trabalho efectuado em Seu Nome.

Somos, de facto, imensamente mais afortunados que os discípulos que seguiam Jesus!

Esta afirmação que faço sem hesitar vem-me da constatação de que, a mim, não é preciso que o Senhor me explique as parábolas com que Se refere ao Seu Reino.

Aqueles se encarregaram de, ao longo dos tempos, as irem explicando e comentando de modo que, o que hoje nos chega é tão abundante e rico que só quem não quiser realmente entender é que terá alguma dúvida.

Mas, eles, foram os primeiros e enfrentavam uma “novidade”, algo tão “revolucionário”, grandioso e, ao mesmo tempo, simples que não eram capazes por si sós de entender completamente o significado.

A catequese de Jesus Cristo, chega-nos até aos dias de hoje através da Sua Igreja e do Magistério desta que, constantemente, propõe aos seus filhos, abundantes meios de formação e enriquecimento espiri­tual.

Mal de nós se não os aproveitarmos!

 

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