29/01/2020

NUNC COEPI Nota de AMA

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NUNC COEPI



A dor de corrigir


Esconde-se uma grande comodidade – e às vezes uma grande falta de responsabilidade – naqueles que, constituídos em autoridade, fogem da dor de corrigir, com a desculpa de evitar o sofrimento alheio. Talvez poupem desgostos nesta vida..., mas põem em jogo a felicidade eterna – a deles e a dos outros – pelas suas omissões que são verdadeiros pecados. (Forja, 577)

O santo, para a vida de muitos, é "incómodo". Mas isto não significa que tenha de ser insuportável.

O seu zelo nunca deve ser amargo; a sua correcção nunca deve ferir; o seu exemplo nunca deve ser uma bofetada moral, arrogante, na cara do próximo. (Forja, 578)


Portanto, quando nos apercebemos de que na nossa vida ou na dos outros alguma coisa corre mal, alguma coisa precisa do auxílio espiritual e humano, que nós, filhos de Deus, podemos e devemos prestar, uma clara manifestação de prudência consistirá em dar-lhe remédio oportuno, a fundo, com caridade e com fortaleza, com sinceridade. Não valem as inibições. É errado pensar que com omissões ou adiamentos se resolvem os problemas.

Sempre que a situação o requeira, a prudência exige que se aplique o remédio totalmente e sem paliativos, depois de pôr a chaga a descoberto. Ao notar os menores sintomas do mal, sede simples, verazes, quer sejais vós a curar os outros, quer sejais vós a receber essa assistência. Nesses casos, deve-se permitir à pessoa que está em condições de curar em nome de Deus que aperte de longe a zona infectada e depois de mais perto, até sair todo o pus, de modo que o foco da infecção acabe por ficar bem limpo. Em primeiro lugar, temos que proceder assim connosco mesmos e com quem, por motivos de justiça ou caridade, temos obrigação de ajudar. Rezo nesse sentido especialmente pelos pais e por quem se dedica a tarefas de formação e de ensino. (Amigos de Deus, 157)




THALITA KUM 85


THALITA KUM 85 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Porque era uma fé total, completa, sem dúvidas ou desvios.

Peçamos muito ao Senhor que aumente a nossa fé, que a vivifique e fortaleça porque, fracos como somos, sem a Sua ajuda preciosa, pouca fé teremos.

A Nossa Mãe do Céu é a melhor medianeira para solicitarmos esta fé simples e confiante.
Devemos pedir-lhe que interceda por nós junto do Seu amabilíssimo Filho para que Ele nos torne homens de fé rija, forte, total. Débeis como somos, precisamos do alimento extraordinário que é a Sagrada Eucaristia.

«Eu sou o pão da vida: aquele que vem a Mim nunca terá fome» [1], são as palavras do Mestre.

Com que empenhamento devemos procurar comungar com frequência, todos os dias se possível!
Jesus que nos conhece, sabe das nossas faltas e perdoa-nos os nossos pecados veniais quando O recebemos com o coração contrito.

A Comunhão é verdadeiro alimento que, não só revigora o espírito, como ajuda a vencermos as nossas debilidades e a reforçar as nossas defesas contra o demónio.

Santa Catarina de Sena comparava a Comunhão à luz de várias velas.  
 
Assim, a Comunhão frequente, constituirá para nós reserva de luz interior, que nos mantém despertos para o bem e se espalha à nossa volta, iluminando outros».


AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] Jo 6, 35.

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Mc 4, 1-20

1 De novo começou a ensinar à beira-mar. Uma enorme multidão vem agrupar-se junto dele e, por isso, sobe para um barco e senta-se nele, no mar, ficando a multidão em terra, junto ao mar. 2 Ensinava-lhes muitas coisas em parábolas e dizia nos seus ensinamentos: 3 «Escutai: o semeador saiu a semear. 4 Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho e vieram as aves e comeram-na. 5 Outra caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra e logo brotou, por não ter profundidade de terra; 6 mas, quando o sol se ergueu, foi queimada e, por não ter raiz, secou. 7 Outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, sufocaram-na, e não deu fruto. 8 Outra caiu em terra boa e, crescendo e vicejando, deu fruto e produziu a trinta, a sessenta e a cem por um.» 9 E dizia: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça.» 10 Ao ficar só, os que o rodeavam, juntamente com os Doze, perguntaram-lhe o sentido da parábola. 11 Respondeu: «A vós é dado conhecer o mistério do Reino de Deus; mas, aos que estão de fora, tudo se lhes propõe em parábolas, 12 para que ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam, não vão eles converter-se e ser perdoados.» 13 E acrescentou: «Não compreendeis esta parábola? Como compreendereis então todas as outras parábolas? 14 O semeador semeia a palavra. 15 Os que estão ao longo do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; e, mal a ouvem, chega Satanás e tira a palavra semeada neles. 16 Do mesmo modo, os que recebem a semente em terreno pedregoso, são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria, 17 mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes e, quando surge a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, logo desfalecem. 18 Outros há que recebem a semente entre espinhos; esses ouvem a palavra, 19 mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e as restantes ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica infrutífera. 20 Aqueles que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, a recebem, dão fruto e produzem a trinta, a sessenta e a cem por um.»


Comentário:

Como comentar este trecho do Evangelho?

Com as minhas pobres palavras humanas?

Não!

Deixo o comentário mais completo, esclarecedor e definitivo que é aquele que o próprio Senhor faz, na explicação da parábola.

(AMA, comentário sobre Mc 4, 1-20, 02.10.2017)


Leitura espiritual


Cartas Católicas

1ª Carta de João

O Novo Testamento inclui três Cartas atribuídas a João. A 1.ª sempre foi aceite como escrito inspirado; as dúvidas de autenticidade incidem na 2.ª e na 3.ª, certamente por serem menos conhecidas e utilizadas, dado o seu menor interesse e importância. No entanto, já aparecem no Cânon de Muratori (pelo ano 180).

AUTOR

Deve ser o mesmo do IV Evangelho, atendendo às enormes semelhanças de vocabulário, estilo, ideias e doutrina. As Cartas não aparecem assinadas, como as restantes do NT; apenas a 2.ª e a 3.ª se dizem ser do Ancião (Presbítero), sem declarar o seu nome. Toda a tradição as atribuiu ao Apóstolo João. O título de «o Ancião» não constitui uma dificuldade para a autoria apostólica dos escritos, pois o artigo “o” deixa ver que não se trata de um ancião qualquer, mas de «o Ancião» por excelência, dotado de grande autoridade, quando o Apóstolo já teria uma idade muito avançada. Pedro também assim se autodesigna em 1 Pe 5,1.

Se é certo que na 1.ª DE JOÃO o autor faz parte de um “nós”, também é certo que não fica diluído nesse colectivo, pois sobressai acima da sua comunidade como alguém que teve um contacto pessoal e directo com o próprio Jesus: «O que ouvimos, o que vimos... e as nossas mãos tocaram…» (1 Jo 1,1-4).

COMPOSIÇÃO

A crítica levantou objecções contra a unidade da 1.ª Carta, partindo de que se misturam nela dois estilos um polémico, outro homilético e também posições contrárias quanto à pecabilidade dos cristãos: não podem pecar (3,6.9; 5,18); podem pecar (1,8-2,1; 3,3; 5,16-17). Mas esta contradição parece ser apenas aparente: deve-se ao estilo semita do autor, que gosta de afirmações absolutas e contundentes, sem se preocupar com os matizes; assim, o cristão «não pode pecar» (3,9), corresponde a o cristão “não deve pecar”.

Alguns autores consideram que, assim como no IV Evangelho pode ter havido uma redacção sucessiva com a intervenção de um redactor final, discípulo e continuador fiel do Apóstolo, o mesmo poderia ter acontecido também com esta Carta. Com efeito, o “nós” coaduna-se bem com o grupo de colaboradores e chefes da comunidade dirigida pelo Discípulo Amado.

Um caso à parte foi o do chamado “Comma ioanneum” (o acrescento a 1 Jo 5,7: «No Céu: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três são um só.

E são três a dar testemunho na terra»), que motivou tanta discussão inútil. Hoje não há dúvidas de que não é autêntico, por se tratar de uma glosa tardia, posterior à própria Vulgata.

DESTINATÁRIOS, FINALIDADE E DATA

Cada uma das Cartas tem as suas características próprias:

1.ª Carta não tem endereço e não parece ser dirigida apenas a uma comunidade, mas provavelmente ao conjunto das igrejas que estavam ligadas ao Apóstolo João. A tradição diz que ele passou os seus últimos tempos em Éfeso; os destinatários seriam provavelmente as comunidades cristãs da Ásia Proconsular, sobretudo aquelas a quem se endereçam as Cartas do início do Apocalipse.

DIVISÃO E CONTEÚDO

1 Jo pode estruturar-se do modo seguinte:

Prólogo: 1,1-4;
I. Caminhar na Luz: 1,5-2,29;
II. Viver como filhos de Deus: 3,1-24;
III. A fé e o amor: 4,1-5,12;
Conclusão: 5,13-21.

A Carta não foi escrita apenas para reavivar a fé em Cristo e o amor aos irmãos; parece ser, antes de mais, um escrito polémico: perante a ameaça de erros graves, apresenta fórmulas claras e confissões obrigatórias da fé, como garantia da fé genuína e sinal da ortodoxia (4,1-3).

Parece que se enfrenta com os gnósticos, que afirmavam ter um conhecimento directo de Deus e negavam tanto a vinda de Deus «em carne mortal» (4,2) como a identidade entre o Cristo celeste e o Jesus terreno (2,22). Para eles, o Jesus terreno não passava de um mero instrumento de que o Cristo celeste se tinha servido para comunicar a sua mensagem, descendo a Ele por ocasião do Baptismo e abandonando-o por ocasião da Paixão; e assim negavam a Incarnação e a morte do Filho de Deus, e o seu valor redentor. Daí o seu ensino categórico: o Filho de Deus, «Jesus Cristo, é aquele que veio com água e com sangue; e não só com a água, mas com a água e com o sangue» (5,6); isto é, Deus não abandonou o homem Jesus antes da sua Paixão e Morte.

Esta Carta, de uma notável riqueza doutrinal e numa forma mais desenvolvida, é considerada posterior ao IV Evangelho e terá sido escrita nos últimos anos do séc. I.


Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?